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História Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Suspicious


Escrita por: mikarawr

Notas do Autor


Hello pudins 🍮💖

Eu sei... Eu sei... Demorei demais desta vez. Me desculpem =<

Mas para compensar, aqui vai um capítulo com mais de 4 mil palavras no capricho =3

Boa leitura! 💖

Capítulo 14 - . Suspicious


Fanfic / Fanfiction Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Suspicious

– Quer conversar sobre o que, Brian? – Indagou Chan, sentando-se na mesa afastada da cafeteria do hospital com sua bandeja de comida. Younghyun sentou-se à sua frente, segurando em mãos apenas uma xícara de café preto sem açúcar e com o gosto bem forte.

O Kang ficou encarando o líquido escuro enquanto pensava sobre Chan estar insistindo em lhe chamar pelo nome canadense desde que se encontraram no hospital por acaso naquele outro dia. Por mais que preferisse ser tratado pelo nome coreano, sentia que não era o momento, e que também não tinha o direito, de dizer qualquer coisa à respeito disso.

– Brian? Me trouxe aqui pra ficar calado? – Frente ao silêncio injustificado do outro, Chan o chamou uma vez mais, com um tom de voz impaciente e um suspiro pesado. No mesmo instante, o Kang levantou o olhar para ele, desculpando-se.

– Me desculpe... É que... –  Na verdade, não pensou sobre o que queria conversar com Chan exatamente. Quando esbarrou com ele no corredor do hospital minutos atrás, a única coisa que lhe passou pela cabeça foi a vontade de ficar com ele, apenas isso. Não pensou no tópico do assunto, porque naquele momento ter a companhia de Chris parecia ser mais importante. – Hm... Como tem levado a vida nos últimos anos...? – Falou a primeira coisa que veio à sua mente. Talvez não tenha sido a melhor coisa a se perguntar, já que Chan o encarou de boca cheia e com olhos nada contentes.

– O que você acha? – Disse após engolir o que mastigava. – Depois que foi embora para os Estados Unidos tive que voltar pra Sydney e reorganizar minha vida. – Chan era alguém bem direto. Não tinha entraves para falar o que pensava. E era óbvia a mágoa que ainda sentia do outro. Chris tinha largado tudo para ficar com Younghyun na Coréia, mas este na primeira oportunidade que teve foi para os Estados Unidos. Estava pensando no futuro dele? Sim, estava. Mas poxa, custava ter tentado manter o que eles tinham? Haviam feito uma promessa afinal.

Younghyun engoliu em seco e abaixou o olhar, apertando os dedos contra o copo que ainda segurava lembrando-se da promessa que ambos fizeram um ao outro anos atrás, de que independentemente das adversidades que se apresentassem em suas vidas, ficariam juntos... Para sempre.

E o que ele fez...? Terminou com Chan ao invés de lutar por ele. Agora estava ali em uma tentativa falha de ter ele de volta, torcendo para que ele o aceitasse.

– Chan... – Levantou os olhos para o outro mais uma vez. – Eu imagino o quanto deve ter sido difícil pra você, tanto quanto foi pra mim... Eu só queria que soubesse que sinto muito e que se pudesse eu voltava atrás. – Havia sinceridade em suas palavras. Naquela época, Younghyun ficou dividido entre seu futuro como médico e o amor da sua vida. Infelizmente, deixou que sua família influenciasse em sua decisão. Nunca se arrependeu tanto em toda sua vida.

– “Deve” ter sido muito difícil? – Chan elevou o tom de voz. Por sorte não haviam muitas pessoas na cafeteria, e as que tinham estavam acomodadas mais ao longe, então não prestavam atenção na discussão que estava se iniciando. – Brian foi muito mais do que isso. Foi insuportável! – Continuou ele, deixando o sanduíche de lado. Os olhos de Younghyun se ampliaram com a mudança brusca de comportamento do outro. – Levou anos pra eu superar isso e ainda sinto que não superei de verdade! – As bochechas de Chris ficaram vermelhas pela raiva que começou a sentir. Pelo jeito seria difícil fazê-lo perdoar o Kang.

