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História Twins Souls - Noite estrelada...


Escrita por: ArthurL

Notas do Autor


Se é loco! Essa hora e eu escrevendo e postando para vocês. Eu podia estar dormindo, estudando, bebendo, jogando "preystation" Mas nããão. Eu estou aqui postando Pinecest. Eu sou um vagabundo mesmo... Me agradeçam por isso kkk
Espero que gostem "O fim de Twins Souls" E no proximo já começa Twins Souls 2. Esse foi o capitulo que mais teve sutis alterações. Espero que gostem. <3 Comentem e favoritem, pois isso me ajuda muito!

Musica: What If I Told You - Jason Walker

Algum erro? Me corrijam pois estou morrendo de sono...kkk

Capítulo 7 - Noite estrelada...


Fanfic / Fanfiction Twins Souls - Noite estrelada...

CAPITULO VI

 

            A manhã de sexta nascia com um dia nublado. O sol tentava sair de trás das nuvens que impediam que sua luz chegasse com força total. Ainda sim, o dia estava quente e abafado. Mesmo com o nascer do sol, Dipper mal havia dormido aquela noite. Deitado em sua cama, vestido apenas com uma cueca, olhando para o teto, sem qualquer outro movimento. Seus olhos pesavam pelo cansaço e por todas as lagrimas que havia derramado noite passada.

            A única vez que conseguiu dormir foi por causa dos analgésicos, que suprimiam sua dor e o fizeram apagar. Seus hematomas perdiam a forte cor roxa, mas ainda doíam com um reles toque. O garoto permanecia imóvel, olhando para o teto, refletindo por todas as emoções que passavam por seu corpo, mente e coração.

            Toda dor, amor, angustia, felicidade, ódio e desejo. Dipper estava em um pesadelo, uma mistura de emoções que ele jamais pensou que iria viver. Ele ergue devagar seu braço, o levando até seu peito. Lá havia um vazio, uma dor e mesmo assim, seu coração ainda estava acelerado pelo o que havia acontecido noite passada. Direcionando sua mão até seus lábios. Era como se ele ainda pudesse sentir o toque quente, suave e terno dos lábios de sua irmã.

            Não há como ele se esquecer dessa sensação, mesmo ele tendo roubado esse beijo e sabendo ser errado, ele queria mais. Queria poder segura-la em seus braços, beija-la até roubar seu folego, poder sentir aquele calor novamente. Sentir o toque e o amor da pessoa que ele mais ama no mundo. Mesmo sabendo o quão errado isso poderia ser.

            Mas isso é o que doía mais. Pois sabia que daqui para frente, nada seria como antes. Mabel deveria odiá-lo, pelo que fez. Enoja-lo. Ela nunca mais o olharia da mesma forma. E ela fugir com lagrimas no rosto, era a prova disso. Agora ele leva as duas mãos até seus cabelos, bagunçando-os para se acalmar, para seu rosto corado perder tal cor sugestiva. Para sua ereção diminuir. Ele não conseguia se controlar. Mesmo causando sofrimento á sua irmã, mesmo a fazendo chorar. Ele queria mais, muito mais. E isso não saia de “suas cabeças”.

            —Por quê? Há que ponto eu cheguei? — Olhando para suas próprias mãos, como se estivessem sujas. Elas tremiam levemente pela dor. — Eu não consigo mais aguentar...

            Devagar o garoto leva sua mão direita para debaixo de sua cueca. Imediatamente ele solta um suspiro cansado. Movendo sua mão de baixo para cima. Fechando seus olhos para poder imaginar. Lembrar-se do rosto de sua irmã, rosto que o fazia corar todas as manhãs. Do corpo, que apesar de não ser bem dotado, para ele era perfeito, com curvas que o faziam ter desejo por cada parte dela. A cada movimento, Dipper endurecia mais, seu clímax se aproximava e sua mente era coberta por imagens de sua irmã. Das mais aleatórias lembranças que se tem dela.

            Ainda que uma leve parte de si mesmo o odiasse por tal ação. Ele já não mais se controlava. Gemendo pelo nome de sua irmã.

            —Mabel... — Seu rosto estava completamente vermelho, enquanto sua respiração pesava. — Mabel... Me perdoe... Mas eu vou...Eu vou...

            Porem ele é interrompido, por batidas na porta de seu quarto. O coração do garoto vai parar na garganta, pelo susto, soltando seu pênis imediatamente e esbranquiçando seus pensamentos.

            —Q-Quem é!? — Sua voz saiu esganiçada e falha, por ainda estar assustado.

            Do outro lado, uma voz calma, madura e abafada atravessa a porta.

            —Sou eu. — A voz de seu pai. — Temos um pequeno problema. Pode abrir?

Dipper sentou-se na cama para acalmar-se e recuperar do susto. Aliviado por ter se lembrado de ter trancado a porta quando foi dormir. Sua mão tentava acalmar seu coração acelerado. Com dificuldades ele se levanta, indo até a porta, destrancando-a e abrindo. Vendo seu pai arrumado para o trabalho.

Greg por sua vez, tem um leve susto. Olhando para seu filho que estava vermelho, suado, ofegante e com os cabelos totalmente bagunçados. Sem contar pelo indisfarçável volume em sua cueca. Seu conhecimento paterno já era o suficiente para entender a situação que havia interrompido. Desviando o olhar e limpando sua garganta para começar a conversa.

Éééé... Bom dia filho.

—B-Bom dia pai. Algo errado? — Ele tentava fingir que havia acabado de acordar, esfregando seus olhos.

—Bom... Eu e sua mãe havíamos combinado que você não iria para a aula até você se recuperar, mas o diretor ligou aqui em casa.

—O diretor? E o que ele disse?

—Bom, parece que aquele merdinha do “Matan”.

Natan. —Disse Dipper corrigindo.

—Isso. — Cruzando os braços. — Parece que ele voltou para tirar satisfação com o diretor e no meio da imploração para não ser expulso, seu nome apareceu no depoimento dele.

—Entendo.

—O diretor quer vê-lo. Para você dar seu lado dos fatos. Eu posso te dar uma carona para escola, assim você não vai precisar se esforçar tanto. Tudo bem? Assim podemos acabar logo com isso e aquele idiota ser expulso.

Dipper desviou levemente seu olhar para olhar para porta atrás de seu pai. Só pensando em como sua irmã estava. Depois voltando para olhar seu pai.

—Não seria melhor se Mabel fosse também? — Disse com alguma esperança de poder ver sua irmã.

—Eu até tentei falar com ela, mas ela disse que não está passando muito bem hoje. Acho que ela deve estar naqueles dias, ou coisa parecida. E eu acho melhor não envolvê-la mais nisso. Quero distancia daquele cara dela.

