Maika~
A semana se passou sem mais problemas. Soube depois que Claire foi rebaixada e contrataram um homem para ser o secretário da Mikene. Se alguém se pergunta o motivo de eu não ir à escola, é simples: férias.
Mikene passou quatro dos sete dias da última semana programando e organizando toda a comemoração da empresa. Ela me convidou para ir, dizendo que estava tudo bem eu ir. Fiquei muito feliz com o convite dela. Com isso... Ela resolveu me levar a uma loja de roupas para que eu fosse "adequadamente" vestida. Até porque a festa se iniciaria às 20h da sexta-feira, como um evento formal, no sábado haveria um churrasco para descontrair, liberando o uso dos campos, salas de jogos, piscinas e etc. Com uma balada de noite. E no domingo todos iriam arrumar o local e partir de volta para suas casas. Mikene me levou a uma loja que era maior que a minha casa. As peças nem tinham preços. Os atendentes eram educados e pacientes. Uma jovem garota loira nos atendeu.
-Bom dia, seja muito bem-vinda, Srta. Hannibal. - Ela curvou-se para Mikene, que sorriu para ela.
-Hoje eu trouxe a minha namorada. As roupas serão para ela. - A loira examinou minhas medidas e meu corpo, dando uma volta em mim.
-A Srta. Haruna tem preferência por que tipos de peças?
-Vestidos. - Disse Mikene. Eu a olhei e ela riu. Me aproximei dela. -M-Mikene... Essa loja não é muito cara? - Ela me sorriu e beijou minha bochecha.
-Claro que não. É um presente totalmente meu para você. Eu venho aqui com frequência. Eles fazem meus ternos ( tailleur, no caso) sob medida.
-Mesmo assim...
-Relaxe, meu amor. Essa é só a primeira loja. Vai visitar lojas melhores ainda.
EEEEEHHHH?? Mikene! Não é nesse ponto que eu queria chegar!
A moça loira retornou com vários vestidos, de todos os tamanhos.
-Ótimo. Primeiro, nada de vestidos longos, Anne. - Ela disse à atendente.
-Prontamente, Srta. Hannibal. - Ela chamou sua colega e começou a entregar-lhe os vestidos longos e médios.
-Segundo, nada de tons de nude. Maika é doce, mas eu quero cores que favoreçam o contraste da cor escura do seu cabelo... Cores como vinho, vermelho, laranja e salmão.
-Como quiser.
Restaram mais de 20 vestidos com os critérios de Mikene.
-Hora de experimentar alguns vestidos, Maika.
Seguimos para um provador enorme. A vendedora e Mikene entraram comigo. Pegaram o primeiro vestido, de alças finas e renda preda, contrastando com o rosa salmão do vestido. Me despiram e eu me coloquei dentro do vestido.
-Woah. - Digo.
-Está linda... - Mikene diz. - Mas ainda não é o desejado. O próximo vestido era de um laranja acobreado. De um ombro só, marcava a cintura com um design simples.
-Ainda não está perfeito.
Os que se seguiram foram:
Um vestido preso atrás do meu pescoço com um tom de vinho rosé;
Um vestido sem alças de um vermelho escarlate, com tule preto na parte superior;
Um vestido rosa salmão bem claro, com mangas longas em renda floral, bem justo.
Um vestido em um tom de vinho meio arroxeado, com bastante pedras incrustadas.
E assim se seguiu. No décimo sétimo a atendente sai do provador para procurar mais vestidos. Suspiro, enquanto me olho no espelho. Mikene abraça minha cintura,apoiando seu queixo em meu ombro.
-Estou ficando cansada. E com fome...
Ela ri e morde levemente meu ombro.
-Até eu. -Sorrio.
-O que está procurando afinal? Nenhum deles te agradou até agora.
-Agradou... Mas não o suficiente. Quero algo que mostre realmente a essência da sua beleza. Se não encontrarmos, mandarei fabricar um hoje mesmo.
-Você não está exagerando um pouco? - Nossos olhares se encontravam no espelho e ela delineava minha cintura com os dedos. Olhei para ela e ela me olhou.
-Você acha?
Prendeu seus braços e me puxou contra si. Enterrou o rosto em meu cabelo.
-Talvez só um pouco. - Sorrio para ela, que se senta no pequeno sofá que havia ali dentro e me puxa para seu colo, me beijando.
A atendente se aproxima e nós nos separamos. Ela voltou com um vestido quase branco. À primeira vista, eu diria que era.
Ele possuía um pano bem fino e delicado sobre a parte inferior, que na luz faziam surgir reflexos muito bonitos.
-Gostei desse. - Disse, antes de me vestir. Mikene perguntou o preço do vestido. A atendente abriu a cortina e perguntou à uma colega que se aproximou.
-Esse está na faixa de sessenta e seis mil ienes.
Fiquei boquiaberta.
-Certo, levaremos esse mesmo.
Tirei o vestido e vesti minhas roupas.
-Mikene... Esse vestido não é muito caro?
-Nem tanto.
-Como será o pagamento?
-Dinheiro. À vista.
-Certo.
