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História Um chamado para o coração - I care.


Escrita por: Miraah

Capítulo 21 - I care.


Fanfic / Fanfiction Um chamado para o coração - I care.

 

Luffy lia calmamente a revista. Já fazia alguns minutos desde que Cobby deixou o quarto para atender os outros pacientes.

Ainda se perguntava o que Law queria tanto dizer para ele. Ele já havia se convencido e havia sido capaz de não dar um minuto sequer de atenção para Law – pelo menos durante os últimos dias - mas por mais que ele tentasse, tentasse muito não pensar nele, Law ainda ocupava boa parte dos seus pensamentos. Pensar nele e no que quer que fosse que ele queria dizer só confundia mais a sua cabeça. Será que deveria dar uma chance a Law de esclarecer as coisas entre eles? Será que deveria parar de ignorá-lo?

— Luffy!

Luffy foi despertado de seus pensamentos assim que ouviu a voz de Ace em conjunto com o barulho da porta se abrindo.  Ace usava um jeans sujo e uma camiseta vermelha. Fazia alguns dias que não se viam, seu cabelo parecia maior.

Luffy abriu um grande sorriso assim que o viu. Logo em seguida, sentiu Ace o envolver em um abraço.

— Ace... – Murmurou, desfazendo o abraço.

— Como você está indo?

— Estou bem e você?

— Também.

— Cadê Sabo e o vovô? – Luffy olhou de esguelha para a porta, checando se não havia mais ninguém por aí.

— Ficaram na casa dela.

— Ela...?

Posteriormente foi a vez de Nami entrar no quarto. Ela estava vestida com roupas mais casuais naquele dia: Um blazer lilás e uma saia preta colada. Bem, de certa forma, casual para Nami.

— Nami.

— Oi, Luffy. – Nami abriu um sorriso tímido, conforme se aproximava. — Está se sentindo bem agora?

— Sim, eu estou.

— Eu fico feliz com isso. Se algo de ruim tivesse acontecido com você, eu... - Nami pareceu se embolar nas palavras, sem saber exatamente o que dizer. O que raramente acontecia com ela. — Olha, eu... Eu sinto muito por tudo isso, eu juro que não sabia de nada e se eu soubesse...

— Nami, está tudo bem. De verdade, eu já disse que eu acredito em você.

— Eu sei que acredita, mas eu... Só não quero que pense que só porque eu sou amiga de Law as coisas seriam diferentes se eu soubesse. Você também é meu amigo e eu me importo com você.

— Eu não penso assim. – Luffy disse honestamente. — Você salvou minha vida, Nami. Se você não tivesse insistido eu teria pegado o ônibus e provavelmente morrido no meio do caminho.

Luffy riu sem jeito.

— Eu não conseguiria pensar nada de ruim de você nem mesmo que eu quisesse.

— Obrigada... – Nami deu um sorriso aliviado.

— Foi difícil fazer vovô acordar. – Ace disse, pegando no ombro de Luffy. — Sabo e ele vão vir aqui mais tarde. Até lá, trate de melhorar.

— Sem problemas. – Luffy sorriu. — Como estão as coisas lá?

— Está tudo bem. É muita gentileza de Nami nos deixar ficar. De qualquer forma, não vai ser por muito tempo. Em duas semanas, estaremos indo embora. Definitivamente, dessa vez.

— Eu espero.

Nami o direcionou um olhar triste.

— Eu vou sentir sua falta.

— Eu também. – Luffy respondeu, com uma expressão gentil em seu rosto.

De repente, o celular de Nami vibrou em sua bolsa. Ela o pegou e grunhiu frustadamente.

— Eu tenho que ir agora... Você vai ficar, Ace?

— Na verdade, eu deveria voltar...

— Mas já? – Luffy pareceu chateado.

— Eu preciso ajudar o Sabo a cuidar do vovô, mas eu vou voltar assim que possível para te ver. – Ace falou, bagunçando os cabelos de Luffy.

— Ok.

— Até mais, Luffy. – Ace despediu-se com um abraço breve e saiu da sala junto com Nami que deu apenas uma acenadinha.

