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História Um Estudo em Vermelho - Capítulo X.


Escrita por: opstrice

Notas do Autor


Oioi gente!!
Eu gostei muito de escrever esse capítulo, ele está bem dinâmico e cheio de diálogos, então espero que gostem de ler!
Boa leitura!

Capítulo 10 - Capítulo X.


Fanfic / Fanfiction Um Estudo em Vermelho - Capítulo X.

O relógio marcava 13 horas quando demos uma pausa em nosso pequeno passeio para almoçarmos. Optamos por nos aventuramos no St. Nicholas Market, um dos meus lugares favoritos naquela cidade, onde escolhemos nosso prato preferido, a tradicional torta Pieminister.

Após uma breve discussão para definirmos o próximo lugar que visitaríamos em nosso pequeno tour, decidimos pelo Parque Brandon Hill, uma vez que, embora tenha morado durante alguns anos naquela cidade, nunca tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. 

Assim que terminamos nossa refeição, chamamos um táxi e logo chegamos ao grande e histórico parque.

— Emma — chamei-a, olhando para a grande Cabot Tower, no centro do parque.

— Nem pense nisso, Lena. — disse negando com a cabeça. — Olhe a altura dessa torre! Desculpe, amiga, mas não tenho pulmões para isso.

— Não seja preguiçosa, Em! — disse, puxando-a pela mão em direção à torre.

Encarar aqueles degraus não era fácil, mas subi-los com Emma reclamando era pior. No entanto, todo nosso esforço foi recompensado com a vista que o topo da torre nos permitia ter. Permanecemos admirando aquele cenário que tanto assemelhava-se com um quadro durante alguns minutos, até Emma despertar-me de meus bons pensamentos.

— Quando estávamos saindo da pousada, você disse que não faria com Matt o que fez da última fez. O que quis dizer com isso? — perguntou, virando-se para mim.

Respirei fundo, fechando os olhos antes de responder.

— Quando me mudei para Inglaterra, passei os primeiros meses na casa de Kelly Donovan, uma grande amiga de minha mãe, a mesma mulher que nos apresentou, lembra? — perguntei e ela assentiu. — Assim que soube da minha vinda, ofereceu sua casa para me abrigar e, como ainda não havia encontrado um lugar para morar, aceitei de bom grado. Enquanto morava lá, aprofundava diariamente meus estudos sobre os Salvatore e solucionava alguns casos menores. No entanto, assim como você está sempre presente em minha vida, representando não apenas uma amiga, mas companhia em meus casos, meu ombro amigo e um ouvido quando preciso conversar e raciocinar, naquela época havia o filho de Kelly, Matthew Donovan. — Fiz uma pausa para retomar a lembrança. — Trabalhar na investigação da morte de meus pais, trouxe-me um intenso desequilíbrio emocional e eu precisava de apoio constante. Por ter Matt sempre comigo, me ajudando e aconselhando, minha mente entrou em conflitos e acabei confundindo meus sentimentos por Matt. Enquanto o mesmo se apaixonou por mim e buscava uma história de amor em meio àquele caos, eu sentia apenas gratidão por ele não me abandonar e enxergar força em mim.

— Nunca havia entendido o motivo de ter dado errado. Quando você percebeu que seus sentimentos por ele eram diferentes? — perguntou Emma.

— Eu e Matt estávamos completando dois meses juntos. Ele havia me convidado para um jantar romântico para comemorarmos, mas nós duas sabemos que romantismo nunca foi minha praia — disse e nós duas rimos. — Quando chegamos no restaurante que Matt havia reservado para nós, senti um nó em minha garganta e uma pressão em meu peito. A sensação era de que aquilo não era certo. Durante todo o jantar, não me sentia confortável, me julgava constantemente por dar continuidade àquilo. Então em certo momento, Matthew segurou minha mão e iniciou um discurso sobre seus sentimentos por mim dos quais eu não compartilhava. Aquilo foi como um estalo de realidade para mim, foi quando eu percebi de verdade que não era recíproco.

Emma esboçou uma expressão de indignação e surpresa, cobrindo a boca com as mãos e balançando a cabeça.

— Tadinho do Matt... Não acredito que o iludiu, Elena.