Mikene tirou uma nota de cem mil ienes e entregou à garota do caixa. Ela devolveu seu troco e saímos da loja. Seguimos para outra loja. Dessa vez, de sapatos. Depois ela me comprou um biquíni novo e até roupas de um estilo mais casual. Ela carregava 6 sacolas. Parecia feliz. Seguimos para um restaurante. Comemos, tomamos sorvete e depois Mikene me levou para sua casa, para facilitar a saída mais tarde. Mikene me entregou uma toalha e eu tomei um banho demorado. Saí e ela me ajudou a vestir, me levou a um salão.
-Mikene, eu preciso mesmo de tudo isso?
Ela ri.
-Não, mas eu queria te mimar hoje.
A maquiagem foi finalizada e o meu cabelo também.
-Nada de carícias agora.
A maquiadora disse e deu um tapinha no ombro de Mikene.
Voltamos para sua casa e ela foi se arrumar. Estava maravilhosa em um longo vestido com uma fenda até a sua coxa. Ela se automaquiou. Estava linda. Chegou como anfitriã, falou por um tempo e as pessoas se dispersaram. Enquanto Mikene conversava com alguns funcionários, eu resolvi andar um pouco. No gramado, onde várias pessoas conversavam e bebiam. Encarando um grupo, ele se dispersou, e eu jurei ter visto meu professor de educação sexual, o Robert. Estremeci e pisquei reptidas vezes. E quando olhei, não estava mais lá. Saí dali. Procurei Mikene, mas não a encontrava. Então acabei indo procurar ela num ponto mais isolado, onde fui puxada para o meio da vegetação. Tentei gritar, mas cobriram minha boca.
-Já faz um tempo, não é, Maika-chan?
Mikene o havia denunciado e Robert foi demitido e preso. Queria saber como fugiu.
-Está especialmente linda hoje, e a Umeko também.
Não pude acreditar, ele pegou a Mikene?
O olhei. Ele sorriu e me arrastou até um depósito. Mikene estava presa por correntes, como na vez do confronto com a Martini.
-Mikene!
Ela ergueu seu olhar e arregalou os olhos.
-Maika!
Robert sorriu. Prendeu uma das minhas mãos. Algemas grossas e correntes fortes. A da Mikene estava meio enferrujada, corroída, mas eu não acreditava que desse para se soltar.
-Umeko. Ou devo dizer.... Mikene Hannibal. Hoje você vai presenciar o que eu não pude concluir naquele dia por sua culpa. E depois eu penso sobre te usar... Mas se bem que você deve estar tão aberta que não deve ter graça alguma... De tão arrombada que foi.
Ele riu alto e eu me atrevi a chutá-lo.
-Não fale assim dela! -Gritei e minha voz ecoou no lugar. Eles pareciam surpresos. Mas Robert apenas se aproximou.
-Acho que não quer danificar esse seu lindo vestido. - Ele diz e começa a tirar meu vestido.
-NÃO TOQUE NELA, SEU MALDITO! -Mikene gritava.
Eu baixei meu olhar.
-JÁ DISSE PARA NÃO ENCOSTAR NELA!
Ela se debate.
-Fique quieta. - Ele diz,frio. Segura no meu queixo.
-Espere um pouco, Maika-chan. - Diz e sai.
Mikene~
Ao puxar, vi que se soltou um pouco.
Huh? Continuei puxando, com mais e mais força. Vamos, solte de uma vez por todas! Escoro o pé na parede e puxo.
-Não se preocupe, Maika. Eu não vou deixar aquele verme maldito te tocar... - Digo e puxo mais. Ele se solta e eu quase caio. Pego um machado e corto a corrente de Maika. Vejo que ele se aproximava. Ao abrir a porta, bato com o machado no lado direito de seu rosto. Ele cai, gemendo de dor. Ainda não perdeu a consciência?! Indignada,puxo Maika para fora e escoro a porta com o machado. Puxo um celular e um gravador de dentro do meu vestido. Paro de gravar e ligo para a Polícia. Explico rapidamente a situação enquanto seguro a porta. Maika se vestiu denovo e me ajudava a segurar a porta. Desliguei o celular.
-A Polícia está a caminho. -Digo.
-Eu não posso segurar mais... - Ele deu um empurrão e a porta abriu. Segurei Maika para que ela não caísse e comecei a correr.
Não posso competir com ele em corrida... Mas em luta sim! Solto Maika e tiro meus sapatos, partindo pra cima dele. Ele segura meu punho, e eu tento outro soco, que ele segura, e me vira de costas. Consigo erguê-lo do chão e seguro em seu antebraço para virá-lo. Ele se mantém segurando meus braços e faz o mesmo comigo. Se levanta e me ergue pela cintura. Seguro em seu abdômen e forço minhas pernas para baixo e o arremesso no chão novamente. Ofegante, o observo e corro até ele, o virando de bruços e segurando seu braço, o forçando. Tentava quebrar.
Mas que porra... Quem é esse cara, que força incrível!
Continuo e ouço as sirenes da Polícia. Me distraio e ele me coloca contra o chão. Me acerta um soco no queixo e prossegue, socando meu rosto. Me esforço e cruzo os antebraços na frente. Nesse ritmo... Minha visão estava ficando turva, e meus braços penderam para o lado. Ele foi retirado de cima de mim. Maika veio correndo na minha direção. Se agachou, gritando.
Maika....
Fiquei inconsciente.
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