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História Uchiha: Boku no Hero. - O céu, alto e azul


Escrita por: Canjik

Capítulo 45 - O céu, alto e azul




Os alunos da 1-A estavam reunidos no campo de treinamento da U.A., prontos para demonstrar o que haviam aprendido nos últimos dias de intensos treinamentos. O ar estava carregado de expectativas, e todos estavam ansiosos para mostrar o progresso alcançado. Em vez de um exercício simples de combate, eles seriam desafiados a enfrentar os robôs de combate da escola — uma tradição da U.A. para testar a habilidade e o trabalho em equipe dos alunos.


A primeira equipe foi composta por Sasuke, Izuku, Bakugou e Todoroki. Eles estavam prontos para colocar em prática tudo o que haviam treinado.


Sasuke era o primeiro a dar o tom da luta. Ele se posicionou com sua espada, uma das mais afiadas da U.A. — sua habilidade com armas se destacava. Seus movimentos eram rápidos, precisos, cortando os robôs com facilidade. Não houve nem um pingo de hesitação, cada golpe era letal e eficaz. Sasuke, usando um estilo mais calmo e calculado, coordenava bem o time e dava ordens rápidas.


Izuku, apesar de sua tendência a se preocupar, havia melhorado muito em sua individualidade. Ele agora usava o One for All de maneira mais controlada, focando em ataques mais precisos e com menos risco de se ferir. Quando um robô se aproximou de Sasuke, Izuku deu um salto poderoso, atingindo o robô com uma forte explosão de energia, derrubando-o com um único golpe. Seu rosto estava cheio de concentração, mas ele tinha um sorriso de satisfação.


Bakugou era a encarnação do caos. Ele avançava com seu estilo explosivo, lançando rajadas de explosões a todo momento, desintegrando os robôs como se fossem nada. Sua raiva e força bruta, combinadas com sua determinação inabalável, faziam dele uma força formidável no campo de batalha. Ele constantemente desafiava seus companheiros, gritando ordens para que todos seguissem seu ritmo, mas sua habilidade era inegável.


Todoroki, com sua habilidade de controlar tanto o gelo quanto o fogo, era um espetáculo à parte. Ele se movia rapidamente pelo campo, criando paredes de gelo para bloquear os ataques dos robôs e utilizando suas chamas para incinerar aqueles que tentavam escapar. Ele era um estrategista natural, antecipando os movimentos dos robôs e manipulando o ambiente ao seu favor. Sua presença trazia uma tranquilidade ao time, mostrando que ele não apenas dominava sua individualidade, mas também sabia quando usá-la de maneira eficiente.


Enquanto isso, a 1-B observava de longe, tentando entender o que tornava a 1-A tão imbatível em sua união e em suas habilidades. Mas isso não os intimidou; na verdade, era uma motivação a mais para cada um melhorar.


Tsuyu e Kyoka estavam em sua própria batalha, com Tsuyu usando sua agilidade de sapo para desviar com facilidade, enquanto Kyoka controlava o som para desorientar os robôs e derrubá-los com sua habilidade musical. Kirishima, com sua habilidade de endurecer seu corpo, estava destruindo os robôs com golpes poderosos, fazendo com que o grupo da 1-B visse o quão longe os alunos da 1-A haviam chegado.


O ambiente estava vibrante com energia. Mesmo que cada aluno estivesse em seu próprio combate, o trabalho em equipe estava claro: não havia um único erro. Os alunos da 1-A, com suas habilidades individuais e seu trabalho em conjunto, estavam rapidamente subjugando os robôs de combate. Cada golpe, cada estratégia e cada movimento parecia ensaiado, mas também trazia algo novo.


Quando os últimos robôs foram derrotados, o time da 1-A se reuniu no centro do campo, exaustos, mas satisfeitos. O ar estava pesado com o som das respirações ofegantes, mas um sorriso estava estampado no rosto de todos.


Sasuke foi o primeiro a falar, com sua expressão normalmente séria.


