História Two Angels In My Life - Strong Hug

Angelina Roberts’s point of view

13h36 p.m.

"Apenas tenho medo de confiar demais, apenas tenho medo de sentir demais, apenas tenho medo de tudo, até mesmo de sentir medo."

— Mamãe, o que vamos fazer agora? — meu pequeno perguntou após eu, ele, Justin e as crianças, sairmos da mesa onde havíamos terminado de almoçar. Hoje quem deu comida para o Jason foi eu e Justin para Jaxon, Jazzy já comia sozinha.

— Não sei meu amor. — sentei-me no sofá com Jason em meu colo e Justin sentou-se ao meu lado com seus irmãos ao seu lado. — Justin, tem alguma ideia do que poderíamos fazer? — perguntei enquanto acariciava o cabelo de Jason. Estava um silencio a sala e então dei uma olhada rápida para Justin, ele pareceu estar pensando, permanecendo assim, por alguns minutos.

— Angel? — Chamou-me e o olhei atenta, na verdade atenta até demais. Desde que encontrei Justin nessa manhã, estou tentando evitar olhar em seu rosto, em seus olhos, em seus lábios. Mas, isso parecia algo tão impossível de ser feito. Cada detalhe do rosto de Justin é simplesmente perfeito. É como se não houvesse defeito algum. Cada traço em seu devido lugar, cada pinta no lugar certo, da forma certa e da cor certa. Algumas maiores, mais escuras, outras menores, mais fracas. Queria poder entender, entender esse sentimento louco que estou sentindo desde o beijo. — Angel? — Chamou-me Justin e então percebi que estava o observando com a minha melhor cara de pau.

— Você ouviu o que eu perguntei? — perguntou fitando-me, pude perceber que ele buscava o meu olhar, e então abaixei a cabeça para que isso não acontecesse, porque senão eles acabariam me entregando, entregando meus pensamentos, meus sentimentos.

— Na verdade não, Justin. Desculpe. Pode repetir? — Fitei-o rapidamente.

— Você sabe tocar violão? — Levantei minha sobrancelha mostrando que não havia entendido o motivo de sua pergunta, ele sorriu e continuou a falar. — É que bom, eu vi um violão escondido no cantinho de sua sala ontem, enquanto você cuidava do Jason. — após a sua explicação, eu pude entender de onde ele havia tirado aquela pergunta meio que, incomum.

— Eu não sei Justin. — Respondi indiferente direcionando meu olhar para Jazzy e Jaxon que brincavam no chão da sala.

— Não sabe tocar? — Jason começou a se debater em meu colo e então coloquei-o no chão o vendo ir até as crianças brincar junto deles.

— Eu não sei se ainda sei tocar Justin. — Justin franziu a testa confuso, então continuei. — Faz mais de cinco anos que não toco, então não sei se ainda lembro como se toca.

— Mas por que você não toca a tanto tempo assim? — assim que ouvi a sua pergunta, senti meus olhos marejarem e abaixei minha cabeça para que ele não percebesse.

— É uma longa história Justin, quem sabe outro dia te conto com mais tempo e calma. — engoli o nó que formou-se em minha garganta, e permaneci de cabeça baixa brincando com meus dedos.

— Crianças, vamos sair. Vocês ficarão aí? — Ouvi a linda voz de Pattie dizer, antes mesmo de Justin comentar algo, levantei meu rosto para olha-la, e percebi que não sairia apenas Pattie, mas, também todos da casa, menos eu e Justin. Sinceramente, eu não sei porque eles decidiram nos excluir de todos os passeios. Como se já não bastasse ontem.

— Mãe por favor, não somos mais crianças. — Justin disse com uma cara de indignação e eu sorri encarando-o, mas, assim que o olhei ele também olhou para mim. — Tudo bem se ficássemos aqui? — Eu sorri boba com a sua pergunta e neguei com a cabeça. Ele queria que eu ficasse ali com ele.

— Então tchau meus amores, fiquem bem e juízo. — Pattie disse enquanto vinha em nossa direção. Eu e Justin rimos da sua forma de dizer “juízo”, como se eu e Justin aprontaríamos alguma coisa. Ela depositou um beijo em cada um de nós, incluindo as crianças, alguns foram na testa e outros na cabeça, e então voltou em direção ao pessoal. Eles disseram um “tchau” em coro para nós e respondemos da mesma forma.