– E-Eu não sei o que te dizer... Eu sinto muito... – Mordeu a parte interna da boca com força, sentindo a culpa no peito. – Chan, eu sei que eu não deveria ter te deixado, e eu me arrependo amargamente disso. – Seus lábios se contraíram antes de continuar – Não teve um dia sequer que eu não tenha pensado em você... Foi só eu embarcar no avião que na hora eu senti ter tomado a decisão errada. M-Mas não tinha como eu voltar mais atrás, então por favor me perdoa...

Pode-se dizer que Chan escutava atentamente cada palavra dele. Somente com o pedido de desculpa do Kang que foi diferente, pois este entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Conforme Younghyun se estendia em sua fala, Chris cravava com força as unhas contra as palmas de suas mãos. As veias lhe saltavam a têmpora e o maxilar se contraía, ficando todo marcado. De repente, algo de certa relevância passou por sua cabeça e ele não hesitou em questionar o outro acerca daquilo.

– Há quanto tempo você está de volta na Coréia, Brian?

O Kang lhe encarou ligeiramente confuso com aquela pergunta inusitada e fora de contexto, mas ainda assim o respondeu. – Desde a minha residência aqui no hospital. Por quê...?

– E isso foi o que? Há dois... Três anos atrás?

Younghyun finalmente entendeu onde Chan queria chegar com aquilo. Mais uma vez se viu obrigado a abaixar a cabeça e desviar seu olhar, sentindo a vergonha tomar vez novamente. – Sim...

Chris suspirou pesado, encostando as costas na cadeira. – Então quer dizer que você já está aqui há mais de 2 anos e nunca sequer pensou em me procurar? Já que se diz estar tão arrependido assim. – Chan estava certo. Younghyun não sabia que ele tinha voltado para a Austrália depois que terminaram, veio descobrir isto somente agora com ele lhe contando. Logo, em sua mente Chris tinha ficado na Coréia todos esses anos, mas foi covarde demais para ir de atrás dele quando voltou, assim como estava sendo covarde agora em não lhe responder. Que tipo de homem ele era, afinal...? Younghyun se indagava mentalmente.

– E aí? Não vai me responder? – O tom frio com o qual Chan falava fez com que o outro sentisse uma pontada ainda mais forte dentro do peito, se vendo obrigado a dizer o quão covarde tinha sido.  

– E-Eu fiquei com medo. Não tive coragem de te olhar nos olhos e pedir desculpas... – Umedeceu os lábios já secos. – M-Mas te ver aquele dia na recepção do hospital foi... – Não sabia direito como se expressar e o que dizer, então apenas seguiu o seu coração. – Foi o suficiente pra eu perceber que ainda te amo demais, Christopher. – Younghyun sequer percebeu ter segurado a respiração ao admitir aquilo. Era difícil... Muito difícil encarar essa verdade.

O maxilar de Chan chegou a fisgar levemente ao ouvir a confissão do outro, trazendo-lhe um vago desconforto no peito. No entanto, a mesma expressão indiferente permaneceu em seu rosto. Olhou brevemente para o sanduíche com apenas uma mordida e para sua xícara de latte que nem ao menos chegou a ser tocada, logo voltando a encarar Younghyun.

– Não vou dizer que te entendo porque estaria mentindo. Você me fez uma promessa e quebrou ela. Então, Brian... – Inclinou-se sobre a mesa na direção do mais velho. – Se quer se livrar desse arrependimento que está sentindo, não sou eu quem vai te ajudar com isso. – Seus olhos estavam tão frios quanto sua voz. Chan então apanhou o sanduíche da bandeja, se levantando e dando mais uma mordida no mesmo. – Valeu pela comida... – Fez um breve gesto com a mão. – E pode ficar com o latte, estou sem sede. – Com isto, deu meia volta rumo à saída, deixando Younghyun para trás sentado sozinho na mesa, sentindo a vergonha de sua covardia e de suas decisões idiotas.

(...)

Jisung nunca antes esteve em um edifício em que as portas do elevador já se abrem praticamente dentro do apartamento. Este era o tamanho do luxo do lugar onde Minho morava. Um prédio com 20 andares e um apartamento por andar. O do Lee ficava no décimo oitavo.

