- AH NÃO! A JÉSSICA NÃÃÃO! - Eu gritei, dando voltas no quarto com os braços pro alto. Meu pai e o pai da Jéssica iam viajar e ela ia ficar na MINHA casa enquanto isso.
Bom, Jéssica é minha ex-namorada. Nós terminamos bem recentemente, um pouco antes de eu conhecer o Yago. Na verdade, ela terminou comigo e sinceramente, não sinto falta. Ela era uma pessoa muito tóxica.
- Sem discussão, filho. A garota VAI FICAR AQUI SIM. - Ele disse, em voz alta e saiu pela porta. Minha mãe iria dormir na casa da amiga dela esse meio tempo. Eles estavam em um período de "Testar minha Independência e Responsabilidade" mas não sabia que seria em uma seção de tortura.
Depois de um tempo eu vi a garota entrando. Ela é loira, dos cabelos perfeitamente ondulados, pele branca e lábios naturalmente vermelhos. Usava um conjunto de roupas rosa, formado por uma saia rosa escuro colada no corpo, uma blusa rosa claro e um casaquinho bolero de pluma rosa da mesma cor. Ela parecia um Puddle. Usava vários cordões dourados e um salto 15 vermelho. Carregava uma bolsinha com estampa de onça e uma mala rosa de rodinhas. Estou me sentindo em "Patricinhas de Beverly Hills". Meu Deus como eu pude namorar essa garota? Eu estava realmente desesperado.
- Oi Masinho. - Ela disse com um sorriso falsamente doce. Ela colocou os óculos escuro em cima da cabeça.
- Oi Jéssica. - Eu disse, sem animação alguma. - Você vai dormir no quarto dos meus pais. - Eu disse. Pude ouvir um suspiro de reprovação vindo dela.
- Pensei que ia dormir com você. - Ela colocou os dedos na boca de modo a tentar me seduzir. Tentar.
- Pois é. Pensou errado. Tenha um bom dia. - Eu me levantei do sofá e subi para meu quarto. Pude ouvir ela bufar atrás de mim. Fechei a porta bem rápido, antes que ela entrasse.
- Ufa. - Eu peguei meu celular e liguei para Eve. Eu realmente prefiro ligação do que qualquer outra coisa.
- Alô?
- Oi, você pode por favor vir até minha casa?
- Você não podia só ter me mandado uma mensagem?
- Você sabe que eu não tenho paciência pra essa coisas, Eve.
- O problema não é que você não tem paciência, o problema é que você é burro e parece um velho quando vai mexer.
- Ei!
- É verdade!
- Vai vir ou não?
- Não, vou mandar o Yago.
E desligou.
- Oque?! - Eu bufei, corado. Bom, não seria de todo mal se o Yago viesse aqui. Eu sorri.
''
Eu fiquei trancado no quarto, quando ouvi a campanhia tocar. Quando desci as escadas, vi a Jéssica apenas de toalha no corpo, atendendo a porta.
- Mas que droga, Jessica. What the fuck is that?! - Eu disse, meio alto.
- Em português, querido, português. - Ela disse, sorrindo pra mim. Eu suspirei.
- Oi Yago. - Eu abri a porta, sem olhar diretamente nos olhos dele.
- Quem é esse, amor, seu amigo? - Ela disse, chegando perto de mim.
- Não me chama assim, caramba. Eu não sou nada seu. - Eu disse, irritado. - Vem aqui, Yago. - Eu peguei a mão de Yago e o arrastei para cima.
Quando chegamos no meu quer to eu pude olhar nos olhos dele. Estavam sem brilho algum.
- Sua namorada? - Ele perguntou. Eu me supreendi com seu tom de voz. Era baixo e frio.
- Ex. Ela vai passar dois dias aqui comigo e eu preciso urgentemente de ajuda pra aturar essa menina. - Eu disse, antes que ele tirasse conclusões precipitadas. Ele suspirou e sorriu. O brilho nos olhos dele voltou.
Eu sorri, contagiado por sua alegria repentina. Ouvi batidas na porta. Abri e encarei Jéssica. Ela estava parada na porta com sua toalha branca.
