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História Um garoto perdido - Um garoto sem sonhos


Escrita por: venusjkm e BusanCity

Notas do Autor


Oi oi galerinhaaaA!
Eu sei que faz tempo que eu não apareço aqui, e que o que mais tem é fanfic atrasada no meu perfil (MAS) eu tenho meus motivos, e não podia deixar de postar essa fanfic pro tema mensal da BC!
Enfim, espero sair do hiatus logo, e que gostem dessa OS que deu um trabalho e eu nem gostei tanto assim k auge

Obrigada BC por esse tema maravilhoso!

A sinopse e capa são temporárias (eu to na correria aqui)
De qualquer forma, boa leitura meus anjos! Ps: DUVIDO acertarem o filme qual me baseei.

Capítulo 1 - Um garoto sem sonhos


Fanfic / Fanfiction Um garoto perdido - Um garoto sem sonhos

    Observava aquela criança com a face emburrada e sentada no chão. Park Jimin, sem dúvida não esperava que no fim das contas, fosse ter filhos. Contudo, ali estava si, no sótão de sua casa pacata, aos 47 anos, sentado ao lado da pequena caçula Hyunjin. A garotinha mantinha a face emburrada, após ser apreendida pela mãe. Jimin, soltou um breve suspiro ao ritmo que pensava em como ser um bom pai e aconselhar bem sua pequena. A verdade, é que nunca teve uma figura paterna que pudesse lhe auxiliar, e mesmo que Hyunjin fosse sua quarta filha, ainda possuía certas limitações.

- Meu anjo, por que bateu na Siyeon? Pensei que fossem amigas. – Iniciou o breve diálogo recebendo um bufar e um cruzar braços como resposta. A garotinha havia feito o favor de brigar com sua prima que havia ido passar uma temporada na fazenda.

- Por que ela tem que ser tão chata? Tudo são vestidos, bonecas e sapatos para ela! – Retrucou a garotinha. – Ela tem nojo de tudo. Nunca pescou um peixe ou brincou com uma minhoca. Não se suja de lama e não brinca de nada que não envolva um casamento! Ela é chata papai, não quero ser amiga dela!

    Jimin não se aguentou e riu. Ah, conhecia bem aquela história. Se via na sua filha naquele instante. Era igual a ela na juventude, e não se arrependia de nada que havia feito. Mordeu o lábio inferior pensando se era uma boa ideia contar aquela parte de sua vida para sua filha ou não, contudo havia guardado aquilo a tanto tempo e se encaixava tanto com a situação que não viu mal algum em se abrir, por mais que a pequena Hyunjin tivesse apenas 10 anos.

- Posso lhe contar um segredo? – A garota sorriu e assentiu entusiasmada, amava segredos. – Vou lhe contar sobre Jeon Jeongguk.

- Jeon.... Jeongguk? – Indagou lentamente, o nome não lhe era estranho, contudo, a curiosidade bateu mais forte que a vontade de se recordar a respeito daquilo. – Conte papai, conte!

- Tudo bem, mas para isso, iremos voltar um pouco no tempo. Para quando eu tinha meus 18 anos.

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  O garoto de fios negros, mantinha o sorriso no rosto ao ritmo que sentia seus fios de cabelo voando contra o vento graças a velocidade do trem ao qual passeava naquele instante. As roupas sujas e as botijas encharcadas de lama. Num canto, sua bolsa cheia de peixes recém pescados que pediam para serem assados. O sol forte, e o som do balançar das árvores se misturava com o barulho do trem. Jimin amava aquela sensação de liberdade e a adrenalina de invadir um trem em movimento.

  Aos poucos, o cenário da floresta foi sumindo e as casas de sua pequena cidade aparecendo. Fazia uma semana que não voltava em casa e não fazia ideia de qual seria a reação de sua mãe, por mais que a mesma já tivesse acostumada com seus sumiços constantes.

   Com o parar do trem, não pensou duas vezes ao catar suas coisas e pular. Não seria nada bom ser pego clandestinamente em um dos vagões do trem de carga da cidade. O caminho para sua casa, era pequeno. O trem rodava a pequena cidade ao nível de entrar em suas pequenas partes. Daquela área onde havia saltado para sua casa, eram pouco mais que 10 minutos de caminhada.

    A animação enchia seu peito. Logo, o telhado de sua casa foi avistado, as crianças correndo pelo quintal e o som do culto da igreja que se estendia. Ao avistar sua mãe que costurava ao lado de sua tia, abriu um enorme sorriso apressando o passo. Por mais que fosse considerado o louco da família, e que sua mãe não aprovasse nada a vida agitada que levava, a mulher ainda nutria tremendo carinho materno por si e com isso, ao ver o filho correu para abraça-lo sem se importar com as roupas sujas e com o cheiro forte de peixe.