— Isso foi apenas o começo. Precisamos continuar, melhorar ainda mais.


Izuku olhou para ele, sorrindo, seu rosto iluminado pela confiança recém-descoberta.


— Vamos continuar treinando, Sasuke. Vamos ser ainda melhores.


Bakugou, como sempre, foi o mais impaciente, mas ele não podia esconder o orgulho que sentia.


— Tsk... Isso foi bom. Mas vamos logo para o próximo desafio. Não sou fã de perder tempo.


Todoroki deu um pequeno sorriso, concordando com os outros.


— Exato. Mas temos que estar preparados para algo maior. Isso foi apenas um teste.


A vitória estava clara, mas o time sabia que havia muito mais a fazer, muitos mais desafios pela frente. A 1-A havia dado um grande passo, mas cada um sabia que a verdadeira prova ainda estava por vir.


E, enquanto os robôs caíam ao redor, os alunos estavam prontos para enfrentar qualquer coisa que a U.A. ou o mundo lhes trouxesse.


Kyoka se aproximou devagar, o campo ainda com resquícios dos robôs derrotados, e o barulho de risadas e conversas dos colegas de classe ao fundo. Ela parou ao lado de Sasuke, que estava sentado numa pequena mureta, observando o céu tranquilo daquele fim de tarde.


— Seu olhar... — ela comentou em voz baixa, quase tímida, mas com aquele toque direto de sempre. — Tá mais calmo. Mais doce, talvez.


Sasuke virou o rosto em sua direção, um pouco surpreso com o comentário, mas não disse nada de imediato. Seus olhos, de fato, pareciam mais leves, como se algo dentro dele tivesse se assentado, mesmo que fosse só por agora.


— O estágio foi bom? — ela perguntou, cruzando os braços, mas com um leve sorriso no rosto.


Sasuke olhou de volta para o céu por um instante, antes de finalmente sorrir, um sorriso raro, sincero e sereno.


— Foi. Entendi bastante coisa... — ele respondeu, ainda olhando para frente, mas agora com um brilho no olhar. — Coisas que eu nem sabia que estavam dentro de mim.


Kyoka se sentou ao lado dele, sem dizer nada por um momento. Mas no fundo, estava aliviada. Ver Sasuke assim, mesmo que por breves instantes, era como respirar fundo depois de um longo mergulho.


..

..


Agora era pra valer.


O céu estava pesado, coberto por nuvens acinzentadas, como se a própria atmosfera sentisse o peso do momento. A operação estava oficialmente em andamento. Todos os heróis — veteranos, profissionais e estudantes em estágio avançado — estavam a caminho de seus postos.


Durante meses, Hawks havia se infiltrado nas sombras, arriscando tudo. Seus relatórios vinham disfarçados de piadas, rabiscos em livros e até mesmo palavras cruzadas. Mas cada detalhe, cada pista sutil deixada por ele, agora formava um grande quebra-cabeça resolvido.


O exército da Liga dos Vilões havia crescido — não apenas em número, mas em estratégia. Com a aliança forjada com Re-Destro, haviam se reestruturado, treinado, se armado.


Mas os heróis também.


As palavras de Hawks ecoavam na mente de cada um que se preparava:

“Não é mais uma questão de impedir o caos. É sobre decidir o futuro.”


Sasuke, agora completamente equipado e mais determinado do que nunca, se posicionava com Mirko e os demais. Midoriya apertava os punhos, sentindo o poder do One for All pulsar em seu corpo. Bakugou afiava o olhar, pronto para explodir tudo em seu caminho. E Todoroki exalava o frio da decisão.


O mundo dos heróis e vilões estava prestes a colidir. E não haveria espaço para hesitação.


Sasuke finalmente deixou escapar um leve sorriso, um daqueles raros e quase imperceptíveis. Cruzou os braços, olhando para o céu encoberto e disse, com um tom mais leve:


— Aposto que a Mirko já deve estar se divertindo… cercada por um monte de Nomus.


