História Two Moons - Psicose

Ele está vindo
Ele é quem espera atrás da parede,
Ele é quem espera para acabar com isto tudo.
Tudo oque tu sabe,
Tudo oque tu é,
Ele vai destruí-lo e afastá-lo de ti.
Ele vai chamar a besta para devorar tua alma,
Ele vai pegar o mundo e torná-lo imoral,
Ele vem.

JongIn estava nervoso, apertava as pontas dos dedos ha procura de uma distração. Com a respiração descompassada, desviava o olhar varias vezes do homem que esperava pacientemente para que JongIn se sentisse a vontade para começar a falar.
Wufan ajeitou-se na cadeira, deixou o bloco e a caneta a mesa a frete e cruzou os braços.
 

- Pelo que vejo, o que você tem ha falar não é algo acadêmico. - O mais novo o olhara afirmando em silencio com q cabeça de modo tímido. - Vou fazer algumas perguntas, você apenas diga sim e não, caso eu acerte o tema vejo no que posso te ajudar... Tudo bem? - Mais uma vez ele afirmou, então o homem apoiara os cotovelos no joelho e encarou o jovem. - Problemas familiares? - JongIn negou, respirou fundo e apertou as mãos contra o joelho.
 

- Estou tendo muitas mudanças de humor, tenho pesadelos perturbadores que sinceramente não quero descreve-los. - Disse abaixando a cabeça envergonhado. Wufan levantou e caminhou ao lado do outro que tremia de nervosismo, cariciou os cabelos do menor na tentativa de acalma-lo sem querer parecer invasivo. 
 

- Fique tranquilo, tenho certeza que tudo isso é uma fase. Muitos hormônios...
JongIn sentiu os pelos do corpo se ouriçarem ao sentir os dedos do outro tocarem-lhe a nuca, engoliu a saliva com certa dificuldade aquele sentimento estranho estava voltando. A cabeça girava e a visão ficava turva, não queria sentir aquilo de novo.
 

- E-eu não tenho certeza. Acredite em mim Kris, quando meu humor muda eu pareço outra pessoa O jovem o encarou com o olhar assustado como se soubesse o que aconteceria logo em seguida.-  E esse outro eu... Não é bom.- JongIn levantou-se lentamente sem desviar o olhar do mais velho que o escutava com atenção, Kris mal sabia o quanto estava provocando seu novo paciente. - Ele mente, é agressivo não se importa com o o sentimentos dos outros... Ele é tudo que eu mais odeio...
 

- Não pode ser tão ruim assim JongIn,  as vezes isso acontecem com os jovens. - O mais novo riu de maneira sarcástica abaixando a cabeça, mas voltou a encarar o homem com um sorriso malicioso nos lábios. Kris por sua vez dera um passo sutil para trás ao notar a mudança repentina do olhar doce de JongIn. Sua expressão perdera o ar de inocência, medo e confusão, agora, tinha malicia, sarcasmo e de certa forma um jeito cruel. Viu o jovem se aproximar e trocar-lhe o abdômen. 
 

- JongIn não sabe o que é viver... Mas eu sim.-
Kris retirou a mão do outro de si de maneira calma e criou uma expressão seria no rosto.
-E você é?-  Perguntou enquanto caminhava ate a porta a trancando, aquela conversa iria ser longa e não gostaria que alguém entrasse e o interrompesse. Voltou a sua posição inicial na cadeira agora olhando diretamente para JongIn. - Sente-se por que não conversamos. Você parece ser bem mais sociável que jovem JongIn. - O outro se sentara novamente a poltrona a frente com um sorriso.
 

- Vai querer me tratar doutor? - Riu ironicamente- Me chamo Kai e, sim, sou muuito mais sociável que ele. E então do que o senhor vai quer falar? Problemas familiares? Falta de atenção nas aulas? Sexo, drogas, diversão?-  Kris rira debochado, teria JongIn realmente um distúrbio ou era apenas fingimento. Teria motivos para fazer isso?
 