- Jimin! Onde se enfiou querido! – Exclamou a mulher de cabelos grisalhos que pouco passava dos 50 anos. – Estávamos tão preocupados.

- Você sabe, os peixes do lago Gosp são muito maiores e deliciosos. Arrisquei, e me dei bem. – Disse erguendo a bolsa que continha peixe para no máximo 1 semana. – Pesquei o bastante para nós e fiz uma bolada durante essa semana. Agora, irei duplicar o valor que ganhei no pôquer!

- Você não aprende, ne garoto? – Resmungou a mulher dando uma puxada de orelha no filho. – Vamos, o almoço está pronto e tenho uma surpresa para você!

    Ao colocar os pés na cozinha, o jovem Park teve a certeza de que sua casa nunca mudaria. O aroma florido e a sensação calorosa permaneciam independente de quantos anos se passassem. Se sentou a mesa, logo sendo servido por uma grande tigela de ensopado de carne. Amava a comida de sua mãe tão quanto a amava. Por mais que nunca tivera admitido a mesma, sua mãe era seu maior exemplo. A mesma cuidava de 5 filhos, mesmo que todos já tivessem alcançado a maioridade sendo Jimin o caçula deles. No momento, apenas três ainda residiam a pequena casa onde viviam.

- Então mamãe, qual a surpresa que tem para mim?

    Jimin estava realmente curioso, surpresas vindas de sua mãe não eram rotineiras. Contudo, antes mesmo que pudesse ser respondido, uma voz incomum soou no recinto. Um sorriso se abriu nos lábios da matriarca da família e o jovem Park quase engasgou com a comida.

- Senhora Lee, terminei de concertar a pia do banheiro do seu quarto. Precisa de mais algo?

   O Park olhou para trás de supetão encarando aquele garoto de olhos escuros, com roupas sociais e cabelo arrumadinho. Parecia um robô, ou aqueles bons moços que suas irmãs costumavam babar. A verdade, é que Jimin não precisou de muito tempo para reconhecer Jeon Jeongguk. Contudo, faziam possíveis 4 anos que não o via, e o mesmo havia mudado bastante comparado ao garoto esmirrado que chorava com o mínimo toque lhe direcionado. Jimin fez uma careta, sentia problemas.

- Jimin, tenho certeza que lembra do Jeon Jeongguk.

- Como que eu esqueceria do esquilinho assustado? – Disse olhando sem pudor para o garoto que devolveu o contato visual. – Só quero saber o que ele faz aqui.

- Bem. – A mulher se levantou sentindo as mãos suarem. Sentia que teria no mínimo uma dor de cabeça, mas esperava que Jeon desse conta. – Jeongguk foi morar na cidade grande! Tem se tornado um homem de negócio. Um bom menino. Então, pensei que seria uma boa ideia o trazer aqui para lhe ensinar.... bons modos.

     Jimin alternava o olhar entre sua mãe e o garoto atrás de si. Estava incrédulo. Se levantou rapidamente e não se preocupou em pedir desculpas a Jeon após esbarrar no mesmo.

- Se acha que vai me transformar num engomadinho, está enganada mamãe! – Encarou Jeongguk e suas roupas finas de cima abaixo.

Aquilo era sem cabimento. Jimin conhecia a si mesmo o bastante para saber que seu lugar era na fazenda conectado a natureza com suas roupas sujas. Não preso num escritório em meio a cidade grande cheia de poluição com um terno maldito. Bufou irritado saindo da casa e ouviu passos tendo a certeza de que estava sendo seguido.

- Jimin! – Berrou a mulher da varanda casa. – Tenha modos! Jeon veio de longe para te ajudar, não seja ingrato!

- Eu não pedi a ajuda dele! Mande-o de volta para o inferno qual ele veio! – Gritou de volta.

    A mulher observou a silhueta do filho sumir a passos apressados mata a adentro e segurou a barra do vestido preocupada. Só queria o melhor para Jimin, as pessoas da cidade falavam tanto. Não queria que seu pequeno anjo fosse julgado, e sim que tivesse uma boa reputação e arrumasse uma boa esposa. Contudo, a única coisa que falavam de seu caçula era que não passava de um fanfarrão que não ligava para família. A senhora Lee sabia que não era assim, mas não aguentava mais o defender e o mesmo fazer coisas que aumentavam as teorias das pessoas. Chamar Jeongguk fora um ato de desespero sem a menor dúvida.