Os mais próximos riram, mesmo nervosos, imaginando a cena — Mirko pulando no meio do campo inimigo com um sorriso selvagem no rosto, chutando criaturas deformadas como se fosse apenas mais um treino.


— Aquela mulher não sabe o que é medo — completou Sasuke, ainda sorrindo de canto. — E se alguém conseguir abrir caminho no meio daquele caos, é ela.


O clima ficou um pouco mais leve com a observação, como se a lembrança da heroína inspirasse força e confiança no grupo.


O sorriso de Sasuke sumiu tão rápido quanto havia surgido.


Um calafrio percorreu sua espinha, e o olhar dele ficou sério de novo. Ele cruzou os braços com mais força, encarando o horizonte como se pudesse enxergar através dos prédios e colinas. O mal pressentimento apertava seu peito como um aviso silencioso — algo não estava certo.


Mirko.


Ela havia sido designada para uma das missões mais arriscadas: impedir a evolução de Shigaraki. Ela estava na linha de frente. Sozinha ou quase isso.


Sasuke havia insistido para ir junto. Havia discutido, quase implorado. Mas Mirko foi firme.


— Você tem um papel importante aqui, Raijin. Confia em mim, tá? — ela havia dito, tocando o peito dele com dois dedos antes de virar as costas com aquele sorriso confiante de sempre.


Agora, Sasuke se arrependia de não ter forçado mais.


— Droga… — murmurou, o punho se fechando com força.


Ele não conseguia afastar aquela sensação. Algo dentro dele gritava. E, por mais que confiasse na força de Mirko… ele sabia o quão cruel aquele inimigo podia ser. E o quanto Shigaraki já havia se tornado mais do que um vilão qualquer.


Sasuke ficou paralisado.


Seus olhos se arregalaram de repente, como se algo invisível tivesse o atingido em cheio. Ao seu lado, Midoriya cambaleou levemente, levando a mão ao peito. O ar pareceu pesar, como se o tempo parasse por um segundo. Ambos se entreolharam, e a mesma certeza silenciosa tomou conta dos dois.


— …Ele está vindo — murmurou Sasuke, a voz baixa, mas carregada de tensão.


Midoriya assentiu lentamente, o suor escorrendo por sua testa.


— Eu senti também… como um rugido sem som… um peso… — disse Izuku, o olhar vidrado em algum ponto além do horizonte.


O chão parecia vibrar levemente, como se a própria terra reagisse à presença que se aproximava. Um frio cortante tomou o ar, mesmo sob a luz do dia.


Sasuke virou o rosto para o céu, o olhar carregado de raiva e preocupação.


— Shigaraki…


Mas era mais que isso. Era como se algo tivesse sido liberado. Um novo nível. Algo monstruoso.


E naquele momento, Sasuke teve certeza.


A guerra, de fato, havia começado.


O chão tremeu como se um terremoto tivesse sido desencadeado, e a visão que se estendia à frente deles era simplesmente apocalíptica.


Edifícios ruíam como papelão, ruas se desfaziam em poeira e concreto. Uma onda de destruição — viva, pulsante — avançava como uma praga sobre a cidade. Árvores, carros, postes… tudo se desintegrava ao menor toque da energia corrompida que Shigaraki liberava.


Sasuke e Midoriya, parados no alto de um prédio, observavam o rastro da devastação em tempo real. A visão de longe era aterradora. Um raio de destruição abria caminho como se a própria terra estivesse sendo apagada.


— Meu Deus… — murmurou Midoriya, sem conseguir piscar. — Isso… isso não é só uma individualidade. É como se ele fosse uma força da natureza agora.


Sasuke apertou os punhos, o vento empurrando seus cabelos negros para trás. O som que vinha da cidade era um misto de gritos, ruídos de concreto se partindo, explosões e… o silêncio sufocante entre uma destruição e outra.


— Ele começou… — Sasuke disse, sua voz baixa, fria. — Isso é só o começo da queda.


