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História Um Belo Erro - Dramione - Azul e Preto


Escrita por: Smel e MillaLyra8

Notas do Autor


E aí, amores!

Aqui vai mais um!!!

Sejam bem-vindos novos leitores!!!

Capítulo 31 - Azul e Preto


Eu costumava amar os fins de semana, principalmente porque passava todo ele com Draco, agarrados na cama ou no sofá, fazendo nossas refeições com a vovó ou simplesmente fazendo nada juntos. Não daquela vez. Dois dias tinham se passado desde o show da banda, e se algo havia mudado, tinha sido para pior. Pelo menos naquela noite ele ainda me defendia, mostrando sua preocupação, agora ele apenas me ignorava completamente, a ponto de eu ter desistido de dormir sozinha no nosso quarto e migrar para o quarto de hóspedes da vovó. Tinha que admitir, esperava que Draco me pegasse pelo braço e me levasse de volta para a nossa cama, mas isso não aconteceu. Tudo que recebi quando peguei meu travesseiro e passei por ele foi um olhar distraído que logo foi desviado para a tv que exibia um filme de terror em preto e branco.
   Estava cansada por todas as noites que tinha passado vendo-o escrever, mesmo sabendo que ele poderia me ver observando-o, eu não conseguia evitar. Me sentia mais perto de Draco quando fazia aquilo, era uma forma de acalmar a mim mesma até conseguir pegar no sono. Mesmo que esses fossem cheios de pesadelos pavorosos.
   No sábado a noite, finalmente desisti da tentativa de ser adulta e me entreguei a velha fossa juvenil. Peguei um balde de sorvete e afundei no sofá da vovó, colocando um filme meloso de romance. Comecei a chorar quando ainda estava na abertura do maldito filme. Ninguém podia me julgar por isso. Vovó, vendo meu estado deplorável, fez o que qualquer vó carinhosa faria, sentou-se ao meu lado e riu todas as vezes que caí no choro. Quando passava das duas da madrugada, ela me chamou de "caso sem solução", me beijou na testa e se despediu, indo dormir. Continuei ali por um pouco mais de tempo, em um momento particularmente deprimente fui às últimas consequências e comi uma barra e meia de chocolate, jurando que perderia aquelas calorias até o fim do mês. Eu sabia que aquilo era uma mentira descarada. Quando o segundo filme terminou, e meus olhos já pesavam de tanto vazar lágrimas, desliguei a tv e me arrastei para o quarto, fungando enquanto escovava os dentes, vestia meu pijama com estampas de caveiras - presente da vó Mira - e caí na cama. Naquela noite não acompanhei Draco enquanto ele escrevia, só encarei o teto, imaginando-o sentado na nossa cama, com o laptop no colo, os olhos concentrados na tela e os dedos passeando pelas teclas. Sorri, apreciando aquela imagem. Talvez ele estivesse sem camisa... Com aquela tatuagem a mostra, me deixando com vontade de passar a ponta da língua, delineando-a. Talvez uma hora ele se esticasse preguiçosamente como um gato, deixando a tatuagem de caveira das costelas mais visível. Ou então passasse a mão sobre o peito cheio de rascunhos da asa, aquele desenho incrível que eu amava. Droga, agora eu estava triste e excitada.
   Bufei, indignada comigo mesma, e fechei os olhos. Tinha que ao menos fingir que era uma pessoa controlada. Claro que eu amava Draco. Amava tanto que não sabia nem mensurar, mas eu me amava também, certo? Certo! Isso queria dizer que, mesmo triste com a nossa briga, eu teria de ser uma menina crescida no dia seguinte. Foi a última decisão que tomei, antes de começar a chorar e cair no sono por exaustão.
   No domingo, acordei ainda pior. Além da tristeza, agora havia o arrependimento por ter dormido tão tarde. Vovó já estava na mesa do café quando me arrastei até ela e beijei seu rosto, cambaleando até ocupar a cadeira ao lado. Ela riu ao me olhar, rolando os olhos.
   — Está parecendo a noiva do Chucky. — Disse, divertida. — Até os olhos inchados e cheios de olheiras. Está um desastre, garota.
   — Obrigada, vovó. — Forcei um sorriso, o que a fez rir ainda mais.
   — Vá, tome um pouco de café. — Disse, empurrando uma xícara para mim. — Provavelmente a única forma do café ajudá-la é se você jogá-lo na cara, mas acho que tomar já adianta alguma coisa.
    — Duvido que se eu me enterrar em um poço cheio de café, vá fazer alguma diferença.
   — Isso mesmo, ânimo no café da manhã! — Vovó bufou, resignada. — Está achando que quero uma nora chorona, caralho? Te bato com a vassoura, menina!
   Um sorriso contrariado arqueou um lado dos meus lábios, mas sumiu rapidamente quando escutei os passos na escada. Vovó e eu olhamos enquanto Draco saía e passava na frente na janela. Quando nos viu, ele franziu o cenho, fazendo um aceno com a cabeça.
   — Volto mais tarde. — Disse.
   — Vai para onde, moleque? — Vovó perguntou, irritada. — Nem sequer comeu ainda! Onde você vai?
   — Sair. — Foi só o que ele respondeu, enquanto subia na moto e saía pela entrada da casa. Vovó pareceu prestes a ter um ataque.
   — Me responde direito, filho da puta! É por isso que não se deve mimar essas crianças do caralho! Olha só qual é o resultado dessa merda! Quando você chegar, eu vou te partir na porrada, Draco!
   — Ele já foi, vovó...
   Ela me lançou um olhar cortante.
   — Sua percepção é uma dádiva divina, menina. — então bufou, olhando para a mesa com o cenho franzido. — Vou conversar com ele ainda hoje. Explicar tudo. Talvez ele fique ainda mais puto, mas merece saber.
    — Vou dar um tempo para vocês dois. — Murmurei, levantando da cadeira, deixando a comida intocada. — Vou sair um pouco, arrumar o cabelo e as unhas, ver se consigo voltar a me sentir mais mulher e menos ogra.
   — É sempre uma boa opção, filha. — Ela acenou, mas não parecia estar prestando atenção. — Se depile também, pode precisar disso nos próximos dias.
   — Jesus, vó! — Grunhi, segurando uma risada, fazendo-a bufar atrás de mim enquanto eu já andava para o quarto.
   — O quê? Então fique com uma selva aí, se acha isso bonitinho! Estou te dando um conselho de ouro, menina, vá se depilar!
   Rindo de exasperação, me troquei rapidamente e saí de casa, gritando minha despedida para vovó e rindo quando ela me mandou a merda pelo susto.