-Me diga Kai, porque esta aqui? 
 

- Você namora Kris? - o outro não fizera questão de responder, olhava para as mãos do doutor com extrema atençao. - Maos grandes, dedos longos... Seu namorado deve ser bem feliz.- Riu sozinho lambendo os lábios. O outro se afastou o encarando. 
 

- O que te faz pensar que tenho um namorado ao invés de UMA NAMORADA. - Kai se levantou e caminhou rapidamente para Kris que fora pego de surpresa ao sentir os ombros serem empurrados contra o encosto da cadeira e um peso a mais surgir em seu colo. O mais novo sentara sobre seu corpo com um sorriso malicioso.
 

- Fácil. - Seus lábios ficaram próximos aos ouvidos do outro e sussurrou de maneira provocante.- Vamos ver o quanto tempo você aguenta... -  Disse movimentando os quadris de maneira lenta para frente e para trás.  Kris empurrara sua cintura na tentativa de tira-lo de cima de si, mas Kai segurou seus pulsos com força colocando-os atrás de sua cabeça. - Então, o que acha doutor? - Sua voz saia maliciosa e rouca.
 

-JongIn, sai de cima de mim! - Ordenou serio, tentava soltar seus pulsos mais aquele garoto estava extremamente forte. 
 

-Jongin? Desculpe, não o conheço. - beijou o lábios do mais velho contra sua vontade, em sua mente não estava se importando muito com a reação de Kris, queria na verdade realizar os desejos de JongIn, aquele seu lado frágil  não conseguir ter o que queria então cabia a Kai realiza-los. Sem KyungSoo era muito mais fácil dominar os pensamentos de JongIn. Ali do lado de fora da pequena sala o jovem de cabelos avermelhados estava sentado a espera de seu colega, brincava com os dedos na tentativa de se distrair. Suspirou de maneira ansiosa olhando para porta branca.
- Espero que esteja tudo bem....- Disse pra si mesmo.

Ele é quem irá cantar o fim da terra, como uma linda música.
Que linda noite, ele espera esta noite... Ele espera a escuridão.
Ele é quem espera atrás da parede,
Ele é o caótico pânico geral.
Comendo minha alma, fazendo-me de um ser imoral, assim como ele.
Caos e Casualidade, ambos desolados.
Com Ordem sem Caos, não há mais...
Ele espera por isso, ele é quem espera atrás da parede; espera o chamado para ser libertado.

Kris rapidamente empurrou com certa força os ombros de Kai para trás afim de afastá-lo o mais rápido possível, ele estava sendo atacado por um garoto de dezoito anos que possuía um grande distúrbio de personalidade, ou talvez seja um ótimo ator, mas ele preferia ficar com a primeira opção. Kai sorriu safado com a expressão de surpresa que o maior apresentava e um tanto com raiva Kris se levantou bruscamente fazendo com que o mais novo caísse no chão, aquilo estava tirando a sua sanidade, ele teria que ser mais que profissional e não se deixar abalar pelas provocações, por mais que realmente tenha interesse por garotos, afinal, o seu namorado era do sexo masculino, um chinês lindo, com olhos felinos e voz doce, e essa sua escolha sexual deixava aquela situação muito mais complicada e ele tentaria de toas as formas possíveis convencer aquele garoto de que era heterossexual, para que assim talvez o outro desistisse daquela investida súbita. Kris possuía uma aliança de dourada na mão direita, havia ficado noivo de Tao há três meses, o mais alto achou que depois de cinco anos de namoro já era a hora de pedir o seu panda em namoro –era assim que o chamava pelo fato das olheiras profundas que o outro apresentava-. Kris respirou fundo passando uma de suas mãos grandes sobre os cabelos castanhos, tentando de alguma forma controlar sua aflição.

