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História Um chamado para o coração - Back to the start.


Escrita por: Miraah

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 20 - Back to the start.


Fanfic / Fanfiction Um chamado para o coração - Back to the start.

Assim que todos deixaram o quarto, Trafalgar desceu o elevador e foi cuidar da papelada em seu escritório. Assim que terminou, subiu novamente apenas para dar uma checada em Luffy antes de sair. Quando chegou lá, sentiu sua pulsação falhar ao ver o garoto em pé no meio da sala.

Luffy o encarava agora, com uma expressão nervosa e confusa no rosto.

— O que você está fazendo aqui?

— Estamos no hospital. Você desmaiou na rodoviária.

— E o que você está fazendo aqui? – Luffy perguntou novamente.

— Estamos no meu hospital.

Luffy não disse nada. Apenas continuou o olhando intrigado.

— Luffy...

No momento em que Law tentara se aproximar do menor, ele rapidamente se moveu dois passos pra trás erguendo as mãos em um movimento súbito, como se estivesse delimitando uma barreira invisível entre ele e Law.

— Fique longe de mim.

Law apenas suspirou. – Não esperava de fato que ele dissesse que estava com saudades e pulasse em cima dele como costumava fazer, mas aquela reação realmente o incomodou.

— Onde estão meus irmãos? Eu quero ir pra casa.

— Eles saíram há alguns minutos. Provavelmente vão voltar pra te ver amanhã.

Luffy se recusou a aceitar as palavras de Law e simplesmente foi em direção à porta. Law o segurou pelo braço.

— Me solte! Eu não quero ficar aqui! Quero voltar pra casa.

— Você não pode... Luffy... Escute!

Luffy continuou se debatendo até que Law o arrastou pra dentro do quarto e fechou a porta.

— Você não pode me prender aqui!

— Eu não posso te deixar sair. Seu corpo está muito fraco, você vai ter que ficar aqui pelo menos uma semana.

— Sem chance...

— O seu tratamento ainda nem terminou, Luffy; e você quase morreu ontem, então eu sinto muito em te informar que não. Você não pode sair.

Luffy o fitou zangado por algum tempo e depois simplesmente deu de ombros e deu as costas ao moreno, tentando mostrar indiferença.

— Tanto faz. Contanto que você não fique aqui.

Law soltou um suspiro frustado.

— Eu sei que você está zangado, e você tem razão, mas...

Luffy soltou um riso irônico.

— Eu definitivamente tenho razão.

— Seria bom se você pudesse me ouvir, pelo menos um pouco. – Law tentou segurar seu braço como uma maneira de chamar sua atenção - já que Luffy continuava afastando-se de Law – porém, foi prontamente repelido pelo menor que se livrou de seu aperto.

— Eu achei que tinha dito pra ficar longe de mim. – Luffy proferiu as palavras de forma tão fria que por um momento, Law perguntou-se se era realmente o mesmo Luffy que ele conhecia.

— Certo. – Law disse. — Se é isso que você quer.

E então, ele deixou o quarto – digno a uma saída melodramática – batendo a porta depois de ter sido “expulso” de sua própria ala, por seu próprio paciente. Quando chegou à recepção, pediu pra um dos enfermeiros ir ficar de olho nele.

Não tinha o menor sentido ficar ali no momento se Luffy não queria ve-lo. Law tentou ignorar aquele sentimento que sentiu ao ser tratado daquele jeito por Luffy.

 Não. Não era como se ele não tivesse semeado aquilo, mas agora que ele estava finalmente lidando com aquilo... A sensação não era bem das melhores.

 

 

                              ~~~

 

— Cora? – Law chamou, assim que entrou em casa.

Foi até a cozinha, encontrando seu tio lá, debruçado sob a mesa, bebendo uma xícara de café.

— Ei, Law! Se atrasou um pouco, achei que não viria mais aqui.

— É, eu acabei perdendo a noção do tempo...

— Como está o Luffy?

Law engoliu seco.

— Bem... Ele está bem. Deu tudo certo, ele não corre mais perigo. Pelo menos por agora.

— Não seria melhor traze-lo pra cá?

— Ele está muito fraco. Por precaução, o hospital é o melhor lugar no momento.

— Ah, entendo.

Corazon tomou mais um gole do liquido.

— E como você tem passado?  - Law perguntou, chamando sua atenção.

— Ótimo, eu estou ótimo. – Corazon sorriu calmamente.

— Isso é bom... – Murmurou em resposta, enquanto se sentava na cadeira próxima a ele. — Conseguiu resolver os negócios do seu trabalho?