      No fim da tarde, estacionei o carro e me arrastei de volta para a entrada cheia de flores e plantas da casa da Vó Mira. Me sentia exausta, mas ainda assim revigorada. Como se, mesmo cansada de manicure, pedicure, cabeleireiros, depiladores, e até alguns atendentes de loja, tudo isso tivesse me ajudado a me reerguer. Estava cheia de sacolas nas mãos, as unhas perfeitamente pintadas de preto, o cabelo cacheado cheio de um volume maravilhoso, e um sorriso pequeno nos lábios com batom vermelho.

   Meu coração quase parou quando vi a moto de Draco estacionada, e olhei novamente pela janela, só agora notando que havia pessoas lá. Me esgueirei pela porta, sabendo que aquilo era errado e ridículo, mas sem conseguir evitar. Sentei nos degraus que levavam para o andar superior e fiquei em silêncio, ouvindo o que a Vó Mira falava baixinho.
   — Foi isso, garoto. — Ela estava dizendo, a voz embargada de emoção. — Ele foi o homem que eu amei na adolescência, continuei amando na juventude, e amo ainda hoje. Eu só não sei onde ele está, agora. Não sei nem se está vivo. E eu prefiro assim, não saber é melhor do que conviver com a consciência de que o mundo não o tem mais. George era toda a cor que pintava as ruas, sem ele não há mais cor.
   Um silêncio soou, e senti algo molhado no canto do meu olho. Enxuguei rapidamente, só então notando que estava chorando. Eu ainda não conseguia lidar bem com a história da Vó Mira com George. Parecia tão injusto, tudo parecia errado. E ainda assim era um amor tão lindo que me fazia sonhar.
   — Eu sinto muito, vó. — Draco murmurou, e percebi que ele também estava emocionado, mesmo que não estivesse chorando. — Eu não sabia, eu só...
   — Não falei para ninguém, até contar tudo para Hermione. — Disse ela. — Essa garota não tem culpa de nada, Draco. Eu disse que era um segredo, e era algo meu, ela não podia contar. Era algo que apenas eu tinha o dever e o direito de falar para você.
   — Isso parece tão fodido. — Ele bufou, fazendo meu coração apertar. — Ela me escondeu algo importante, me parece tão errado.
   — Ela não escondeu. — Disse vó Mira. — Ela foi uma menina leal comigo. Não a culpe por algo que eu assumo toda a responsabilidade.
   — E como você está? Depois de me contar isso tudo...
   — Estou bem, moleque, não é porque caiu algumas lágrimas que eu vou desmanchar. — Seu resmungo me arrancou um sorriso. — Convivo com isso há tempo demais, já estou habituada. Hermione é que precisa da sua atenção.
   — Ainda não sei.
   — Ela é uma das melhores escolhas que você já tomou, garoto. Se você perdê-la, eu vou te bater todos os dias até partir dessa para melhor por ter sido burro.
   — Preciso pensar mais um pouco. — Disse ele, e ouvi o ruído como se estivesse levantando-se. — Vou andar um pouco, pensar no que ouvi. Volto antes que vá para a cama.
   — Pense bem, menino. Um amor perdido dói para o resto da vida.
   Suspirei, abraçando as pernas e encostando a testa nos joelhos.
   — Te amo, vó. — Sorri quando escutei um beijo sendo dado. — Você é a pessoa mais incrível que eu tenho na vida.
   — É melhor que eu seja mesmo, moleque. — Ela respondeu, e ouvi mais um beijo. — Eu também te amo, meu neto. Mas ainda vou te bater se fizer merda. Isso é prova de amor.
   Draco riu, e então passos soaram, indo para a rua. Em alguns segundos, tudo voltou ao silêncio. Levantei dos degraus, pegando todas as sacolas e subindo as escadas. Tudo que eu e Vó Mira poderíamos fazer, estava feito. Agora era com Draco, uma escolha somente dele. Eu só poderia torcer para ele escolher certo.
