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História U Broke My Heart - Planetas Viram Pó


Escrita por: scorpiascorpia

Notas do Autor


eu acho que esse foi o capítulo mais bosta dessa fic?/?????
próximo capítulo a diane vai aparecer cantando 50 reais (que bonito, hein, que cena mais linda, será que estou atrapalhando o casalzinho ai?)
Enfim, não se preocupem, no próximo capítulo vai ter muita angst, porque nem de traição o coração dessa autora vive né.

NÃO SEI SE DOU NA CARA DELE OU BATO EM VOCÊ

Capítulo 3 - Planetas Viram Pó


Mas se você está quebrado, você não tem que permanecer quebrado. — Selena Gomez. 

 

Ei, você 

Ai fora no frio 

Ficando solitário, ficando velho

Você pode me ouvir?

 

Minha cabeça pesava e era como se eu tivesse engolido pílulas demais e elas estivessem presas em minha garganta. Ou talvez eu tivesse engolido pílulas. Mas não morri. 

Tentei abrir os olhos e senti-os arder. Doía. Minha cabeça doía, era como estar numa ressaca. Não, era como estar carregando tijolos em cima da cabeça. Resmunguei alguma coisa e ouvi alguém dizer meu nome; eu conhecia aquela voz, mas ela não me parecia comum. Eu não estava costumado a ouvi-la. 

Abri os olhos de novo e minha visão estava confusa e desfocada e demorou alguns segundos para que eu pudesse ver quem estava sentado numa poltrona ao lado da minha cama. Diane. Ela sorriu pequeno ao me ver acordar e suspirou parecendo aliviado. 

— Está tudo bem, Takao? — Perguntou ela, apreensiva. Assenti meio entorpecido. Minha visão parecia escurecer e em seguida ficar clara demais. 

— Cadê o Shintarou?

— Ele esteve aqui por todos esses dias, já que é médico. Ficava vindo aqui de segundo em segundo; até que ele teve esse dia de folga e eu o forcei a ir para casa e tomar um banho decente e comer algo decente. Ele deve estar aqui logo. 

— Por quanto tempo eu estive... Aqui?

— Seis dias. Você acordava às vezes, em colapsos, mas logo voltava a dormir. E acho que não se lembra. 

Deveras eu não lembrava. Não lembrava nem mesmo da razão de estar aqui e tinha apenas resquícios das memórias. Eu lembro de chorar e de ligar para alguém e depois nada. Tentei me sentar e tive ajuda de Diane que se levantou apressada e segurou minhas costas me ajudando. Ela sorriu caridosa e se sentou de novo.

Eu estou tão bagunçado. 

Olhei para àquela mulher, ela parecia estranhamente nervosa. Talvez pensasse que fosse culpa dela. É claro que não, eu estive assim por um longo tempo, mas por alguma razão nunca tinha feto nada como tentar me matar. É claro que eu sempre fumei, usei drogas e bebi demais em demasiado e isso também podia ser considerado se matar, mas nada como ingerir pílulas ou colocar a porra de uma bala na minha cabeça. 

— Não é sua culpa. — Garanti. — Você mesma disse que eu era uma pessoa fodida. 

— Sinto muito. 

Olhei para o soro injetado em minha veias e suspirei. 

— Eu estava preocupada com você, claro que não tanto quanto Shintarou. Ele sim enlouqueceu, foi difícil acalmá-lo. 

Midorima Shintarou, huh? Eu não deveria ter voltado para a vida dele. Tudo parecia estar dando tão certo para ele naquele momento e de repente o amigo do colégio rejeitado dele aparece em sua vida dessa forma. 

— Você quer comer algo? Posso pedir para a enfermeira. 

— Sim. 

Ela assentiu e se levantou caminhando a passos lentos até a porta, abrindo-a e saindo. Fiquei ali olhando para as paredes brancas do quarto. Suspirei. Talvez Diane tivesse razão, talvez eu devesse buscar ajuda. 

Quando passei o olhar pela porta de novo vi Midorima parado ali, com roupas casuais de inverno. Ele me olhava sério. Tenho a impressão de que ele vai me dar um sermão. Ele se aproximou e suspirou antes de se abaixar até a altura da cama e me abraçar desajeitado. 

