P.O.V HARUMI
O efeito do álcool demorou a se manifestar no meu irmão, mas teve uma hora que foi inevitável e ele disse que eu deveria levar Hajime para casa por estar sóbria e por ser a única que tinha sobrado para levá-lo.
Itama já tinha saído com Kawarama nas costas, mas antes se desculpou pelo trabalho que o irmão deu; Hashirama-sama foi cambaleando, e Madara foi junto para impedir que algum desastre acontecesse no caminho.
Já Arata saiu carregando sua prima e foi seguido por seus cães, e eu não vi a s/n ou Tobirama depois que trouxe Hajime para dentro de casa, mas acho que o Senju foi ajudá-la porque estava alterada demais e, com certeza, precisaria de ajuda para chegar em casa.
Passou-se uma hora quando Hajime acordou, conferi as horas e vi que era 10:47 da noite, o fiz ficar de pé e passei seu braço em volta do meu pescoço e fui andando com ele até chegar em sua casa.
Durante o longo caminho, Hajime falava muito alto sobre acontecimentos aleatórios que ocorreram em suas missões, e até tentei impedi-lo de falar, mas não deu muito certo.
E com muito sacrifício e paciência, cheguei na casa dos Hatake. Depois que Hajime me entregou a chave, abri o portão e passei pelo quintal com um pouco de dificuldade porque ele pesava muito.
Chegando na entrada da casa, notei que a porta estava encostada, então significa que Tobirama já veio trazer a s/n-san para cá. Passei pela sala, entrei no quarto de Hajime e o deixei na cama; e no instante em que eu estava prestes a ir embora, ele fez um ruído como se me chamasse.
[NARRAÇÃO]
Harumi: — O que foi, Hajime? — perguntou se aproximando da cama dele.
Hajime: — Eu quero te agradecer por ter me trazido para casa. Você é uma fofa por ter feito isso.
Harumi: — Ah, obrig…
Hajime: — Mas saiba que aquela rajada de vento que você me deu mais cedo doeu bastante. — Ele impediu que ela continuasse falando.
Harumi: — Desculpa, mas você estava falando muita idiotice.
Hajime: — Confessar o que sente é idiotice?
Harumi: — Você nem sabe para quem estava se declarando.
Hajime: — Era para você — admitiu se sentando na cama. — Achou que era para quem?
Harumi: — Hiromi-san.
Hajime: — Não mesmo.
Harumi: — Olhe para mim. — Ela sentou-se na cama e ficou olhando nos olhos com escleras avermelhadas do Hatake. — Quem sou eu, Hajime?
Hajime: — Você é a Harumi-chan, a garota que eu amo. — Sorriu gentilmente e com os olhos fechados.
Harumi: — Q-quê? — perguntou confusa e incrédula com o que tinha acabado de ouvir.
Hajime: — Eu já disse antes, eu estava me declarando para você, Harumi, e estou ciente de que demorei bastante para entender o que eu estava sentindo, mas agora eu entendo e só resolvi me declarar agora porque não tenho coragem de dizer estando sóbrio.
Harumi: — Pela primeira vez em muito tempo você acertou o meu nome! — Ela abraçou Hajime com força, toda animada.
Hajime: — Eu diria que essa é a segunda vez, mas você ainda não me deu uma resposta.
Harumi: — Eu também te amo, seu doido! Só que eu achei que você gostasse mais da Hiromi-san — admitiu se afastando dele. — Vocês se dão tão bem quando estão juntos.
Hajime: — Mas é você quem eu amo imensamente, ok?
Harumi: — Agora eu sei. Sabe, desde que admiti estar gostando de você, eu passei por muita coisa ao seu lado e, às vezes, o que você dizia ou fazia me deixava triste. — Conforme ela falava, lembranças vinham à tona, lágrimas eram geradas e insistiam em querer sair. — Mas eu aguentei firme porque eu sabia que não iria me entender, mas ainda assim aquilo não deixou de me ferir.
