História Um Coração Dois Amores (KiriBaku) - Confissões

Quando pesquisava para saber quem era a doadora do coração, Kirishima ficou sabendo que era uma garota chamada Haru Sasaki e que ela tinha morrido em um acidente de carro. Pesquisou sobre o acidente também, dois carros estavam apostando corrida, e um deles bateu no carro em que Haru estava.

Durante todo o tempo em que Bakugo estava morando com Eijiro, eles conversaram sobre muitos assuntos, Bakugo contou varias coisas sobre a garota que ele namorou, Kirishima costumava gostar de ouvir sobre ela, queria saber como era a antiga dona do seu coração, contudo, como tinha ocorrido o acidente que tirou a vida dela, nunca foi falado.

- Como assim? Você matou ela Bakugo?

- Eu matei a Haru Kirishima, eu e minha raiva fomos o motivo dela ter morrido.

- Bakugo foi um acidente de carro.

"Dirigir com raiva é pior que dirigir bêbado", Bakugo tinha dito momentos antes isso para Eijiro, mas não queria acreditar que Katsuki tinha sido o responsável pelo acidente.

- Eu estava com raiva, magoei ela naquela dia, e hoje magoei você, se eu não estivesse com raiva ela estaria viva.

"E eu morto", foi o que passou rapidamente na mente de Kirishima, então era isso, ele já sabia que Katsuki preferia Eijiro morto e Haru viva. Ele nunca quis pensar nisso, mas sempre soube que era a verdade.

- Eu fiz esse coração sofrer mais uma vez, eu sou um merda - Katsuki colocou a mão sobre o peito de Kirishima - sou tão fudidamente escroto que fiz esse coração sofrer em duas pessoas diferentes.

Kirishima se afastou, não podia ter a mão do loiro em si, ele estava apaixonado por Bakugo, e não aguentava mais.

Não sabia o que fazer, pensar em viver longe de Bakugo era inimaginável, viver com ele e fingirem que nada daquilo aconteceu, que não sentia nada, era impossível, e viver do jeito em que estavam era insuportável. Por que tinha que se apaixonar por alguém que praticamente queria ele morto?

Bakugo pensou que tinha feito tanta merda que Kirishima não queria mais nem chegar perto dele, muito menos que o tocasse. Mas ele percebeu que queria tocar em Kirishima, queria o ruivo de uma forma que jamais quis outro alguém. Precisava dele, do corpo dele no seu, da boca dele na sua, mas isso agora era impossível. Não impotava rótulos, não impotava Kirishima ser homem, ele o queria para si, não queria o meio-a-meio, o imbecil do Shindo ou qualquer outra pessoa com Kirishima. No entanto talvez isso séria o melhor para o ruivo, talvez o meio-a-meio o faria feliz de uma forma que Katsuki não conseguia, pois tudo o que sabia fazer era magoar as pessoas.

Virando novamente em direção a árvore, Bakugo achava que merecia a dor, mas quando Kirishima viu que ele voltaria a se ferir o parou e segurou novamente.

- Kirishima me solte, eu mereço sofrer, tudo o que fiz pra você e para a Haru, é melhor você se afastar de mim, não quero que algo ruim aconteça a você, como aconteceu para ela.

- Bakugo para com isso, não vou te soltar para você arrebentar suas mãos.

- Como depois de tudo que fiz você sofrer ainda se importa comigo? Depois que te contei que foi minha culpa a Haru ter morrido.

Kirishima soltou por um instante Katsuki, mas não deixo ele ir até a árvores, segurou apenas pelo pulso e fez Bakugo ficar de frente para ele.

- Como assim? Como você foi o culpado?

- Por que eu estava com raiva Kirishima, ter raiva e estragar as coisas, é isso que minha vida é.

- Eu nunca te pedi ate agora, mas me conte o que aconteceu no dia em que Haru morreu, mas não aqui, vamos até o carro.

Kirishima puxou Bakugo para voltarem para o carro, entraram no veículo mas não ligou, cada um sentou no seu lugar e então Kirishima pediu novamente a explicação da morte da garota. 

- Era aniversário dela - Bakugo começou a contar, mas sem olhar para Kirishima - fomos em uma festa, tinha muitos amigos dela, um cara começou a falar com ela, eu pirei, fiz tanta merda, estraguei o aniversário dela, tinha tanta raiva que não cuidei direito a estrada, não vi o primeiro carro se aproximar, Haru sim, o carro ia bater direto no meu lado, mas ela puxou o volante, o nosso carro rodopio e o segundo bateu em nós.

"Ela ficou pressa nas ferragens, moreu antes mesmo de chegar ao hospital, eu tive alguns ferimentos nada de grave.

- Os motoristas dos outros carros, que apostavam corrida, estavam bêbados?

- Como você sabe que eles apostavam corrida?

- Pesquisei, mas diga eles estavam bêbados?

- Sim, mas a culpa foi minha, se eu tivesse mantido a calma, não teríamos saido da festa tão cedo, ou seja não encontraríamos eles, ela ainda estaria viva.

- Eles não se machucaram não é?

- Não, eles não sofreram nenhum arranhão.

- No dia em que te conheci, você disse para mim e o Denki ,que motoristas bêbados não se machucam.

- Eu não lembro disso.

- Bakugo não foi sua culpa.

