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História Um amor de contrato - Acordo firmado


Escrita por: AndyeGW

Notas do Autor


Oi, oi, oi... Pensaram que eu não passaria hoje? Pois estou aqui, e trouxe um capítulo novinho, saído do forno, quentinho para a alegria de vocês... Finalmente, o encontro dos nossos queridos e, de alguma forma, certo reconhecimento. Espero que gostem do que preparei para vocês.
PS: Agradecimento especial para a minha beta, AnneRay182, que tanto me ajuda dando ideias legais para a melhor construção e desenvolvimento da nossa história.
Beijos para vocês e até amanhã!

Capítulo 8 - Acordo firmado


Hermione estava em uma espécie de transe forçado. Parecia viver um momento absurdo da sua vida.  O escritório era chique, elegante demais para comparar com os locais onde ela já havia ido buscar emprego. 

De longe, aquele ambiente era muito maior do que o espaço no qual ela se espremia com a filha. Todavia, o que a deixava sem fala, completamente desnorteada e absorta do mundo exterior era a pessoa sentada do outro lado daquela mesa redonda e que, agora, olhava para ela fixamente.

Ronald parecia confuso. Olhava para Hermione com uma expressão desconfiada. Não sabia o que pensar sobre aquela situação na qual estava se envolvendo, mas sentia um calafrio percorrendo a sua espinha de alto a baixo. 

A mulher, que ele não lembrava bem o nome, olhava para ele de forma assustada, confusa, profunda, e não havia pronunciado uma única palavra desde que o havia reconhecido. Fixando o olhar nela, pensou que ela vivenciava o mesmo momento confuso que ele.

Harry, por sua vez, não parecia ter uma expressão diferente da dos outros dois. O que mudava, no seu caso, era o total desconhecido. Estava confuso pelo silêncio imposto sobre eles tão logo as duas partes interessadas naquela situação se viram. Notou que, absurdamente, os dois se conheciam. 

Tentou se lembrar de algum momento onde tenha apresentado os dois, mas a situação não chegava à memória. Olhava de um para o outro, tenso, e sentiu que era sua a tarefa de quebrar o que parecia ser um silêncio mortal.

— Parece que, de alguma forma, vocês dois já se conhecem... — falou por fim, sem muita convicção, e os outros dois pareceram despertar.

— Sim — Rony falou direto.

— A Rose... — Hermione começou e olhou diretamente para Harry antes de continuar — Ela acertou uma bolada nele dias atrás.

— Rose? — Harry perguntou curioso, as sobrancelhas arqueadas.

— É... Faz uns dias... Lembra que comentei com você que ela tinha acertado um rapaz na praça?

— Sim... Eu lembro. Nunca imaginei que poderia ser o Rony.

— Pois é — o ruivo se pronunciou — Por mais incrível que pareça, era eu.

— E por mais que seja muito absurdo, devido a isso, nós nos conhecemos de alguma forma — a jovem completou.

— Então... — Harry tentou quebrar mais uma vez o clima que se instaurou — De alguma forma, então... Acho que será mais fácil resolvermos essa situação...

Rony e Hermione balançaram a cabeça num movimento que pareceu ser de concordância, mas os olhares não pareciam concordar com a afirmativa. Harry, diante disso, resolveu deixar aquela tensão de lado e desenvolver o seu trabalho da melhor forma possível. Estava diante dos seus melhores amigos, ambos necessitados de algo. Gostaria que nenhum deles precisasse chegar àquela situação, mas se estavam ali, que fossem até o fim.

— Ronald — ele começou após um pigarro envergonhado. Não imaginava que a situação seria tão complicada, tão constrangedora — Esta é Hermione Jean Granger. Ofereci à ela a proposta que me deixou encarregado e ela, até então, aceitou, mas tem algumas sugestões para alterações no contrato e, caso você não se oponha, fecharemos tudo em, no máximo, uma semana.

— Tudo bem — Rony respondeu parecendo voltar a si. Pensou se aquela era realmente a melhor alternativa para resolver a sua situação com o pai. Pensou se deveria confiar àquela mulher o seu futuro como herdeiro e, ainda mais, o futuro do seu filho.

— Hermione — Harry se dirigiu à amiga — Você gostaria de fazer as suas observações em relação ao contrato?