—Eu também... — Murmurou o garoto. — Bom... Ok. Vou tomar um banho e me arrumar.

—Certo. Estarei te esperando lá embaixo. E... Lave bem essa mão...

—Como!?

—Nada... Nada.

Seu pai seguiu para o fim do corredor, descendo as escadas. Enquanto Dipper foi até seu armário, pegar sua toalha e seguir para seu banho. Um banho gelado, para tentar diminuir o inchaço de seus machucados e ao mesmo tempo, esfriar seus pensamentos.

—Droga... Eu fiz de novo...

 Ele desligou o chuveiro e foi até o espelho, para cobrir as piores partes com bandagens e gazes. Ainda que já não precisasse de tantas. Não deixava de ser aparente seu estado.

Seguiu para seu quarto, para vestir-se com um moletom cinza, calça preta, um tênis também preto e seu boné de Gravity Falls. Logo saiu de seu quarto, porem, antes de descer, ele parou em frente ao quarto de Mabel. Olhando para os lados para ter certeza que seus pais não estavam por perto.

—Mabel? Está acordada?

Porem não ouve resposta. Ele bateu algumas vezes na porta e tentou olhar pelo buraco da fechadura, mas estava tudo escuro dentro daquele quarto. Apenas pode ver a silhueta de Mabel deitada na cama.

—Mabel... Por favor... Sobre ontem... Sobre o que eu fiz... Eu não queria... Me desculpe... Não devia ter feito aquilo...

Ele se afastou da porta e desceu as escadas para encontrar-se com seu pai.

—Tudo pronto filho?

—Sim. —Disse pegando sua mochila que estava na entrada.

—Ótimo. Não vou poder te buscar por que estarei comprando coisas para o churrasco de domingo, na hora do almoço. Mas aqui tem um dinheiro para um taxi na volta. Sua mãe acha que você ainda não deve andar tanto.

Dipper pegou o dinheiro e ambos entraram no carro.

No caminho, seu pai jogava papo fora. Conversas de pai e filho. Dipper olhava ao longe, com uma visão sem muito foco em um ponto especifico. Conseguindo ver uma roda gigante ao longe. Um parque itinerante se montava mais para o centro da cidade. Ele não escutava nada que seu pai dizia. Até que sentiu uma cotovelada de leve em seu ombro.

—Então filho, como anda a Pacífica?

Uhhmm... Bem eu acho. — Não entendendo da onde havia vindo aquele assunto.

—Tem pensado muito nela?

Ééé... Acho que sim, talvez. — Ainda não sabendo exatamente porque do repentino assunto.

—Eu sei que sim... Ah á puberdade... Já passei por isso. Sei como é.

Talvez por um leve pingo de inocência, ou por ainda estar muito cansado. Dipper não havia percebido á indireta de seu pai. Do contrario. Ele pegou o celular em seu bolso, olhando para o contato de Pacífica. Pensando com sigo mesmo.

—(Nossa ultima conversa foi no domingo... Depois disso não nos falamos mais. Eu não contei nada para ela. Nem que briguei com Mabel. Que fui esmurrado pelo Natan. Que eu beij-...) — Respirando fundo, com pesar enquanto olhava para a foto de contato da garota. Era uma foto dos dois no encontro no parque. Ela sorria mais do que nunca, algo raro da garota. — (Eu sou um idiota...).

Finalmente eles chegam à porta da escola. Dipper desce do carro, despede-se de seu pai e entra no colégio enquanto o sinal tocava para todos. Á passos vagarosos segue até á diretoria. Parando em frente à secretaria. Uma mulher com seus trinta anos, cabelos negros, óculos e bem vestida.

—Oi. Sou Dipper Pines. O diretor me chamou.

A mulher que estava com sua atenção voltada para seu computador, leva um susto ao olhar para o rosto de Dipper.

—Quem?

Ah... Desculpe. Força do habito. Mason. Mason Pines.

—Ah sim. Achei aqui. Pode entrar. O diretor Huggs logo irá vê-lo.

Dipper entrou na sala do diretor. Sentando-se na poltrona em frente à mesa. Há espera do diretor. Que logo entra com um copo de café quente em suas mãos.

—Bom dia Mason.

Um homem não muito alto, com pouco cabelo, um avantajado bigode grisalho e uma pele morena. Vestindo com um palito antigo e roupas na tonalidade marrom.

—Bom dia. —Respondendo com educação.

O diretor fica surpreso ao olhar os machucados de Dipper. Revirando os olhos murmurando.

—“Agredido injustamente” Esse Natan viu... — O velho diretor sentou-se em sua poltrona em frente á Dipper. Soprando seu café escuro e tomando um gole. — Então Mason, sabe por que esta aqui?

—Por que Natan disse que eu bati nele?

—Exato. E pelo que vejo... Foi o contrario, não é?

Dipper respirou fundo. Apertando seu joelho, desviando o olhar por alguns segundos e voltando para encarar o diretor.

—Não. Diretor Huggs, eu vou ser sincero. Não irei mentir. Fui eu quem agrediu Natan primeiro.

O diretor se surpreendeu pela honestidade, mas ainda mais por Dipper confessar algo que ele jamais esperaria de um aluno tão comportado.

—Então foi você que começou? Posso saber o motivo?

—O senhor já sabe das apostas não é mesmo? Por isso Natan foi expulso.

—Sim.

—Então... Minha irmã estava namorando Natan. Ela só era mais uma na aposta dele. Então... Quando eu descobri... Quando eu descobri o que ele estava fazendo com ela. Brincando e usando-a como se fosse nada... Eu não pude... — Ele parou para respirar por alguns segundos. — Eu não pude deixar quieto. — Baixando a cabeça.

—Você sendo o aluno que é, esperava algo mais racional de você Mason.

Dipper suspirou, sabendo que estava errado.

—Eu sei, mas eu estava com tanta raiva... Sei que o que fiz foi errado, mas não me arrependo e faria de novo se fosse preciso. — Levantando sua cabeça e encarando fixo nos olhos do diretor.

O diretor suspirou. Virando-se para trás, olhando pela janela, vendo que o sol abria seu espaço entre as nuvens, deixando os raios de luz chegar ao chão.  Estendendo sua mão para pegar um porta-retratos no móvel ao seu lado.

—Eu tinha uma irmã.

Dipper sem entender muito questiona.

—Como?

—Ela era mais velha. Eu sempre sentia ciúmes dos namorados dela. Sempre achei que não teria alguém á altura dela. Então sempre fui super protetor com ela. Até que um dia ela achou alguém, se casou, teve lindos filhos e uma vida feliz até... Partir.

