1. Spirit Fanfics >
  2. Two Fingers >
  3. The End e Epílogo

História Two Fingers - The End e Epílogo


Escrita por: niams

Notas do Autor


Oi, lindxs! É com o coração apertado de dor - mas ao mesmo tempo MUITO feliz - que finalmente finalizo Two Fingers. Foi um ano e meio escrevendo essa história e não poderia ser mais grata à vocês por todo o apoio que me deram nesse período. Sei que TF não agradou a muitas pessoas, mas aos que gostaram aqui vai o meu sincero 'obrigada'. Two Fingers foi a minha primeira história finalizada e acho que posso sim ficar um pouquinho orgulhosa dela e da quantidade linda de leitores que ela conquistou - mais de 34 mil visualizações, cacete!!!!

Espero que gostem, de verdade.

Um grande abraço e até a próxima fanfic,

Mynne xxx

Capítulo 33 - The End e Epílogo


 

 

Louis’ POV

Encarei Sra. Kerrs como quem via um et. Minha boca estava aberta formando um ‘O’ perfeito, enquanto tentava formular uma resposta. Poderia negar veementemente, porém estava cansado de mentir sobre quem eu era e com quem estava. Respirei fundo, tentando controlar minhas emoções para que não começasse a chorar.

- Não sei no que isso influencia a qualidade do meu trabalho, Sra. Kerrs – respondi polidamente, cruzando as mãos no colo – Até onde saiba, meu profissionalismo em nada tem a ver com quem eu me relaciono.

- O problema, Sr. Tomlinson – a diretora começou, seus olhos me perfurando – É que essa escola segue o modelo tradicional. Valores tradicionais, cristãos – continuou, adquirindo agora um tom menos áspero – Talvez o senhor não consiga ver a gravidade da situação, mas a sua... condição – falou, encrespando os lábios – pode vir a afetar alguns alunos, talvez até a incentivar esse tipo de... comportamento. – finalizou, me olhando friamente.

- Minha orientação sexual não irá afetar nenhum aluno, Sra. Kerrs – eu disse, sentindo um bolo formar em minha garganta – Eu apenas passo o conteúdo escolar para as crianças, em nenhum momento com quem eu durmo ou deixo de dormir torna-se pauta durante as aulas – continuei – Apesar de saber que a escola segue o modelo tradicional, não esperava esse tipo de atitude da diretoria. Achei que a diversidade fosse respeitada, afinal já estamos em 2015 – concluí, olhando-a da mesma maneira fria.

- Alguns comportamentos serão sempre inadequados, não importa em que ano estejamos – ela disse, a voz cortante – Acho que o senhor já sabe por qual motivo o chamei aqui.

- Sim – respondi – Para me falar que se importa mais com quem eu durmo ou deixo de dormir, do que com a qualidade do meu ensino. A senhora já deixou bem claro. – crispei os lábios, levantando-me em seguida – Acho que ficamos por aqui.

- Sinto muito por isso, Sr. Tomlinson – ela falou, embora seu tom de voz demonstrasse o contrário – Se algum dia o senhor mudar de ideia, poderemos conversar.

- Se algum dia a senhora mudar esse pensamento retrógrado e preconceituoso... Não, nem assim irei querer falar novamente com você. Adeus – disse, sentindo seu olhar surpreso me acompanhando enquanto saia rapidamente da sala.

Assim que coloquei os pés para fora da diretoria, fui tomado por uma tremedeira sem fim. Minhas coisas estavam em minhas mãos, então eu não iria precisar voltar pra a sala para pegar nada.

Minha turma.

Após tantos meses sonhando em voltar a ensinar, aquilo era um golpe maior do que eu pensava ser capaz de agüentar. Como eu iria me sustentar agora? Do que iria viver? Certamente não podia ser sustentado por Harry, seria até injusto com ele colocar minhas contas em suas costas.

Parecia um pesadelo sem fim.

O intervalo já havia acabado, então os corredores estavam vazios. Agradeci mentalmente aquilo e aumentei meus passos, querendo sair daquela escola o mais rápido possível. Minha mente pensava a mil tentando descobrir quem poderia ter me denunciado.

Denunciado?

Que crime eu cometi, afinal de contas? Amar outro homem era crime?

Eu sabia que existiam pessoas que pensavam assim – até um ano atrás eu era uma delas. Cegas, ignorantes, presas em suas próprias bolhas de bosta, sem conseguir enxergar um palmo a sua frente.