Ele tinha cheiro de sabonete e perfume, e os cabelos tinham cheiro de shampoo. O abracei de volta e o ouvi resmungar algo contra meu ombro, depois me soltou e suspirou. Não disse nada, e nem eu. Estava envergonhado. Eu provavelmente tinha bagunçado a vida dele desde o momento que voltei para ela. 

Ficamos ali, nos encarando em silêncio. Ele ergueu a mão e levou os dedos cumpridos até meu rosto, passando-os pela minha bochecha. 

— Você está pálido. — Suspirou de novo. 

— É... Diane foi pegar algo para eu comer. 

— Entendo. O médico responsável por você disse que você deverá ter alta em dois ou três dias, o perigo já passou. 

Assenti. 

— Você vai ficar comigo em casa até estar totalmente bem. 

— Mas você disse que o médico... 

— Eu não estou falando só de ficar bem fisicamente, Kazunari

— Eu não quero incomodar. 

— Não incomoda. — Respondeu breve. — Takao, o que aconteceu com você depois do colégio? — Ele não me olhava, estava encarando a janela do quarto e parecia constrangido por perguntar aquilo. 

— Meu pai me expulsou de casa quando descobriu que eu saia com homens, e minha mãe me ajudou; mas ela morreu de câncer um tempo depois. Eu não consegui me construir de novo depois disso. Com muito custo eu terminei a faculdade e comecei a trabalhar; mas, eu não sou o melhor advogado. Eu sempre fiz tudo errado desde o começo

A verdade é que eu estava cansado de viver, cansado de lutar contra os mesmo demônios todos os dias quando acordava. Cansado de decepcionar a mim mesmo. Eu odeio a forma como a luz do sol chega na janela do quarto do meu apartamento todas as manhãs e eu odeio acordar e saber que eu continuo a cometer os mesmos erros, parece que eu nunca aprendo. Eu sou um idiota. 

E também havia o fato de eu nunca ter te esquecido completamente, Midorima. Mas isso eu não vou dizer. 

— Eu quero ajudar você. 

— Eu também. — Ouvi a voz de Diane e olhei para a porta, ela estava parada com uma bandeja. Midorima sorriu e assentiu. 

Diane se aproximou e colocou a bandeja na espécie de mesa que ficava junto da cama, perto o suficiente para que eu pudesse comer. 

Refeições hospitalares não tendem a serem boas, mas eu estava com tanta fome que aquilo era de miníma importância. Comi tudo rápido demais e quase engasguei uma duas vezes, quase matando Midorima do coração. 

Os dias se alastraram, tive de aceitar começar um tratamento psicológico que Midorima praticamente me forçou a aceitar. Não é como se tivesse escolha. Depois de três dias no hospital recebendo tratamento, eu finalmente tive alta e pude ir para o apartamento de Midorima, porque ele também não me deu escolha enquanto à isso. 

Quando chegamos no apartamento, ele disse que tinha um quarto que ele não usava e que arrumaria ele para mim. Estava cheio de caixas e poeira. Entrei ali e acendi a luz, vendo Midorima abrir a janela com dificuldade. 

— Está emperrada. Dou um jeito nisso depois. Eu vou arrumar aqui, okay? 

Assenti e ele começou a mover algumas caixas com certa facilidade. Midorima sempre foi magro demais, alto demais e pálido demais, eu não achava que ele fosse tão forte, parecia que se quebraria a qualquer momento. 

— Quer ajuda? — Perguntei. 

Ele me olhou e sorriu. 

Ainda não estou acostumado com esse Midorima que sorri demais. 

— Sim... Faça café, eu amo café.

Revirei os olhos, mas assenti sorrindo e sai de lá, indo para a cozinha. Café, huh? Se tem algo que eu tenho em comum com Midorima e até Diane é o vício em cafeína. 

Preparei o café e fui levar uma xícara para Midorima, que agora estava limpando uma prateleira. Fiquei olhando; depois trocou o lençol da cama de solteiro dali e o colocou com certa dificuldade já que era aqueles lençóis de elástico que tem pacto com satanás e quando você coloca um lado deles o outro magicamente sai e você fica naquele joguinho irritante. 