—Eu lamento Sr.Huggs.

—Não lamente garoto. — Virando-se de frente para Dipper. — Não ouviu o que eu disse? Ela se casou, teve filhos e viveu feliz até falecer. Não há o que lamentar. Eu sou velho, ela era mais velha. Faz parte da vida. Não podemos lamentar, mas podemos fazer de tudo por aqueles que amamos. Minha irmã cuidou de mim como uma mãe. E fui grato á ela até o fim. E imagino que gêmeos tenham uma ligação forte também.

—Obrigado. — Esboçando um leve sorriso.

—Por nada. — Devolvendo o sorriso. — Mas ainda sim, isso não muda o fato de você ter começado uma briga. Então eu terei de te dar uma punição.

—Certo. Eu entendo.

—Não acho que você mereça expulsão. Mas como falta praticamente duas semanas de aulas para acabar o ano escolar. E... — Olhando o garoto de cima a baixo, prestando atenção nos machucados. — Te darei uma semana de suspensão. Assim você poderá se recuperar também.

Dipper aceitou com um leve sorriso. Sendo que foi pouco pelo que havia feito. O garoto levantou-se da cadeira, apertando a mão do diretor.

—Obrigado.

—Não me agradeça, é meu trabalho. Agora volte para aula para não ficar com tantas faltas.

—Certo.

Dipper dirigiu-se até a porta, porem é parado.

Ah... E Mason.

            —Sim? — Voltando à atenção para o diretor.

            —Eu teria feito o mesmo.

            Dipper sorriu e deixou a sala. Seguindo á sua própria sala de aula. Onde entrou sem nem bater na porta. A reação da professora foi calar-se ao ver o garoto entrar. Toda a turma encarava seus machucados e roxos. Ele apenas seguiu para seu lugar ao lado de Thomas. Vestido com um short preto e uma regata roxa. Que logo o cumprimentou.

            —Dipper! Como você está? — Cutucando um dos machucados.

            —Ai! Isso dói! — Sentando-se na carteira atrás de Thomas.

            —Dói também você me deixar sem noticias! Vai me contar como estão as coisas?

            Dipper não sabia por onde começar.

            —Te conto depois, ok?

O que!? Por que!?

Segurando Dipper pelos ombros.

—Por que você está chamando toda á atenção da sala para nós...

Thomas vira-se para frente. Vendo que a turma toda, inclusive a professora os encaravam.

—Ahhhh... certo... Melhor deixar para depois... —Soltando Dipper.

As aulas se passaram até a hora do intervalo, onde os alunos saíram da sala. Dipper não pode deixar de escutar sussurros e fofocas sobre si mesmo e pela “humilhação” de ter sido esmurrado. Agora apenas ele e Thomas restavam na sala.

—Não ligue para essas fofocas. Noticias voam e pior que voam totalmente desconexas. Já tem gente dizendo que você deu uma voadora no Natan. Outras que você chorou feito um bebê. E pasme, tem gente te shippando com ele, pois falam que você tinha ciúmes da sua irmã namorar ele.

Dipper encarou Thomas.

—Qual o problema dessas pessoas?

—Muitos, mas se bem que não está tão errado. Só erraram o shipp não é mesmo?

—Calado...

—Tá, chega de enrolar... Conte-me as novidades.

—Por que você acha que eu tenho uma novidade para contar!?

Thomas riu.

—Pelo sorriso em seu rosto.

—Sorriso!? Eu não estou sorrindo.

—Esta sim. Comparado com o que te vi da ultima vez. Esmurrado e preocupado com sua irmã. Você não estaria sorrindo se algo não tivesse acontecido.

Dipper desviou o olhar. Tentando esconder suas emoções. Não havia percebido que as transpassava.

—Bom... Eu-

Porem ele é interrompido.

—Dipper!?

Uma voz feminina vem da porta. Roubando á atenção dos dois. Era Sally. Vestida com um macacão preto e uma blusa cinza. Ela se aproxima, segura Dipper pelos braços, o levanta para deixa-lo de pé e vê-lo por inteiro.

Meu Deus! Você realmente está um trapo esmurrado!

—Valeu... — Respondendo com sarcasmo.

—Lamento por aquele idiota. Mas saiba que você virou meu herói! —Abraçando Dipper. Ele pode apenas sentir a dor por aquele abraço de urso. — Defender minha pequena Mabelzinha assim. Foi lindo. — Soltando-o do abraço.

—Valeu, eu acho....

Thomas levantou-se, levemente incomodado pelo roubo de cena da garota.

—Ei! Estávamos conversando! Da licença?

Sally riu, olhando para o magro garoto.

—Desculpe. Não tinha te visto.

—Ora sua...

—Vocês dois parem... — Disse Dipper ficando entre eles. — Não vamos começar. E Sally, foi Thomas que conseguiu provas para expulsar Natan. Devia agradecê-lo também.

Sally cruzou os braços, revirando os olhos.

—Está bem... Obrigado Thomas...

—Por nada. —Respondeu se sentindo vitorioso.

—Tripa seca.

—Gorila de melões.

O QUE DISSE!?

Sally quase pulou em cima de Thomas. Porem Dipper a segurou.

—Parem vocês dois! Quanto tempo mais vão implicar um com o outro? Essa briga já faz anos! Já não estava na hora de se perdoarem?

Ambos responderam num uníssono “Não”.

Ugh... Ao menos nisso vocês são iguais... — Esfregando seu rosto cansado.

Porem Sally quebra o gelo. Cruzando os braços.

—Deixando essa bixa de lado... Dipper. Eu vim aqui por que Mabel não veio. Aconteceu algo? Ela não atende minhas ligações.

—Bom...

Thomas aproveita para se aproximar e pressiona-lo.

—É Dipper. Conte o que aconteceu!

Eles se aproximavam cada vez mais. Curiosos e inquietos. Forçando Dipper até a parede, onde ele não teria saída.

Dipper suspirou, desviando o olhar. Querendo fugir daqueles dois, querendo esconder sua cabeça em um buraco. Querendo esconder-se nos braços de sua irmã. Seu rosto passava por todas as emoções de conflito até se corar por se lembrar da cena protagonizada por ele e Mabel. Após alguns segundos ele cria coragem. Respirando fundo e desabafando. Desviando o olhar para cima enquanto gaguejava todo corado.

—E-Eu bei-beijei ela...

A resposta de ambos foi a mesma. “O QUE!?”. Thomas quase pulou de alegria. Enquanto Sally congelou por alguns segundos, mas logo pegou Dipper pelos braços o prensando contra parede com força.

—Você a beijou!?