Ao fundo, eles podiam ver heróis tentando conter o avanço, mas sendo engolidos pela devastação implacável. O cenário era de guerra. De puro caos.


Midoriya deu um passo à frente, com os olhos brilhando de determinação.


— Precisamos nos mover. Agora.


Sasuke já estava puxando a espada de sua cintura, seus olhos queimando.


— É hora de mostrar por que ainda estamos de pé.


— Nós precisamos de um plano pra— — Midoriya começou a dizer, virando-se instintivamente para o lado.


Mas a frase morreu em seus lábios.


Sasuke já não estava mais ali.


Apenas o vazio.


O vento ainda soprava forte no alto do prédio, levantando partículas de poeira e fuligem ao redor, mas o espaço onde Sasuke estivera segundos antes agora estava vazio, como se ele tivesse sido engolido pelo próprio silêncio da destruição.


Midoriya arregalou os olhos.


— Sasuke…


Ele sabia. Aquilo era típico dele. Agir primeiro. Pensar em si mesmo depois. Ou talvez não pensar. Apenas seguir adiante, onde a dor e o dever se cruzavam.


— Ele foi direto pra linha de frente... — Midoriya murmurou, com o coração acelerando.


Lá embaixo, em meio ao caos, uma sombra corria sobre os telhados, saltando entre destroços e explosões, em direção ao coração da destruição.


..

..


No centro da destruição, entre os prédios despedaçados e o céu obscurecido pela poeira e fumaça, Shigaraki ergueu os braços lentamente, como quem acolhe o próprio caos.


Seus olhos semicerrados brilhavam num tom espectral, e um sorriso largo e insano se espalhava por seu rosto coberto de sombras. Seu casaco esvoaçava com o vento violento, os dedos deformados estalavam com energia sombria, e cada célula do seu corpo parecia vibrar com o poder recém-desperto.


— Isso… — ele murmurou, os braços agora abertos como se abraçasse o mundo — É isso que significa ser livre. Sentir… tudo.


O chão ao redor se rachava com o simples toque de sua presença, como se a própria terra recusasse sua existência. Um raio cortou o céu, iluminando por um breve momento a figura do herdeiro do ódio absoluto.


— Eu sou a glória do novo mundo… — ele disse, voz baixa, carregada de fúria contida. — E vocês… vão afundar nele comigo.


As ondas de destruição começaram a se expandir outra vez. E o mundo sentiu o peso do nome Shigaraki.


Um turbilhão de chamas cortou os céus enquanto uma figura ardente descia em alta velocidade, o impacto rachando o chão e afastando a poeira numa explosão de calor.


— SHIGARAKI! — rugiu Endeavor, seus olhos fixos no inimigo à frente.


O vilão apenas virou o rosto, curioso, com um sorrisinho de desdém.


— Então é você… o número um.


Sem esperar resposta, Endeavor avançou como uma bala de fogo. Seu punho em chamas encontrou a palma de Shigaraki, que ergueu o braço para conter o impacto. O chão explodiu com a colisão, concreto se despedaçando como papel molhado. Uma onda de calor e pressão se espalhou pelos arredores.


— Hell Spider! — gritou Endeavor, disparando uma rede de chamas cortantes. Mas Shigaraki saltou para trás, rápido, usando as próprias unhas para destruir os fios de fogo, rindo.


— Você está tentando me parar com fogos de artifício?


Endeavor voou de novo, cercado por labaredas giratórias, e desta vez acertou um chute no peito do vilão, jogando-o contra os restos de um prédio. Os escombros desabaram, mas antes que o herói pudesse respirar, Shigaraki surgiu entre os destroços, com os olhos brilhando.


— Decay! — disse ele, colocando a mão no chão. Uma onda de decomposição irrompeu, subindo rapidamente em direção a Endeavor, que voou alto no último segundo, com os dentes cerrados.


— Maldito… Ele está em outro nível.