Senti as lágrimas caírem livremente pelo meu rosto, enquanto finalmente alcançava a saída do colégio. Andei rapidamente pelas ruas, procurando meu celular dentro da bolsa de materiais. Só existia uma pessoa com quem eu queria falar no momento.

Assim que achei o aparelho, cliquei em discagem rápida e o número de Harry logo apareceu na tela. Esperei ansiosamente para que ele atendesse, torcendo para que não tivesse nenhum paciente em sua sala. No quinto toque, ouvi aquela voz rouca e senti meu corpo ser tomado por uma crise de choro.

- Louis? – Harry chamou, preocupado ao ouvir meus soluços – Louis, o que houve?

- Fui demitido – falei vagarosamente, tentando controlar meu choro para que pudesse soar compreensível – Alguém disse para a diretora que eu sou gay e ela me despediu, Harry – lamentei, desistindo de andar e sentando em um banco que havia por ali.

- O quê? – Harry rugiu, a voz ficando repentinamente alta – Isso é inadmissível! Em que época ela vive? – continuou, nervoso.

- Na mesma que meus pais, aparentemente – falei e tive um ‘click’ na mente. Meus pais. – Harry – chamei, a voz ficando sem emoção alguma – Acho que já sei quem me denunciou.

- Quem? – ele perguntou e eu pude ouvir seus passos apressados do outro lado – Fique ai, estou a caminho! – disse antes que eu pudesse responder e desligou o celular.

Claro.

Era tão óbvio.

Eles deveriam ter pensado no melhor jeito de me punir por ser quem sou. O que seria pior do que tirar meu emprego, sabendo o quanto eu havia lutado por ele? Aquilo me deixou louco. Meus próprios pais me prejudicaram por puro e simples preconceito.

Peguei meu celular novamente, correndo os dedos pelos números. A raiva tomava conta de minha mente. Quase instantaneamente minha mãe atendeu.

- Alô? – falou, a voz falsamente blasé.

- Espero que você esteja feliz – vociferei, apertando com força o celular – Espero que vocês dois estejam se sentindo bem por ferrar com a vida do próprio filho.

- Não sei do que você está falando, Louis – ela respondeu, embora sua voz estivesse nervosa.

- Eu tenho nojo de vocês – falei, fechando os olhos – Tenho nojo das criaturas ridículas e hipócritas que são. Vocês se acham gente, não é mesmo? Se acham superiores só por serem heteros, quando na realidade não passam de dois fracassados frustrados na vida – continuei, expelindo cada gotícula de veneno que existia em meu sangue naquele momento – São duas pessoas dignas de pena, que não conseguem nem mesmo ter uma relação de amizade com outros humanos, de tão podres que são. Eu até poderia perdoar vocês algum dia, mas prefiro manter minha vida longe de toda negatividade que emanam – disse e ouvi um soluço do outro lado.

- NÓS SÓ QUEREMOS TE AJUDAR – Jay gritou, admitindo a culpa – Se você perdesse o emprego, como iria se sustentar? Você vai ter que voltar pra casa e nós iremos ajudar a te curar! – disse desesperada e eu soltei um muxoxo de incredulidade.

- Me curar? – repeti indignado – Quem precisa de cura é você e seu marido! Vocês dois são dois doentes que precisam achar uma luz! E ainda por cima estão criando duas crianças inocentes e moldando-as da mesma forma nojenta e deturpada que fizeram comigo e Lottie! – falei, passando a mão descontrolado pelo cabelo – Espero nunca mais ter de olhar nessas caras! Passar bem, mamãe – disse ironicamente e desliguei, sem dar a chance de resposta a Jay.

Encarei o celular, enquanto sentia minha cabeça zumbir sem parar. Flashes da conversa com a diretora pairavam em minha mente a todo instante, assim como a voz de minha mãe dizendo que queria me curar.

Eu já estava curado, caralho.

Do câncer – e não somente da garganta. Do câncer do preconceito, da pobreza da espírito, da falta de empatia e coragem. Agora eu estava 100% limpo de tudo aquilo que um dia me adoecera.

Parecia irônico olhar para trás e lembrar o tipo de pessoa nojenta que eu era – igualzinho aos meus pais. Tão podre quanto eles.

No final das contas, não culpava a religião. Eu ainda acreditava em Deus, apesar de algumas ressalvas recém-conquistadas graças à Harry. O problema estava inteiro no homem e na interpretação errônea e pobre que fazia da bíblia. E na propagação de mensagens de ódio sutilmente disfarçadas de ordens de salvação.