— Nunca foi minha intenção fazê-lo sentir daquela maneira. — Respirei fundo e continuei a desempacotar minhas lembranças. — Naquele momento, eu não pude dizer nada. Apenas desculpei-me com Matt, deixei o valor de nosso jantar sobre a mesa e fui embora. Me culpei durante anos por esse acontecimento. Fui insensível com quem me amava, mas pior ainda, fui covarde e fugi. Agora você compreende o motivo de não querer sair com Matt hoje?

— Bem, veja pelo lado positivo, você não foi totalmente desumana: pelo menos pagou pelo jantar. — Emma disse e rimos. — Eu entendo perfeitamente suas razões por evitar Matt, mas talvez seja a oportunidade que você precisa para se explicar e enfrentar a situação que anos atrás você fugiu.

— É... Talvez eu devesse sair com ele, esclarecer as coisas e quem sabe eu consiga olhar em seus olhos sem sentir remorso e culpa.

Chamamos um táxi e voltamos para a pousada, encontrando uma garota na recepção no lugar de Matt.

— Boa tarde, senhoritas! Em que posso ser útil? — perguntou simpática.

— Olá! Gostaria de saber onde encontra-se o outro funcionário, Matthew Donovan? — perguntou Emma.

— Ele solicitou os períodos da tarde e noite livre para fins pessoais. Cumprirei seu horário por hoje.

— Certo, muito obrigada!

Caminhamos em silêncio em direção ao meu quarto e, assim que a porta foi fechada, Emma lançou-me um olhar solidário.

— Ele praticamente pediu o dia de folga para dedicá-lo a você. Consegue imaginar quão arrasado ele ficaria se você recusasse? — Emma disse e passei a ponderar sobre o assunto.

— Isso me assunta, Em. E se de alguma forma eu esteja nutrindo seus sentimentos por mim novamente, acendendo alguma faísca de esperança? — respondi apreensiva.

— Apenas lembre-se do motivo de estar ali. Precisa explicar o que houve com você, ele deve estar confuso. — Disse Emma e concordei.

 

 

 

Eram 19 horas quando Emma me apressou para me arrumar. Entrei no banho e a voz dela aparecia na porta a cada dois minutos me acelerando. Quando sai, minha amiga estava em pé próxima à cama, onde estava estendida uma roupa para mim, escolhida por ela. Olhei-a segurando o riso.

— Não vou usar isso, Emma. — disse rindo, indo em direção à minha mochila.

— Ah! Por que não, Lena? Ficaria tão lindo em você! — disse decepcionada.

— Você sabe que não uso roupas assim. Essa saia é tão justa que receio não conseguir andar com ela! — respondi e rimos.

— Tudo bem. — disse Emma erguendo suas mãos fingindo redenção. — Ficarei aqui esperando sua transformação.

Passou-se uma hora e meia e já estava pronta. Estaria há um bom tempo se não fosse pela rígida inspeção de Emma para que tudo estivesse perfeito.

— Está quase na hora. Matt deve estar a sua espera — disse Emma olhando seu relógio e eu assenti. — Ah, Lena! Uma coisa: permita-se viver esse momento. Você está em outra fase em sua vida, apenas não seja tão rigorosa consigo mesma.

— Tudo bem. Mais alguma coisa antes que eu passe por aquela porta? — perguntei, percebendo sua inquietação.

— Sim. Por favor, não fique analisando o rapaz. Deixe seu lado detetive para outro momento. — respondeu e rimos.

Chegando na recepção, encontrei Matt a minha espera. Vestia roupas casuais, o oposto do que eu esperava, uma vez que ele sempre exagerava em situações assim.

— Uau! Você está linda, Elena. — disse e senti meu rosto corar.

— Obrigada, você também não está nada mal. Vamos?

Matthew indicou seu braço para que eu o segurasse e ri com sua formalidade fingida. O lugar não era muito distante da pousada, então fomos caminhando e admirando os lugares em que passávamos.

Chegamos em frente à um lugar chamado Revolution Bristol e tudo passou a chamar-me atenção. Não era luxuoso ou parecia ser caro. Pelo contrário, era um pub moderno e descontraído. Não estava cheio de pessoas, mas também não estava vazio. Todo o ambiente me agradava e eu já me sentia mais calma.

— Gostou? Bem, só não me deixe sozinho daquele jeito novamente, por favor. — Disse Matt e meu coração congelou. Sério que seria assim a noite toda? Olhei-o e o mesmo me encarava com um grande sorriso. — Estou brincando, Lena. Vamos!

Entramos e encontramos uma mesa um pouco distante da aglomeração de pessoas.

