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História Um Amor em Cinco Atos - A primeira vez que te vi.


Escrita por: heartquake

Notas do Autor


Sobre um Lee Hyukjae.

Capítulo 1 - A primeira vez que te vi.


A primeira vez que eu o vi foi há muitas luas atrás. Particularmente naquele dia, estava chovendo, chovendo muito forte, como se o Deus ou os Deuses no céu estivessem se vingando dos que estavam na Terra e lançassem uma tempestade mais forte do que a noite, daquelas que chegava a iluminar a escuridão com um relâmpago que cortava o breu, vinda seguida de um estrondo que era tão alto e que as pessoas sentiam medo – mesmo que o perigoso fosse o raio, não o barulho que ele ressoa.

Ele chegou todo ensopado dentro do bar e não se importou se estava molhando o chão com a água que escorria das roupas pesadas ou se a lama sujaria o assoalho de madeira de lei. Não é como se as suas roupas fossem aquecer o seu corpo, mas ele permaneceu com as mãos dentro do casaco preto como se livrasse as mãos do frio, mas, na verdade, eu vi quando um arrepio alastrou seu corpo e ele tremeu de leve, fazendo com que mais gotas d'água se soltassem de seus cabelos e fossem parar aos seus pés calçados de um coturno sujo e molhado, que acabavam por fazer um barulho esquisito a cada passo que ele dava em direção a lugar nenhum.

Acompanhei com os olhos o tempo inteiro em que ele esteve apenas rodando dentro do bar, sem pedir nada ou conversar com alguém. Por alguns segundos pensei que fosse um ladrão ou algo do tipo, mas a beleza que ele possuía me fazia querer ficar sentado em minha cadeira, bebendo a cerveja que ainda estava pela metade e que já me causava uma tontura, porque, por incrível que pareça, eu era o cara mais fraco para bebida que existia vivo na terra. Só perdia para o cara que havia bebido um gole de cerveja e partido para o além por não aguentar míseros mililitros de álcool no sangue. Esse era o cara mais fraco para bebida, morto.

Finalmente ele havia sentado, entretanto, os meus olhos não captaram o momento em que ele retirou a carteira de cigarros do bolso, que estava incrivelmente intacta, mesmo que a chuva tivesse destruído qualquer coisa feita de papel que estivesse porta afora. A que ele possuía era de uma marca famosa, mas que diziam não ser tão boa, só que todo mundo fumava aquele porque, bem, era famosa e todo mundo gostava de estar usando coisa de marca, não importava se era só um cigarro.

O jeito que ele segurava o cilindro entre os dedos se comparava ao segurar de um taco de sinuca, e eu só pensei assim porque ele escolheu sentar-se perto dos rapazes que jogavam e acertavam as caçapas consecutivamente. Ele o levava até a boca e fazia um ligeiro bico para colocar o papel entre os lábios e tragava forte, como se nunca fosse se saciar daquela fumaça, e então ele soltava a névoa de sua boca, que subia e ia direto para os cabelos loiríssimos. Ele não era loiro, era muito loiro, exponencialmente loiro, loiro platinado, e eu não cansava de olhar para os fios que se sujavam com a fumaça que pregava devido à água.

Antes de ele ir embora, deixou cair a carteira de cigarros, e eu inconscientemente larguei minha mesa, meu resto de cerveja, algumas notas de dinheiro sobre a madeira, e o segui porta afora. Ainda chovia a mesma tempestade e rapidamente eu fiquei ensopado, com a roupa colando no corpo e o cabelo umedecendo na cabeça, fazendo com que pingasse em meus olhos e eu enxergasse um quase nada lindo e loiro platinado. Eu já estava com o maço na mão, pronto para devolver e dizer algo do tipo: "Olha, você deixou cair isso", porém ele foi mais rápido e soltou o gatilho.

- Eu sabia que você viria.

Eu não havia reparado que ele estava sem camisa por debaixo da jaqueta. O zíper do tecido desceu um pouco e eu vi sua pele branca demais, imaculada demais para ser de verdade, parecia leitosa e gelada. Eu queria tocar e sentir sua temperatura, mas ele soltou uma afirmação que eu não esperava e que me deixou surpreso e com a cabeça confusa, porque eu realmente não me lembrava de tê-lo visto anteriormente e mesmo que eu tivesse a memória como a de um peixinho dourado, eu lembraria. Olhei em seu rosto e reparei que havia um esparadrapo em sua bochecha e eu quis perguntar como ele havia conseguido aquilo, mas falei outra coisa.

- O que?

A água escorria por minha boca e batia em meus ouvidos. Se o volume do líquido fosse maior, eu juro que poderia engasgar a qualquer instante, porque qualquer coisa era motivo para eu correr risco de morte. Meus dentes queriam começar a bater, mas eu cerrei o maxilar, de forma que minha boca quase parou quieta durante alguns instantes. Minha língua rodava inquieta dentro da cavidade, tamanho o frio que até o músculo começava a se incomodar com a falta de algo quente para aquecê-la durante a chuva e o vento que me chicoteava.

- A carteira de cigarros. Eu a deixei cair para que você viesse atrás de mim, e funcionou. Agora me diga: por que você me olha tanto?

Ele me sorriu e virou de costas para mim, seguindo em direção ao estacionamento semicoberto – daqueles que você só tem cobertura se desembolsar um pouco – muito – a mais para guardar o carro – e se escondeu da chuva. O som era alto sobre a cobertura, mas eu o segui mesmo que meus ouvidos incomodassem.

- Eu não te olho tanto.

- Você me seguiu com o olhar o tempo inteiro. É claro que estava.

- Eu...

- Você parece com frio.

Alguns segundos se passaram e ele andou em minha direção, abrindo o casaco e me mostrando a tez pálida. Jurei que ele me estupraria ali mesmo, talvez em cima da picape que estava atrás de nós, entretanto, ele tomou minhas mãos entre as suas e me fez colocá-las em sua cintura, para que então eu a rodeasse com os braços. Ao contrário do que eu pensava, ele era quente. Quente e aconchegante. Tinha a pele macia e parecia doce se eu pudesse tocá-lo com os lábios. Eu o abracei e ficamos naquela situação incomum, naquela noite chuvosa de um verão que foi embora tão rápido quanto chegou. Ele era o verão, mas ele não me disse que não iria embora. O seu cheiro ficou perto de mim por alguns longos minutos, misturado à chuva e o cheiro de quem vive fumando. Eu me senti quente após um tempo e ele me apertava contra seu corpo como se me conhecesse, como se me acolhesse e eu gostei daquilo.

- Eu sou Hyukjae.

- Donghae.

- Vamos, me diga por que me olhava. Não seja tímido.

- Eu gosto do jeito que você fuma o seu cigarro.

 


Notas Finais


O que eu deveria ter falado nas notas iniciais: é apenas uma estória curta, feita com tanto carinho que só eu tenho ideia. Eu sinto que tem muito sobre... A vida. (?) Coisas que vocês só entenderão no final. Eu espero mesmo que gostem.
Dúvidas, reclamações ou incentivos ali nos comentários, ok?


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