—S-sim... — Respondeu, ainda não acreditando que estava confessando.

Sally parecia não estar preparada para aquilo, sacudindo Dipper. Quase surtando.

—E... E como isso aconteceu!?

—Bom... É... Ela pediu desculpas... Ai estávamos próximos... Eu... Eu roubei um beijo dela...

 — E o que aconteceu depois!?

O garoto desviou o olhar, lembrando-se da pior parte.

—Ela fugiu...

—Dipper... — Soltando-o devagar.

Thomas parou de comemorar, vendo que talvez tivesse sido precipitado demais.

—Cara...

Sally parou por alguns segundos. Apertando seu próprio peito, com um olhar triste. Algo entalava em sua garganta, ela engoliu seco.

—Dipper... Ela... Ela...

—Ela me odeia. —Respondeu o garoto. —Eu sou apenas um idiota egoísta. E nojento.

—Não diga isso! — Respondeu Sally, levemente exaltada. — Sei que ela não pensa assim de você.

—É cara! Você está falando da sua irmã. Sei que ela não é assim. — Concordando com Sally.

—Então por que ela fugiu!? Por que ela chorou!? — Com certa raiva em sua voz. Apertando seus punhos com força.  — Ela não me olhará da mesma forma. Nunca mais...

Nenhum deles sabia ou conseguia responder Dipper. Até que os alunos começam a voltar para a sala e o sinal do fim do intervalo toca. Sally estendeu sua mão para confortar Dipper, mas o garoto desvia do conforto.

—Dipper...

—Melhor você ir para sua sala Sally.

Sally desviou seu olhar, seguindo o conselho do garoto.

—Tudo bem... Boa sorte... E se puder... Diga a Mabel me ligar quando puder.

—Cara... — Thomas se aproximou. — Se acalm-

            —Chega ok? Só... Só me deixe em paz.

            Thomas baixou sua cabeça, voltando para sua cadeira.

            —Tudo bem... Só estávamos preocupados com vocês.

            Dipper sente um pequeno peso em seu peito, mas não pronuncia mais nenhuma palavra sequer. Voltando para seu lugar, sem mais contato com Thomas. Passando por todas as aulas que restavam até o sinal do fim do período tocar. Dipper é o primeiro a se levantar, sem se despedir. Saindo no corredor em meio aquele mar de alunos, desesperados para chegarem a suas casas após uma semana longa de aulas.

            Ele não parecia se importar muito com sua volta, mas para perto da saída ao sentir uma vibração em seu bolso. Dipper retira seu celular, vendo que havia algumas mensagens que não havia percebido. Mensagens de Pacífica.

 

“Dipper! — 09:30”

“Ligue para mim, quando puder. — 09:35”

“3 Ligações perdidas — 10:03, 10:27, 10:39”

“Dipper, precisamos conversar!  — 10:50”

“Ligação perdida — 11:13”

“Atende logo! —11:14”

“Irei te buscar no colégio. Espere-me na porta. — 12:12”

Dipper olhava aquilo exausto. Não sabia como se comportar mais com Pacífica. Toda vez que olhava a foto da garota ele sentia um peso, uma agonia em seu peito. Guardando seu celular sem nem responder.

            —O que vou fazer? Sou um completo idiota...

            —O que foi? Por que é um completo idiota?

Uma voz surgiu do nada, assustando-o. Feminina, suave e calma. Vinda de trás do garoto. Ele se virou, vendo uma garota levemente mais alta que ele. Cabelos curtos e ruivos. Olhos cor de esmeralda. Pele branca, com algumas sardas. Um óculos grande sobre um pequeno nariz. Vestida com uma boina preta, uma blusa verde, uma saia preta que combinava com um sapato de mesma cor. Ela era uma garota mais velha, um ano acima dele.

—Ah... Olá Nathaly. Não é nada... Só estou pensando alto. — Disse Dipper, cumprimentando a garota.

Ela o fazia lembrar vagamente de Wendy.

—Então é verdade... — A garota olhava para os machucados do garoto.

Dipper tentou esconde-los levemente. 

—Precisa de alguma coisa?

A garota percebe o incomodo do garoto.

Ah, desculpe... É que os boatos voam... Eu queria saber se você estava bem.

—Sim, estou. Não se preocupe.

—Natan te pegou de jeito. É uma pena... — Delicadamente ela levou sua mão até o um dos roxos do rosto de Dipper.

Ai...

—Faça uma compressa com gelo. Diminui a dor e a sensibilidade. — Se afastando.

—Foi por isso que veio?

— Na verdade, meu pai pediu para perguntar se o churrasco no domingo ainda está de pé?

—Churrasco? Ah sim, o do meu pai? Sim, acho que está tudo certo.

—Certo. Bom era isso... Te vejo domingo então?

—Acho que sim.

—Até lá então. — Se despedindo com um sorriso.

—Até. —Dipper retribui com um leve aceno.

            Logo depois disso ele sai da escola. Olhando de um lado para outro, não tendo sinal de Pacífica.

            — Ela sempre se atrasa... Melhor eu ir sozinho.

            Dipper começa seu caminho de volta para casa. Seu olhar estava voltado para o chão. Sem animo algum. Mal olhando para onde ia. Suspirando, exausto, sua mente estava focada única e exclusivamente em sua irmã. Sobre o que havia feito, sobre arrependimentos e ao mesmo tempo de pensar novamente no calor que ela o fazia sentir.

            Em meio á esses pensamentos e caminhada perdida, Dipper acaba esbarrando em uma pessoa na rua. Automaticamente respondendo.

            —Desculp-

            Mas o garoto congela, ao olhar e perceber que havia esbarrado em Natan. O garoto estava acompanhado de dois amigos tão grandes como ele. Natan agarrou Dipper pela gola, gritando de raiva.

            —Foi esse aqui galera! Foi esse arrombado que dedurou a gente! — Bufando e vermelho de raiva.

            Dipper tentava se soltar, mas era inútil. Respondendo Natan com raiva e medo pela situação que se encontrava.

            — Vá se ferrar! Me solta!

            Dipper ainda estava fraco, só facilitando o trabalho de Natan que o ergueu no ar pela gola da camisa. Dipper se debatia em vão, sacudindo suas pernas. Os amigos de Natan se aproximavam, tão furiosos quanto.

            — Agora ele vai ver.

            — Isso. Vamos mostrar para ele que “X9” tem vida curta.

            —Você vai pagar Pines. Você e aquela vaca da sua irmã.

            Ao reles insulto á Mabel, Dipper já perde a cabeça.

            —Vá se foder seu babaca! Você deveria ter sido preso isso sim! — Tentando socar o rosto de Natan.