Kai por sua vez estava sentado na poltrona que antes era ocupada pelo psicólogo, estava com um sorriso de lado nos lábios enquanto encarava ferozmente o mais alto a sua frente, estava adorando aquilo, provocar alguém mais velho e aparentemente “bom de cama” pensou o moreno, o fez tomar mais uma das suas ousadas iniciativas. Levantou sutilmente da poltrona para que Kris não notasse sua presença, chegou perto do mais velho e abraçou-o por trás ficando na ponta dos pés para alcançar o ouvido de Wufan.

- Anyaaah! Kris-ssuh, eu sei que você me deseja, eu vi isso nos seus olhos quando me sentiu rebolando no seu colo, eu não vou dizer a ninguém o que fizermos aqui, eu prometo. Venha, eu vou fazer uma coisa bem gostosa pra você e não irá se arrepender. – Disse tudo isso em um sussurro totalmente sedutor, até o homem mais hétero do mundo se excitaria com aquelas palavras e aquela voz, mas Kris se repreendeu brutamente com aquilo, ele não podia e não iria fazer nada daquilo, por mais que seu corpo tentasse relutar, ele pertencia a Tao e a mais ninguém e não poderia trai-lo com um aluno que sofria uma doença. O mais velho tirou as mãos de Kai em volta de si e saiu de perto do outro parando na mesa e encostando nela de frente para o moreno soltando todo o ar de seus pulmões.

- Escute... Kai! Eu não gosto de homens e sou noivo. – Mostrou a aliança para o garoto que fechou a cara no mesmo instante. – Então, eu acho melhor você parar com essa coisa de querer me seduzir para que eu transe com você, você não faz meu estilo, então, pare. – Disse firme cruzando os braços, olhando seriamente para aquele que parecia não ter gostado nem um pouco daquela conversinha. Kai foi rapidamente até Kris agarrando na gola do mesmo fazendo ele se assustar com o ato. – Mais que merda você pensa que está fazendo moleque ? – Disse em um tom alto e autoritário.

- Olha! Eu nunca, NUNCA recebo não como resposta, estou pouco me fodendo se você tem mulher ou não, eu apenas quero que deixe de bancar o babaca, se não gosta apenas feche os olhos, prometo que gemerei como uma mulherzinha para você se quiser. – Disse sorrindo e passando a língua nos lábios bem delineados de Kris, que à essa altura jurava para si mesmo que estava a beira da loucura, seriam dois loucos em busca de cura naquela sala, ele estava acuado, não podia bater no garoto, ou qualquer coisa do tipo, seria demito e preso, e a opção de ser gentil estava descartada naquele momento. Nessa hora, o mais alto lembrou que KyungSoo ainda aguardava do lado de fora, ele seria a sua única chance, então ele teria que usar a inteligência e a perspicácia para conseguir destrancar a porta e permitir que KyungSoo entrasse quando começasse a fazer um escândalo, quem sabe assim saísse ileso e com seu emprego ainda garantido. Foi aos poucos se afastando de Kai e indo lentamente para a porta, afim de que o outro não percebesse.

- Tudo bem Kai, você venceu, realmente é difícil resistir à sua sensualidade... E-e eu realmente acho que você é melhor que o JongIn. – Estava nervoso com a reação do outro se visse qual era a sua real intenção, conseguiu chegar até a porta sem que o outro percebesse o por que de estar indo para lá, destrancou a porta lentamente para que mão fizesse barulho, como estava de costas, era difícil para que o garoto visse o que estava fazendo, assim que conseguiu, foi até Kai e se sentou novamente na poltrona, tentaria fazer com que o moreno estivesse o atacando e realmente estava. Kai ao ver que Kris estava cedendo ao seu charme, sorriu largamente, estava surpreso, ele conseguiu quebrar aquela muralha de gelo que o outro tinha. Foi até o mais velho usando toda a sua masculinidade afim de seduzi-lo ainda mais, sentou-se novamente em seu colo e passou as mãos em volta do pescoço de Kris que engolia em seco, aquilo tudo estava fora de controle, mas teria que prosseguir com o plano para que não sofresse as consequências se realmente se redesse às investidas do moreno. Sem que ao menos tivesse chance seus lábios foram atacados e sem aviso prévio sua boca foi invadida pela língua quente do outro que tentava a todo custo sentir o gosto de Kris WuFan. Essa era a deixa e sem pensar começou a gritar em desespero.

