História Um amor (Não) Recíproco - Imagine Neji Hyuuga - XVIII - I don't want to be your friend.

                   S/N P.O.V

A chuva caía pelo meu rosto se misturando com as fracas lágrimas, eu já não sentia mais o gosto salgado delas. Eu não deveria chorar por um garoto, não foi assim que o papai me ensinou, mas ele mexe tanto com o meu psicológico. Merda, garoto! Saia da minha mente.

— Porra, coração...não me fode. - Rio fraco. - É como Sasuke disse, não sou mais a mesma. - Digo, mas rio logo em seguida. Falar sozinha não é uma mania tão presente.

Me levanto do chão dando algumas batidinhas em minha roupa, tirando a pouca terra. Faço alguns sinais me transformando em um corvo. Voei com toda a velocidade, chegando logo em minha casa.

Assim que chego em minha humilde residência, já virando meus calcanhares em direção ao banheiro. Nada como um banho e um chocolate quente para relaxar. Assim que chego ao local, retiro minhas roupas entrando no box. A água morna me relaxava, era como se tivesse tirando todo o peso de minhas costas. Nessas horas duas coisas podem acontecer, os problemas vão todos para o ralo, pelo menos temporariamente, ou todos vem a toda te fazendo surtar, misturando suas lágrimas com a água.

Já vestida preparo o meu chocolate quente, me sento confortavelmente no sofá. O cheirinho da bebida que entrava em minhas narinas me fazia sorrir. Dou um belo gole me deliciando com aquele gosto. Tudo parecia estar bem, pelo menos naquele momento.

— ESTÚPIDA! - Me levanto apressada. - Não acredito que esqueci a janela aberta! - Chego ao quarto, mas vejo a mesma fechada e o local sem vestígios de água alguma. - Ué, eu lembro de ter deixado aberta, pois estava fazendo calor. - Coloco as mãos em meu queixo pensativa.

Meus olhos percorrem a minha cama e param sobre o meio dela, havia uma caixinha e uma espécie de cartinha ao lado. Minha curiosidade logo desperta me fazendo pular na cama e logo abrir a bela caixinha, rasgar para ser mais específica. Meus olhos brilham ao ver o lindo colar vermelho. Retiro o colar dado por meu pai, na intenção de colocar o novo.

— Desculpe, papai. Vou apenas guardá-lo um pouco. - Sorrio, guardando em minha gaveta. Logo, com um pouco de dificuldade, coloco o outro. - Tão lindo. - Admiro, me olhando no espelho. Meu Sharingan aparece formando um lindo contraste. Como eu havia pensado, esse colar tem o mesmo tom dos meus olhos.

Como sou um pouco esquecida acabei esquecendo da carta. A abro com cuidado, diferente da caixinha. Não sei reagir a presentes, já abro desesperada e quero usar logo. Leio a carta atentamente.

"Oi, meu anjo. Desculpa? Não, isso não é o bastante, eu sei. Mas ainda gostaria de me desculpar por tudo. Eu parei de acreditar que cada um já nasce com o seu destino pronto, mas nós dois parecemos tão incompatíveis. Não quero dizer sobre nós em si, mas as coisas que aconteceram nos fizeram parecer incompatíveis. Eu gostaria de chamá-la de minha, beijá-la quando quiser, abraçá-la quando sentir frio, assim que você abrisse a porta, eu gostaria de estar no seu portão esperando por você, mas parece serem coisas impossíveis. Não vou mentir, achei que a Tenten poderia ser a mulher que eu amo, mesmo que eu não a amasse, acreditava que um dia isso aconteceria, mas não foi assim...A minha mente e corpo clamam por você, mas o meu coração acredita que um dia iremos nos ferir, e eu não quero isso. Eu queria, meu anjo, eu queria! Mas não parece ser o certo, vamos recomeçar como amigos?"

Meu olhos estavam encharcados, mas mordi minha bochecha impedindo as lágrimas de saírem. Eu li e reli a carta umas três ou quatro vezes. Eu conseguia imaginá-lo dizendo que me queria, mas o final da carta me irritava.

— Eu não quero ser sua amiga, poxa. - Sussurro suspirando.

Termino de tomar o meu chocolate quente e coloco o meu colete verde, junto a meus sapatos. Faço alguns sinais virando um corvo novamente e saio de casa.

                 Itachi P.O.V

[Horas atrás]

Entrei naquela vila novamente, depois de tantos anos. Eu estava sem o manto da Akatsuki, assim eu poderia passar despercebido.

— Ei, você conhece o Neji? - Indago para uma garotinha de olhos perolados. Uma Hyuuga.

— Sim, mas quem é você? - Indaga. Que sorte, alguém que o conhece.

— Shisui. - Digo rápido. Não consegui pensar em outro nome. - E você? - Questiono apressado, caso ela pergunte algo a mais.

— Hanabi. E o Neji é o meu primo. - Diz me olhando de canto. Então ele é um Hyuuga. - Como o conhece? Nunca o vi por aqui.

— Sou de uma aldeia vizinha, fui mandado para falar com Neji Hyuuga. Temos uma missão pra ele, a Hokage já permitiu.. - Invento. Por que só não apliquei um genjutsu nessa garotinha?