— Angel já volto okay? — Justin perguntou-me e eu apenas assenti, eu estava distante. Estava pensando, na verdade, sentindo o beijo de Pattie, o seu carinho nesse pequeno ato. O que para muitos é algo tão banal, para mim é algo único, mas infelizmente é um sentimento único que não é possível eu sentir mais. Como eu queria poder receber, pelo menos uma vez mais, um beijo assim de minha mãe, como eu a queria ao meu lado para me proteger. Como eu queria sentir o seu amor, assim, em um simples beijo, como o que a Pattie acabou de nos dar.

Senti algo quente molhar minha bochecha, e só então pude perceber que estava chorando. Limpei as poucos lágrimas que caiam rapidamente, assim que ouvi Justin descer as escadas. Olhei-o e ele segurava um violão em suas mãos. Eu o reconhecia. É o violão de Cait, ela ama ele, tanto que até colocou um nome nele.

— O que você está fazendo com o Sweet Justin? — Ele sentou-se ao meu lado e me encarou.

— Sweet? — Perguntou confuso.

— Sim Bieber, o violão da Cait tem esse nome. — Assim que terminei de explicar, pude perceber a sua feição mudando de confusa para divertida, então ele começou a gargalhar ali mesmo. Até parece que eu lhe contei alguma piada. Está certo que quando Cait me disse, eu ri da mesma forma. Mas eu sou eu, certo? Ele é ele. Eu posso rir. Ele não. — Para de rir seu bobo. Eu estou falando sério. — Dei um tapa em seu braço e aos poucos ele foi cessando o seu riso.

— Mamãe, a você vai tocar isso? — Meu pequeno perguntou quando percebeu que Justin me entregaria o violão.

— Vou sim meu amor. Que tal vocês sentarem ai no chão para rirem da mamãe?

— Por que rir mamãe? — perguntou-me confuso.

— Porque a mamãe canta mal príncipe.

— Canta não mamãe, a sua voz é muito bonita. — Quando eu iria agradecer pelo elogio, o meu pequeno continuou. — Mas não mais que a do tio Justin. — Ah era só o que me faltava mesmo. Olhei para Justin e ele encontrava-se rindo. Fiz uma cara de brava e o vi dar de ombros.

— O que foi? Eu não tenho culpa do seu filho preferir a mim. — disse ainda rindo e o olhei indignada.

— Olha Bieber, se esse violão não fosse o queridinho da Cait, ele já estaria na sua cabeça nesse momento. — dei um sorriso assustador e ele levantou suas duas mãos em forma de rendição. As crianças nos olhavam atentas. Até parecia que estavam assistindo algum desenho de ação. Mas não, era apenas eu e Justin em: “Como ser mais infantil do que seu filho e seus irmãos.” Ajeitei o violão em meu colo, e comecei a dedilhar algumas notas para ver se eu me recordava de como era tocar.

— Wow, você é boa Roberts! — ouvi a voz surpresa de Justin e sorri olhando-o. Nunca imaginei que depois de tanto tempo, conseguiria tocar violão tão bem quanto antes.

— Obrigada Justin. Posso tocar uma de suas músicas? — Perguntei meio receosa, principalmente por saber que qualquer erro ou falha, Justin notaria, já que a música era dele.

— Não precisa nem pedir Angel, siga em frente.

— Você poderia me emprestar seu celular para eu ver as cifras? É porque como faz muito tempo que eu não toco, na época ainda nem tinha ela. — Pedi e o vi tirar de seu bolso o seu Iphone.

— É só dizer a música que estará na mão.

— Be alright, por favor. — Vi um sorriso brotar em seus lábios. Ele não disse nada, apenas sorriu e abaixou a cabeça para mexer em seu celular. Logo levantou-a e virou seu celular para mim, já contendo as cifras junto da letra da música ali. — Obrigada Justin. — Ele assentiu e então comecei a tocar. Antes de começar a cantar a música, eu apenas toquei para ver se eu conseguiria tocar sem ter muitos erros. E por incrível que pareça, achei dificuldade em apenas dois ou três cifras da música, mas logo Justin me ajudou e eu consegui tocar ela sem erro algum.