            —Talvez eu seja, mas só depois de você parar á “sete palmos”.

Natan puxa seu braço para trás para golpear Dipper com toda força e ódio que tinha do garoto. Dipper só pode esconder seu rosto para evitar o pior. Porem uma buzina rouba a atenção de todos. Uma mini limusine, preta, que estaciona logo ao lado dos garotos. Onde a porta de trás se abre. Dela sai dois enormes seguranças, que pareciam que nem cabiam no carro. Um deles ajuda uma linda e loira garota a descer do carro.

Era Pacífica. Vestida com uma roupa social roxa e uma saia preta como seu salto. A garota desce do carro, desfazendo seu coque, deixando seus cabelos dourados escaparem e retirando seus óculos escuros.

—Estou interrompendo algo? — Dizendo com toda superioridade que tinha em sua voz.

—Quem é a gostosa? — Questionou Natan, ainda com Dipper preso.

—Vá se fuder! — Respondeu Dipper.

Isso fez Natan voltar sua atenção para o garoto, mas antes poder fazer qualquer coisa, Pacífica se intromete.

—“A gostosa” aqui veio buscar o que é dela. — Se aproximando da confusão. Colocando o indicador no peito de Natan, ela não possuía força alguma para afasta-lo. Mas sua autoridade e superioridade foi o suficiente para fazê-lo soltar Dipper. Que foi ao chão. — Tire as mãos do meu namorado seu traste imundo.

Ora ora, vamos com calma. — Respondeu Natan, tentando mostrar-se superior. — Acho que a princesinha está perdendo seu tempo com esse nerd idiota. Olha, não temos nada contra você. Até, se depois que acabarmos com ele, que tal sairmos para nos divertimos um pouco, que tal? Aposto que a princesa adoraria um encontro com o campeão de rugby da escola. Que tal? — Piscando para ela.

Pacífica os olhava como insetos, um olhar de cima. Uma realeza olhando para plebe suja. Enquanto ajudava Dipper a se levantar. Ela abriu um leve sorriso sínico.

—Eu? Rebaixar-me á trogloditas estúpidos como vocês? Há! Nem eu seus melhores sonhos. —Estalando os dedos.

Os seguranças tomaram a frente. Mesmo em menor numero, eram muito maiores que Natan e seus dois amigos. Intimidando-os.

— V-Vocês não nos dão medo. Não é galera? Galera? — O garoto vira-se para trás. Vendo que seus amigos haviam fugido muito antes.

—Olha como seus “Amigos” correm feito baratas, que são. — Os seguranças cercam Natan, impedindo-o de fugir. Pacífica se afasta de Dipper e se aproxima do rapaz. — Você deve ser o Natan. Você que fez aquilo com o Dipper não é mesmo?

—E-Eu? N-Não... Não foi e-

—Corta essa. Foi uma pergunta retorica seu idiota. Só quero dizer que aquele cara ali. —Apontando para Dipper. — Aquele nerd, bobão, magrelo, com braços de espaguete, suado, cabeça dura, sabichão... — Dipper começava a duvidar se ela o estava realmente o defendendo. — Esse nerdão ME PERTENCE! Então, nunca mais ouse relar, se aproximar ou respirar o mesmo ar dele! Estamos entendidos!?

—S-Si-Sim! —Gaguejando, amedrontado pelos seguranças.

—Ótimo. — Dando as costas para segurar no braço de Dipper. — Mas só para ter certeza. Vamos garantir que você aprenda a lição. —Estalando os dedos.

Os seguranças agarram Natan pelo braço.

—O-O QUE!? Não! Me soltem! Socorro!

Mas não havia ninguém próximo para escutar. Os seguranças levam Natan para um beco escondido. Dipper se assusta por tal atitude da loira, mas consegue abrir um sorriso pela justiça sendo feita.

—Obrigado Pací.

Logo Pacífica o puxa.

—Vamos, não quero perder mais tempo aqui.

Dipper entrou no carro, seguido pela garota que sentou logo ao seu lado, fechando a porta. O motorista liga o carro, continuando o caminho, em direção à casa dos Pines. Nenhum dos dois dizia nada. Dipper parecia desconfortável, não olhando para Pacífica. Ela do contrario, não tirava seus olhos do garoto. Olhando para cada machucado no rosto dele. Pacífica corta o gelo e o silencio.

—Desculpe o atraso. Eu estava em uma reunião de negócios. Tive de sair no meio dela.

Dipper suspirou, cansado.

—Você não parece s-

—Surpresa? — Cortando sem cerimonias. — E não estou. Eu não sai da reunião atoa. Mabel me ligou.

Dipper pela primeira vez, dês de que entrou no carro, olhou nos olhos da loira.

—Ela ligou?

—Sim. Ela estava preocupada com você. E acabou me contando tudo...

Dipper arrepia-se.

—Ela te contou tudo!?

—Sim, tudo sobre Natan e você.

Ele abaixou a cabeça, levemente aliviado.

—Me desculpe. Eu deveria ter te respondido. Deveria ter te contado sobre o Natan...

—Deveria mesmo. — Seu tom ficou sério. A garota levou sua mão até o rosto de Dipper. — Você sabe o quanto eu me assustei em saber disso? Tudo bem que você já passou por coisa muito pior, mas não justifica ficar sem me contar.

—Eu sei... Desculpe-me.

—Eu me preocupo com você. Não se esqueça disso. Afinal, eu te amo.

Dipper ainda de cabeça baixa, mordeu seus lábios ao escutar aquelas palavras. Sentindo uma profunda dor em seu peito. Pacífica se afastou um pouco, apoiando-se novamente no banco. Abrindo um leve sorriso.

— Sabe Dipper, eu tenho inveja da Mabel...

Dipper se assustou com aquela afirmação. Logo Pacífica, que sempre teve tudo; dinheiro, animais exóticos, carros, viagens, comidas e roupas refinadas, logo ela dizer essas palavras o assustou.

—Por quê?

—Eu gostaria de ter um irmão como você. Alguém que me defendesse sem pensar. Sem se importar com nada. Alguém que apenas está ao seu lado. Não por dinheiro ou algum ganho pessoal. Alguém que simplesmente está ao seu lado por querer e desejar estar. Eu invejo isso...

Aquelas palavras eram inesperadas. Fazendo Dipper perder seu foco e a olhar nos olhos, azuis com o céu limpo.

—Pací... eu-

— Dipper, precisamos conversar... — Cortando o garoto com frieza. — Por isso vim te buscar. — Dipper abaixou a cabeça. — Você quer me contar algo, não é?