 

(...)

 

Nami mantinha a mão direita no volante enquanto a esquerda digitava algo no celular. Mesmo sendo do interior até Ace podia dizer que aquilo não era seguro. Não que não apreciasse a cordialidade de Nami ao recebê-los em sua casa, apreciava até muito, mas a ruiva era um tanto imprudente. Não pode deixar de reparar o quão bagunçado o lugar estava quando chegaram à mansão dela: Havia um número muito grande de papéis importantes “organizados” em um monte na sala, vestígios de bebidas derramadas no banheiro e roupas espalhadas por literalmente toda a casa, inclusive a cozinha. Se ela era rica qual era dificuldade de contratar um empregado para arrumar aquilo, afinal?

— Ace, você se importa se eu passar em um lugar rapidinho? – Perguntou, ainda mexendo no celular.

— Não. Pode passar onde precisar. – Ace sorriu forçadamente.

— Oh, que ótimo ouvir isso. – Nami disse, aliviada. — Prometo que não vou demorar.

Foi o que ela disse antes de sumir por aproximadamente meia hora.

 

~~~

 

Bonney checou seu reflexo no espelho novamente: Estava impecável. Usava um vestido preto da última coleção de verão. O batom vermelho e o penteado em seu cabelo definitivamente ficavam muito bem nela. Não que ela já não soubesse disso antes, mas os olhares invejosos das outras mulheres presentes assim como os olhares nem um pouco discretos dos homens apenas confirmavam aquilo.

Ela também tinha plena consciência do efeito intimidador que ela transmitia. Entretanto, isso não a impediu de ser cumprimentada por praticamente todas as pessoas que entraram pela porta do imenso salão de festa. Até tivera algumas conversas longas.

Sabia o que aquelas pessoas queriam dela.

A festa em que ela estava era uma festa organizada para calouros, empresários recém-saídos de faculdades ansiosos por uma chance. E como sempre a presença dela era obrigatória ali todo ano.

Todos queriam uma oportunidade de ter uma das empresárias mais bem-sucedidas da cidade segurando seus rabinhos, mas Bonney não estava com o menor interesse em nenhum deles.

Simplesmente achava aquilo divertido. Ver até onde as pessoas seriam capazes de chegar por só um minuto da sua atenção. Bonney suspirou entediada. – Bem, ao menos era divertido com a companhia de Law.

 Devido à paixonite dele pelo garoto, ele deveria ficar um bom tempo afastado de tudo aquilo apenas enchendo a cara e remoendo a sua mágoa por ela, mas assim que isso passasse ela iria ter o antigo Law de volta.

Bonney foi em direção ao bar, sentando-se num dos banquinhos e pedindo por um drinque. Definitivamente não suportaria uma festa daquelas sem álcool.

— Bonney...? – Uma voz a chamou.

Bonney moveu seu rosto para o lado, vendo ninguém menos que Eustass Kid.

— Kid. – Bonney sorriu venenosa, o olhando de cima a baixo.  — Quer dizer que você ainda tem dinheiro para comprar um terno, estou impressionada.

— Você nunca muda, não é?

— Sempre um prazer, Kid.

— Não achei que encontraria alguém como você aqui. – Falou, tomando um gole da bebida. — Tentando manter a tradição antiga de você e do Law? Acho meio difícil quando um dos dois não está presente.

— Eu também não achei que encontraria você por qualquer lugar que não fosse embaixo de um viaduto ou o lixão de algum restaurante barato, mas aqui estamos, não?

A carranca que Kid fez não pareceu assustar ela. Na verdade, apenas a fez ficar mais animada.

— Eu não estou falido. Não mais.

— Bem, esse não é exatamente o tipo de festa que era do seu nível, é? – Bonney soou convencida.

Não. Kid não estaria lá se não estivesse desesperadamente procurando por um trabalho novo ou se a sua presença fosse obrigatória como no caso de Bonney. E ambos sabiam muito bem que não se tratava do último caso.

— Eu sei o que está tentando fazer. Se lançar no mercado de novo, impressionar algum chefão, mas eu sinceramente acho que vai ser bem difícil depois de ter sido demitido.

— Cale a boca. – Ele mandou irritado, em uma espécie de sussurro.

— O que? Não quer que ninguém ouça? Eles vão descobrir seu histórico empresarial de qualquer forma, não se preocupe comigo.  – Bonney murmurou. — Seus sapatos parecem novos. Me deixa curiosa como você ainda está sustentando esse estilo de vida. Por acaso anda trabalhando como gigolô?

Kid grunhiu não muito satisfeito com a pergunta.

— Por que tudo que sai da sua boca é ofensivo ou inapropriado?

— Ah, você me conhece tão bem. – Bonney sorriu, bebendo da taça que o bartander acabara de entregá-la.

— Você é insuportável.

— Ah, qual é Kid, me conta. Estou morrendo de vontade de saber.

— Cuide da sua própria vida.

Bonney ria, divertida com as respostas grosseiras que o ruivo dava para suas investidas, enquanto o assistia beber mais.

 