— Entendo, me acompanhe. - Diz, parecia ter cedido, mas ainda me olhava um pouco desconfiada. Ela segurava uma kunai, mas havia um tipo de acessório na ponta. Ela fazia a kunai de brinquedo? Patético.

Andamos um pouco até chegar a casa dos Hyuuga, peço para a garotinha o chamar, mas ela logo volta.

— Sinto muito, mas ele disse que não conhece nenhum Shisui. - Diz. Ela parecia mais desconfiada.

— Cansei. - Suspiro, e a garota fica confusa. Aplico um genjutsu nela, nada tão doloroso.

Adentro a casa procurando pelo tal garoto, até ver uma porta aberta. Era um quarto e tinha um garoto dentro dele.

— Quem é você? - Questiona. Me deixa um pouco surpreso.

— Itachi Uchiha. - Respondo, fazendo o garoto ficar surpreso dessa vez. - Você é o Neji Hyuuga?

— Exato. O que quer aqui?

— Conversar. - Digo, o mesmo me olhava com uma das sobrancelhas arqueada. - Sobre S/N.

Saimos de sua casa e fomos a um lugar na floresta. O que me deixava surpreso é que ele não abaixava a guarda por nada, ele acha que vou tentar matá-lo? Sem me conter sorrio fraco.

— Diga o que quer. - Diz curto e grosso.

— Diga você o que quer. - Digo deixando o garoto confuso. - O que quer com a minha prima?

— Nada, não vai rolar mais nada entre a gente. - Diz firme, mas falha com sua postura olhando para baixo. Deixei S/N para esse babaca não querer nada com ela?

— Vou ser direto. Eu estou aprendendo a deixar de vê-la com outros olhos, sabia? Tudo porque eu sabia que ela gostava de outra pessoa, de você. - Suspiro. - Deixar alguém que gosta não é fácil, mas sacrificar sua felicidade pela felicidade de quem gosta é o mais puro amor. - Confesso. O garoto passou a me encarar estranho.

— Estranho, você foi embora e deixou um presente? - Questiona irônico. O olho confuso. - Você foi embora, mas deixou a sua marca registrada no pescoço dela? O que foi, estava marcando seu território? - Ironiza, mas me olhava irritado.

— Aquilo foi um erro. - Digo baixo. - Mas me diz, você vai deixá-la? É engraçado saber que o cara que ela gosta é um frouxo. - Sorrio de lado.

— Frouxo? - Indaga rindo. - O que faço ou deixo de fazer é um problema inteiramente meu. Não me julgue como se não houvesse um motivo para eu deixá-la. O destino não quis assim.

— Destino? Ah, não me fode! Quem faz o destino é você. Se gosta dela, a segure com todas as forças, mulher como ela não se encontra fácil. - Digo. Viro um corvo, e vou embora o impedindo de falar. De cima, desfaço o genjutsu da garota, que acordou sem entender nada.

                    S/N P.O.V

[Atualmente]

Assim que chego em sua casa, desfaço meu jutsu. Respiro fundo e dou leve batidas na porta principal, logo sendo atendida por Hinata.

— Hina-Chan, ele está em casa? - Indago séria.

— Está no quarto. Bom, fique a vontade, estou de saída. Irei treinar com Shino e Kiba. - Sorrir saindo.

A casa estava silenciosa, apenas o Hyuuga está nela. Respiro fundo novamente, mas mantenho minha postura e bato em sua porta. Logo o garoto abre, ele me olhava com os olhos levemente arregalados.

— Me desculpe, mas não consigo sentir amor de amigo por quem eu gosto de verdade. - Sorrio fraco. Seguro o garoto pela gola do colete e o beijo. Ele fica estático, mas logo começa a se envolver. Passa suas mãos pela minha cintura e a agarra com certa possessão. Eu não conhecia esse lado do moreno.

E se eu dissesse que te amo?

Você diria que me ama de volta?

Ele me puxa para dentro do seu quarto, sem separar nossos lábios, e fecha a porta com um pequeno chute. Fomos andando em passos cegos até eu sentir deitar em algo macio, ele me ajeita ficando em cima de mim, e me beija com mais intensidade.

E se eu dissesse que sinto sua falta?

Você diria que também sente minha falta?

Ficamos assim por um tempo. Como senti saudade da sua boca. Nossos corpos estavam quentes, mas decidimos nos conter. Ficamos apenas nos beijos e alguns apertões em minha cintura. Estava claro, nossos corpos queriam um ao outro. Nos separamos pela falta de ar, mas mantemos nossas testas coladas, mesmo que a bandana estivesse machucando um pouco.

— Garota, como faz isso? - Indaga sem fôlego. - Como consegue fazer eu me ajoelhar ao seus pés tão facilmente? - Sorrir fraco.

— Não é proposital. - Sorrio perversa. - Por favor, não acabe com tudo isso. - Digo baixo. O garoto sai de cima de mim, sentando na cama.

— Não consigo ficar sem você, garota. - Sorrir, me dando um selinho. - Mas vamos com calma dessa vez, aceita? - Me olha.

— Tudo bem, vamos com calma. - Sorrio. - Mas não vejo a hora de chamá-lo de meu.

— Eu já sou seu, meu anjo.

E se eu dissesse que preciso de você?

Você diria que precisa de mim, ahn?