A luta continuava como um confronto entre forças naturais. Fogo e destruição se chocavam, transformando o campo de batalha num verdadeiro inferno. Mas Endeavor não recuava — ele era o número um, o símbolo atual, e não deixaria o caos vencer.


Mesmo que, lá no fundo, ele sentisse... que aquela batalha poderia não ser vencida apenas com força.


Com um estrondo seco, uma espada foi cravada no chão entre os dois titãs da batalha. O impacto fez poeira e estilhaços voarem ao redor, interrompendo por um breve segundo o confronto feroz. A lâmina negra vibrava com uma energia quase viva, fincada no concreto quebrado como um sinal.


Endeavor e Shigaraki viraram os olhos ao mesmo tempo — e ali, de pé no cabo da espada como se fosse um pedestal, uma figura encapuzada, envolta em um casaco escuro com detalhes vermelhos, cabelos negros ondulando com o vento da destruição.


Por um instante, Shigaraki arregalou os olhos. — …Nana?


Mas então, os olhos da figura brilharam em tom rubro, e as sombras revelaram o verdadeiro rosto.


— Não — rosnou o herói, agora sentindo um calafrio na espinha. — Uchiha Sasuke.


Sasuke saltou do cabo da espada com a precisão de um raio, pousando entre os dois com a mão na bainha. Seu olhar era calmo, mas carregado de determinação.


— Você cruzou todos os limites — disse ele, sua voz baixa e firme. — E agora, Shigaraki… eu vou fazer você parar.


A tensão no ar mudou. Endeavor sentiu o peso da presença de Sasuke como se um novo pilar tivesse surgido no campo de batalha. E Shigaraki… pela primeira vez, hesitou.


Shigaraki franziu o cenho, dando um passo hesitante para trás enquanto via Sasuke avançar, firme e impassível no meio da destruição. Seu olhar confuso se fixou nas botas de Sasuke tocando o chão já em ruínas — sem que o ambiente se desintegrasse ao seu redor.


— Como você…? — sua voz saiu quase num sussurro, tomada por surpresa. — Como não está sendo desintegrado pela minha individualidade?


A resposta veio não de Sasuke… mas de trás dele.


— Porque você está sem ela agora.


A voz seca e firme de Aizawa ecoou mais ao fundo, e então Shigaraki olhou por sobre o ombro de Sasuke. Ali, entre os escombros de um prédio parcialmente destruído, o professor Eraser Head mantinha seus olhos arregalados, sem piscar, mesmo com o sangue escorrendo de um dos cantos.


— Eu estou aqui também. E você… — Aizawa respirou fundo, lutando contra a dor — …está cego e nu sem esse poder.


Sasuke fechou os dedos ao redor da empunhadura da espada cravada no chão, puxando-a com um movimento seco. O brilho da lâmina refletiu o fogo e os destroços ao redor.


— Vamos acabar com isso.


Sasuke avançou como um raio. Seus olhos atentos, sua espada em mãos, o corpo movendo-se com precisão absoluta. Em um único impulso, ele surgiu diante de Shigaraki e desferiu um golpe limpo, firme, certeiro — um corte profundo no ombro do vilão, que atravessou até quase o peito.


O sangue espirrou.


Shigaraki cambaleou para trás, o corte rasgando sua carne. Mas ele... sorriu.


— Heh... — sua risada era baixa, perturbadora. — Você tá mesmo disposto a me matar, Uchiha?


Aos poucos, diante dos olhos atentos de Sasuke, a ferida começou a se fechar. Os músculos se regenerando, a pele se costurando. Em segundos, como se nada tivesse acontecido, Shigaraki estava novamente de pé, intacto.


— Você tem olhos frios... — disse ele, abrindo os braços — ...mas e o coração? Será que ele aguenta me ver caído? Será que aguenta me ver morto?


Sasuke segurou firme a espada.


— Se for por esse mundo, pelo que ele significava pra ela... eu vou cortar você quantas vezes for preciso.