- Socorro! Alguém me ajude ! Por favor, me solte ! Alguém... SOCORRO. – Kai ao ouvir toda aquela gritaria se irritou como nunca pensou que ficaria e segurou no pescoço de Kris o apertando com toda a força que possuía.

- Cala a boca seu MALDITO! Por que está gritando ? Hã ? Me responda... – Balançava a cabeça do outro que se encontrava de olhos arregalados e a boca aberta em busca de ar. A porta foi aberta com um estrondo, KyungSoo se segurou no batente da porta para não cair com a visão que tinha, JongIn –era o que ele pensou de primeira, mas constatou que aquilo não se tratava de JongIn e sim de Kai- sentado em cima de Kris o estrangulando, Kai estava com os dentes cerrados, estava irreconhecível, aquilo estava indo longe demais. Juntou suas forças e foi correndo até onde todo o caos estava acontecendo. Segurou Kai e o puxou fazendo suas unhas curtas arranharem o pescoço de Kris o fazendo gritar de dor por conta da brutalidade que foi obtida ali, Kai e KyungSoo caíram no chão, o mais novo tentava se desvencilhar dos braços de Kyung, mas por incrível que pareça o mais velho tinha uma força que não conhecida com o seu rosto angelical e seu tamanho. Wufan se levantou e se afastou, estava realmente assuatado, talvez traumatizado com o que acontecera.

- JongIn, JongIn, por favor, volta pra mim, seja forte, eu estou aqui, por favor JongIn... – KyungSoo disse com lágrimas nos olhos assim que ele e Kris conseguiram colocar Kai em uma cadeira amarrado com uma blusa de frio do psicólogo que conseguiram achar, Kai estava descontrolado, se debatia tentando se soltar, gritava a todo instante, estava se tornando um monstro.

- JongIn não está no momento... E NUNCA ESTARA, ELE É MEU AGORA. – Disse em fúria e cuspiu tentando alcançar qualquer um dos dois que estavam um pouco distantes de si. Este agora gargalhava, achava tudo aquilo ridículo, Kai nunca desistiria, aquilo era só o começo.

KyungSoo se aproximou de Kai, mesmo contra a vontade de Kris que tentava o impedir de se aproximar. O mais velho se agachou e olhou no fundo daquelas orbes negras e sem brilho que o fitava com ódio, raiva. Kyung pousou sua mão delicadamente no rosto enfurecido de Kai que apenas o olhava.

- JongIn... Eu te amo, volta pra mim hm ? Por favor JongIn-aah ! Não pode me deixar, seja forte, por mim. – Assim que terminou de falar lágrimas escorreram por seu rosto, ele estava exausto com aquilo tudo, não dormia direito, emagrecera dois quilos de uma hora para outra, aquilo estava acabando com seu físico e com seu psicológico, temia acabar virando um louco também, não sabia o por que daquilo estar acontecendo com alguém tão doce e infantil quanto JongIn, seria um castigo por algo que fizera no passado ? Ele não sabia, apenas sabia que queria o seu JongIn de volta e que tudo acabasse tão rápido quanto começara, estava cansado de estar sempre com medo de um novo surto psicótico de JongIn, ele nunca sabia o que fazer, como agir, o que pensar, esquecera de quantas vezes chorou em silencio enquanto tomava banho, em quantas vezes sonhou em perder JongIn para Kai, perder aquela batalha que parecia não ter fim. KyungSoo com certo receio selou seus lábios nos de Kai que no mesmo instante abaixou a cabeça, deixando Kris e Kyung confusos, parecia que tinha desmaiado, não tentava mais se soltar, não expressava raiva, não apresentava mais aquela aura escura que sempre predominava à cima de si, aquela sensação de escuridão, de tristeza, aflição, talvez Kai não seja alguém tão mal assim, talvez precisasse de amor, compaixão, cuidado, quem sabe esse seja a solução do problema gigantesco que estavam enfrentando. 