Só o hall de entrada e a sala de estar já eram quase maiores do que o apartamento inteiro de Jisung. O mais novo estava de queixo caído com a ostentação daquele ambiente decorado por mobília cara e sofisticada.

– Cuidado pra não babar no meu chão. – Brincou Minho ao passar por ele com sua mala nas mãos, caminhando até a mesa baixa de centro que ficava entre os sofás, em cima da qual deixou a mesma.

– Minho isso aqui não é um apartamento, é um palácio! – Exclamou ele ao se aproximar do mais velho, olhando ao redor com olhos bem abertos, ainda surpreso. Não sabia que Minho era tão bem de vida assim, mesmo que fosse capaz de pagar tratamento e cuidados no hospital particular mais caro de toda Seoul. 

– Isso porque você não viu a casa dos meus pais. – Comentou o Lee. Não era algo que teria falado em outra ocasião. Quando percebeu já tinha dito. Se arrependeu na hora ao ver os olhinhos curiosos de Han o encarando.

– Que? Sério?? – O mais novo parou bem em frente a Minho, envolvendo sua cintura com seus bracinhos ao encostar seu queixo erguido no peito do mesmo. – Vai me levar lá algum dia? – Jisung não fazia ideia da seriedade, significado e profundidade dessa pergunta. A fez de forma tão inocente e descontraída que Minho sentiu certa dificuldade para contornar a situação.

– Eh... Claro, esquilinho. Só pode demorar um pouco... Ok? – Sorriu para ele, segurando-o pelos ombros ao beijar a pontinha do seu nariz, disfarçando o seu nervosismo.

Minho não tinha uma boa relação com seus pais. Ambos não apoiaram sua decisão de seguir a carreira artística, acha que apoiariam ele namorar alguém como Jisung? Fora da classe social deles e ainda por cima um garoto? Não que nesta época o relacionamento entre dois homens fosse mal visto pela sociedade, já que a gravidez masculina deixou de ser polêmica há muito tempo. Mas ainda existiam aquelas famílias tradicionalistas, como era o caso da de Minho.

– Está bem. – Para o alívio do mais velho, Jisung apenas concordou sorridente, dando um beijinho na sua bochecha e encerrando aquele assunto. – Hyung, estou com fome... O que tem pra comer? – Perguntou ele fazendo um biquinho manhoso ao se desvencilhar do mais velho.

Opa...

Minho teve o cuidado de contratar uma equipe de limpeza para deixar seu apartamento brilhando antes que Jisung fosse passar alguns dias ali, porque a bagunça que estava antes era sem condições. Mas o Lee sabia que tinha esquecido de fazer alguma coisa, e foi nada mais nada menos do que comprar comida para a casa. Não tinha quase nada nos armários e na geladeira, já que a maior parte do tempo passava na agência ou então pedia comida pronta mesmo.

– Que tal a gente sair pra almoçar, hum? – Sugeriu, esperando que o menor concordasse com sua ideia. Jisung franziu o cenho, dando a entender que estava pronto para recusar a sugestão, então Minho teve de pensar rápido. – Assim podemos passar no mercado depois comprar os ingredientes da sobremesa que você queria fazer pra mim, o que acha?

Logo um sorriso de uma ponta a outra da orelha de Jisung se formou, e este concordou freneticamente com a cabeça. – Ok! – Não seria seu rosto ainda um pouco vermelho e levemente inchado por conta do assalto na noite anterior que impediria Han de sair com Minho, principalmente quando o assunto envolvia a sobremesa que ficou a semana inteira planejando fazer para o mais velho.

– Ah Hyung, onde fica o banheiro? – Indagou o mais novo ao mesmo tempo em que cruzava as pernas, demonstrando estar apertado. Minho sorriu de canto com aquilo. Jisung era extremamente fofo, teve de se segurar para não esmagar suas bochechas ali mesmo.

– No final do corredor. Última porta a direita. – Respondeu, apontando na direção.