Odiar ao próximo era a salvação? Impor preconceitos e oprimir pessoas era o caminho para o céu? Se fosse, eu sonhava com minha ida para o inferno.

Fiquei perdido em meus pensamentos e quase não vi o carro de Harry, que parou vagarosamente em minha frente. O céu estava fechado – como sempre – e pequenas gotas de chuva começavam a cair timidamente. Harry desceu do carro e se dirigiu para o meu lado, passando o braço por cima de meus ombros e eu descansei minha cabeça na curva de seu pescoço.

- Seus pais? – ele perguntou somente e eu afirmei com a cabeça. Ouvi-o respirar fundo e quase pude sentir todos os palavrões que ele estava reprimindo naquele momento.

- Minha mãe disse que queria me curar – falei baixinho, brincando com os dedos das mãos nervosamente – Ela acha que eu sou um doente, de verdade – ri sem nenhum humor.

- Doente é a puta que pariu ela – Harry soltou tão espontaneamente que me fez rir e olhá-lo surpreso – Desculpe – pediu, sorrindo envergonhado – Você não é doente, sabe disso né? – perguntou, me olhando e erguendo meu queixo com o dedo.

- Sei sim – afirmei, sorrindo mais calmo para ele – Só que doeu, sabe? Doeu muito – admiti baixinho, olhando para o chão.

- Eu sei – ele sussurrou – No início é uma merda, você realmente acha que tem algum problema – continuou, se referindo a sua própria experiência com o pai – Mas ai começa a admitir pra si mesmo que não tem nada de errado com você. Quero dizer, você ainda faz tudo o que as outras pessoas tidas como normais fazem. Só que pensa em alguém do mesmo sexo no final do dia – ele disse e eu sorri com a simplicidade com que aquilo foi dito.

- Como é que eu vou me sustentar agora? – murmurei, fechando os olhos – Já procurei emprego em todas as escolas da região e somente esta me ofereceu uma chance, você sabe – senti o desespero começar a tomar conta de mim.

- Louis... – Harry me chamou, me olhando meio culpado – Lembra quando eu fiquei estranho do nada? – perguntou, mordendo os lábios nervoso.

- Claro – respondi.

- Sei que esse não é o melhor momento para falar, mas... – ele começou, meio incerto, endireitando a postura e me obrigando a fazer o mesmo. Encarei-o – Há cerca de um mês recebi uma proposta de emprego em Wheatley Church, próximo à Oxford. Eu não aceitei, claro, já que estamos morando juntos e você estava trabalhando aqui... Mas agora... Por que não? – perguntou, mordendo os lábios nervosamente.

- Wheatley Church? – repeti, tentando guardar a informação – Mas, e seu emprego aqui? – inquiri, anda tentando analisar tudo.

- Seria transferido, é claro. Eu iria ganhar mais, seria o responsável por toda a parte de oncologia – Harry respondeu e eu não pude deixar de sentir uma pontada de orgulho – Você poderia tentar um emprego em Oxford, fica muito perto do vilarejo. E enquanto isso não acontecesse, eu poderia segurar as pontas sem nenhum problema – falou prontamente, segurando minhas mãos em seguida – Sei que tudo está acontecendo rápido, então você não precisa me responder nada agora. Mas pense nisso, ok? É uma alternativa, uma mudança. Sem falar que você ficaria mais próximo de Lottie – aplicou o golpe baixo e eu dei um sorriso mínimo – Vamos para casa? – chamou, levantando-se e estendendo a mão para mim.

- Vamos – respondi, suspirando, minha cabeça dando um verdadeiro nó.

Wheatley? Por que não?

***************************************************************************************************

Dois dias haviam se passado e eu ainda não tinha saído de casa. Tinha algum dinheiro na poupança, então por enquanto não precisava pedir nada a Harry, alternativa essa que me deixava totalmente desconfortável. Lottie já estava sabendo de tudo e ligara para nossos pais, tendo uma briga tão feia com nosso pai quanto a minha havia sido. Eles deixaram claro que nós não fazíamos mais parte daquela família e a única coisa que me deixava triste de verdade era a perspectiva de me afastar de minhas irmãs caçulas, ainda que Fizzy já tivesse alguma autonomia por ser pouco mais nova que Lottie.

