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História Um Amor Sobre Rodas - 2 - A Cadeira de Rodas


Escrita por: Weirdrawer

Notas do Autor


Nenhum dos personagens usados nesta história são meus. Todos pertencem ao Maurício de Sousa. Esta apenas é uma fanfic feita como brincadeira.

Capítulo 2 - 2 - A Cadeira de Rodas


Já era tarde da noite, e Luca já estava em sua casa. Não conseguia parar de pensar no Franjinha, e os pensamentos o deixavam inquieto. Sentia vontade de se distrair com alguma coisa. Porém, como haviam o deitado para dormir, não poderia fazer nada para esquecer.

Não gostava de sentir aquelas emoções. Ainda era uma criança, tinha apenas 13 anos, e teria todo o tempo do mundo para sofrer por aquilo... mas sabia, desde cedo, que tinha uma mentalidade um pouco mais avançada. Ou ao menos pensava que sim.

Continuou pensando em Franjinha por um longo tempo, até adormecer.


<•••>

- Bom dia, Luca! - sua mãe sorriu, acordando o garoto. - já é hora de levantar. Vou te levar até a cozinha para tomar café da manhã. Depois, escove os dentes e poderá sair para passear, tá bom? Apenas não fique muito tempo. Há previsão de chuva.

Estando meio sonolento, apenas assentiu. A mãe o carregou até a sua cadeira de rodas, colocou-o sentado e a levou até a cozinha.

Como era de costume, um cheiro agradável de comida caseira emergiu da cozinha. Sua mãe regularmente ia à padaria de Quinzinho e trazia muitos salgados saborosos de lá. Luca pegou um pão e o devorou. Então, lembrou-se de uma das novas modificações que Franjinha havia instalado em sua cadeira de rodas, e prontamente resolveu mostrá-la à sua mãe.

- Olha, mãe! - pressionou um botão laranja, e duas garras mecânicas saíram do meio das rodas. - o Franjinha chamou essa função de "Alimentadora 3000"!

A mulher sorriu, surpresa e levemente assustada com a novidade.

- Uau... e ela... ela funciona?
- Bom, somente testando para saber!

Os dois braços tecnológicos pegaram pães da mesa, e os levaram até Luca. Depois, repetiram o ato e entregaram a comida à mãe. Porém, ao invés de entregá-los, eles os jogaram para longe. Em seguida, pegaram mais comida e continuaram arremessando-as para longe, criando um caos na cozinha. Sua mãe cobria a cabeça com os braços, tentando desviar dos ataques, enquanto Luca tentava parar.

- Luca, desliga isso!
- Eu tô tentando! Eu tô tentando!

O garoto pressionava repetidamente o botão, mas isso apenas acelerava a máquina, que continuava fazendo uma enorme bagunça com a comida. Por sorte, a janela da cozinha estava fechada. A mãe se escondeu embaixo da mesa, conforme as mãos começaram a se mexer pelo cômodo procurando por comida. Vendo que apertar não funcionava, ao invés de poucos cliques repetidos, Luca pressionou o botão e manteve o dedo segurando por um tempo. Logo, as garras soltaram duas empadas que haviam pego e caíram ao lado da cadeira de rodas. O lugar, como era de se esperar, estava completamente sujo.

- Mas que história é essa, Luca?! - sua mãe esbravejou, engatinhando conforme saía de baixo da mesa - então, seu amigo fica colocando coisas na sua cadeira para você sujar tudo assim?
- Não, mãe... - sentia uma decepção, somada à uma tristeza, consumi-lo por dentro. Os olhos lacrimejaram, mas Luca não chorou. - era para ser algo legal, não desastroso...

Suspirando fundo, a mulher tentou se acalmar.

- Eu vou dar um jeito de limpar isso tudo. E quanto a você, escove os dentes e saia por um tempo. Dê um jeito de remover isso da sua cadeira de rodas. Entendido?

Luca apenas assentiu em silêncio, novamente. Saiu da cozinha, cabisbaixo, escovou os dentes e saiu de casa. A caminho do laboratório, encontrou Mônica.

- Ei, Luca...
- Ah, Mônica! - a garota o distraiu de seus pensamentos - eu não tinha te visto. Está tudo bem?
- Sim, está.... mas eu queria pedir desculpa. Eu fui dar umas coelhadas no Cebolinha, mas quando eu voltei, você já tinha ido embora... achei que estivesse magoado comigo. Vim pedir desculpas. - começou a andar do lado de Luca, o seguindo.
- Tudo bem, Mônica! Já conheço o relacionamento complexo de vocês dois. E nós podemos sempre sair pra tomar sorvete alguma outra vez.
- S-sério? - corou instantaneamente e abriu um longo sorriso, mostrando os grandes dentes.
- Claro que sim, você é minha amiga! Amigos sempre têm um tempo para os outros.

E como um passe de mágica, o sorriso alegre se tornou melancólico.

- Amigos, Luca?... - olhou para baixo e deu uma risadinha abafada - sou a sus amiga... - saiu de perto dele, cabisbaixa.
- Mônica? Onde está indo? - ele a chamou, mas a garota não ouviu. Observou ela saindo, confuso. Logo, o garoto deu de ombros e seguiu até o seu destino.

Chegando ao laboratório, Luca encontrou Franjinha mexendo na máquina do tempo.

- Franjinha? O que está fazendo? - entrou, deixando a porta aberta.
- Ah! Luca! - olhou para o garoto - bom, estava finalizando a máquina do tempo. Eu até adicionei uma função nova.
- Ah, é? E qual é? - se aproximou de Franjinha, encarando a grande máquina.
- Agora, quando a pessoa viajar para o futuro, ela envelhecerá de acordo com a idade que terá no ano que for.
- Uau, isso é... impressionante. - virou o rosto para olhar Franjinha nos olhos e corou, constrangido - bem, eu vim aqui pedir um favor... - virou o rosto para o outro lado.
- Ah, sim, o que foi? - levantou-se e cruzou os braços.
- Bom, a função nova da cadeira nã-
- Já sei, ela não funciona - suspirou, frustado - precisa que eu desinstale?
Luca não conseguiu segurar o riso após ver a reação de Franja.
- Sim, por favor. Minha mãe já brigou comigo por causa dela.
- Tudo bem... - olhou para as rodas da cadeira por um tempo, até falar novamente. - não prefere que eu tente arrumá-la? Quer dizer, posso fazer algumas atualizações para tentar consertar a função sem precisar-
- Franjinha, eu amo suas invenções e adoraria que fizesse isso, mas eu acho melhor não. Minha mãe pediu para retirá-la.

Uma tristeza consumiu Franjinha, que tentou esconder com um sorriso fraco.

- Entendi... bom, irei removê-la para você. Espere só um segundo...
E então, prosseguiu para pegar a mesma caixa de ferramentas da outra vez.
- Vou te sentar na cadeira novamente para poder mexer na função. Tudo bem se ficar esperando?
- Claro, Franjinha. Tenho todo o tempo do mundo.
"E poderia passar todo esse tempo ao seu lado..." - pensou.

Franjinha foi até Luca e colocou seus braços ao redor da costa e nas pernas, preparando-se para levantar o garoto. Porém, no exato momento, ouviram uma voz muito familiar:

- VOCÊ VAI VER, SEU MOLEQUE!!!


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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