Hajime: — Peço perdão por tudo e é nessas horas que eu gostaria de deixar de ser lerdo para ter te entendido o quanto antes, só assim eu poderia ter evitado de te magoar. Eu não gosto de fazer você sofrer e saber disso me dói. Me desculpe mais uma vez, Harumi-chan. — Se desculpou enquanto levantava o rosto dela com a lateral do dedo indicador. — Eu prometo que nunca mais vou te magoar, tá? — perguntou enquanto via as lágrimas dela escorrem, o Hatake não se conteve e também deixou as suas saírem.
Harumi: — Eu confio em você e sei que vai cumprir com a sua promessa . — A Namikaze o abraçou mais uma vez, e os dois ficaram assim por um tempo até retornarem às suas posições iniciais. — Eu te amo muito e me sinto aliviada por não ter mais que esconder.
Hajime: — Eu também te amo muito e mais uma vez peço desculpas pelas besteiras que fiz.
Harumi: — Está tudo bem agora, não se preocupe. — Ela sorriu e limpou o rosto.
Os dois começaram a se aproximar de forma lenta, observavam atentamente os lábios do outro e soltaram uma risada quando seus olhos se encontram, eles pararam de rir e deram um selinho demorado; e, mesmo que estivessem nervosos, se acostumaram com a sensação e deram início a um beijo calmo e apaixonado. Ao se afastarem, eles se olharam mais uma vez e ficaram envergonhados.
Hajime: — Meu nervosismo parece que não some. — Riu sem graça.
Harumi: — Acontece a mesma coisa com o meu. E quando foi que você descobriu que estava gostando de mim?
Hajime: — Tudo começou com as coisas estranhas que eu passei a sentir no dia do jantar de boas-vindas do Hokage, eu comecei a evitar de tocar em você para que aquilo parasse e até deu certo no início, mas eu queria ficar perto de você e te evitar assim não estava sendo uma boa ideia.
Harumi: — Ah, então era por isso?! Eu reparei, tá? Só resolvi não falar nada.
Hajime: — Eu não sabia o que fazer e essa foi a única saída que encontrei. Depois disso a s/n começou a me alertar sobre eu estar gostando de você, mas eu não conseguia compreender o que ela estava falando e foi o seu último conselho que me fez pensar muito bem no que eu estava sentindo.
Harumi: — Eu nunca imaginaria que a s/n-san tinha virado o nosso cupido.
Hajime: — Um cupido que eu demitiria no começo, mas confesso que depois ela nos ajudou bastante.
Harumi: — É tão bom saber que ela nos ajudou, amanhã vou me lembrar de agradecê-la.
Hajime: — Também vou fazer isso.
Harumi: — E o que aconteceu depois?
Hajime: — Eu comecei a perceber que eu estava sentindo ciúmes quando você mencionava no Inari, e o susto foi grande quando você disse que quase morreu. Eu não queria imaginar viver sem você e isso foi desesperador, mas ainda bem que um braço quebrado foi o seu único dano. No dia seguinte fui falar com a minha tia, e ela foi outra chave para que eu entendesse tudo de uma vez. Eu sei que demorei bastante para perceber, mas finalmente consegui.
Harumi: — E mesmo que demorasse mais, eu esperaria o tempo que fosse necessário.
Hajime: — Tá vendo? Você é perfeita! — exclamou todo bobo.
Harumi: — E você vai esquecer que me disse tudo isso quando acordar? — perguntou preocupada.
Hajime: — Não. Eu consigo me lembrar de tudo independentemente do estado de embriaguez que eu esteja, então não se preocupe.
Harumi: — É um alívio. — Ela se levantou da cama e começou a puxar a coberta para cobrir Hajime. — Agora durma, você não é o único pinguço que eu tenho que cuidar. Daisuke vai ficar preocupado comigo se eu demorar mais para voltar.
Hajime: — Tenha cuidado na estrada, tá?
Harumi: — É estranho te ver falando seriamente.
Hajime: — Eu já te disse que tenho esse lado.
Harumi: — Gostei de conhecê-lo, mas não se preocupe, vou ter bastante cuidado. Boa noite!
Hajime: — Boa noite!
Harumi saiu da casa dos Hatake toda animada e sorria boba enquanto andava pelas ruas ao lembrar várias vezes do momento que acabou de ter e, apesar de seu aniversário ter sido cheio de imprevistos, brincadeiras e desentendimentos, ela considerava que esse foi o aniversário mais perfeito entre todos que já teve.
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