História Um Dia de Inverno - Capítulo I

Começo essa história acreditando que as coisas podem mudar, que tudo pode ser realizado de acordo com meus sonhos, que irei para a Holanda daqui a três anos ou bem menos assim que conseguir arrumar um emprego, mas no fundo eu sei que talvez isso não possa acontecer e quando ficar bem velhinha vou me sentar na minha poltrona e lamentar a vida que não tive. Vai aqui a minha primeira verdade sobre as coisas que dizem sobre terminar a escola: Tudo é igual, não mudei nada na minha rotina, apenas passei a dormir mais e procurar algo para preencher o tempo livre. Quando penso nas coisas que devia estar fazendo lembro claramente que estaria agora em alguma festa ou algo do tipo, bebendo até estar chapada demais para notar o quanto bebi, ou talvez em um ótimo cargo em alguma multinacional, com um namorado gato, só que a grande parte dessas coisas não aconteceu como imaginei que fossem acontecer. A primeira grande novidade em minha vida foi ter esbarrado em um garoto quando estava aguardando para ser entrevistada em uma empresa, simplesmente fui parar no chão, ele até tentou me segurar, mas era tarde, já havia me tornado o centro das atenções naquele momento e o cara se desculpou dizendo que eu devia tomar mais cuidado porque poderia ter me machucado, antes que eu dissesse algo ele foi chamado para ser entrevistado. Esse foi o momento que o vi pela primeira vez, era um dia de inverno quando conheci Max Hayton, o tipo de pessoa que poderia te dar noites e mais noites de sonhos nada puros, mas ao contrario do que julgava ser perfeito em um homem ele me dava confirmações de que era extremamente idiota quando estava perto de mim e da grande parte das mulheres que estão ao seu redor. Max era lindo, isso não posso negar e se negasse estaria mentindo. Ruivo com os olhos intensos como o céu e o sorriso mais lindo que alguém poderia ter. Agora falando de mim já que falei muito sobre Max e sua beleza, me chamo Ambyer, mas conhecida como Amby, tenho 18 anos e faz exatamente nove meses que terminei o ensino médio. Não fui para a faculdade e até agora também não tenho um emprego.

Me sinto estranha por não corresponder as expectativas que meus professores e pais colocaram sobre mim, as vezes é difícil admitir que estamos fracassando em algo que sempre imaginamos que fossemos conseguir. Minha mãe diz que é apenas questão de tempo para que eu consiga,mas é que a positividade dela me assusta. E se eu continuar desempregada? Vou ter que morar pra sempre com minha mãe e definitivamente isso esta fora de questão. Não que eu não a ame, entretanto tenho que escrever minha própria história diante do mundo. Minha mãe se separou do meu pai quando tinha apenas nove anos de idade, foi uma época um tanto difícil, mas ela nunca permitiu que faltasse nada para mim, mas eu sei que ela sabe que uma pequena parte da minha infância foi tirada. Não a culpo por isso, agora entendo que ela fez o melhor não apenas para ela, mas para mim também. Ele havia se tornado um homem agressivo conosco. Minha querida mãe esta tentando me convencer a fazer Contabilidade na universidade sendo que minha paixão não é por números e sim pela arte. Ainda não sei o que vou fazer na verdade, mas tenho que descobrir logo. Agora voltando a falar sobre um certo ser chamado Max, você deve estar se perguntando como sei o nome dele. Logo depois que ele saiu da sala de entrevistas eu entrei, a mulher que me recebeu era alta, de olhos escuros e cabelos loiros longos, se chamava Caroline e me olhou de cima a baixo como se me examinasse e sorriu. A coversa com ela foi agradável, melhor do que em minha última entrevista, ela me pediu para esperar, meu coração parou, talvez ele tenha realmente gostado de mim. Quando todos que ali estavam foram embora, Caroline sai da sala e vem em nossa direção dizendo:

- Max , Acredito que tenha acontecido algum engano, a vaga que temos aqui na editora é apenas para uma pessoa... e no caso você - ela para aponta para mim e novamente me olha de cima a baixo - ... você não tem o perfil que procuramos, na verdade você não tem o perfil para trabalhar para nenhuma editora.

Fico chocada, apenas a observando, como essa loira desclassificada acha que pode falar assim comigo? Abro a boca para dizer umas verdades para ela, mas o garoto fala primeiro:

- Não é necessário que fale assim com ela. Ele vira para mim e diz:

- Tenho certeza que você vai encontrar um emprego.

Fico ali por um estante olhando para ele, mas Caroline pigarreia e logo pego minha bolsa e saio. Como pode ser tão idiota a ponto de pensar eu uma editora daquelas iria querer contratar uma garota que nunca trabalhou de verdade? E quem aquele homem, qual o nome dele mesmo? Marc , não! Max, pensa que é para dizer que conseguirei outro emprego! Claro que vou, assim espero.