Han saiu quase que correndo rumo ao banheiro. Enquanto isso, o Lee tratou de levar a mala de Jisung para sua suíte. Um apartamento daquele tamanho é claro que contava com no mínimo três quartos. Mas acham mesmo que Minho faria Jisung dormir em outro cômodo quando tinha a opção de todas as noites ir deitar abraçadinho com ele? Até parece.

Deixou a mala não muito grande sobre a cama de casal e ao sair no corredor deparou-se com Jisung aparecendo na porta do banheiro ao mesmo tempo, com a maior cara de alívio que já viu o menor fazer desde que o conheceu.

– Melhor? – Perguntou a ele, com os lábios levemente curvados em uma expressão divertida.

Han inflou as bochechas e cruzou os braços na altura do peito, ruborescendo ao se dar conta sobre o que Minho se referia. Aquilo serviu como um “sim” para o Lee, que esboçou um sorriso de dentes à mostra. – É brincadeira esquilinho. – Aproximou-se, pousando uma de suas mãos no ombro alheio ao se inclinar na direção do outro para depositar um beijo casto em sua testa. – Vamos comer?

A expressão emburrada de Jisung logo deu espaço aos olhinhos brilhantes e ansiosos do mais novo. Se tinha algo que era capaz de mudar o humor de Han completamente, era comida, ou qualquer coisa relacionada a isto.

Minho nem precisou indicar o caminho da porta. Jisung já foi logo segurando a mão do outro e o puxando para fora do apartamento. Em questão de minutos estavam dentro da BMW Série 5 preta a caminho do shopping.

– Quer comer o que Hannie? – Se Minho tinha gostado do apelido que Hyunjin deu para o mais novo no hospital? Claro que gostou. Mas desde que fosse o único a chamá-lo assim. O Lee ainda estava com um pé atrás com Hwang por ter tratado Jisung de forma tão íntima. Fazer o que? Além de ciumento era possessivo.   

Assim que ouviu ao mais velho, desviou a atenção que tinha na paisagem do lado de fora do carro e lhe respondeu sorrindo. – Kimbap! – Esta era, afinal, sua comida preferida. Mas a razão pela qual queria comer isto era outra. Jisung se lembrou do primeiro almoço que teve com Minho, quando este o foi visitar no Hospital da vez em que desmaiou na cafeteria. No dia ficou pensando que fazia bastante tempo desde que teve um almoço tão agradável, e agora que tinha a oportunidade de repetir a dose, estava mais do que contente com isto.  

Não demoraram muito para chegar no shopping. Deixaram o carro estacionado em uma sombra e de mãos dadas entraram na enorme estrutura com fachadas de vidro. O lugar estava lotado de gente, como era de se esperar, já que estamos falando de um almoço em pleno domingo com tempo agradável e fresco.

Os dois caminhavam calmamente por entre as lojas e os corredores largos e espaçosos. Jisung tinha os olhos bem atentos e toda vez que passavam em frente a uma loja de eletrônicos, ele parava para observar os exemplares na vitrine.

No mesmo instante Minho se tocou do fato de que graças ao assalto, Han estava sem celular. Aliás, não só sem um telefone, como também perdeu todos os documentos e muito provavelmente estava sem dinheiro para ao menos se deslocar pela cidade.

Assim que se viram em frente a uma loja da Apple, Minho arrastou Jisung para dentro dela. O mais novo, mesmo com fome e vontade de comer, acompanhou o outro sem questionar. Quase que imediatamente um funcionário veio ao atendimento deles assim que entraram no estabelecimento.

– Posso ajudar, senhores? – Perguntou o vendedor, com um sorriso simpático no rosto.

– Sim. Estou procurando um celular pra comprar. Qual o melhor e mais atual que você tem disponível? – Questionou Minho, recebendo um olhar confuso por parte de Jisung. Para que ele precisava de um celular novo? Até onde Han sabia, o de Minho estava em ótimo estado.

– Me acompanhe por favor. – Indicou o caminho a ser tomado, e o Lee não se demorou a segui-lo, puxando Jisung consigo.

– O aparelho mais atual que temos é o iPhone 11 Pro. – Disse ele, abrindo a porta de vidro atrás da qual mantinham os celulares em exposição sob um suporte. O vendedor apanhou um de cor prata e entregou à Minho para que este o analisasse. Enquanto Lee avaliava o aparelho, Jisung ficou inexplicavelmente vidrado em um outro dispositivo da mesma marca, porém de cor diversa.