- Ah... meu pobre filho...

- Eu irei dar meu melhor, senhora Lee.

    E com isso, o jovem Jeongguk que ali estava apenas por conta de um pedido de sua mãe, seguiu Park Jimin mata a dentro com o objetivo de passar juízo, ou seja lá o que sua mãe e a mãe do Park desejavam.

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    Chutava os fenos do celeiro sem dó. As galinhas assustadas, se escondiam enquanto os cavalos apenas o observavam. Estavam acostumados com a presença de Jimin e seus constantes surtos. E o Park adorava ir para o celeiro da fazenda se acalmar. Os animais sempre foram parte de sua vida, levando em conta o fato que fora criado na fazendo e em constante companhia dos mesmos. Chutou mais um feno longe, deixando o local mais bagunçado do que já estava. Contudo não fazia tanta diferença, era o próprio Jimin quem cuidava do lugar.

- Grrr, Hanna! – Resolveu desabafar com uma das éguas que ali residiam. O que não era estranho ou novidade para alguém, sempre conversou com os animais por mais que não recebesse resposta. E possivelmente, era por isso que os bichos faziam o papel de diário para si. – Por que sempre me tratam assim? Sempre querem me mudar como se eu fosse um monstro. Qual o maldito problema de querer passar a vida num sossego, pescando, caçando e cuidando da fazenda?

- Nenhum.

    O Park pulou com tremendo susto que levara. Por um segundo, imaginou que a Hanna havia lhe respondido, contudo, ao ver Jeongguk adentrando o celeiro, o garoto de fios negros apenas bufou irritado com a presença do mesmo – por mais que houvesse certo alívio em seu peito, se Hanna tivesse lhe respondido, Jimin sem dúvida iria aceitar os conselhos de todos e iria se converter.

- O que está fazendo aqui? – Disse sem se importar por ter soado rude. Os olhos estavam cerrados e as mãos na cintura.

- Prometi a sua mãe que iria lhe ajudar. – Respondeu o garoto se sentando em cima de uma pilha de feno que havia sobrevivido a fúria do Park. – Agora sobre suas indagações, a resposta é: sua mãe está preocupada com o seu futuro. Pode não se importar com o que os outros dizem, mas ela sim pois reflete no tratamento que você recebera. Ela só não quer que te machuquem.

- Acha que eu não sei? – Revirou os olhos. – Não preciso deles, posso me cuidar sozinho. Tenho feito isso a um bom tempo.

- Afinal, qual o problema de ser igual a mim? – Perguntou fazendo aspas com os dedos. Não fazia sentido para si. O que tinha de tão ruim usar um terno?

- Você é feliz, esquilinho assustado? – Retrucou a pergunta do moreno com outra. – É feliz deixando que escolham tudo de sua vida? A roupa que irá vestir, suas crenças e amores? É isso que quer para vida? Pois eu sei que é assim que funciona, pois fazem isso com meus irmãos e tenho certeza que é o mesmo com você. – Deu de ombros se dirigindo até o terceiro cavalo que ali residia, esse atendia pelo nome Relâmpago acariciando o mesmo. – Não vou ser um robô movimentado pelas opiniões alheias.

- Mas você é feliz Jimin?

- Bem mais que você. – Abriu um sorriso escárnio. – Pessoas da sua laia não sabem viver. Não se divertem. Passam a semana se vestindo para os outros, trabalhando para sustentar um status invisível e ir à igreja nos domingos mesmo que se quer acredite no que dizem.

- E o que você considera diversão? – Estava profundamente curioso a respeito dos pensamentos do garoto de cabelos escuros e gênio forte. Não esperava aquelas respostas tão bem elaboradas oriundas do Park, contudo, ele não estava errado em momento algum.

    O Park manteve o sorriso atrevido no rosto quando se dirigiu até o canto do celeiro, tirando de lá duas celas de cavalo.

- Ainda sabe cavalgar, burguês? – Jeon até certo ponto deve a mesma criação que si, e Jimin imaginava que o mesmo tenha mantido suas raízes.

- Deve fazer uns 3 anos que não monto em um cavalo.... – Admitiu o fato enquanto se levantava indo em direção a um dos cavalos que ali estavam parando em um específico. – Esse é o Azul? Uou, ele está vivo e bem! – Se sentiu entusiasmado pela primeira vez naquele dia. Encarou a Jimin que deu de ombros lhe entregando uma cela.