O garoto engoliu seco. Não sabendo por onde, como ou o que começar. Ele sabia que tinha de dizer algo, mas não sabia exatamente o que devia dizer. Seu coração estava acelerando cada vez mais e seu suor escorria por sua testa. Apertando suas mãos como se rezasse com força. Respirando devagar para se acalmar, até conseguir puxar folego para algumas palavras saírem de sua garganta. Enquanto ele a olhava diretamente.

—Pací... Tem algo... Que eu quero te dizer... Eu preciso... Eu preciso te contar que-

—Você quer terminar não é mesmo?

Aquela frase. Séria e sem qualquer emoção o espantou. Pacífica resumiu tudo em segundos e friamente. Por um segundo ele sentiu frieza na voz dela, mas logo pode perceber que os olhos dela estavam marejando.

—Pací... Como você...?

Ela riu, em meio algumas lagrimas que escapavam.

—Dipper, você deve ser a pessoa mais transparente que conheço. Você não sabe mentir, enganar ou mesmo esconder suas emoções. Eu sempre sei o que você está pensando, só de olha-lo. E sei que isso não foi da noite para o dia.

—Pací...

Eu te amo Dipper... Eu te amo muito! E... Sempre vou te amar. — Ela segurava-se, não perdendo a seriedade e o sorriso, mesmo com suas lagrimas aumentando. — Mas no fundo... Eu já sabia...

—Sabia?

—Sim... Eu o amo muito mais do que você me ama...

—Você... Sabia á muito tempo?

—Sim... — Enxugando algumas lagrimas. Seu rosto avermelhava. — Mas eu não me importava, pois eu estava feliz... Talvez eu não te fizesse tão feliz quanto achava...

—Não! — Levantando a voz. Segurando na mão dela. — Você me fez feliz! Não vou esquecer os momentos que tivemos. Foram felizes e inesquecíveis... Mas...

—Eu entendo... E digo o mesmo... Vou sentir falta de tudo...

—Não estou dando um adeus... Não quero deixar de te ver ou te esquecer. Você ainda é uma pessoa importante e que amo. E faz parte de minha vida.

Ela abriu um leve sorriso.

—Eu sei... — Parando de chorar. — Ao menos... Posso saber por que decidiu fazer isso agora?

Dipper desviou o olhar novamente, tentando esconder-se.

—Eu... Eu...

—Terei de lê-lo mais uma vez? — O encarando. — É outra garota, não é?

Dipper levantou seu rosto assustado por ela ter acertado em cheio.

—Sou tão transparente assim?

—Talvez... Mas na verdade, era o único motivo que eu poderia imaginar para você fazer isso.

—E... Você aceita?

—Aceitar? E eu tenho escolha? — Gargalhando nervosa. — Dipper, eu tive meu pequeno deslumbre de tê-lo como namorado nesses últimos seis meses. Queria que fosse para sempre... Mas acho que não é uma decisão que posso tomar. Afinal, se você ama uma coisa... Você deve deixa-la livre, não é? Eu só quero te ver feliz Dipper.

—P-Pacífica eu...

—Está tudo bem...

            Ela levou sua mão até o rosto dele, puxando para um ultimo beijo, simples e com lagrimas. Separando-se após alguns segundos.

            —Pací... Desculpe-me...

            —Ainda podemos ser amigos...

O carro para em frente à casa de Dipper. O chofer desce para abrir a porta. Ele permanece alguns segundo olhando para ela. Ambos estavam corados. Sem dizer uma única palavra, até que seus olhares se separaram. Dipper sai do carro, mas é parado por Pacífica, que o segura e o puxa para um ultimo beijo, agora mais forte e duradouro. Eles separam seus rostos e a garota sorria.

—Eu realmente tenho inveja da Mabel...

Isso só poderia significar uma coisa, que assustou ele.

—Pací...

Ela o empurrou.

—Vai logo... Antes que eu me arrependa...

Ele esboçou um leve sorriso, se afastando aos poucos. Até que se virou e entrou em casa. Pacífica voltou para o carro, sentando-se. O chofer estendeu uma caixinha de lenços para a garota.

Madame.

—Obrigada... — É então que a garota começa a chorar em prantos.

 

 

Dipper subiu as escadas, direto para o quarto de sua irmã, que ainda estava trancado. Seus pais ainda não haviam chegado. Ele bateu na porta.

—Mabel? Mabel ainda está ai? Você não saiu do quarto até agora?

Ele olha pela fechadura novamente e a única coisa que mudou era a posição de Mabel na cama. Ela se movia, mas não o respondia. Dipper cola na porta, como se suas palavras tivessem mais chance de chegar á sua irmã.

—Mabel... Olha... Sobre o que eu disse de manhã... Eu menti... Eu não me desculpo... Eu queria... Queria fazer aquilo á muito tempo...Eu queria ter te beijado á muito tempo. Perdoe-me por ser um egoísta, um idiota, nojento e uma falha de irmão! Mas eu não me arrependo do que fiz! E faria de novo! Eu sei que estou errado... Sei que você deve me odiar agora e ter nojo de mim... Mas... — Encostando-se na porta e deslizando até sentar-se no chão. — Mas eu preciso te dizer...

“Eu te amo”

 

Não houve qualquer resposta vinda do outro lado. Dipper ainda ficou lá por cerca de uma hora, até que seus pais chegaram e ele teve de sair. Indo deitar-se em seu quarto.

As horas passaram. Dipper estava exausto e sem qualquer noticia de sua irmã. O garoto havia jogado suas roupas em qualquer canto e ficado apenas de cueca, para passar a pomada em seus hematomas. Agora, estava sentado na beirada de sua cama, olhando para o relógio. Vendo que os números “01:00” e ainda sim não conseguia dormir. Mesmo com seu quarto iluminado á meia-luz do abajur.

—O que eu poderia esperar? Dormir após um dia desses? Após brigar com Thomas e Sally. Após quebrar no coração da Pacífica. Após me confessar para minha própria irmã. Eu não sei nem mais o que pensar...

Seu coração batia como se fossem murros de dentro para fora em seu peito. A dor em seu corpo não era nada, comparado ao seu interior. Ele olhava pela janela, como se procurasse uma resposta no céu estrelado.

—De tantas estrelas... Eu fui me apaixonar justo por ela...

Dipper cerrava seus punhos com força, enquanto derramava suas lagrimas no carpete. Seu rosto avermelhava e seus soluços se misturavam ao choro.

—Por que!? Por que...?

Ele engole seus comprimidos a seco. Com esperança dos remédios o botarem para dormir. Mas é então que ele escuta a porta de seu quarto abrir. Ele não toma a iniciativa para virar-se. Algo o impedia, talvez a dor, o medo ou alguma outra emoção mais pesada. O fato é que ele vê a silhueta que a luz do corredor fez em sua parede. Uma silhueta pequena demais para ser seu pai e com menos curvas para ser sua mãe. Então ele só pode dizer.