   Levei minhas compras para o nosso quarto e coloquei sobre a cama. Tirei os saltos e os joguei para o lado, e fiz o mesmo com o jeans e a camiseta preta que usava. Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, voltando para o quarto e fuçando as sacolas. Era um tipo de ritual idiota que eu tinha. Depois das compras, eu vestia tudo e passeava pelo quarto na frente do espelho, mesmo que já tivesse feito isso nos provadores das lojas. Peguei um jeans preto cheio de detalhes prateados e vesti, em seguida coloquei uma camiseta cinza com alguns rasgos. Fiquei desfilando na frente do espelho como uma surtada, jogando o cabelo de um lado para o outro, só para mostrar a mim mesma que ele estava lindo. Quando tive certeza que amaria aquelas peças, tirei e guardei no closet, em seguida voltei para as sacolas e peguei uma camisola vermelha de renda que não cobria porra nenhuma. Sim, tinha comprado na esperança de usá-la com Draco. E mais uma vez, resolvi não me julgar por isso. Coloquei-a, me olhando no espelho com atenção, andando de um lado para o outro, virando de costas só para ver como minha bunda ficava perfeita nela. Sorri, vitoriosa com a nova aquisição. Tirei-a e coloquei no closet, junto com a várias lingeries ainda não usadas, e então voltei para mais uma sacola. Escolhi aquela que eu sentia mais culpa por ter comprado. Uma lingerie azul escuro e preta, cheia de renda e com uma liga para a coxa. Olhei novamente para a gaveta cheia de peças novas e suspirei. Eu tinha me apaixonado por ela, e me acusado por todo o caminho até o caixa, até sair da loja com um sorriso enorme e a consciência pesada. Mas a lingerie era linda, não tinha como negar!
   Vesti a calcinha minúscula preta, coloquei a liga azul com um laço preto na coxa, e em seguida o sutiã da mesma cor com um broche de uma guitarra de prata entre meus seios. Estava decidida, eu amava aquele broche, principalmente porque...
   Ouvi passos ecoando, e então Give It Away do Red Hot Chili Peppers começou a preencher o silêncio da casa. Arregalei os olhos, me vendo no espelho quase nua, e então olhei para a porta do quarto.
   — Aumenta a porra do som, moleque!
   O grito de Vó Mira só me fez rir de nervoso, e parar subitamente quando a risada de Draco soou, antes do volume ser aumentado.
   Antes que eu pudesse correr e fechar a porta, ela se escancarou, e lá estava ele. Vestia uma camisa branca rasgada, que não escondia nada das tatuagens, e um jeans preto. O cabelo estava aquele caos maravilhoso, os olhos arregalados de surpresa ao me ver ali. Draco abriu a boca, parecia que estava prestes a falar algo, mas então seus olhos desceram pelo meu corpo e ele hesitou.
   — Puta que... — Sussurrou, voltando a olhar meu rosto, e então pigarreando. — Desculpe, não sabia que estava aqui.
   — Eu só... — Gaguejei, indo para a cama e tirando as sacolas de lá, colocando-as no chão. — Está uma bagunça, mas eu vou arrumar logo, logo, só estava...
   — Desfilando na frente do espelho. — Completou ele, sorrindo de lado discretamente. — Eu sei.
   Meu rosto esquentou, e fingi estar muito ocupada deixando a cama arrumada. Ouvi o click da porta sendo fechada, e meu corpo traidor reagiu mandando vários arrepios na espinha. Ergui a cabeça lentamente, olhando Draco se aproximar de mim, cauteloso.
   — Falei com a Vovó hoje. — Disse, tirando os sapatos e deixando-os no canto do quarto.
   — E-eu soube. — Me atrapalhei com as palavras quando ele tirou a camisa, deixando-a na cadeira.
   — Ela me explicou todas as complicações, toda a história sobre George e esse segredo entre vocês.  
   — Que legal... — Murmurei, nem sequer pensando antes de responder qualquer coisa. Minha atenção estava em Draco, e no fato dele estar abrindo o jeans, deixando a boxer em evidência. A tatuagem estava lá, como um desafio, um que eu queria muito cumprir.
   — Você está bem? — Perguntou ele, divertido. — Parece meio... estrábica.
   — É, lindo mesmo. — Sussurrei, acompanhando sua mão que coçava a nuca e então desceu, apertando o volume na frente do jeans. Meu corpo inteiro perdeu a capacidade de se controlar. — Realmente lindo. — Sussurrei, sem saber do que estava falando.