- Era seu favorito certo? – O Jeon confirmou com a cabeça. – Mas é claro que ele está vivo seu idiota, cavalos vivem no máximo 40 anos. O Azul é o mais velho, e ele tem 26. Ou seja, uma vida inteira pela frente. Sem contar que eu cuido bem deles. – Revirou os olhos. – Espero que ainda lembre como se cela um cavalo.

- Minhas origens permanecem intactas, Park Jimin.

     Quando lhe fora colocado em pauta voltar para sua terra natal com o objetivo de servir como professor para Park Jimin, o jovem Jeon não esperava que fosse de alguma forma ser divertido. Mas naquele instante, enquanto corria pelos campos sentindo os fios de cabelo voarem por conta da velocidade, Jeongguk se sentia livre pela primeira vez em anos. Amava cavalgar, contudo, era impossível na cidade grande. Pelo menos não da forma que era na fazenda. O ar puro e a tranquilidade do local eram incríveis. Se permitia rir atoa junto do garoto que havia – de certa forma – acabado de conhecer como se nunca tivessem perdido contato. Ou como se tivessem sido grandes amigos.

      Pois a verdade, é que nunca havia sido exatamente amigo de Jimin. Mas conviveram por toda a infância. Seus pais eram amigos, e crianças necessitavam de constantes brincadeiras para gastar energia. Mas naquele instante, Jeon estava profundamente grato a Park Jimin. O garoto que nunca tivera importância em sua vida, naquele instante, havia compartilhado consigo um pouco de sua felicidade.

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    Ao longe, observava os cavalos pastarem. Aproveitavam a sombra e os frutos de uma macieira. Com um pouco de esforço, era possível ver o enorme celeiro branco a alguns quilômetros de distância. Os campos daquela região eram enormes, e Jimin os conhecia como a palma da mão.

- Vai ficar até quando, esquilinho assustado? – Perguntou ao ritmo que devorava a segunda maçã que havia colhido.

- Apenas o fim de semana. – O moreno soltou um suspiro. – Francamente, por que esquilinho assustado?

- Por que quando éramos crianças, você parecia um. Ninguém podia falar nada com você que logo chorava, se ralava o joelho, abria o berreiro. – O Park revirou os olhos. – Os olhos estavam sempre arregalados, você se escondia na saia da sua mãe com medo de tudo. E você é mais velho que eu!

- Mas não somos mais crianças, Jimin. Não tem motivo para me chamar assim.

- Vou parar quando você se tornar homem. – Disse se levantando e assobiando com o objetivo de chamar os cavalos. – Ainda é um esquilinho assustado, adulto de verdade faz suas próprias escolhas.

    Jeon não rebateu. Pois ao todo, Park Jimin não estava errado. Se levantou junto do mesmo com o objetivo de o ajudar a alimentar os cavalos com maçãs. Jeongguk sabia que era um tipo de robô. Não contestava nada, apenas concordava e abaixava a cabeça. Sua mala, foi feita por sua mãe. Seu trabalho, decidido por seu pai, sua religião decidida por seus avós. Contudo, não é fácil se rebelar perante a isso quando se é criado a base desse sistema. No fundo, sentia inveja de Jimin.

    Quando seguiram rumo a casa da família Park, o sol já estava se pondo. Levando embora, aquela linda tarde de sexta feira.

     Ao anoitecer, quando todos se recolheram para seus aposentos após um jantar gracioso em família, Jimin se permitiu pensar. A verdade, é que não imaginava que sua mãe estava incomodada ao nível de procurar alguém para lhe ajudar. De qualquer forma, se sentia grato pela pessoa em questão não ter sido o padre e sim Jeongguk, pois o garoto, era apenas uma pessoa perdida qual o Park percebera que pode facilmente o dobrar.

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   Na manhã seguinte, Jimin acordou com a segunda surpresa do dia. O sol estava nascendo quando os galos cantaram e o moreno desceu as escadas em direção a cozinha onde um cheiro forte de ovos exalava no lugar. Sua mãe costumava acordar cedo, contudo, não esperava ver um enorme bolo de chocolate recém assado e bem decorado no centro da mesa. A língua chegou salivar. Se aproximou sorrateiramente com o objetivo de roubar um pedaço, contudo fora impedido por uma colher de pau direcionada a sua mão.

- Credo, mãe! – Exclamou o garoto massageando a mão machucada. – Qual o problema de pegar um pedaço e ter um café da manhã digno?