— Bem... — ela sentiu-se nervosa. O estômago estava gelado — Se puder adiantar tudo, eu agradeço.

— Tudo bem — ele se virou para o amigo — Algum problema quanto a isso, Ronald?

— Não... Nenhum. Prossiga, por favor.

— As alterações solicitadas por Hermione se encontram nos dois parágrafos únicos da cláusula 3ª — Harry continuou entregando uma cópia do contrato para cada um dos dois presentes — No parágrafo único que diz que “é vedado à CONTRATADA o direito de uso do valor mensal pago para fins de terceiros, a saber, festas, encontros e qualquer atividade particular e não interessante para o desenvolvimento sadio da gestação” a alteração seria em relação à sua filha...

— Rose? — Rony perguntou desviando os olhos do papel e direcionando-os para Hermione que balançou a cabeça em afirmação. Ela friccionava os lábios, ansiosa.

— Exatamente — Harry confirmou também — Como Hermione tem uma filha e a mantém sozinha, não teria como utilizar todo esse dinheiro com um filho e deixar a outra desassistida...

— Compreendo — Rony comentou mais para si que para os outros dois ao relembrar que, em seu íntimo, não fazia muito tempo, havia pedido que a situação melhorasse para aquela menina.

— Dessa forma — Harry continuou — A alteração seria destinada à Rose. Hermione não se nega a usar o dinheiro em prol do nascente, mas, para isso, gostaria que fosse adicionada a ressalva do uso desse valor também para sua filha, Rose.

— Entenda... — ela começou passando por cima de sua timidez e desconforto — Eu já tenho uma filha e, de verdade, as coisas não estão fáceis para nós duas. Não seria justo com a Rose que o seu futuro irmão ou irmã, porque é isso que eles serão, tenha tudo enquanto ela não tem nada. Eu não teria como explicar essa situação para a minha filha e jamais concordaria com ela, então, é a minha principal sugestão para que eu assine esse contrato.

— Rose é uma menina incrível, Rony — Harry complementou. Era a única alteração que ele temia que o amigo não aceitasse — E realmente não seria justo com ela que, aos seis anos, precise viver essa situação de distinção. Por outro lado, Hermione é a pessoa mais dedicada, decente e organizada que eu conheço...

— Obrigada, Harry — a moça falou discretamente.

— Eu tenho certeza absoluta que ela jamais utilizaria esse valor em prol de coisas sem sentido. Para esse fim, nós conversamos que podemos passar para você um relatório mensal ou bimestral de todas as despesas realizadas.

— A única coisa que quero é que a minha filha não saia perdendo com tudo isso...

— Ela não vai perder em nada — Rony falou e os dois pararam todos os argumentos para que ele prosseguisse — Não vejo qualquer problema em incluir a pequena Rose nas despesas e concordo com a alteração do parágrafo. Também acho viável a questão dos relatórios de despesas, não havia pensado sobre isso. Você pode me passar um a cada três meses?

— Claro — Hermione respondeu descompassada ao perceber que ele se dirigia diretamente a ela, feliz demais por ter conseguido aquilo de maneira tão fácil — Você me diz qual a melhor forma de te mandar esses relatórios. Posso mandar por e-mail ou impressos. Posso fazer planilhas, anexar os comprovantes de gastos...

— Pode ser por e-mail. Faça uma planilha e coloque o extrato mensal do cartão que irá receber em anexo, por favor.

— Sim... Claro. Obrigada!

— Obrigado, Rony — Harry falou e o ruivo percebeu um sorriso discreto se formar nos rostos de ambos.

— A segunda alteração está também na cláusula 3ª. Ela diz que “No caso de má formação do feto, é a CONTRATADA que decide se interrompe a gravidez, considerando que ela será a responsável presente durante todo o desenvolvimento da criança até a sua vida adulta”. Hermione gostaria que o parágrafo fosse alterado para “No caso de má formação do feto, o CONTRATADO e a CONTRATADA decidirão juntos se interrompem a gravidez, considerando que ambos serão responsáveis pelo desenvolvimento da criança até a sua vida adulta e se, caso discordem, a CONTRATADA decidirá o que entender por melhor”.

— Qual o motivo dessa alteração?

— Bem...

— Não, Harry. Gostaria que a própria Hermione explicasse.