Quando o mais velho olhou para o lado, viu os olhos de Han refletindo a imagem perfeita de um iPhone 11 Pro cor-de-rosa claro. Com um sorriso de canto, devolveu o celular que tinha em mãos ao funcionário, apontando para o qual Jisung encarava quase sem piscar.   

– Eu vou querer aquele ali. – Assim que Han viu a mão de Minho à sua frente apontando para o celular que tinha achado simplesmente lindo demais, imediatamente olhou surpreso para o mais velho, que ainda sorria para ele.

– Hyung, por que quer um celular rosa? Não é bem a sua cara... – Indagou com um olhar confuso, pendendo a cabeça levemente para o lado.

– Você gostou dele?

Han voltou a olhar para o aparelho agora nas mãos do vendedor, encarando o dispositivo por alguns segundos antes de lhe responder com um biquinho e um suspiro. – Uhum...

– Então pode pegar, é seu.

Boquiaberto, Han virou na direção do mais velho com espanto. – Mas Minho... Eu não tenho dinheiro pra pagar por isso! – Ele enlouqueceu, só pode. Jisung teria que trabalhar no mínimo sete meses na cafeteria e não gastar nenhum centavo sequer para ao menos cogitar comprar aquele celular.

– É um presente, esquilinho. – Explicou. – Estou te dando. Você não pode ficar sem celular. – Han voltou a encarar o aparelho novamente, pensativo.

– Hum... Não sei não Minho. É muito caro. – Jisung estava bem relutante em aceitar o presente. Afinal, o mais novo ainda tinha seu complexo de independência. Além disto, o Lee já iria pagar pelo almoço, não queria que ele gastasse com isso também.

– Por favor Hannie... – O mais velho se aproximou do outro, apoiando ambas as mãos em seus ombros para encará-lo nos olhos, ficando frente à frente. – Como vamos conversar enquanto eu estiver na agência se você não tiver um celular, hum? – Insistiu. Não iria desistir tão fácil.

– Mas Hyung... – Ok. Han não estava preparado para o biquinho e o olhar de filhote que Minho lhe lançou. Como iria negar agora? – Aish.. Tá bom... – O Lee sorriu vitorioso e enlaçou o mais novo pelos ombros, virando-se para o vendedor com ele ao seu lado.

– Vai ser esse mesmo. E ah... Já me vê um chip também.

– Sim senhor. Ótima escolha! – O jovem retirou a trava de segurança do dispositivo e o colocou dentro da sua caixa, lacrando a mesma em seguida.

Os dois então se dirigiram ao caixa da loja e Minho sequer piscou ao passar o cartão de crédito. Já Jisung sentiu a alma sair do corpo. Como ele podia comprar algo tão caro assim e ficar com aquela cara de paisagem como se nem se importasse? Gente rica... Vai entender. Mas não podia negar, teve que se controlar para não sair da loja dando pulinhos.

De mãos ainda enlaçadas, e com Jisung segurando a sacolinha com a logo da marca nem um pouco discreta, partiram rumo à praça de alimentação. Em virtude do pequeno desvio que fizeram para comprar o celular, quando chegaram lá já não estava tão lotada assim, até porque passavam das duas da tarde.

Em um dos quiosques ainda em funcionamento fizeram os seus respectivos pedidos. Kimbap para os dois. Já para beber, Minho preferiu um refrigerante bem gelado, ao passo que Jisung ficou no suco de morango cremoso.

Estavam agora sentados em uma mesa mais afastada do movimento, próxima as janelas viradas para o parque que tinha do outro lado do shopping. Jisung tinha as bochechas infladas e cheias de comida. Minho, por sua vez, encarava o mais novo com olhos admirados. Até mesmo esqueceu de tirar os próprios Jeotgarak da boca.

Han não percebeu que o Lee o observava com tanta atenção, já que a sua própria estava voltada para o prato recheado com aquelas rodelinhas de arroz que tanto amava. Seria capaz de comer um caminhão inteiro de Kimbap se deixassem.