— Sim, consegui.

— A propósito, o que exatamente você estava resolvendo? Por que você sumiu por praticamente dois dias.

— Você sabe, eu pedi as contas, mas o pessoal do meu trabalho pode ser realmente chato. Eles queriam alguns documentos de volta. – documentos que eu não tinha a menor noção de onde estavam. Passei esses dias tomando conta disso.

— Eu só achei estranho você não ter me avisado. Eu já estava começando a ficar preocupado.

— Novamente, me desculpe por isso.  Eu achei que não teria importância e também achei que seria uma boa oportunidade de você passar um tempo sozinho com seu namorado.

Law suspirou, apertando as mãos umas contra as outras enquanto encarava a superfície da mesa. – Corazon o fitou.

— Tem algo de errado, Law?

— Eu não iria conseguir mentir pra você por muito tempo mesmo. – Law deu um sorriso falho.

— Como assim mentir? O que aconteceu? – Corazon perguntou atento ao sobrinho.

— Nós não estamos mais juntos.

 

 

                                 ~~~

 

Luffy estava deitado na maca do hospital, em baixo das cobertas, enquanto segurava o controle na mão direita, tentando achar um canal interessante. Contudo, nada iria fazer ele se divertir naquele momento. Ainda estava irritado com o lance do Torao e não conseguia mandar embora o sentimento que tomou conta de si assim que o viu de volta. Luffy tinha certeza que nunca o veria novamente, estava certo de que poderia superar tudo aquilo e então lá estava ele novamente, olhando pra ele e trazendo de volta sentimentos que Luffy queria tanto que fossem embora.

Subitamente, a porta foi aberta por um jovem de cabelo rosa.

— Boa tarde. – Ele sorriu gentilmente. – Eu trouxe sua comida.

Luffy empurrou as cobertas apenas para se sentar na maca enquanto o observava trazer uma bandeja, com uma tigela em cima.

— Como está se sentindo? – Indagou, botando a bandeja sob seu colo.

— Eu estou bem. – Respondeu.

— Está confortável?

— Sim...

O rapaz sorriu mais uma vez.

— Você tem sorte, o senhor Law te botou em nossa melhor ala.

Luffy apenas resmugou baixinho.

— Nem tanta. – Falou, já dando uma colherada na sopa.

— O que quer dizer?

— Não te interessa.

— Ah... – Ele murmurou, um pouco constrangido.

Luffy ficou um tanto assustado com a sua resposta. O rapaz estava apenas tentando ser prestativo e com todos aqueles pensamentos rondando sua cabeça, ele acabou sendo rude sem perceber.

— Eu... Eu sinto muito. Não tive a intenção de ser grosso com você. Eu só não estou de bom humor.

— Tudo bem. – Ele disse, ainda com a expressão amigável em seu rosto. — Muitos pacientes acabam sendo grosseiros comigo, mas eu entendo que não é culpa deles. Você deve ter tido um dia realmente cansativo.

Luffy repentinamente não pode evitar sentir uma leve pintada de pena do rapaz.

— Coisas ruins aconteceram comigo, não só fisicamente.  – Explicou, levando a mão ao lado direito do peito. — Estou machucado aqui também.

— Oh, entendo. – Ele disse, soltando uma risada abafada.

Luffy franziu as sobrancelhas.

— Do que você está rindo?

— Seu coração fica no lado esquerdo do seu peito.

— Eh... – Luffy corou levemente. — Eu sabia disso.

— Meu nome é Cobby. - Disse, estendendo a mão.

Luffy apertou sua mão, sorrindo levemente.

— Luffy...

 

                                  ~~~

 

- Entendo. – Disse, Corazon, com o braço ainda sob o ombro de Law.

Law contou tudo para Corazon desde a vinda de Sabo e Ace, sem mencionar Bonney. Não gostaria que Corazon soubesse que ele ainda estava envolvido com ela. Não falaria sobre isso com ele, pelo menos não agora. Ainda mais depois de ele ter acabado de ver Law se emocionar ridicularmente enquanto falava pra ele sobre Luffy.

— Então, o que você pretende fazer?

— Sinceramente, eu não sei. Quer dizer, eu sei que eu devo pedir desculpas, mas... Não é assim tão simples. Ele não suportar nem ficar no mesmo quarto que eu.

— Bem, então você vai ter que fazer com que ele suporte, não? Ele não vai te perdoar tão cedo, mas você pode trabalhar nisso.

Law assentiu.

— É o único jeito.