— Claro — ela começou mais uma vez, vermelha — Quando estávamos vindo para cá eu precisei passar antes na praça e pegar a minha filha, por isso demoramos um pouco...

— Ela está aqui? — Rony pareceu interessado.

— Não. Ela está com minha amiga — Hermione respirou fundo antes de continuar — Ela disse durante o trajeto que havia encontrado com o moço legal, mas que não lembrava mais o seu nome... Ela disse que conversaram e que ele perguntou onde estava o seu pai.

“O pai da Rose não sabe dela e essa foi uma decisão minha. Ele não merece saber dela porque é um cara... Enfim. Não quero que esse bebê passe pelo mesmo, independentemente da sua condição de saúde. Eu sei que não é legal que a minha filha cresça sem um pai, mas eu fui obrigada a isso por toda situação que passei... Isso não vem ao caso — se repreendeu — Não quero que esse bebê cresça sem pai caso a sua condição seja essa...”.

— Você entendeu assim? — Rony perguntou a olhando profundamente. Sabia que Rose havia falado dele — Entendeu que eu abandonaria o bebê caso ele nascesse com algum problema?

— É isso o que o parágrafo diz — ela pareceu vacilar. Estava com leve vergonha.

— Eu jamais abandonaria um filho, Hermione. Definitivamente, não importa a sua condição de saúde, jamais o abandonaria — ele explicou e não parecia ofendido como Hermione imaginou que estaria — Harry, por favor, deixe esse parágrafo mais claro e compreensível. A mãe será responsável pela criação direta da criança, mas eu estarei presente em todos os momentos. Inclusive, pode acatar a sugestão de Hermione.

— Tudo bem — Harry falava enquanto anotava em sua cópia aquela alteração. Hermione olhou para o rapaz pensando que Gina talvez estivesse errada em sua opinião sobre ele.

— Mais alguma coisa? — Rony perguntou para Hermione.

— Sim... — ela falou sem graça — É sobre o valor mensal...

— Hmmm — o jovem olhou dela para Harry — Eu te disse que deveríamos ter aumentado o valor.

— Na verdade — Hermione continuou depois de um pigarro constrangido — Bem, na verdade, eu achei uma quantia muito alta e acredito que vai ficar sobrando dinheiro...

— Como assim? — Rony a questionou com curiosidade.

— De alguma forma eu não acho nada dessa situação certo — ela foi sincera e o olhava fixamente — Mas eu tentei entender os seus motivos desde o princípio e não te julgo por tomar essa decisão. Não acho certo receber para ter um filho, mas também não poderia fazer isso sem receber nada em troca, dada a minha atual situação e isso tudo tem me confundido, mas eu realmente preciso de dinheiro ou a minha filha vai acabar indo para a rua... — os olhos embargaram e Rony se constrangeu — Eu vou ter um bebê seu para salvar o futuro da minha bebê — ela levantou os olhos evitando que as lágrimas caíssem — Essa situação é muito absurda e eu me sinto péssima com tudo isso, mas embora esteja fazendo isso por dinheiro, não vamos precisar de todo esse valor.

— Hermione... — Rony falou consternado — Eu não imagino o que tem passado, mas deve saber que dinheiro nunca é demais...

— Para mim, sim. Não vou saber o que fazer com tanto dinheiro porque isso nunca fez parte da minha realidade nem da minha filha, então… se puder diminuir, pelo menos de dez para cinco salários, acho que seria melhor...

— A minha sugestão — Harry interveio vendo que eles pareciam não conseguir entrar em acordo — é que comecemos com os depósitos de cinco salários, como Hermione solicitou. Conforme ela identifique a necessidade, seria repassado para mim e efetuamos o aumento progressivo até chegarmos em um valor confortável ou nos dez salários mensais.

— Me parece sensato... — Rony respondeu e aguardou a palavra da moça.

— Pode ser assim para mim também, Harry.

— Ótimo! — o advogado falou com entusiasmo e anotou as modificações em sua cópia — É isso!

— Mais alguma coisa, Hermione? — Rony perguntou e ela sentiu-se novamente desconfortável.

— Não. Está tudo bem assim.

— Vamos deixar o contrato passível de alterações, caso elas sejam necessárias — Harry continuou — Farei as modificações ainda hoje e repasso para ambos por e-mail para que possam analisar. Caso estejam de acordo, podemos assinar amanhã mesmo.