Lottie, por sua vez, estava mais animada que eu com a ideia de me mudar. Wheatley ficava à uma hora e meia de distância de Londres e ela e Gemma poderia nos visitar com freqüência, o que seria de grande apoio para nós. Sentia que Harry esperava por uma resposta minha o mais rápido possível, embora ele não tivesse me dado nenhum prazo específico. Porém, dúvidas não paravam de surgir em minha mente: e se não desse certo? E se fosse muito precipitado? E se eu não arranjasse nenhum emprego e virasse dependente de Harry eternamente?

Admito que olhei algumas escolas da região, tendo me interessado por uma em particular – a Wheatley Primary School, uma das mais conceituadas da Inglaterra e que, coincidência ou não, estava a procura de um professor de inglês. Aquilo estava soando como um sinal da vida para mim, mas sejamos sinceros, nunca fui bom em interpretar sinais.

A hora estava passando depressa e logo Harry estaria em casa. Preparei o jantar com calma – lasanha de frango ao molho branco – e arrumei a mesa, correndo em seguida para o chuveiro, afim de tomar uma ducha relaxante enquanto meu namorado não chegava.

Sentia a água quente bater em minhas costas, desfazendo os nós de estresse que se formaram por ali depois dos acontecimentos recentes. Fechei os olhos e procurei relaxar, desanuviando minha mente de qualquer pensamento. Após uns bons 15 minutos embaixo d’água, desliguei o chuveiro e me enxuguei, enrolando a toalha na cintura em seguida. Para minha surpresa, assim que saí do banheiro encontrei Harry sentado na cama, tirando os sapatos e me olhando com um sorriso encantador nos lábios.

- Olá – saudei-o, depositando um selinho em seus lábios, que logo se transformou em um beijo caloroso. Harry levantou-se da cama e me puxou pela cintura para mais perto dele, dando um beijo carinhoso em minha testa em seguida.

- Olá – repetiu, a voz rouca e cansada – Queria te fazer uma surpresa no banho, mas acho que não deu – falou e eu ri baixinho, encostando a cabeça em seu peito e ouvindo seu coração bater tranqüilo.

- Quer que eu te acompanhe? – perguntei, olhando-o sorrindo.

- Não se preocupe – ele respondeu, passando a mão por meus cabelos molhados – Vou tomar um banho rápido e logo te encontro na cozinha – disse, e eu concordei.

Harry foi para o banheiro e eu me vesti, colocando uma calça de moletom folgada, uma blusa branca de malha e meu par de pantufas.

Fui para a cozinha e tirei a lasanha do fogo – no momento certo, diga-se de passagem. Ajeitei tudo na mesa e peguei um vinho que estava pela metade. Sabia que Harry gostava de saborear um bom vinho antes de dormir, tanto é que uma garrafa não costumava durar a semana inteira naquela casa.

Assim que terminei de arrumar as taças, senti o cheiro de sabonete de rosas tomar conta do lugar. Olhei para trás e Harry me encarava, usando apenas uma calça moletom folgada, deixando seu torço nu.

- Eu poderia olhar para essa cena todos os dias e jamais enjoaria – ele disse, encostando no batente da porta – Você é tão lindo – falou e eu sorri envergonhado.

- Você parece que foi desenhado por algum deus, sabia? – falei e foi a vez dele abaixar a cabeça constrangido – Eu te amo – disse, ficando na ponta dos pés e o beijando.

- Eu amo você, Lou – Harry falou baixinho, a voz rouca me deixando arrepiado – Eu amo você e amo nós dois mais do que consigo explicar – completou, fechando os olhos e encostando nossas testas.

- Não precisa explicar – respondi – Entendo o que você quer dizer, pois sinto o mesmo – senti que Harry sorriu e afundei minha cabeça em seu pescoço, sentindo seu cheiro de pós-banho – Vamos comer?

Harry acenou positivamente e fomos de mãos dadas para a mesa, sentando um ao lado do outro.

Enquanto conversávamos, notei que Harry parecia um pouco apreensível. E pensei que poderia viver aquela cena todos os dias, não importava o lugar. E cheguei a conclusão de que, no final das contas, uma mudança significativa daquela faria bem para nós dois.

- Harry? – chamei, calmamente.

- Sim? – ele perguntou, me olhando curioso.

- A resposta é sim – falei e ele pareceu perdido por alguns instantes, mas logo abriu um sorriso enorme.

- Você não vai se arrepender, Louis Tomlinson – disse, apertando minha mão com força.