—Mabel?

Mas ela não o responde. A porta se fecha, sumindo com a silhueta. Dipper pode escutar que foi trancada, mas ainda sim, não se vira. Como se um forte peso estivesse sobre seus ombros.

—Mabel...

Ele pode sentir um peso, vindo do outro lado da cama. Ela subiu em sua cama e se aproximou. Devagar, pelos movimentos do colchão ele pode sentir aos poucos a proximidade de sua irmã até ele. Ele só pensava como iria olha-la nos olhos novamente. Após ter dito tudo aquilo. Após ter se confessado. Após tudo. Ele não sabia se poderia olhar nos olhos dela e dizer aquelas palavras novamente. Sua cabeça estava quase explodindo. Um suor frio escorria por sua nuca, de medo de se virar. Não conseguindo se virar para encara-la de frente.

Porem tudo se vai. Todos seus pensamentos, medos, receios e ódios de si mesmo, desaparecem. Quando ele sente um leve e suave toque das mãos de sua irmã em suas costas. Dipper solta um leve espasmo pela dor que ainda tinha em alguns machucados, mas ele não queria perder um segundo daquela sensação. Eram macias, delicadas e quentes. Pareciam dançar por suas costas. Isso o fez perder completamente todos os pensamentos e o peso que carregava. Aquecendo-o.

As mãos dela se separam em dão a volta pelo corpo de Dipper, como em um abraço, juntando-se no peito dele. É então que ele sente um peso em suas costas. Era quente e possuía curvas. Ele podia sentir, por um fino fio de roupa, o corpo de sua irmã colado ao dele. Uma roupa tão fina que ele pode sentir o coração acelerado de Mabel, batendo tão ou até mais rápido que o dele.. Seu rosto avermelhou por completo e ele começava a suar. Nenhuma palavra foi dita até então.

Até que ele pode ver ao seu lado, passando por cima de seu ombro. O rosto de Mabel, que se apoiou nele. Ambos estavam inquietos e desesperados. Porem, aos poucos eles se acostumam com a presença um do outro. Até que seus corações começam á entrar em sincronia, ainda que agitados. Mabel apertava Dipper com seus braços, como se estivesse prestes a perde-lo. Após algum tempo de silencio. Mabel respira e toma suas forças necessárias, para falar no ouvido de Dipper.

—Dipper... Sou eu que lhe deve desculpas...

Então a garota recua, e ao mesmo tempo, é como se todo o peso e medo de Dipper desaparecessem. Finalmente podendo virar-se para ver sua irmã. E quando seus olhos caem sobre ela, ele paralisa. Não estava preparado para aquilo. Não para a imagem que estava a sua frente.

Mabel, sentada sobre sua cama. Iluminada a meia-luz do quarto.  Ela usava uma tiara rosa com flores delicadas e uma linda camisola, semitransparente, também rosa. Toda cheia de bordados. Apenas isso e nada mais. Dipper imediatamente cora e sente uma indescritível ereção. Junto ao seu coração que nunca havia batido tão forte antes. Com aquela visão, aquela simples imagem de sua irmã. Ele pode sentir-se a pessoa mais feliz do mundo. Era como tivesse se apaixonado novamente por ela.

Olhando ela de cima a baixo, sem perder um detalhe sequer. Sua respiração pesava e ficava cada vez mais rápida. Até que seus olhos se conectam aos dela.

Mabel também estava igualmente corada, envergonhada, segurando a si mesma, como se conseguisse esconder seu corpo daquele olhar que fazia seu coração estremecer. Os olhos dela já estavam marejados. E sua voz estava fraca o que á fazia gaguejar.

—D-Dipp-er...

—Mabel... Você está... Linda...

O elogio só piorou a situação para a garota que foi acertada por uma flecha inesperada bem em seu peito. Obrigando-a a puxar ainda mais forças. Engolindo seus pensamentos e sentimentos a seco.

—Dipper... — Abaixando a cabeça para não olha-lo diretamente. Sua voz falhava algumas vezes. — Eu tenho de Pedir p-perdão... Por ter sido uma garota fraca por tanto tempo...

—Fraca? — Isso o fez voltar sua atenção para além do corpo dela. — Do que você está falando Mabel? Você não é-

—Apenas me escute! — Levantando sua voz levemente para interrompê-lo. — Eu... Eu tenho tanto para te contar... — Suas lagrimas já escorriam até o lençol. — Tantas coisas que eu falhei... Todos os meus erros... É tudo minha culpa...

—Mabel... Do que você esta falando?

—Dipper eu... Eu... — Ela segurou com força no lençol. Derramando mais algumas lagrimas até conseguir levantar seu rosto para quase gritar. —

“Eu te amo”

Aquilo havia sido inesperado para o garoto. Que ao mesmo tempo sente um soco ao vê-la chorar. Aquelas palavras eram a que ele mais desejava ouvir em toda a sua vida. Ele estava incrédulo.

—Mabel...

—Eu te amo! Tanto... Tanto que chega a doer! Eu te amo á muito tempo!

—O-O QUE!? — Espantado e querendo entender tudo. — V-Você me ama!?

—Sim! E eu não... Não consigo mais aguentar... Eu te amo Dipper... Eu te amo.

—Mabel... Então... Por que não me disse antes...? — Se aproximando aos poucos de sua irmã.

—Eu te disse Dipper, eu fui uma fraca... — Ela começava a cair em prantos.

—Mabel... — Abraçando-a com força.

—Eu tinha tanto medo... Tanto medo Dipper... — Abraçando-o de volta com força.

Dipper não ligava para dor de seu corpo. Ele queria apenas tirar toda dor e tristeza de sua irmã em um abraço quente e verdadeiro. Enquanto ela derramava suas lagrimas sobre ele.

—Medo?

—Medo! Eu tinha medo de você me odiar... De ter nojo de mim... De nunca mais querer me ver de novo.

Dipper percebe que ela possuía os mesmos medos dele e sofria á muito tempo com eles. Isso só o fez apertar mais forte em seu abraço para o calor os esquentarem.

— Mabel... Eu jamais iria te deixar. Não importa o que acontecesse...

—Eu sei... Eu sei... Mas não importa o quanto eu tentasse. Eu nunca conseguia ter coragem de te dizer... De te dizer a verdade...

—Há quanto tempo? Há quanto tempo você esconde isso de mim...?

Mabel puxava suas lagrimas e soluçava.