~~~

 

Cobby estava sentado ao lado de Luffy na cama. Ele sorriu novamente ao ver o quão animado Luffy ficava falando daqueles quadrinhos. Eles tinham muitas coisas em comum e aquilo era mais uma delas.

Seu trabalho costumava ser tão ordinário até ele conhecer Luffy. Com o garoto por perto, era impossível não se deixar levar pelo seu jeito brincalhão e simpático.

Logo, Coby ouviu uma batida na porta. Em seguida, seu chefe apareceu. Ele vestia uma camiseta social simples por baixo do jaleco de médico. Provavelmente, passou o dia ajudando no hospital, mas não foi exatamente aquilo que chamou sua atenção. Trafalgar Law trazia nas mãos um buque de flores.

— S-Senhor Law.

Luffy esticou o pescoço, curioso.

— Cobby, de novo. – A frustação em sua voz era notável. — Você tem passado muito tempo aqui ultimamente, não acha?

— Bem, o Luffy-san aprecia minha companhia... E eu realmente prezo pelo bem-estar dos pacientes. – Cobby não tirava os olhos das flores.

— São dos amigos de Luffy. – Law disse, tentando evitar que Cobby tivesse uma ideia que não deveria. – Disseram que não tinham tempo para subir, mas pareciam muitos preocupados. Achei que seria prudente eu me certificar pessoalmente que elas chegariam até ele.

— Ah, entendo. – Cobby sorriu. — É muito gentil de sua parte.

— O que eu posso fazer? Eu também me preocupo com o bem-estar dos meus pacientes. - Law sorriu. – E já que você também se preocupa tanto, por que não vai ajudar nas alas do andar de baixo? Eu tenho certeza que precisam de ajuda com alguma coisa.

— C-Certo. – Cobby se levantou apressadamente e saiu do quarto.

Luffy fitou Law com um olhar de desaprovação, seguindo seus olhos para as flores em suas mãos.

— O que é isso?

— É um presente. – Law sorriu sem jeito para Luffy enquanto entregava-o as flores. – Para você.

Luffy soltou um riso irônico ao mesmo tempo em que encarava as orquídeas azuis.

— Eu já não te disse que não quero falar com você?  - Falou. — Acha que pode me comprar com isso? Sério? - Luffy parecia zangado.

— Bem...

— Eu não vou aceitar essas flores, pode levar de... Q-Que cheiro é esse?

O humor de Luffy mudou drasticamente assim que ele sentiu um odor adocicado e tentador. Luffy seguiu o cheiro e enfiou a mão no meio das flores, retirando uma caixa de chocolates vermelha de lá.

Luffy não foi capaz de ler o nome escrito na embalagem, aparentemente uma escrita estrangeira.

— É da Suíça. – Disse, Law. — Os melhores chocolates do mundo vêm de lá. Achei que você iria gostar.