- Foi Kirishima, eu mate...

- Você não matou ninguém. Foi culpa dos idiotas bêbados.

- Se eu não tivesse...

- Bakugo olha para mim, não foi sua culpa, todo mundo briga e fica nervoso por alguma coisa, mas você não teve culpa do acidente, o motivo não foi vocês terem saido mais cedo.

- Mesmo assim, eu estraguei o último dia dela, ela morreu com raiva de mim.

- Ela morreu te amando.

- Eu duvido, como você consegue me defender sabendo que se eu fosse alguém mais controlado ela estaria viva, e talvez vocês ate poderiam se conhecer e serem amigos.

- Impossível, se ela estivesse viva, eu estaria morto.

Nesse momento Katsuki virou para olhar Eijiro, vermelho no vermelho, os olhos dos dois grudados um no outro.

- Desculpe - Kirishima falou - eu sei que para você isso seria bem melhor.

- Não diga isso, não posso nem imagina você morto.

- Não precisa fingir, eu sei que óbvio que você preferia sua namorada. Não precisa negar.

- Kirishima, eu não consigo me imaginar sem conhecer você.

- Se ela estivesse viva você nem precisaria me conhecer, sei que sua vida não era ruim antes de perder ela.

Eijiro se sentia mau, sempre sentiu culpa por viver porque Haru moreu, mas agora ele sentia ciúmes e inveja dela, era totalmente errado ter esses sentimentos por uma garota morta, mas não conseguia evitar, ela tinha de Bakugo tudo o que ele queria, tudo o que não poderia ter.

- Não é disso que estou falando, hoje eu não consigo imaginar não ter conhecido você, não apenas por ter me salvando, mas por você ser incrível. Eu não queria ter feito com você o que fiz pra Haru. Eu estraguei o aniversário dela - Bakugo falava - ela morreu com raiva de mim, acho que moreu me odiado, se não estivesse morrido talvez ela terminaria tudo entre nós.

- Eu duvido, ela não te odiava, ela morreu te amando.

- Como você sabe disso?

- Você disse que o carro iria bater em você e ela desviou, se ela te odiasse não salvaria sua vida.

Bakugo olhou para o horizonte, Kirishima sabia que eles estava pensando em alguma coisa. Talvez fosse melhor voltar para a estrada, o caminho era longo, mas quando Kirishima foi ligar o carro Katsuki voltou a olhar para ele.

- A Haru morreu para me salvar.

- O que?

- Kirishima eu e você estamos aqui por causa da Haru, a morte dela salvou a vida de nós dois.

Aquilo fez Kirishima parar o que estava fazendo, Haru salvou a vida de ambos, e agora Kirishima tinha raiva dela, por estar apaixonado por alguém que amava ela. Como isso é injusto com a garota.

- Ela morreu para salvar nós dois - Bakugo repetiu - eu não queria ela morta Kirishima, mas o fato de saber que a morte dela fez você continua a viver, faz com que não me doa mais tanto, desculpa por tudo o que eu fiz para você, prometo não machucar você mais.

- Não se preocupe eu estou bem.

- Aquele garoto meio-a-meio, talvez ele não seja tão ruim, acho que você deveria dar uma chance para ele.

Aquelas palavras foram difícil para os dois, pois nenhum deles queria que Eijiro ficasse novamente com Todoroki.

- Eu não sei. Não quero pensar nisso agora.

- Não voi interferir mais.

Kirishima então entendeu, Katsuki estava planejando ir embora, se mudaria e nunca mais se veriam.

- Vo-você não pode fazer isso.

- O que?

- Me abandonar.

- Kirishima eu preciso, não sou boa companhia, só faço as pessoas sofrerem, não quero mais te magoar, você merece uma vida feliz, pela Haru, mas principalmente por você mesmo. Kirishima você é a melhor pessoa que já conheci e eu só...

- Para, não quero ouvir mais nada - o choro tinha voltado com força, não queria viver sem o loiro - como você pode me abandonar, eu não escolhi me apaixonar por você, descupa isso estrago tudo eu sei, mas por favor não suma da minha vida.

- Você se apaixonou por mim? Mas eu sou...

- Hetero, é eu sei, entendo que morar comigo traga nojo para você, mas se quiser mudar eu vou entender, só não suma, se você quiser nunca mais falar comigo, tudo bem, mas não vou consegui viver sem saber que você esta bem.

- Eu ia dizer que sou idiota, depois de tudo que fiz, você ainda gosta de mim.

- Eu não queria, mas não consegui resistir.

Então Katsuki, sem se importar com mais nada no mundo, puxa Kirishima para mais perto e o beija, com muito sentimento, ambos queriam aquilo por muito tempo, ambos tentaram esconder e superar os sentimentos, mas naquele beijo deixaram tudo transborda, Katsuki passou a mão no rosto de Eijiro ainda enquanto se beijavam, as bochechas molhadas em lagrimas. E quando o ar fez falta eles pararam, se separaram e olharam um para o outro.

- Bakugo eu não...

- Eu também não entendo Kirishima, mas não quero pensar em nada agora - passou as mãos pelo rosto de Kirishima secando as lágrimas ‐ você me perdoa por toda a dor que te causei?

- Não foi nada.

Deram mais um beijo, e decidiram que era melhor voltarem para estrada, depois terão tempo para pensar e se beijar.