A raiva e a dor queimavam nos olhos de ambos.


Sasuke recuou alguns passos, os olhos estreitos analisando cada detalhe. A lâmina ainda escorria sangue fresco, mas diante dele, Shigaraki permanecia de pé — ileso, como se o corte profundo de antes fosse apenas uma brisa.


Como...? – A mente de Sasuke trabalhava rápido. – Como ele pode se curar tão rápido? Como consegue resistir a tanto? – Seu punho apertou o cabo da espada com mais força. – E essa força... esse olhar... é como se ele carregasse... o próprio peso de um símbolo.


O pensamento cortou como um raio.


— ...É quase como se ele fosse... o All Might.


A ideia o atingiu com peso e inquietação.

Shigaraki não era apenas um vilão qualquer. Aquilo ali, diante dele, era uma nova era. Um novo símbolo... mas de destruição.


E se o One for All foi criado pra conter o mal...

Esse poder, essa regeneração absurda, essa força... é como se ele fosse o reflexo invertido do All Might.


A pergunta que o corroía por dentro era inevitável:

O que diabos o All for One fez com ele?


Shigaraki inclinou a cabeça, ainda com aquele sorriso perturbador no rosto. Seus olhos brilharam com malícia enquanto sua mão tateava o bolso interno de seu casaco rasgado.


— Querem saber o que torna tudo isso mais divertido? — ele disse, em tom quase casual. — Eu trouxe convidados.


Com um clique seco, ele apertou um pequeno dispositivo metálico. Um pulso de energia percorreu o chão, vibrando como uma onda invisível.


Atrás dele, tambores de contenção começaram a se abrir com estalos e ruídos mecânicos. Garras negras e musculosas começaram a emergir da escuridão. Olhos esbranquiçados, bocas com fileiras intermináveis de dentes, e rugidos que pareciam atravessar o próprio concreto.


— Podem chamá-los de... High-Ends. – O tom de voz de Shigaraki ficou mais frio. — E eles estão famintos.


Ao redor, o chão tremeu com a força das criaturas que despertavam. Era como se o caos ganhasse forma — e eles estavam só começando.


O campo de batalha mergulhava num caos absoluto.


Raijin e Endeavor lutavam lado a lado quando um dos High-Ends emergiu das sombras, mais rápido do que o esperado. Com força bruta, a criatura agarrou ambos, um em cada braço, como se fossem bonecos. Endeavor grunhiu tentando se soltar, seu corpo coberto em chamas, mas o aperto era sufocante. Raijin, mesmo se debatendo com adagas em punho, também não conseguia escapar.


Shigaraki viu a oportunidade perfeita.


— Você está no caminho... — rosnou ele, encarando Aizawa com olhos carregados de ódio.


Tudo ao redor pareceu desacelerar.


Os sons da guerra ficaram distantes.


Aizawa estava no centro, mantendo seu olhar fixo em Shigaraki, suas pálpebras pesadas de cansaço, mas ele não podia piscar. Ele não podia cair. Ao redor dele, alguns heróis protegiam como podiam — mas estavam feridos, exaustos.


E então, Shigaraki estava lá.


Perto demais.

A mão estendida.

Um sorriso demente no rosto.

O toque da morte pronto para acontecer.


Mas antes que ele pudesse alcançar seu objetivo...


— SHIGARAKI! — gritou uma voz.


Um raio de luz verde cortou o ar.

Logo atrás, uma explosão.


Deku surgiu, olhos acesos, seu chicote negro rugindo como uma fera descontrolada. E ao lado dele, Bakugou, voando com violência, detonando o ar com suas explosões.


O impacto dos dois acertou Shigaraki ao mesmo tempo.

O vilão foi jogado para trás, com o rosto surpreso e furioso.


Deku se colocou diante de Aizawa, os olhos ardendo em determinação.


— Você não vai tocar nele. — disse Izuku, firme.


A guerra havia acabado de mudar.


Próximo capítulo: Guerra. 






















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