Enquanto se admirava com a fofura de Jisung, algo de suma importância se passou pela cabeça de Minho. Uma coisa que vinha atrapalhando suas noites de sono há algum tempo.

As pílulas.

Sim. Minho não tinha esquecido daquela madrugada no apartamento de Jisung, quando este teve um ataque de bipolaridade e ingeriu mais do que o dobro de comprimidos necessários ao tratamento.

Desde aquele dia o Lee estava esperando por uma oportunidade para conversar com Han acerca disto. Mas os dias foram se passando e ele acabou percebendo que o momento certo nunca iria aparecer, então precisava tomar a iniciativa, mesmo correndo o risco de estragar o clima bom que tinha entre os dois.

– Hannie... – Chamou por ele, deixando seus talheres de lado e cruzando os braços sobre a mesa.

– Hum? – O outro levantou o olhar, parando de mastigar a comida que havia armazenada em suas bochechas gordinhas.

Hesitante, Minho sorriu fraco antes de continuar. – Por que aquele dia no seu apartamento você tomou três comprimidos ao invés de um como está na sua receita...?

Jisung quase se engasgou com a comida. Teve que levar a mão em frente a boca para não acabar cuspindo na cara do mais velho. Terminou de mastigar na pressa, engolindo tudo com dificuldade. Precisou tomar um gole de suco para amaciar a garganta.

– D-Do que você está falando H-Hyung? – Tentou se fazer de desentendido acerca daquele assunto, volta e meia desviando os olhos.

– Você sabe bem esquilinho... – Respondeu da forma mais calma e serena que conseguiu. – Eu sei que você vem tomando sua medicação em excesso. Por que está fazendo isso? Sabe que não te faz bem Han.

Jisung desviou o olhar mais uma vez, escondendo ambas as mãos em baixo da mesa sobre suas coxas apertadas uma na outra. Sentia que estava levando uma bronca, então se encolhia na cadeira. Mas sabia que Minho, no final, estava certo. Changbin já tinha chamado sua atenção para isto também, assim com Felix, Seungmin e Jeongin. Mas Han não deu ouvido a nenhum dos amigos.

Era difícil para o mais novo lutar contra sua própria personalidade. Tinha medo de si próprio, dos picos aleatórios de humor aos quais estava sujeito. Então em sua cabeça quanto mais comprimidos tomasse, mais controlado ficaria. Embora todos os estudos científicos digam o contrário.

Não passou despercebido para Minho como o outro estava tendo dificuldades para conversar sobre aquilo, então sorriu para o mais novo, tentando incentivá-lo. – Tudo bem esquilinho, pode falar comigo sobre isso...

Han levantou o olhar para o mais velho, sentindo um certo embaraço. – E-Eu tenho medo Hyung... – Começou a tentar se explicar. – No meu passado as pessoas já me a-abandonaram por conta da minha condição e... – Mordeu o lábio inferior, buscando forças para continuar. – E eu tenho medo de que isso aconteça de novo.

Desde que conheceu Minho há alguns dias atrás, Jisung tem ficado ainda mais paranoico com isso. Sabia que Changbin e os outros meninos nunca virariam as costas para ele. Mas e Minho? Que mal o conhecia? Já bastava aquele episódio que teve em seu apartamento. Teve sorte de o mais velho não ter virado as costas e ido embora. Mas quem garante que será assim da próxima vez? Não queria arriscar.

Sem conseguir manter o contato visual com Minho, o mais novo novamente abaixou a cabeça, focando em um ponto qualquer do chão. O mais velho então inclinou-se sobre a mesa, até poder alcançar o rosto de Jisung com sua mão. De forma delicada, segurou seu queixo fazendo-o olhar na sua direção.

– Han, olha pra mim. – Disse em um tom de voz baixo e calmo. O outro assim o fez, obedecendo ao mais velho, embora seus olhos estivessem abatidos e sua boca comprimida. Claros sinais de ansiedade e nervosismo.

– Eu nunca vou te abandonar, ouviu? – Sorriu para Jisung, acariciando sua bochecha esquerda com seu polegar. –​ Eu prometo... Então será que consegue fazer um esforço por mim e voltar a tomar só um comprimido, por favor...?