KyungSoo se afastou a medida que viu o moreno levantar a cabeça lentamente, aquele olhar confuso e cheio de brilho retornara, assim que JongIn se deu conta começou a entrar em desespero, por que estava amarrado ?

- KyungSoo-hyung o que está acontecendo, por que estou amarrado ? Por favor me solte daqui... – Começou a se debater, estava com medo e não tinha vergonha em demonstrar aquilo. – Hyung, o que está esperando, me solte por favor. – Disse em tom choroso, fazendo o mais velho cair em si e ir rapidamente soltar JongIn que apenas o abraçou chorando, não era apenas KyungSoo que estava cansado daqueles inúmeros distúrbios, JongIn era o mais afetado dali, estava sendo usado e abusado por Kai que não tinha nenhuma piedade de si, seria até mesmo estranho se este tivesse pena de JongIn, já que seu maior objetivo era o fazer sofrer. KyungSoo levantou com JongIn nos braços, estava exausto, realmente lutava contra ele mesmo e isso o cansava. Kris ajudou-os com o caminho até fora da sala, o psicólogo estava comprometido a ajudar, aquilo era sério e queria participar do tratamento de JongIn. Kyung deixou o moreno sentado no banco do corredor e foi até a sala de Kris novamente para conversar com o mesmo.

- Eu não sei o que fazer, não sei pra quem pedir ajuda, está fugindo de meu controle, não posso deixar ele sozinho por um segundo. – Disse suspirando fundo passando as mãos no rosto.

- Eu vou encaminhar vocês para uma das melhores instituições de psicologia do país, eu vou acompanhar de perto todo o processo, fique calmo, vamos com calma e tudo vai dar certo, posso marcar uma consulta para daqui a cinco dias, tudo bem para você ?  - Kris falou enquanto pegava alguns papeis que estavam espalhados por sua mesa.

- Sim, eu vejo o que posso fazer para leva-lo, com certeza Kai não vai deixar.

- Ótimo, eu encontro vocês aqui, as 14:00 horas no sábado. – Disse por fim e se despedindo de KyungSoo que foi de encontro a JongIn saindo da escola indo para a casa do mais velho como de costume, teriam uma boa e longa conversa.

Ele vai destruir tudo, tudo será deitado em descanso... Nas mãos dele.
Ele vai fazer tudo dele, se tu deixa-lo, se TU deixá-lo,

ele cantará a música, a música do fim da terra.
Ele é o sem olho, o sem forma, ele será o que mente,

o que estuprará através deste mundo despedaçado,
Eu cantarei a música, através de mim ele irá cantar, cantará todo o dia,

para ele eu irei trazer.
Eu trarei a volta dele, neste mundo cruel a qual pisamos,

do qual temos sido arremessados, amaldiçoados.

