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História Um Estudo em Vermelho - Capítulo II.


Escrita por: opstrice

Notas do Autor


Oi, gente! Esse capítulo será dividido em duas partes. Essa parte será narrada por Elena.
Espero que gostem!!

Capítulo 2 - Capítulo II.


Fanfic / Fanfiction Um Estudo em Vermelho - Capítulo II.

 

"AO CLUBE DOS RUIVOS:

Devido ao recente falecimento de Ezequias Hopkins, existe agora outra vaga que dá direito a um membro do Clube a receber um salário de quatro libras por semana por serviços de fácil intelecto. Todos os homens ruivos de perfeita saúde física e mental, com mais de 21 anos, podem candidatar-se. Apresente-se pessoalmente na segunda-feira, às 11 horas, a Duncan Ross, nos escritórios do Clube, Pope's Court, 7, Fleet Street."

— Isso não faz sentido algum! — Emma exclama depois de ler o anúncio pelo menos 3 vezes.

— É um pouco incomum, não é? — comento. — Agora, sr. Wilson, se puder nos contar um pouco de sua família, pessoas com quem o senhor divide a casa, qual o impacto desse anúncio em sua vida, seria muito útil.

— Bem, srta. Gilbert, sobre a minha família... eu perdi a mulher da minha vida quando ela deu á luz ao meu filho. — Ele faz uma pausa difícil. — Fomos casados por trinta e cinco anos e éramos muito felizes, apesar do pouco que tínhamos. Cinco anos depois de nascido, meu menino foi diagnosticado com osteoporose, uma doença que deixa os ossos mais espessos e faz com que quebrem muito fácil.

Eu sabia que ele tinha uma história triste. Seu sorriso podia estar estampado no rosto, mas os olhos entregam demais. 

— A doença não tem cura e o tratamento era muito caro, eu precisaria da ajuda dos pais da minha mulher. — Seu semblante se tornou um pouco amargo, junto com sua voz. — Não aceitaram ajudar meu filho, justificando que era castigo por ter matado a mãe quando nasceu. Perdi os maiores bens da minha vida.

Sinto que uma interferência é bem vinda e Emma entende meu olhar sutil. 

— Sentimos muito, sr. Wilson. Não imagino o tamanho da sua dor. — Ele sorri em resposta. — Fale sobre seu trabalho! 

O alívio foi notável em todo o seu corpo.

— Bem, eu tenho uma pequena loja de discos de vinil na praça Coburg, perto do Centro. — o homem diz, enxugando a testa com um lencinho. — Não é grande coisa, ultimamente só tem dado para viver. Antigamente as vendas eram maiores e eu conseguia manter dois ajudantes. Hoje em dia só tenho um. Estava em meus planos dispensá-lo também, mas ele concordou em ganhar só a metade e aprender o negócio.

— Conte-me um pouco mais sobre esse rapaz tão prestativo. — Peço.

— Seu nome é Philip Diaz, e não é muito rapaz. É raro encontrar um assistente desses, srta. Gilbert. Sei que ele poderia estar numa situação melhor e ganhando o dobro do que o pago. Mas se está satisfeito, para que questionar?

Enquanto ele fala, anoto tudo em meu bloco e acrescento alguns esboços.

— Mas ele também tem seus defeitos. — Continua sr. Wilson. — É viciado em fotografias e vive se trancando no porão para revelá-las. — Parece ponderar sobre algo. — Diaz entrou no escritório com o jornal na mão naquela manhã e disse: ''Daria tudo para ser ruivo nesse momento, sr. Wilson!". Então me explicou sobre o Clube dos Ruivos, o fundador dele chamado Duncan Ross e sobre as pessoas ruivas que têm direito a uma grande quantia de dinheiro.

— E o que você teria que fazer para receber esse dinheiro? — pergunto, anotando.

— Quando perguntei, me disseram que era extremamente nominal. Teria que copiar a Enciclopédia Britânica. Mas eram muito rigorosos com o horário.

Ah! Isso sim chama minha atenção.