Luffy soltou um lamento arrastado, enquanto ainda tinha os olhos cravados no chocolate. Não queria aceitar o presente vindo de Law, mas a essência de cacau, amêndoas e leite continuava torturando-o: Ele precisava provar pelo menos um. Foi o que concluiu antes de abrir bruscamente a caixa e enfiar dois dos bombons na boca.

— Aah... – Luffy gemeu, satisfeito. — Isso é muito bom.

Em seguida, o garoto pegou mais um bombom e Law assistiu com agrado até o momento em que não havia mais nenhum na embalagem.

— Parece que você gostou.

— Sim... - O rosto de Luffy, assim como as suas mãos estavam cobertas de chocolate. Luffy começou a lamber seus dedos, tentando limpar-se.

 Law aproximou-se de Luffy, sentando em sua direita, no canto da cama.

— O que você...

— Deixa eu te ajudar.

Law segurou uma das mãos de Luffy e começou a chupar os dedos do garoto sem pressa alguma, de forma lenta enquanto o mesmo encarava-o ruborizado.

— P-Pare com isso.

Luffy tomou partido de afastar Law assim que ele ergueu o rosto para checá-lo, depois de terminar a sua “tarefa”.

 O garoto respirava pesadamente com as bochechas ainda vermelhas e com os olhos trêmulos ao constatar o quanto Law ainda fazia efeito nele.

— Não faça mais isso sem que eu deixe antes!

— Você não pareceu incomodado.

— N-Não importa. Eu já te disse para não ficar perto de mim.

— Luffy...

— Você sabe que não vai mudar fazendo esse tipo de coisa então por que continua vindo aqui? Está tentando me provocar? – Luffy parecia irritado.

— Não, claro que não.

— Então por quê? Por que continua dormindo ali fora, trazendo presentinhos e tentando falar comigo todo dia sabendo que a resposta sempre vai ser não?  - Protestou. — Como se se importasse comigo...? Isso é tão ridículo.

— Eu me importo. – Law pareceu ligeiramente ofendido. – Eu me importo, de verdade. Acha que eu viria aqui todo dia e faria essas coisas estúpidas sendo que eu não me importo com você? E-Eu digo, o que eu deveria fazer? Você simplesmente não fala comigo.

— Porque eu não quero ouvir mais mentiras! E honestamente, eu não sei o que achar. – Luffy respondeu, seco. — Eu achava que sabia tudo sobre você, mas eu estava enganado.

Law suspirou, impaciente.

— Eu estou disposto a mudar isso. – Law murmurou. – Eu quero que você conheça tudo sobre mim. Então, apenas me diga o que eu posso fazer.

Aquele olhar. Droga. O modo como Law o olhou de forma tão intensa e falou aquelas palavras com tamanha mansidão. Aquilo não era mentira. Luffy podia sentir a genuinidade de suas palavras quando Law disse aquilo e aquilo foi o suficiente para fazer o coração de Luffy palpitar.

— Não tem nada que você possa fazer... – Luffy disse, sentindo Law o encarar desapontado. – Nada vai mudar o que você fez.

— Luffy. – Law chamou calmamente.

— Eu sei que você não quer ouvir minhas desculpas agora e que você está irritado para escutar qualquer coisa que eu diga, mas... Eu ainda me importo com você. Eu ainda penso em você e eu ainda faria qualquer coisa por você. Eu posso ter mentido sobre várias coisas, mas eu não menti sobre isso.

Luffy encontrou seus olhos com o de Law, nervosamente.

— Se você quiser me odiar para o resto da sua vida e não falar sobre o que aconteceu, tudo ­bem. – Law falou. — Mas não pense que eu vou desistir de você por isso.

— Você deveria ir embora. – Luffy escondeu o rosto no travesseiro, não queria fitar Law enquanto ele falava aquelas coisas.

— Ok. – Law disse. — Só saiba que... Se por alguma razão você mudar de ideia, eu ainda vou estar aqui.

Assim que Law deixou o quarto, Luffy largou o travesseiro e agarrou seu peito, tentando de alguma forma acalmar seus batimentos, enquanto ainda encarava a porta fechada.


Notas Finais


Desculpem pela demora!! Estou em semana de provas :((


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