Assim que chegaram em casa trataram logo de irem tomar um banho para que todo aquele estresse fosse eliminado de seus corpos, para que a agua quente derretesse qualquer vestígio daquele dia desgastante, a agua limparia o corpo, mas de alguma forma limparia a alma, por ser algo tão puro e vital também teria esse proposito, ou pelo menos assim esperavam. Ambos tomavam banho juntos, JongIn lavava os cabelos lisos e levemente tingidos de vermelho, eles realmente eram um casal de namorados, mesmo não querendo admitir, não por enquanto. JongIn aproveitava para fazer caricias no couro cabeludo de KyungSoo que sorria com os olhos fechados para não deixar o sabão atingir seus olhos e machuca-los, aquele era o momento deles, um momento de JongIn e KyungSoo, a agua quente massageando a pele de ambos, o neblina espalhada pelo banheiro encobria os olhos dos dois rapazes, o som da agua atingindo o chão depois de percorrerem seus corpos fazia a atmosfera ganhar um ar ainda mais intimo, o amor de JongIn sentia por KyungSoo estava em cada parte daquele lugar, o jeito com que o moreno tirava o shampoo dos delicadeza dos cabelos de Kyung que ficava apenas parado até que por fim pudesse abrir os olhos para fitar aquele que fazia seu coração disparar a cada vez que encontrava aqueles olhos brilhantes e perdidos sobre si, aqueles lábios que ainda para ele era inexplorado, toda vez que beijava JongIn sentia uma felicidade tremenda, a cada beijo era um novo gosto, era viciante, Kim JongIn era viciante, de agora em diante não poderia viver sem ele e aquilo nutria a vontade imensurável de tirar aquele ser impuro que estava a todo instante roubar a inocência de JongIn, KyungSoo era forte e não desistiria, mesmo que soubesse que iria perder.

Estavam abraçados sentindo a quentura entrar em seus poros, estavam apenas querendo sentir um ao outro, sem que se importarem com qualquer outra coisa, finalmente estavam tendo um momento para eles dois. KyungSoo estava com a cabeça apoiada no peitoral de JongIn que o envolvia com ternura acariciando as costas lisas e brancas do mais velho.

- Kyung-hyung... Eu queria muito ti dizer uma coisa, mas, eu não sei se devo. – Disse afastando-se minimamente para que pudesse olhar para aqueles olhos grandes e pidões que tanto amava e não conseguiu controlar um sorriso com aquela visão.

- O que foi JongIn-aah ? Pode me dizer. – Sorriu e selou rapidamente os lábios de JongIn a fim de acalma-lo para que se sentisse seguro em prosseguir.

- Sabe hyung, eu estava pensando e acredito que não podemos mais nos separar certo ? Já que é assim que eu sou, bem... Você sabe. – Disse meio envergonhado olhando para o lado oposto e suspirou fundo para que conseguisse continuar com o que queria dizer. – O que eu quero dizer hyung, é que eu quero muito ter você, só pra mim, quero que você seja meu e de mais ninguém, entendo o que eu quero dizer Kyung ? – Disse deixando um riso nervoso escapar. KyungSoo de certo modo estava se divertindo com o nervosismo de JongIn e sorriu abertamente o olhando.

- Mas eu sou já sou seu, não percebeu ainda seu grande idiota ? – Riu alto com o bico infantil que apareceu nos lábios de JongIn e como uma forma de desculpa beijou demoradamente os lábios do mais novo que o abraçou com ainda mais força.

- Kyung... Você ainda não entendeu o que eu quis dizer, eu quero que você, seja meu namorado. Deu pra compreender agora hyung ? – Riu soprado com os olhos que eram grandes e que agora estavam maiores ainda e uma cor rosada apareceu nas bochechas fartas. JongIn não sabia se era de vergonha ou por conta da água quente, mas preferiu ficar com a primeira opção, era mais fofo.

Aquela confissão, ou pedido deixou KyungSoo desnorteado, ele muitas vezes havia pensado nisso, mas nunca chegou em uma conclusão, não sabia se seria bom eles começarem a namorar, estavam passando por um momento muito complicado, estavam enfrentando algo  que não sabia se poderia dar um fim naquilo. Estava com medo de aceitar aquele pedido e acabar com tudo, não conseguir mais controlar JongIn, eles não poderiam dar uns de dois bobões apaixonados, teriam que seguir firme, pois qualquer fraqueza Kai sairia e nunca mais JongIn voltaria e ele não podia permitir isso. Eles estavam bem daquele jeito, por que então mudar ? Talvez pode ser alguma implicância sua, mas estava com medo, por que a palavra “namorados” podem mudar muita coisa, pode melhorar ou estragar tudo e ele preferia o certo do que o duvidoso. Porém aqueles olhos cheios de esperança sobre si fez seu coração apertar, o que responderia para não machucar o mais novo ? Deus, por que é tão difícil ? KyungSoo apenas se limitou a abraçar JongIn o mais forte que podia.