- O que você quer, estrupicio? - Ela fez uma cara ofendida.
- Você não me chamava assim quando namoravamos. - Ela disse, se aproximando perigosamente de mim.
- Vocês não namoram mais então é melhor você vazar, Bob Esponja. - Yago disse, piscando um dos olhos pra ela. A menina bufou e foi embora. Eu sorri pra ele e fechei a porta atrás de mim.
- E aí, o que quer fazer agora? - Ele perguntou, se sentando em minha cama e analisando o quarto. Eu olhei ao redor, procurando algo de interessante para fazermos.
- Podemos dormir. - Eu disse, Bocejando. - Eu estou morrendo de sono. - Eu me sentei na cama ao lado dele. Na verdade isso só era uma desculpa pra dormir com ele, mas a gente finje, né?!
- Mas... Só tem uma cama. - Ele disse, simplista.
- Ah, eu durmo no chão, então. - Eu deu um grande sorriso pra ele.
- Não. De jeito nenhum que eu vou te deixar dormir no chão. Vem. - Ele me deitou na cama, se deitando ao meu lado. Como ela era pequena, tivemos que ficar quase abraçados, o que fez meu coração se aquecer e bater mais forte. Eu sorri, corado, e fechei os olhos.
''
- Que merda é essa? - Perguntou Jéssica, acordando a mim e Yago. Eu me levantei, me distanciando dele na cama. Ela ficou parada na porta. Estava vestindo um Cropped rosa choque e uma saia de couro da mesma cor. Sua bolsinha rosa de glitter balançava em seu pulso.
- O que foi, Polegarsinha? - Disse Yago, ainda deitado e sonolento. Eu segurei o riso, o que a deixou ainda mais irritada. Percebi que ela também usava um rabo de cavalo em sua cabeça e um boné rosa que possuía um buraco para tal penteado.
- O que vocês são? - Ele me olhou, enojada. Esse olhar. Era esse olhar que eu tanto temia. Mas nela, não me dava tristeza, me dava raiva. Principalmente quando ela o direcionou para Yago.
- Isso não te interessa. - Eu disse, com um semblante irritado. - Eu tô morrendo de dor de cabeça, não te devo satisfações! - Eu me levantei e andei até minha cômoda, pegando um Dorflex® e desci as escadas, indo pra cozinha pra beber água.
Quando voltei, Yago e Jéssica estavam frente a frente. Os dois se encaravam. Yago, com raiva, Jéssica, com desprezo.
- Uow, Uow, Uow, o que tá acontecendo aqui? - Eu perguntei, com a garrafinha de água na mão. Ambos me olharam. Ela suspirou pesadamente e saiu do quarto.
- Essa garota me irrita. - Ele disse, ainda olhando na direção aonde ela tinha ido. Eu suspirei e tirei minha camisa pra ir tomar banho. Ele me observou enquanto eu fazia isso, o que me fez corar violentamente.
- O que foi? - Eu perguntei, tímido. Coloquei a garrafinha em cima da cômoda e o olhei.
- Nada. - Ele deu um sorriso mínimo, corando também. - É que você é realmente bonito, então não me supreende ela agir assim. - Ele olhou para baixo e alisou o pescoço, sem graça. Eu Corei um pouco e dei uma risadinha leve.
- Ela terminou comigo depois que soube que eu ia vir pro Brasil. A Eve disse que ela provavelmente tava me traindo e não queria que eu descobrisse. Por incrível que pareça, eu não me abalei com isso. Eu sei que era pra eu ter me abalado. - Eu fiquei sério.
Ele se aproximou de mim. Ficou a um palmo do meu rosto, o que me deixou com um pouco de calor, por conta da aproximação.
- Eu não imagino por que alguém trairia você. - Ele me olhou, intenso. Eu suspirei e cerrei os olhos. Minhas bochechas estavam vermelhas e eu estava ficando com mais calor. Ele se aproximou mais.
- Eu... Eu não sou tudo isso. - Eu sorri minimamente. - E... Eu tenho que tomar banho. - Eu olhei para o chão. Ele riu minimamente e se afastou de mim. Eu solteir um suspiro com uma mistura de alívio e decepção. Andei até o banheiro.
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