   — Eu pensei em ter uma conversa séria com você. — Draco continuou, dando alguns passos até estar a menos de dez centímetros de distância. Ergui a cabeça, olhando-o no rosto, vendo seus olhos cinzas queimar. — Mas não consigo me concentrar com você vestida assim.
   — Quer que eu me vista? — Ofereci, decepcionada, mas ele sorriu.
   — Vamos fazer um acordo. Você me perdoa por ter sido um babaca de cabeça dura?
   — Completamente. — Acenei freneticamente com a cabeça, fazendo-o sorrir ainda mais.
   — Ótimo. Então podemos deixar a conversa para mais tarde, certo?
   — Eu não me oponho a essa ideia.
   — Agora eu vou te foder. — Foi a última coisa que ele disse, antes de seu braço rodear minha cintura e me puxar para seu peito.
   Uma risada quase histérica escapou dos meus lábios, mas logo em seguida eles estavam muito ocupados. Draco me beijou como nunca antes havia feito, me tirando o ar e a força nas pernas. Me segurei nos seus braços, me esticando nas pontas dos pés, sentindo como se eu tivesse o poder de flutuar só com a intensidade daquele beijo. Ele estava me marcando como dele, me deixando tão perdida que eu não sabia nem qual o motivo da nossa briga. Um gemido rouco soou no seu peito, vibrando o corpo todo, fazendo o meu fervilhar junto. Draco rosnou baixinho, as mãos descendo pela minha cintura até segurarem minhas coxas, me impulsionando até que eu estava com elas ao redor dele. A música ainda soava alta, e eu não podia me importar menos. Talvez fosse melhor assim, tinha a leve impressão de que faríamos um pouco de barulho.
   — Caralho, que saudades que eu estava de você, princesa. — Ele murmurou, sem ousar tirar a boca da minha, um braço ainda ao meu redor, a outra mão segurando meu cabelo, deixando minha cabeça na posição que ele queria. Seus lábios desceram pelo meu queixo, beijando a linha da minha mandíbula, os dentes arranhando a pele do meu pescoço. — Minha princesa linda. — Sussurrou, mordendo delicadamente a ponta da minha orelha, me desmanchando ainda mais, se é que isso era possível.
   Draco cambaleou pelo quarto até chegarmos na mesa de cabeceira. Ele abriu a gaveta e pegou algo, colocando no bolso do jeans, mas eu estava ocupada demais, beijando-o de volta. Continuamos cambaleando até um aparador perto da porta, e Draco me sentou sobre o móvel, segurando meu rosto com as duas mãos e me olhando com uma intensidade absurda. Eu estava arfando, completamente desnorteada, mas não tirei meus olhos dos dele.
   — Você me ama? — Perguntou, um traço de dúvida atravessando sua expressão. Sorri, puxando seu corpo para o meu com as minhas pernas, minhas mãos passeando pelo peito e barriga perfeitos dele.
   — Cada mínimo pedacinho de você.
   Draco sorriu de alívio, voltando a beijar meus lábios. Suas mãos desceram pelo meu pescoço, passando pelos meus seios e apertando-os suavemente, até sentir o broche de prata. Ele se afastou, olhando a guitarra e rindo baixinho.
   — Isso é para mim? — Perguntou, convencido. Dei de ombros, passando os dedos pelo cós do jeans dele.
   — Não tenho outro músico na minha vida.
   — Caralho, eu te amo como um louco. — Disse, os lábios começando os beijos na minha clavícula, lentamente descendo para o meio. Suas mãos abriram rapidamente o fecho do sutiã, tirando-o pelos ombros, deixando-o cair no chão aos nossos pés. E novamente eu não me importei, porque seus lábios e língua substituíram maravilhosamente o tecido. Arfei, inclinando para trás, sorrindo e fechando os olhos, minhas costas arqueando para Draco. Apertei as bordas do aparador, um gemido soando no fundo da minha garganta, os arrepios me deixando aflita e ansiosa, tudo ao mesmo tempo. Draco segurou os lados da calcinha e deslizou-a pelas minhas pernas, deixando-a no chão junto ao amigo sutiã. Tudo que eu usava agora era a liga na coxa. E um sorriso imenso no rosto.