— Tsc, você fez arrumou uma bagunça e tanta dessa vez.

— É, eu sou ótimo nisso. – Concordou, com um tom de voz melancólico.

— Tem que fazer as pazes com Nami. Ela é uma boa amiga. Tenho certeza que ela vai te ajudar com isso.

— Sim, ela é. – Law concordou, levantando-se e recolhendo suas coisas. – Eu deveria voltar para o hospital, já está escurecendo.

— Ei, Law. – Corazon chamou.

— Hm?

— Você realmente precisa dele, em? – Corazon sorriu de leve, bem convencido daquilo.

Law ficou alguns segundos parado próxima a porta, encarando seu tio. Ele já havia falado aqui uma vez para Luffy. Sim, mas agora era diferente. Ver Luffy olhando para ele daquela forma, como se ele fosse algum tipo de monstro. Ah, aquilo o machucou de verdade.

Mas agora, ele estava ali de novo e cada segundo que passava longe dele era o tempo que estava perdendo para tentar consertar as coisas. Agora mais que nunca, ele sentia falta de Luffy e ficar sem poder tocá-lo e falar com ele da mesma forma que fazia antes era a coisa mais próxima de tortura que Law conhecia agora. Definitivamente precisava dele. Precisava tanto que chegava a doer.

— Sim. – Admitiu. — Eu tenho certeza disso, agora.

— Tenho certeza que você vai dar um jeito nisso.

— Obrigado, Cora-san. Por ter me ouvido. Significa muito.

— É pra isso que serve família, não? – Corazon sorriu mais uma vez. — Mesmo quando tudo dá errado, ainda temos um ao outro.

Law sorriu desajeitadamente. Sabia que Corazon não iria julgá-lo. Ele nunca julgava, mas aquele apoio foi um tanto inesperado. De todas as coisas que Law fez aquilo estaria enquadrado entre as piores, mesmo assim... Não. Law estava preocupando-se a toa. Era Corazon afinal, certo?

— Boa noite, Law.

— Boa noite. – Disse, antes de deixar a casa.

Não demorou muito para que Law chegasse ao hospital. A maioria dos funcionários já havia deixado o local e só havia alguns enfermeiros e enfermeiras fazendo o turno noturno. Law pegou o elevador e se encaminhou até o quarto de Luffy. Chegando lá, viu o estagiário saindo pela porta. Ele parecia bem empolgado enquanto se despedia de Luffy. Isso antes de dar de cara com Law.

— Senhor Law.

O garoto ligeiramente mudou a postura.

— Obrigado por ter tomado conta dele. Vou me garantir que você receba um aumento mais tarde.

— N-Não é nada, senhor. Isso é muito generoso de sua parte. – Ele abriu um sorriso.

— Deve ter sido um pouco desagradável pra você. Ele estava bem irritado quando o deixei.

— Oh, não. De jeito nenhum. Luffy é muito gentil e simpático.

— É...?

— Sim. Eu passei um tempo realmente agradável com ele. – Disse, animadamente. – Bem, eu já vou indo então. Até outro dia, senhor. Boa noite.

— Boa noite. – Murmurou, enquanto assistia o garoto descer pelo elevador.

O jeito como o estagiário – com aquele sorriso enorme - descreveu Luffy não o agradou de nenhuma forma. Na verdade, o incomodou um pouco até demais. Law não gostou daquilo.

Gostaria de abrir a porta e falar com Luffy, mas sabia que provavelmente seria barrado novamente. Por isso, Law se sentou em uma das poltronas e ficou ali pensando. Pensando no que Nami e Corazon haviam falado pra ele e principalmente pensando em Luffy.

E então, adormeceu.

 

 

                                                                 (...)

 

— O que está fazendo?

— Hm...?

Antes que Law tivesse a oportunidade de despertar apropriadamente sentiu um travesseiro atingir seu rosto. Em seguida, abriu seus olhos devagar - assistindo o travesseiro cair no chão – e depois elevou seu rosto para cima, deparando-se com Luffy.

— Luffy... – Law se ajeitou na poltrona, parecendo um tanto ansioso ao ver o garoto novamente.

— Eu perguntei o que está fazendo aqui.  – Ele repetiu, com os braços cruzados.

Contudo Law não estava ouvindo a Luffy. Ao invés disso, ele estava ocupado demais reparando na vestimenta dele: Luffy estava vestindo uma bata, uma espécie de ‘’avental-vestido’’ que os pacientes usavam. Ficou surpreso por terem conseguido o feito usar aquilo e também pelo fato de por alguma estranha razão ele se sentia excitado com a ideia de Luffy vestindo aquela roupa.