- Desculpe JongIn-aah! Mas eu não sei se devemos, e-eu estou com medo de isso atrapalhar  a gente, eu nunca irei deixar de ser seu, mas eu prefiro ficarmos do jeito que está, eu prometo que assim que tudo isso acabar a gente namora, noiva, casa, faz o que você quiser, mas por enquanto é melhor não, por favor saeng, me perdoe por isso. – Deixou algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto, estava realmente triste com o que ele mesmo disse, estava doendo mais nele do que em JongIn, mas seria melhor dizer a verdade do que mentir e certamente JongIn entenderia, pelo menos assim esperava. Sentiu um beijo no topo de sua cabeça e fez olhar aquele que o olhava com um sorriso tristonho nos lábios, seu coração estava em pedaços vendo os olhos do mais novo perder o brilho que antes tinha e ver o sorriso triste que o outro apresentava.

- Tudo bem hyung... Eu ti entendo, eu irei ti pedir em namoro uma próxima vez então. – Tentou aumentar o sorriso e depositou um selar cheio de ternura em seu amado e desligou o chuveiro para que saíssem de lá, afinal estavam tempo demais ali e a conta de água ia vir estourando. KyungSoo apenas acompanhou JongIn até o quarto, ambos de toalha, se secaram e se trocaram colocando roupas de moletons, estava uma noite fria e KyungSoo amava o frio, era sua estação favorita. Estava vestido todo de preto, calça e blusa preta de manga cumprida, os cabelos agora negros por conta da umidade jogados nos olhos, o deixando com um ar totalmente infantil, fazendo JongIn sorrir largamente, oh céus! Como ele amava aquele projeto de homem. – Você parece uma criança hyung... – Riu divertido enquanto via a carranca que o mais velho demonstrava ao cruzar os braços e se jogar na cama.

- Não pareço nada, fica quieto e venha logo dormir, estou cansado. – JongIn ainda ria da “criancisse” que o outro fazia, indo até ele e deitando atrás do mais baixo e envolvendo pela cintura depositando um beijo no pescoço do ultimo o fazendo arrepiar-se de imediato, não conseguia ficar bravo com o mais novo, por mais que quisesse e isso o irritava. As vezes não era KyungSoo que tinha poder sobre JongIn e sim JongIn sobre ele e seu orgulho ferido dava espaço para um amor descomunal que sentia por aquele que o fazia se sentir tão bem e especial. Era por esse e outros motivos que estava disposto a enfrentar quem quer que fosse, ele tinha as armas e estava pronto, perdendo ou ganhando, ele nunca desistira da guerra, uma batalha perdida não é o fim de tudo.

Eu cantarei a música, e será assim.
Serenata do fim, com a batida que todos conhecem, a batida do coração da terra.
A música das almas desesperadas.
Aguente perto do seu coração, para a batida da música.
TODOS SÃO A BATERIA;
TODOS SÃO A MÚSICA!
Ele espera atrás da parede, em um palácio de vidro triturado.
Servido por uma legião de esquecidos das lágrimas do morto sem forma.
E vestido pela armadura, esculpido pelo sofrimento das mães;
Na mão direita ele segura a estrela morta, e na esquerda a vela que ilumina-se com sombras.
A mão esquerda, manchada com o sangue de Dhaegar.
As suas seis bocas falarão diferentes línguas,
E a sétima, deverá cantar a canção do fim da terra.
Ele vem...

 

 

♦ Zalgo- He comes. ♦

○•○•○• C O N T I N U A ○•○•○•