—Há muito tempo... Muito mesmo... Eu queria te contar a muito tempo. Tudo que eu sentia... Mas eu ficava com tanto medo... Que me enfiava em romances de verão idiotas.

Dipper se afastou um pouco, para poder olha-la nos olhos.

—Os romances de verão?

—S-Sim... Eles eram apenas uma maneira de eu tentar me esquecer dos meus pensamentos sobre você.

—Mabel...

—Eu tentava esquece-lo... Tentava distrair meu coração com bobagens, tentando me convencer que seria melhor assim. Assim eu poderia passar o verão todo ao seu lado, sem enlouquecer... Tudo isso por que eu tinha medo do que você pensaria de mim...

—Mas Mabel-

—Então eu tentei empurrar a Wendy para você... E quando não deu certo, eu tentei a Candy... E então a Pacífica... Eu pensei que se visse você feliz com outra pessoa, eu poderia dizer “Ele está feliz! Tenho de esquecê-lo para o bem dele!”. Eu achava que isso faria meu coração se acalmar, que se você estivesse com outra, nos afastaria um pouco e com o tempo, meus sentimentos desapareceriam. Mas só pioraram. A cada encontro que você tinha, eu me sentia pior. Meu coração apertava cada vez mais e mais. Eu só me sentia mais triste e mais solitária. Foi então que tive de arranjar uma pessoa atrás da outra...

Aquilo tudo fazia Dipper se sentir mal e ao mesmo tempo uma dor crescia cada vez mais em seu peito por praticamente poder sentir tudo que Mabel sentiu esses anos todos.

—Mabel... Você sofreu tanto...

—Eu estava tão desesperada... Tanto, que não me importava mais. Eu só queria distrair minha mente. Foi então que comecei a sair com Natan. Mesmo sabendo dos boatos das apostas dele com os outros veteranos. Isso era apenas para me afastar de você... Mas deu tudo errado. Isso só me aproximou de você. E naquele dia que brigamos. Eu quase contei a verdade. Mias fui fraca. E por causa disso... Você está assim... Todo roxo e machucado. Eu sou a culpada disso.

—Mabel... Eu também sou culpado. — Enxugando as lagrimas da garota, mesmo que ele também já estivesse chorando por tanta dor que causou á ela. — Eu queria ter te contado aquele dia... Mas também fui fraco...

—Dipper...

—Mabel... Eu fui um idiota... Eu devia ter dito antes... Devia ter percebido seu sofrimento...  Eu também escondia isso a muito tempo... E comecei a sair com a Pacífica para tentar esquecer também...

—V-Você não á ama?

—Amo... Mas jamais como eu te amo... E como te amei em segredo todo esse tempo...

Agora os  papéis se inverteram, Dipper chorava sobre os peitos de sua irmã, enquanto ela tentava reconforta-lo. Passando a mão sobre seus cabelos. Eles choram por um bom tempo. Até conseguirem colocar tudo para fora e finalmente olharem-se nos olhos novamente.

—Mabel...

—Dipper... Parece que temos escondido coisas há muito tempo...

—Sim... Coisas que deveríamos ter dito dês do começo...

—Nos ferimos muito com isso...

—Mabel... Você nunca foi fraca. Pelo contrario.  Você é uma das garotas mais corajosas que eu conheço. Você já lutou com; gnomos, garotinhos mimados mágicos, zumbis, unicórnios, bolas de golfe malucas, dinossauros, e até demônios ilusórios pandimensionais. Você é a mais corajosa de todas!

—Dipper ... — Abrindo um leve sorriso entre suas lagrimas.

O silencio havia tomado o quarto. Amos estavam sorrindo um para o outro. Seus olhos castanhos estavam ligados. Aos poucos eles se aproximam. Mabel leva sua mão até o peito de Dipper. Enquanto as mãos dele deslizam pela perna dela. Seus corpos começam a esquentar-se cada vez mais e suas respirações se mesclam. Até que se unem em um beijo. Dessa vez duradouro e com suas línguas dançando entre suas bocas. Separando-se quando estavam quase sem fôlego.

—Dipper...

— Mabel...

            O garoto aos poucos vai caindo sobre ela, até que Mabel se deita. Agora, vendo de cima ele pode apreciar aquela visão. Podendo ver o corpo pelo qual havia se apaixonado e que fazia seu pênis não baixar mais. Ele estica sua mão para tocar no pequeno seio de Mabel. Ela solta um leve espasmo, ainda não estando pronta e por estar tão sensível e excitada quanto ele.

            —Dipper... Com... Com calma...

            —Certo...

            Ele aproximasse para beija-la enquanto suas mãos dançavam por todo corpo de sua irmã. Sentindo cada parte, cada vão, cada curva. Mabel perdia-se com o calor de seu irmão. Tê-lo sobre ela já a deixava completamente molhada. Agora a respiração quente entre eles e o suor de seus corpos se misturavam. Não mais lagrimas, não mais medo, não mais dor. Agora havia apenas amor entre eles.

            Ele vai descendo, sentindo o gosto de sua irmã ate chegar aos seios dela. A garota, totalmente inexperiente nessa parte tem uma mistura de cocegas e excitação, que quase a vaz rir enquanto seu rosto avermelha cada vez mais. Dipper não contendo-se também, acaba mordendo o bico de Mabel.

            —A-AI! Vai com calma!

            —Desculpe...

            Ele vai cada vez mais para baixo. Os gemidos de Mabel ficam cada vez mais altos. Dipper beijava a barriga enquanto descia até chegar entre as pernas de Mabel.  Ao simples fato de sentir a respiração se aproximando, ela quase pula em um espasmo.

            —Espera!

            —O que foi? É-É que ... — Corando e levando sua mão até a boca para tentar abafar sua desculpa. — E-Eu ainda não estou pronta para isso... Vamos devagar hoje...

            Dipper devolve com um sorriso, voltando todo caminho que havia feito. Voltando para beija-la e roubar o folego dela mais uma vez. Seu corpo também não estava aguentando devido a dor e hematomas.

—Tudo bem...  Agora...  E daqui para frente... Teremos todo o tempo do mundo... Só para nós...

Ela sorriu mais feliz do que nunca.

 

“Eu te amo Dipper”

 

“Eu também te amo Mabel”

 

Naquela noite estrelada, seus corpos dançaram como nunca antes. Usando apenas usas mãos e beijos para aliviarem-se. Eles não chegaram ao ponto crucial, mas agora era só questão de tempo. Essa foi à primeira noite de muitas. Agora, eles precisavam apenas unir seus corpos para poderem ser felizes daqui para frente....


Notas Finais


Comentem, favoritem! Eu amo vo6 tudo! <3


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