Luffy corou assim que percebeu onde a atenção de Law estava direcionada.

— Por que está me olhando desse jeito?! Pare já com isso!

— Bem, não era minha intenção, eu só...

— Não quero saber! – Luffy interrompeu, ainda com o rosto vermelho. — É confortável e prático, você não pode me julgar!

— Eu não estava... Eu honestamente acho que fica bem em você. – Admitiu.

 Agora sim, o rosto de Luffy estava idêntico a um tomate.

— Eu não quero ouvir isso de você! Além disso, ainda não respondeu minha pergunta. Por que estava dormindo? Desde quando está aí? É bom você não estar me espionando ou algo do tipo. Eu já disse que não quero falar com você!

— Eu trouxe algumas coisas pra dormir no meu escritório caso acontecesse alguma coisa com você durante a noite, mas acabei cochilando aqui. – Respondeu, olhando pra seu relógio. Já eram sete horas da manhã, em breve os funcionários da manhã começariam a chegar. Law achou um tanto estranho Luffy estar acordado tão cedo.

— Eu não preciso que você faça essas coisas por mim. Não estamos mais juntos, esqueceu?

— Não esqueci, mas... – Law ficou um tanto assustado com a rispidez que Luffy usou em suas palavras. — Eu não conseguiria sossegar enquanto você estivesse aqui. Eu fiquei muito preocupado então eu tive que vir.

Apesar de aquilo ter tocado Luffy, ele simplesmente virou o rosto. Não faz muito tempo em que Luffy faria de tudo para estar ouvindo Law dizer esse tipo de coisa para ele, entretanto, as coisas eram diferentes agora. Se Law achava que podia fazer tudo voltar como era, ele estava enganado. Luffy estava decidido a não se render a seus sentimentos. Não dessa vez.

— Eu também não preciso que você fique se preocupando comigo. – Disse, claramente frustrado. — Você mesmo disse que eu era só um passatempo que deixou de ser interessante. Então, o que você está fazendo aqui dizendo essas coisas idiotas? Eu não só sou o seu problema? Apenas me deixe em paz.

Law ficou apreensivo depois de ouvir aquilo.

— Ei, Luffy... Você que sabe que eu... Eu não quis dizer aquelas coisas, não de verdade.

— Não, eu não sei.

— Porque eu não quis! – Confessou, aflito, se levantando, se aproximando do garoto e agarrando sua mão. – Se você pudesse apenas me ouvir...

— Bem, eu estou ouvindo. Qual é a sua explicação pra tudo que você disse? Pra tudo que você fez? – Indagou, dando um passo pra trás assim que sentiu o maior pegando em sua mão.

— E-Eu... – Law balançou a cabeça, tentando afastar o nervosismo.

Luffy o fitava, ainda esperando por uma resposta.

— Eu realmente...

— Luffy, aí está você!

Law imediatamente soltou a mão e se afastou do garoto.

— Cobby... – Murmurou, reconhecendo o estagiário, que estava perto da escada.

— Oh, b-bom dia senhor Law! Não reconheci o senhor nessas roupas informais. Ah, Meu Deus! N-Não foi isso que eu... Quer dizer, você fica ótimo assim também!

— Cobby! – Luffy saiu de perto de Law e se aproximou do garoto de cabelos rosas. Cobby tinha uma sacola na mão direita.

— Ah, você trouxe! – Luffy pegou a sacola em suas mãos, retirando uma revista de quadrinhos de dentro. — Obrigado. – Falou sorrindo e abraçando o outro.

— N-Não tem de quê.

— Vamos ler lá no quarto? – Luffy sugeriu.

— Tudo bem. – Cobby concordou. — Já estou indo.

Em seguida Luffy entrou na sala, enquanto Law permanecia parado no mesmo lugar.

Que merda de intimidade era aquela? – Law pensou, ainda assimilando o que acabou de presenciar. – Como diabos eles ficaram tão próximos em um dia? Então era por isso que Luffy tinha acordado tão cedo? Pra passar o tempo com Cobby, o estagiário?

— Senhor, está ai? – Chamou. — Você não parece muito bem. Quer que eu te traga um copo de água?

— Não, eu... Não precisa.

— Se precisar de qualquer coisa estarei aqui. – Falou gentilmente.

Law assentiu com as sobrancelhas franzidas. – Não conseguia esconder sua irritação.

Cobby deu mais um sorriso e entrou no quarto.

 



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