— Como assim?

— A carga horária era das dez até as 14h da tarde. Não era permitido que saísse de casa antes desse horário e não era tolerado atrasos nem por doença. — O senhor balança a cabeça, se lembrando. — E assim o fiz, srta. Gilbert, durante 8 semanas. Eu já havia copiado 'abate', 'arma', 'arqueiro', 'arquitetura' e 'apática', e esperava que, com bastante dedicação, pudesse passar à letra B dentro de algum tempo. Gastei um bom tanto de papel almaço, e já quase um terço da prateleira estava cheio das minhas cópias, quando de repente, hoje de manhã, todo o negócio desapareceu.

— Como assim desapareceu? — Emma indaga enquanto o homem toma a água que resta em seu copo. — O que aconteceu de diferente hoje?

— Bom, hoje de manhã fui para o trabalho como de costume, às dez horas, mas a porta estava fechada à chave e tinha um cartão pregado no centro do painel. Aqui está ele.

Mostra uma folha, sobre a qual estava escrito:

O CLUBE DOS RUIVOS ESTÁ DISSOLVIDO.

Emma e eu analisamos aquele papel durante um tempo e só de segurar aquela folha consigo dizer sua origem.

— Certo, e quais foram as providencias que o senhor tomou? — pergunto.

— Fiquei desnorteado, não sabia o que fazer. Fui perguntando nos escritórios do mesmo andar, mas não pareciam saber de alguma coisa. Finalmente fui falar com um funcionário que mora no térreo, e perguntei-lhe se podia me informar para onde tinha ido o Clube dos Ruivos. Me disse que nunca ouviu falar de tal clube. Perguntei-lhe quem era o sr. Duncan Ross e ele me respondeu que nunca ouviu falar nesse nome.

— Isso não está indo nada bem — murmura Emma.

— Aposto que vai piorar — sussurro de volta.

— Perguntei sobre o homem da sala em que estava e ele me disse que o nome dele era William, um advogado que mudou de escritório no dia anterior. — Continuou o senhor. — Pedi o novo endereço, mas chegando no local, perguntei às pessoas e ninguém conhecia nenhum dos dois nomes. Voltei para minha casa e falei com meu ajudante, mas ele apenas disse que, se eu esperasse, talvez recebesse qualquer coisa pelo correio. Mas aquilo não era suficiente, srta. Gilbert. E eu não queria perder aquele emprego sem lutar por ele. Por isso resolvi procurar a senhorita.

— Vamos nos esforçar por lhe esclarecer todos os pontos. Mas, primeiramente, uma pergunta, sr. Wilson. Como o senhor descreveria esse seu ajudante Philip Diaz?

— É pequeno, gordo, de movimentos rápidos e tem na testa uma mancha branca que parece ter sido causada por algum ácido.

Me endireito na cadeira, nervosa. Eu já tenho alguém em mente, mas preciso de uma confirmação.

— Já esperava isso — digo concentrada. — Por curiosidade, esse sujeito possui algum furo nas orelhas?

— Sim, senhorita. Ele me contou que um cigano lhe fez aquilo quando era pequeno.

Recosto-me de novo na cadeira, pensativa.

— Por hoje é só, sr. Wilson, posso te dar mais algumas informações sobre o caso dentro de um ou dois dias. Hoje é sábado, e espero que até segunda-feira tenhamos chegado a alguma conclusão.

Acompanho o visitante até a porta e me viro para minha amiga quando o homem sai.

— O que você pensa de tudo isso, Emma?

— Não sei o que pensar, é uma vida muito triste e solitária e um caso misterioso.

— Preciso ir rápido com esse caso. Sinto que coisas nada boas podem acontecer se atrasarmos.

— Que vai fazer então?

— Cozinhar alguma coisa. Vou precisar de alguns bons bolinhos de chocolate para conseguir pensar. — Digo indo em direção a cozinha.

Emma começa a subir as escadas para seu quarto. Vou precisar de um certo espaço para juntar as peças desse quebra-cabeça que está se formando.



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