— Por mim, tudo bem — Rony falou aparentando animação.

— Por mim, também — Hermione não parecia tão animada, mas tensa.

— Ótimo! — Harry continuou para Rony — Preciso que você procure uma boa clínica para iniciarmos o procedimento.

— Se não se incomodarem, gostaria que tudo fosse realizado pela médica que acompanhou a gestação da Rose. Ela foi muito boa pra mim...

— Por mim, não há qualquer problema — Rony falou.

— Vamos precisar de uma boa história para a inseminação — Harry pensou — Mas isso será fácil, temos uma excelente escritora aqui. Histórias são a área da Hermione...

— Você é escritora? — Rony perguntou enquanto se despediam.

— Sou formada em Literatura, mas não tive tanta sorte...

— Entendo... Obrigado, Hermione. Você está sendo muito importante para mim nesse momento — ele falou e lhe estendeu a mão.

— Eu te entendo. E espero que a gente não se arrependa… 

— Não vamos. Obrigado — ele sorriu e ela lhe sorriu de volta ao apertarem as mãos. 

— Dará tudo certo, Mione — Harry falou também — Devemos manter a fé de que tudo dará certo para todos no final…

— Que seja assim… — ela respirou fundo e se direcionaram para a porta de saída.

— Obrigado de novo, Mione — Harry agradeceu novamente e Rony falou após concordar com o advogado com um movimento de cabeça.

— Aliás... Não quero que entenda mal ou que veja como uma intromissão em sua vida, mas seria bom você ficar atenta com o jovem que acompanha a Rose até a praça quando você não pode ir...

— O Rick? — Hermione perguntou curiosa e levemente preocupada, olhando o ruivo fixamente. Sabia que havia sido com ele que Rose se encontrou mais cedo, o tio da bolada — O que houve?

— Nada de mais, mas soube por sua filha, essa tarde, que o interesse do Rick em ir à praça é a mocinha chamada Roxy.

— Ah... Rick — Hermione suspirou cansada — Obrigada pelo alerta.

— Não há de quê!

E assim os três saíram daquele ambiente, cada um envolto em seus próprios pensamentos, com seus próprios anseios. Hermione desejava profundamente que aquilo que ela estava fazendo fosse a ponte para o fim dos seus problemas e que, com aquela decisão, pudesse dar um futuro mais digno para Rose, mesmo que se angustiasse ao pensar que, para isso, colocaria outra criança no mundo.

Via seus sonhos, aqueles que, ingenuamente, ainda alimentava, irem por água abaixo. Se já era tão complicado para ela ter uma vida normal tendo uma filha, se via o olhar preconceituoso das pessoas quando descobriam que tinha uma criança e era mãe solteira, ainda mais agora. Quando, agora que teria duas crianças, poderia encontrar um cara legal para dividir os sonhos e a vida? Quando poderia viver normalmente?

Os pensamentos de Rony se confundiam ao entender que as exigências do pai ajudariam de alguma forma no futuro daquela menina, Rose. Sentiu-se levemente feliz em meio a toda aquela loucura por, através dela, ser capaz de proporcionar algo de bom para a pequena amiga. 

Em contrapartida, se sentia levemente sufocado pela ideia de ter um filho com uma desconhecida, por mais que Harry tivesse falado bem dela, por mais que tivesse um pouco de comoção por tudo o que soube através de Rose. Seus sonhos de construir uma família em nada tinham relação com aquelas circunstâncias.

Harry, ao contrário dos dois, se preocupava com o geral e que os amigos pudessem se magoar de alguma forma, mesmo que demonstrasse total segurança e convicção diante daquela situação para ambos. Conhecia os dois, sabia o quanto eram pessoas incríveis e sabia como desejavam que suas vidas fossem diferentes do que acabou sendo. 

Desejava o melhor para Hermione e aquela foi a única forma, depois de muitas tentativas, que encontrou para ajudar a amiga. Desejava que Rony voltasse a crer nas pessoas, mas não conseguiu e precisou apoiá-lo naquela loucura. A única coisa que realmente queria era que, de alguma forma, aquela situação mudasse o rumo na vida dos dois, e que a mudança fosse para melhor. 


Notas Finais


E ai, pessoal? Curtiram? Espero realmente que sim e fico por aqui aguardando a impressão de vocês sobre a nossa história!


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