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História Um conto de duas cidades - Capitulo 29


Escrita por: kahcorsiolli

Capítulo 29 - Capitulo 29


 

 

Naquela amanhã acordei com uma terrível dor de cabeça. Provavelmente pelo tanto que eu havia chorado na noite anterior. Me desvencilhei dos braços de Rio e levantei para fitar meu rosto no espelho: um horror. Eu estava com os olhos vermelhos e inchados, além disso minhas olheiras estavam escuras. Rio procurou por mim na cama e ao não encontrar meu corpo começou a se espreguiçar.

- Já é de manhã? – resmungou.

- Já, melhor ir para seu quarto logo. – respondi, aproximando-me para beijar de leve o topo de sua cabeça.

- São apenas seis da manhã, volte para cá.... Temos tempo. – Puxou-me pelo pulso, tentando me fazer deitar.

- Não, quero tomar um banho antes da aula, estou um lixo. – Dei um meio sorriso.

- Impossível. – afirmou abrindo um sorriso.

- Muito possível. Já vou, não demore aí. – Peguei minha roupa e sai do quarto antes que ele acendesse a luz do abajur para me ver. Se tinha algo que eu não gostava era de permitir que as pessoas me vissem derrubada e Rio já tinha me visto assim demais.

Minha mãe estava morta e eu precisava me acostumar com isso. Não era o momento para chorar o leite derramado. Decidi que voltaria a esconder minhas emoções durante o dia, como eu era acostumava a fazer há muito tempo.

Cheguei na sala de aula por primeiro e sentei-me na primeira carteira, bem em frente ao Professor. Rio como sempre ficou nos fundos, evitávamos ficar muito próximos nas aulas embora a àquela altura acredito que só o professor não sabia do nosso relacionamento.

- Você está bem? – Nairóbi me perguntou com aquele olhar cheio de empatia e eu somente afirmei que sim com um movimento de cabeça.

Na hora do almoço, ao ar livre como fazíamos frequentemente, o Professor nos falou do túnel que já havia construído na Casa da Moeda e de como enganaríamos a polícia.

Não prestei muita atenção, exceto quando ele disse que o túnel levava a um hangar que já estava pronto. Ele realmente já havia pensado em tudo, o que me deixava mais segura sobre o que fazíamos. O Professor era a nossa ancora em todos os sentidos.

- Eu tiro o chapéu para você. – comentou Nairóbi com aquele olhar maravilhado que ela sempre tinha para ele. Alguém debochou dizendo que ela tirava a calcinha também. Provavelmente Denver.

Porém o Professor se manteve com o semblante sério ignorando a brincadeira, especialmente porque ele e Moscou estavam entretidos em encontrar as falhas do plano.

Depois do brinde final comemorando os milhões que faríamos larguei minha cerveja e disse que ia caminhar um pouco. Não demorou para ouvir passos atrás de mim. Rio é claro.

- Não foi um convite dessa vez. – Sorri de forma provocante. – Realmente só queria tomar um sol. Está frio. – comentei fechando minha jaqueta.

- Sei uma forma bem divertida de você se aquecer. – murmurou baixinho com um olhar cheio de desejo enquanto pegava discretamente na minha mão.

- Daqui a pouco temos que voltar para a aula e estamos abusando dos atrasos. – devolvi com um tom de voz suave. A verdade é que eu não estava com humor para isso ainda.

- Você está melhor? – perguntou preocupado. Aquele olhar me desarmava por completo e eu não era capaz de mentir para ele.

- Vou ficar. – garanti simplesmente enquanto caminhávamos vagarosamente para o nosso local secreto.

- Já pensou o que vai acontecer depois que saírmos daqui? – questionou ele, enquanto eu me sentava na pedra em que tínhamos transado pela primeira vez.

- Seremos ricos. Ricos não, milionários. – Ri de forma maliciosa. Isso com certeza melhorava meu humor, pensar que nunca mais na minha vida eu passaria necessidade.

- Não eu quero dizer... Nós... Todos nós. – corrigiu-se rapidamente. – Será que vamos manter contato? É estranho pensar em não ver mais ninguém que passei meses morando junto. – comentou sentando ao meu lado.

- Manter contato como? Não sabemos nem nossos nomes. – lembrei, deitando a cabeça no ombro dele.

- Depois do roubo, depois que tudo der certo podemos revelar nossos nomes. – sugeriu.

- Eu não sei quanto aos outros, mas sei o que nós dois podemos fazer depois do roubo. – fitei-o bagunçando o cabelo dele.

- O que? –interessou-se.

- Podemos viajar para algum lugar paradisíaco onde não precisássemos ficar nos escondendo para nos beijar.

- Gosto dessa ideia. – Ele tocou meu queixo e beijou meus lábios logo em seguida, dei um longo suspiro.

- Taiti. Você gosta do Taiti? – questionei quando ele interrompeu o beijo.

- É claro, sempre quis conhecer. – Sorriu animado.

- Então vamos para o Taiti e ficaremos naquelas cabanas no meio da água.

- De preferência em uma bem isolada para que você passe o menor tempo possível vestida. – Passou o braço em torno da minha cintura aninhando-me no abraço dele e rimos juntos de nossos planos. Talvez fosse prematuro pensar em planos juntos mas eu me agarrei aquela possibilidade como se minha sobrevivência dependesse disso. Eu não podia perder mais ninguém.

 

 



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