Ele virou-se para mim após terminar ali e sorriu. 

— Obrigado. 

Ele pegou a xícara e se sentou na cama, bebendo o café lentamente. 

— Tá um dia bonito lá fora. 

— Huh? 

— Senta aqui, Takao. — Ele bateu a mão no lado do colchão ao lado dele. 

Hesitante, me aproximei e sentei. Ele continuou bebendo café e parecia pensativo. 

— Estou feliz que você voltou para minha vida, mesmo que de forma desastrosa. 

Sorri e abaixei a cabeça. 

— Eu sei que já te pedi desculpas antes, mas parece que nunca é suficiente. Por tudo que eu te fiz passar no colegial, me desculpa. Eu fui imaturo, eu não liguei para como você se sentiu e fui acima de tudo, ignorante. 

— Bem, não há como voltar no passado, vamos apenas esquecer disso. — Disse calmamente, evitando olhá-lo. Sabia que se eu o olhasse de novo, assim como há anos no colégio, eu o beijaria. 

Midorima estalou a língua e afagou meus cabelos. 

— Você deveria olhar para o rosto de alguém quando falar com ela. 

Passei a olhar para a parede branca. Qualquer coisa menos olhá-lo. Não havia nada que eu não gostasse naquela pessoa, mas eu não podia beijá-lo, ele tinha uma namorada maravilhosa e uma boa vida e agora eu tinha conseguido voltar a ser amigo dele. Íamos assistir jogos de basquete juntos e jantamos juntos às vezes, discutíamos sobre política e sobre coisas idiotas que apenas dois amigos discutiam. Mas se eu desse um passo em falso, tudo seria arruinado.

— Takao... — O ouvi murmurar. 

Não. 

Virei o rosto lentamente para ele e vi seu rosto pálido demais e bem amadurecido. Ele é tão bonito. O vento que passava pela janela e adentrava o quarto, o cheiro do perfume de Shintarou, de café que emanava dos lábios dele, levemente. 

Fiquei o encarando por segundos até que Midorima abriu um sorriso e então eu não vi mais nada, apenas pude sentir os lábios macios dele contra a minha boca. 

Merda. 

O ouvi resmungar algo, meu nome e tentar me afastar. Estava sendo rejeitado de novo. 

Alguém me pare, eu estou fazendo merda de novo. 

Tentei mover meus lábios contra o dele, e me surpreendi quando ele parou de tentar me afastar e apenas tomou a atitude de tentar adentrar com a língua por entre meus lábios, deixei. Ele me parecia hesitante, aquilo é uma traição. Por favor se afaste. Se não for você quem se afastar eu não vou conseguir também. Ele segurou meu rosto com suas mãos grandes e frias e eu coloquei minha mão sobre a dele. 

Se afaste. 

Só nos afastamos quando a falta de ar se fez presente. Permanecemos ali, com os rosto próximos, ofegantes. 

Me afastei e me levantei. 

— D-desculpa, isso não era par— 

— Eu também não devia... — Shintarou também se levantou. 

Nos encaramos corados e suspiramos.

— Merda... Você tem a Diane, o que eu fiz? Me desculpa, mesmo Shintarou. Eu sempre ajo por instinto e me arrependo depois. 

— Tudo bem, Takao... Foi só um beijo, não vai acontecer de novo, okay? — Ele me pegou pelos ombros. — Juro... Não foi só sua culpa, foi minha também, eu devia ter te afastado. 

E silêncio de novo. 

E de repente estávamos nos beijando de novo.

É errado. Trair alguém é algo imperdoável e o que a gente estava fazendo com a Diane era traição e das piores. É péssimo. É horrível, então porque a gente simplesmente não para com isso? Você tem alguém, Midorima Shintarou, alguém que é linda e alguém que tem sido uma ótima pessoa para mim. 

Lembre que todo mundo que você conhece

Está com medo de algo, 

De amar algo, 

E perdeu algo. 

Eu sei que eu não sou a única mais. 

 

 

 

 

 


Notas Finais


minhas aulas estão voltando kkkkjnjj to chorando

obrigada a quem comentou e favoritou e quem se presta a ler isso <3


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