   — Me deixe tirar... — Sussurrei, começando a tirar a liga, mas Draco segurou minha mão rapidamente.
   — Não, não! Deixe-a aí, você fica ainda mais sexy com ela, não tire!
   — ...Ok. — Murmurei, erguendo uma sobrancelha para seu pânico, e ele suspirou de alívio.
   — Ok. — Repetiu, sorrindo. — Agora vamos para a cama.
   Me segurando novamente, Draco nos levou para a cama, me colocando sobre ela. Me posicionei no meio, olhando enquanto Draco tirava o jeans e a boxer, tirando do bolso o pacote de preservativos que tinha conseguido no criado-mudo e colocando-o ao lado do travesseiro. Eu só conseguia olhar, hipnotizada, a coisa magnífica que era o corpo dele nu. Até tê-lo subindo sobre mim.
   Seus beijos começaram da minha coxa, os olhos fixos nos meus enquanto avançava, a boca arqueada no que percebi ser um claro sorriso cretino. Senti seu hálito quente soprar uma parte vergonhosamente encharcada entre minhas coxas, e em seguida as palavras sumiram da minha mente.
   Era só: uau! E isso resumia tudo que eu estava sentindo. Minha pele parecia viva, queimando, vibrando, gritando, e eu não conseguia decidir qual das três coisas ganhava. Meus olhos e os de Draco nunca desviaram, mesmo quando agarrei seu cabelo com uma mão, meu quadril movendo na sua boca. Um suspiro saiu entre meus dentes apertados, minhas pernas começaram a tremer, e foi aí que Draco parou, subindo pelo meu corpo até beijar meus lábios.
   — Não ainda, princesa. — murmurou, decidido. — Só no fim.
   — Mas Draco! — Discuti, mas isso só o fez rir e nos girar na cama até que eu estivesse por cima, montando-o. Ele pegou o preservativo e me deu, erguendo uma sobrancelha.
   — Coloque-o.
   Pensei em protestar, mas seu olhar quente não me permitiu juntar palavras em uma frase coerente. Abri o pacotinho e tirei a camisinha. Desci um pouco mais no seu corpo, sentando sobre suas coxas, e, com uma concentração de agente anti-bombas, coloquei o preservativo no lugar certo. Meus dedos investigaram a pele tatuada da barriga, e me inclinei até meus lábios roçarem na tatuagem que eu jurei beijar. Draco grunhiu, os dedos afundando no meu cabelo, enquanto minha língua saía e tocava as letras, acompanhando-as lentamente. Quando cheguei perigosamente perto do meio, ele puxou meu cabelo com firmeza, mas sem me machucar, até meus lábios estarem nos dele.
   — Não me faça terminar antes de começar. — Murmurou, segurando minhas pernas e colocando-as mais confortavelmente apoiadas na cama. Draco me ergueu um pouco, me ajudando a encaixá-lo perfeitamente, e em seguida me deixou guiar sozinha. Apoiei minhas mãos no seu peito, sobre os rascunhos que formavam as asas, e me movi com calma. Draco segurava minha cintura, mas me deixou livre para seguir meu ritmo. E eu fiz o mesmo, deixei que meus instintos falassem, e eles souberam muito bem o que fazer. Sabia quando acelerar os movimentos e quando diminuí-los, sabia o momento de olhar nos olhos de Draco e descrever um círculo lento com os quadris, observando-o xingar e sorrir ao mesmo tempo. E quando minha pele começou a arrepiar, minha barriga em pequenos espasmos, eu sabia que estava chegando no meu limite.
   Draco também percebeu, e logo voltou a nos rolar na cama, ficando por cima, avançando com mais força dentro de mim. Seu rosto estava perto do meu, os olhos cinzas analisando meu rosto, os lábios entreabertos, a respiração pesada, o suor fazendo nossos corpos brilharem juntos. Minha mente nublou, a respiração ficou presa na garganta. O gemido rouco soou no momento em que alcancei o limite, e então o ultrapassei com sucesso. Faíscas piscavam sob minhas pálpebras fechadas, o nome de Draco saindo da minha boca insistentemente. E quando senti sua cabeça descansar no meu peito, eu sabia que aquele ainda não era o fim.