Quando eu senti que estava pronta para tocar e cantar, eu comecei novamente a música. Respirei fundo antes de começar na parte do canto. A cifra de Be Alright é fácil, então o começo dela eu já havia decorado. Comecei a cantar com calma, em um acústico bem calmo, assim como eu havia ouvido um do Justin e que eu tinha em meu celular. Claro que a minha voz não chegava nem ao dedinho do pé de Justin. Mas eu sentia uma alegria enorme por estar conseguindo tocar a minha música.

Sim, eu a considerava como minha música, pois, cada palavra dela, cada frase, cada toque, era como se fosse para mim, era como se descrevesse todos os meus sentimentos. Não que eu tenha um namorado, ou algo do tipo, à milhas de distância de mim. Mas eu tinha a minha família. Eu tinha uma família que estava à mil milhas de distância de mim, na verdade, muito mais que isso. Eu sentia falta de olhar nos olhos de cada um deles, sentia falta das brigas, das discussões, sentia falta de quando meus sonhos eram apenas bons, de quando eu não acordava de madrugada, tornando as minha noites longas, por ter tido mais um pesadelo. Eu só queria que tudo realmente estivesse bem. Eu só quero que tudo possa ficar bem algum dia. E eu tinha que cantar esse música para eu mesma todos os dias, pois, ela me dava a certeza que mesmo se estivermos sozinhos, não importa quem, nem onde essa pessoa esteja, alguém cuida de nós para que realmente fique tudo bem.

Me assustei quando, de repente, senti Justin tirar o violão de minhas mãos e os seus braços fortes me puxarem para um abraço. Senti o perfume de Justin entrar por minhas narinas e ele afagar meus cabelos. Eu estava chorando, sem perceber eu comecei a chorar desesperadamente em alguma parte da música, eu fiquei tão perdida em meus pensamentos que me esqueci da realidade. Eu estava com meus olhos fechados, enquanto sentia a carícia de Justin.

— Hey Angel, está tudo bem, calma por favor. — Sussurrou em meu ouvido e pude sentir mais lágrimas caindo sobre a blusa de frio que Justin vestia. Ouvi um soluço vindo de mim, e me afastas do Justin envergonhada do que acabou de acontecer. Abaixei minha cabeça limpando as lágrimas que insistiam em cair. Olhei em volta vendo que o violão estava encostado no sofá e as crianças olhavam-me atentas. Eu estava com vergonha, estava sem palavras. O que Jason acharia de mim? Ele nunca havia visto a sua mãe chorar, não assim, dessa forma. — Crianças, a Angel está bem. Ela só precisa ficar um pouco sozinha com o tio Justin. Por que vocês não vão brincar lá na sala onde tem vários brinquedos uhm? Já nós vamos lá com vocês. — eles assentiram ainda incertos e vi o meu pequeno vir em minha direção antes de seguir Jazzy e Jaxon.

— Mamãe, está doendo alguma coisa? Por que a senhora chorou? Onde está dodói? — Peguei meu pequeno no colo e acariciei sua bochecha.

— Está tudo bem príncipe. — Ouvi minha voz saindo mais rouca que o normal e me assustei. Eu havia chorado no máximo 3 minutos certo? Certo! — Pode ir brincar que a mamãe não está com nenhum dodói tá? — eu dei um beijo em sua cabecinha e ele me deu um beijo no rosto. Coloquei-o no chão novamente e então foram eles três para a sala de brinquedos que a mãe de Cait fez para quando viesse crianças em sua casa. Pelo menos seria apenas um cômodo só com bagunças, e não todos.

— O que houve Angel? — ouvi a voz de Justin e olhei-o rapidamente, logo abaixando minha cabeça e novamente, olhando para minhas mãos. Até que Justin pegou em minhas mãos, fazendo com que eu tenha leves arrepios apenas por sentir seu toque. Levantei meu rosto o fitando e ele me olhava atento. Eu sentia confiança em Justin, em seu olhar, nas suas palavras. Mas, tenho medo. Medo do que ele acharia de mim. Medo de voltar ao passado. Medo de como eu ficaria, de quantas lágrimas derramaria em sua frente. Senti sua mão macia tocar meu queixo e com calma Justin levantou meu rosto para que pudesse o fitar. — Confia em mim Angel. Eu estou aqui!

Eu confio Justin, e não sei dizer se isso é bom ou ruim, apenas confio.