- Sei que não – respondi, pela primeira vez totalmente confiante em meu futuro.

 

EPÍLOGO

Seis anos depois

Louis’ POV

Cheguei correndo em casa, completamente atrapalhado com as pastas em minha mão. O lugar estava uma bagunça total, mas aquilo já era normal. Deixei os objetos em minha mão em cima da cama de casal e corri para a área de serviço, pegando uma vassoura e começando a varrer a casa, tentando diminuir o máximo possível da bagunça.

Harry chegaria a qualquer momento e hoje era meu dia de fazer o jantar, afinal de contas, teríamos visitas especiais – que de especiais não tinham nada, já que Gemma e Lottie eram figurinhas carimbadas por ali.

Me dando por vencido, finalmente peguei o celular e disquei o número da Pizza Hut, pedindo seis pizzas de calabresa apimentada e quatro queijos. Coloquei os pratos na mesa e olhei para o relógio, sabendo que a qualquer momento todos chegariam em casa e aquilo seria tomado por risadas e muito barulho.

Dito e certo.

Ouvi o carro de meu marido estacionando na frente de nossa casa e passos rápidos, como se alguém estivesse apostando corrida. Sorri com aquilo, já sabendo quem era.

- Papai, papai! – a voz fina de Jade me gritava, enquanto Harry abria a porta de casa e era empurrado para o lado por duas crianças de seis anos – O Zach me mordeu na escola hoje! – falou, apontando rancorosamente para o irmão, que se encolheu atrás de Harry.

- Ela me bateu primeiro, papai! – ele se defendeu, os cabelos negros caídos revoltos no rosto.

- Você escondeu minha boneca! – Jade retorquiu, a expressão raivosa.

Ri daquilo, já acostumado com cenas como aquelas.

- Vocês dois, parem já de brigar! Zach, não morda sua irmã, o que foi que eu já lhe disse? E Jade, não bata em seu irmão! Foi isso que ensinamos para vocês? – ralhei, observando Harry sorrindo vendo a cena – Agora vão já lavar as mãos e voltem para jantar! – ordenei e os dois saíram de cabeça baixa. Assim que sumiram de meu campo de visão, sorri – Você não consegue mesmo reclamar com eles, não é?

- O professor daqui é você, Tomlinson – respondeu, vindo em minha direção e me beijando calmamente.

- Eu deveria ser pago para isso também – brinquei, mordendo seu pescoço com leveza – As meninas chegam que horas?

- Disseram que iam vir andando, já que moramos perto do ponto de ônibus. A qualquer momento, eu acho – Harry respondeu, tirando os sapatos e colocando-os no hall de entrada – Fez o quê para jantar? – perguntou, arqueando a sobrancelha com o ar de riso.

- Pizza – respondi e ele riu, já sabendo a resposta.

- Não esperava nada diferente – debochou e eu bati em sua bunda.

A campanhia tocou e sorrimos na mesma hora, já prevendo de quem era. Antes que pudéssemos alcançar a porta, porém, Jade e Zach passaram correndo em nossa frente, abrindo-a e gritando em seguida.

- TIA GEMMA, TIA LOTTIE! – berraram, se jogando em cima das meninas, que foram igualmente animadas para cima deles.

Harry foi falar com a irmã e a cunhada, enquanto eu fiquei parado observando aquela cena.

Não poderia imaginar que sete anos atrás minha vida tomaria um rumo totalmente diferente do esperado. Não podia pensar que as coisas ficariam tão boas, mesmo sem falar com meus pais ou perdendo o contato com as gêmeas. As vezes precisamos perder alguns momentos para ganhar outros melhores ainda. A adoção dos gêmeos três anos atrás, nosso casamento – íntimo, apenas para alguns amigos e a família de Harry, a mudança de cidade, tudo isso fora necessário para que eu ganhasse os melhores dias de minha vida.

Há momentos ruins, momentos verdadeiramente ruins que nos fazem ter vontade de desistir. Porém, a certeza de um amanhã melhor é o que nos dá esperança de seguir em frente. Mesmo que as coisas não sigam o caminho que planejamos, há uma força maior – alguns chamam de Deus, outros de Natureza – que nos guia e nos guarda, colocando novas metas em nossas vidas.

A minha meta era ser feliz e eu já havia batido-a.

E sinceramente? Não mudaria nenhum capítulo de minha vida.


Notas Finais


Só pra não perder o costume: não esqueçam de me dar o feedback! hahah <3 xxxx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...