Jisung piscou repetidas vezes, agora sem conseguir desviar o foco dos olhos de Minho. A expressão serena com a qual Lee o encarava lhe proporcionava uma tranquilidade tremenda. De repente, sentiu ser capaz de fazer o que o outro estava lhe pedindo, somente porque era ele quem o pedia e não qualquer outra pessoa.

– E-Eu vou tentar. – Respondeu ao mais velho, o qual lhe retribuiu com um sorriso ainda maior. Aquilo já era um avanço, pensou Minho.

– Bom, então vamos voltar a comer se não a comida esfria! – Falou, se acomodando novamente em sua cadeira ao apanhar os Jeotgarak que havia deixado sobre seu prato.

– Hyung... Kimbap já é frio. – Comentou Jisung se segurando para não rir do comentário do mais velho. No entanto, as bochechas extremamente vermelhas de Lee foram impossíveis de ignorar, e no final os dois acabaram rindo.

O restante do almoço seguiu assim, tranquilo e calmo. Minho que achou que aquele assunto deixariam as coisas tensas depois errou feio. Conseguiram manter um diálogo divertido e contagiante. Era incrível como a companhia um do outro lhes fazia tão bem.

Quando terminaram de comer já passavam das três da tarde. Como prometido, a primeira coisa que fizeram ao sair do shopping foi ir à um supermercado. Enquanto Jisung procurava os ingredientes para a sobremesa que queria fazer, Minho tratou de encher o carrinho de compras com comidas e condimentos suficientes para uma semana, já que não tinha praticamente nada em casa.

Em um dado momento, enquanto estava no final do corredor de uma das seções analisando alguns produtos, virou a cabeça para o lado esquerdo na direção a qual Jisung estava. Naquele mesmo instante um homem de jaqueta preta e boné escuro que parecia estar de olho em Minho há algum tempo virou o rosto imediatamente, tentando disfarçar.

O Lee não deixou de notar o comportamento suspeito daquele estranho, franzindo o cenho ao percebê-lo. Contudo, naquele momento não deu muita importância. Simplesmente colocou no carrinho a embalagem que estava lendo e caminhou até Jisung, passando reto pelo homem que abaixou a cabeça para que ele não pudesse ver seu rosto.

– Já encontrou tudo de que precisava Hannie?

– Uhum. Esse era o último ingred-... – Assim que Jisung se virou para o mais velho e encarou aquele carrinho cheio de compras seus olhos se arregalaram. – Minho!! Pra que tudo isso de comida??

– Ah... É que eu esqueci que não tinha nada em casa, então só peguei umas coisinhas pra passar a semana. – Respondeu coçando os cabelos da nuca. – Vamos indo? – Pegou a cesta pequena que Han segurava e colocou dentro do carrinho em cima dos outros itens.

Jisung concordou em um aceno e se colocou ao lado de Minho, enlaçando seu braço ao dele enquanto caminhavam rumo ao caixa. Ao virarem a curva do corredor, o Lee aproveitou para discretamente olhar para trás, deparando-se com o mesmo homem ainda os observando disfarçadamente.

Ah... Quem diria que o Hyunjin faria falta, hein? Se o Hwang estivesse ali, com certeza já teria espantado aquele sujeito, que aparentava ser senão outro paparazzo disfarçado ou algum stalker desocupado.

Após pagar pelas compras, Minho foi empurrando o carrinho até a BMW, enquanto Jisung brincava com seu novo celular. Han não conseguiu aguentar esperar até em casa para fuçar no seu mais novo iPhone. Estava ansioso para contar para Felix e para os outros sobre o presente que ganhou, tinha certeza de que o australiano ficaria emburrado e com inveja. No final, sobraria para Changbin comprar um igual para seu ruivinho birrento, ou teria que escutar suas queixas por um bom tempo.


Notas Finais


Eu tive que dividir esse Domingo em 2 capítulos, porque tem muita coisa pra acontecer ainda, hehehe. =P

(Aguentem mais um pouco, uma hora o beijo Minsung sai, rsrsrs).

Até a próxima amores ♥


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