Haviam se passado 2 meses desde que abriram a confeitaria dos Uchiha; o estabelecimento fazia bastante sucesso no bairro, já que se localizava ao lado de um restaurante italiano e as pessoas sempre passavam lá para comer os doces como sobremesa. Encomendas também eram frequentes, mas era difícil pois não havia motoqueiros suficiente.
- Aniki! Prende esse cabelo, você sabe que vai cair nos doces se não prender! – Izuna reclamou para o mais velho, alertando sobre o que poderia ocorrer.
- Shh, eu sou o chef aqui, olhe e aprecie! – Madara falou, se exibindo jogando a massa do bolo para cima e pegando logo em seguida. – Viu só? – Uma gota surgia na cabeça de Izuna, saberia que a qualquer hora seu irmão iria fazer besteira.
Era uma quarta-feira, então a promoção da semana seria o clássico Red Velvet. Os irmãos Uchihas estavam com seus aventais de chef, preparados para o estabelecimento lotar, já que era um dos doces mais famosos do local. No forno, eram assados dois bolos de chocolate com recheio, para encomenda. Já haviam chegado algumas pessoas; quem atendia era o mais novo. Na fila, havia dois homens: Um alto de pele parda, com longos cabelos castanhos; estava com uma feição alegre. Já o quê estava ao seu lado, tinha uma estatura um pouco mais baixa que o outro, cabelos grisalhos, espetados e pele pálida; nos dois lados de seu rosto, possuía cicatrizes e estava com os braços cruzados e uma expressão facial séria.
- No quê posso ajudar? – Izuna sorriu para os homens, em especial para o de cabelos grisalhos.
- Um pedaço de bolo prestígio e outro, de Red Velvet, por favor. – O moreno respondeu, enquanto Izuna anotava os pedidos. Madara, que batia a massa do outro bolo que iria colocar na geladeira, observava o cliente mais alto, maravilhado com seu sorriso.
- Pra agora ou viagem?
- Agora.
- Vinte e cinco reais. – O mais alto estendeu uma nota de vinte e outra de cinco. – Certinho! – Izuna sorriu novamente.
- Obrigado. – Ambos saíram e se sentaram na mesa que ficava um pouco à frente do balcão.
Izuna se dirigiu ao irmão para mostrar os pedidos e claro, fofocar sobre os dois clientes; notando que o mais velho também os observava, decidiu iniciar o assunto.
- Madara do céu! Você viu aquele branquinho? Meu santo Rikudou, me traz um leque, tô ficando até quente. – Brincou o mais novo, que cortava um pedaço de ambos os bolos e colocou na balança, para fazer a pesagem.
- Vi sim, mas aquele moreninho dá 10 de 0 nele. Deve ter uns 18 cm de pau pra cima, certeza. – Izuna bateu em sua própria cabeça e fez um sinal de negação com a cabeça.
- Nii-san! Estamos no trabalho, não é hora de fazer esse seu gaydar apitar! – Os dois acabaram rindo, mas não tão alto para não chamar atenção dos clientes.
Após a pesagem dos doces, Izuna levou cada prato em uma mão com os palmos estendidos, como um garçom, até a mesa dos dois clientes.
- Aqui está, bom apetite. Qualquer coisa, pode ir ao balcão e falar comigo. – Izuna sorriu fechado e voltou. Madara olhava tudo de longe, encostado na parede que ficava ao lado do armário; com o cotovelo direito apoiado em seu braço esquerdo, estava o polegar e o indicador na testa com os outros dedos estendidos, sua expressão facial era como se estivesse falando ‘’puta que pariu.’’
- Muito obrigado. – O moreno agradeceu.
Izuna retornou para a parte de dentro do balcão e Madara se mostrava indignado e com uma tremenda vontade de rir.
- Você flertando é uma desgraça, com todo respeito. E outra, cê tá todo assanhado, e ainda fala que é meu gaydar que apita? Misericórdia, Izuna. – Madara provocou o mais novo e tapou a boca, abafando o riso.
- Hm! Vai lá e faz melhor então, eu hein.
- Tenho certeza de que faço, a cada palavra que tu fala cê sorri, porra. Se liga, aquele moreno gato tá vindo, vou mostrar como faz, aprende com o irmãozão aqui. – O mais velho falou, porém dessa vez mais baixo, para o que se aproximava não escutar.
- Por favor, você sabe me dizer se têm colher grande? – O de cabelos castanhos perguntou.
- Temos sim, só um minuto. – Madara abriu a gaveta e pegou uma colher, a entregando na mão do cliente.
- Obrigado. – O moreno sorriu fechado ao pegar a colher.
- Nada, bom apetite. – Sorriu de volta e voltou para perto do mais novo, que observava discretamente.
- Tá vendo só, mongol? É assim que se faz, porra. – Madara jogou seus longos cabelos negros num tom de deboche para o mais novo, fazendo o mais novo bufar e revirar os olhos.
- Você não presta.
- Vai me dizer que não ficou xonadinho naquele cabeludo?
- Prefiro aquele branquinho mesmo, não sou João Shampoo igual você não!
- Você tem mal gosto demais.
E os irmãos continuaram batendo papo sobre os dois clientes que chamaram bastante suas atenções; isso durou até notarem uma fila enorme de clientes que aguardavam ser atendidos, enquanto os dois fofocavam igual aquelas vizinhas chatas que ficam na rua da casa de vocês.
Quando a fila ficou menor, notaram o cliente moreno ao lado do grisalho se aproximando, ambos entraram em choque e discutiram por pouco tempo quem iria falar com eles. Acabou que Madara chegou primeiro e o mais alto segurava os dois pratos, um em cima do outro com os talheres em cima do último.
- Estava uma delícia, parabéns. Eu gostaria de encomendar um para o aniversário do meu colega, pode me dizer o contato de vocês? – Madara, ao ouvir o elogio sobre o doce, sorriu instantaneamente, mas não era por educação; ele tinha outras intenções com o cliente e com certeza não era só entregar o pedido.
‘’Delícia é você, amor.’’ Pensou brevemente.
- Claro. – Estendeu a mão entregando o cartão, lá tinha seu número e o de Izuna.
- Até meu irmão que é fresco com comida ficou maravilhado, não é não, pedacinho de céu? – O mais baixo suspirou e revirou os olhos, fazendo os outros dois rirem.
- Desculpe pelo meu irmão, ele é bem empolgado.
- Haha, sem problemas.
- Parabéns pelo seu trabalho e do outro chef!
- Ah, ele é meu irmão caçula. – Quando se referiu a Izuna, o garoto que acompanhava o cliente mais velho sorriu.
- Vou chamá-lo mais tarde para acertar os pedidos, até!
- Até! – Madara se virou para Izuna e notou que o mesmo também sorria de forma maliciosa.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.