— Matt, antes de iniciarmos esse encontro, gostaria de esclarecer a situação — disse.

— Está tudo bem, Elena. Eu apenas quis conversar em um ambiente descontraído com uma pessoa especial. E eu não mencionei que era um encontro. — Disse Matt e piscou para mim.

Era uma situação diferente para mim, pois Matthew estava me tirando de minha zona de conforto. Estava me esforçando para não contar todas as coisas que havia descoberto sobre ele apenas naqueles minutos, mas confesso que não esperava sentir-me desconcertada.

— Vamos apenas aproveitar essa noite, Lena, sem nos preocuparmos com intenções e mistérios. Ademais, gostaria que parasse de me analisar com esses olhinhos que conheço bem — brincou e rimos. — Somos amigos há muito tempo, está tudo bem.

Pedimos nossas bebidas e alguns aperitivos. Enquanto aguardávamos o garçom trazer nossos pedidos, conversávamos sobre diversos assuntos e Matt sempre demonstrava interesse sobre os detalhes de meus casos solucionados.

— E quanto a você? Quer me contar sobre sua ex mulher? — perguntei e Matt olhou-me espantado, sorrindo depois de um tempo.

— Não questionarei como sabe disso. — disse e rimos. — Bem, isso pode soar meio dramático. Depois que você partiu, deixou não apenas um vazio em mim como também em minha rotina. Eu precisava encontrar algo que me ocupasse e me ajudasse a te esquecer. Então comecei um curso de turismo e hotelaria. — Fez uma pausa, balançando a cabeça e rindo. — E assim conheci Caroline Forbes no meio do caminho. Nos apaixonamos, a pedi em namoro e logo nos casamos. Tínhamos tudo para construirmos um longo e próspero futuro, o que realmente foi durante dois anos, até Caroline aceitar uma proposta de emprego em outra cidade. Arrisquei convencê-la de continuarmos a distância, revezando os finais de semana, mas ela não concordou.

— Sinto muito por isso, Matt. Não deve ter sido fácil. — Disse numa tentativa de consolá-lo.

— Tudo bem, acho que sou destinado a mulheres que me abandonam — disse, forçando um semblante triste e fingiu um choro.

— Você tem que parar com esse drama todo, Donovan — respondi brincando.

Após alguns minutos, o garçom que nos atendeu veio em direção á nossa mesa com nossos pedidos. Assim que deixou as bebidas e os aperitivos, virou-se para mim com um pedaço de papel dobrado e me entregou.

— Acredito que seja para você, srta. Gilbert.

— Quem lhe entregou isso, senhor? — perguntei.

— Aquele rapaz... — o garçom começou a apontar, mas pela sua expressão, a pessoa já não estava mais lá. — Ele estava bem ali!

Agradeci o garçom que logo se retirou, e analisei o pedaço de papel, percebendo a palavra “docinho” no canto direito inferior.

— Está tudo bem, Lena? O que é isso? — perguntou Matt preocupado.

— Não é nada. Apenas um papel que devo ter deixado cair no caminho. — Menti.

Durante todo o encontro, Matt me permitiu esquecer de tudo aquilo que me assombrava, incluindo o bilhete de Salvatore. Nos divertimos em conversas e brincadeiras, ouvindo histórias e relembrando o passado.

O relógio indicava meia noite quando deixamos o pub ainda longe de encerrar suas atividades. Assim como viemos, voltamos para a pousada caminhando . Chegamos em meu destino quinze minutos depois.

— Essa noite foi muito diferente e melhor do que imaginava. — Confessei.

— Eu lhe digo o mesmo. Foi bom rever a antiga e divertida Elena — disse. — Nos encontraremos novamente?

— Volto para Londres amanhã. Mas, caso esteja passando pela cidade, posso dar-lhe meu número e, quem sabe, nos encontramos?

— Não se preocupe com isso, Emma facilitou esse trabalho — respondeu, mostrando meu número salvo em seus contatos.

Fiz uma careta para aquilo, fazendo Matt rir.

— Pois, então, temos um combinado, Elena. Te vejo algum dia. — Disse Matt, beijando minha bochecha antes de virar a esquina.

Entrei na pousada e fui para meu quarto, apressando-me a tirar o bilhete de minha bolsa e lê-lo.

“Parece estar se divertindo em seu encontro, inesperado para o que você fez antes de ir. Você tem algo que me pertence, Gilbert, e não me cansarei até consegui-lo.”



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