***

   Minhas pernas não funcionavam, e eu estava mais do que satisfeita com isso. Só conseguia olhar para o teto, o sorriso se recusando a sair do meu rosto, enquanto meus dedos passeavam pelo cabelo macio de Draco. Ele estava deitado sobre meu peito, completamente entrelaçado no meu corpo, não me dando a mínima chance de fugir. Não que eu quisesse fugir.
   Olhei para o relógio no criado-mudo, quase rindo quando notei que já era madrugada. Passamos horas no quarto, e eu sequer havia notado.
   — Fiquei com tanta saudades. — Draco sussurrou, segurando o pulso da mão que eu fazia carinho no seu cabelo, como se não quisesse que eu a tirasse. Sorri, feliz com isso.
   — Eu também, lindo. — Sussurrei. — Senti sua falta o tempo todo.
   — Não gosto de mentiras entre nós. — Disse suavemente. — Sei que não foi mentira, mas ainda assim...
   — Eu odiei esconder coisas de você. Nunca mais quero fazer isso novamente.
   — Eu confio minha vida toda a você, princesa. Sempre espero que faça o mesmo a meu respeito.
   — Eu faço. Eu confio tudo a você. Confio todos os meus problemas, mesmo os mais bobos.
   — Nenhum problema seu é bobo. Se te incomoda, me incomoda também.
   — Droga, acabei de perceber uma coisa. — Murmurei, franzindo o cenho. Draco ergueu a cabeça, os olhos curiosos procurando os meus.
   — O quê?
   — Que eu vou amar você para sempre. E isso é um perigo para você, porque se quiser me deixar, eu vou te caçar.
   Draco me presenteou com o melhor sorriso largo e feliz, beijando minha barriga e roçando o rosto lá, como um gatinho.
   — Então o problema está resolvido. — Disse ele. — Eu sou incapaz de deixar você. — Meu coração aqueceu com as suas palavras doces, me fazendo relaxar ainda mais na cama. Ele entrelaçou nossos dedos, beijando os meus. — Sem mentiras?
   — Sem mentiras. — Concordei prontamente. — Eu te amo muito, lindo.
   — Eu te amo ainda mais. — Draco sussurrou, voltando a me abraçar até cairmos no sono.

 


Notas Finais


E aí? Gostaram?

Muito obrigada pelos comentários e continuem comentando, nós amamos ler!!!

Beijinhos e até segunda!


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