- É aniversário do Jeongguk, Jimin. – Explicou a mulher que logo voltou para seus preparativos ao fogão. – Quero fazer um bom café da manhã, é o mínimo para o agradecer a sua presença. Por mais que você tenha se recusado a ser educado.

- Ei, eu convivi com ele. O levei para cavalgar. Fui um bom anfitrião. – O Park deu de ombros. – Precisa de leite mamãe? Posso ir buscar.

    A mulher se virou sorrindo para o filho e indo até o mesmo deixando um beijo casto em sua testa e ajeitando seus fios de cabelo. O amava tanto. Aceitou a oferta antes de se voltar para o fogão ao ritmo que o jovem deixava a casa. Com o passar dos minutos, aos poucos, cada um de seus filhos presentes foram despertando e o lar ganhou vida. Sorrisos e piadas entre família. Animados com a pequena festa para um antigo amigo. Dona Lee era grata pela família que tinha, e não se arrependia de nada.

    No instante em que Jimin voltou com o leite recém tirado, o jovem Jeon desceu ganhando uma bela surpresa. Não esperava que a senhora Lee fosse se lembrar de seu aniversário ou que fosse ganhar algum tipo de comemoração por isso. Em sua casa, por mais frio que fosse, ganhava um abraço de sua mãe e apenas isso. Seu pai se quer se recordava do dia e a única comemoração cabível era sair para comprar seu próprio pedaço de torta. Contudo, naquele momento se sentiu profundamente alegre e abraçado por aquela família que tampouco conhecia.

     A confraternização fora simples, entretanto deveras significativa para o aspirante a empresário. E por coincidência ou não, Jeon teve a sorte de se sentar ao lado de Jimin, que não perdeu tempo para colocar pulgas em sua mente.

- Sinceramente, o que te fez vir passar seu aniversário na fazenda? – Indagou o Park num tom baixo o suficiente para apenas Jeon ouvir. – Pensei que burguês ia para festas de luxo em iates com um monte de garotas e gente que nunca viu na vida.

- Foi o acaso. – Deu de ombros. – Não comemoro meu aniversário a anos então nem me importei. Iria passar batido.

- Mamãe nunca deixa de comemorar aniversários. – O Park colocou uma colherada de bolo na boca e mesmo assim continuou a falar. – Ela costuma dizer que o dia do nascimento de alguém importante é para ser comemorado, pois esse dia é uma lembrança de que essa pessoa querida está conosco e assim, pode nos trazer alegrias e sensações boas.

- Sua mãe é uma pessoa incrível, Jimin. Sou grato a vocês por isso.

    O Park apenas deu de ombros, como se fosse algo indiferente, contudo, um pequeno sorriso em seus lábios nasceu passando despercebido pelo Jeon. Jimin realmente considerava o garoto de roupas finas uma pessoa perdida e sem propósito. Era possível perceber isso apenas com seu olhar. Sem dúvida, ainda era um esquilinho assustado.

     Já Jeon, com o passar daquele dia onde a família Park fez questão de lhe prestigiar o dia inteiro, se sentia confuso com uma questão em específico. Não entendi o que queria mudar em Park Jimin. Pois o garoto era tudo que queria ser: sorridente, com o propósito e opinião própria, autoridade o bastante para impor seus ideais, e livre. Jeongguk não precisava de muito tempo para ver que Jimin era um espírito livre que quebrava correntes. Ele era cativante à sua própria forma. Mesmo quando respondia de forma mal-educada ou corria e se sujava de lama junto das crianças, aquele garoto era a prova a viva que viver a base da opinião alheia é uma prisão.

      Com a cabeça cheia, ao final do dia quando a lua já se destacava ao céu e todos haviam se recolhido, Jeon se sentiu grato por mais aquele momento. Pois havia conquistado mais uma memória feliz qual guardaria com carinho.

      Entretanto, não esperava que quando estava quase a dormir, alguém batesse na janela do quarto onde repousava. Levantou de supetão, e bem, no fundo sabia que era Park Jimin. O garoto de sorriso infantil e gênio forte era o único que aprontaria aquele tipo de artimanha. Abriu a janela, observando a Jimin, as bochechas estavam vermelhas por conta do frio e o mesmo se mantinha sentado no telhado.

- Seu aniversário acaba em três horas. – Iniciou antes de morder os lábios. Estava nervoso. – Quero te dar um presente, mas preciso saber se está preparado para levar uma bronca da minha mãe.

- Aonde.... aonde vai me levar Jimin? – O garoto abriu um sorriso escárnio em resposta.

- Vamos aproveitar a noite, esquilinho.

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   De alguma forma bem estranha, Jeon Jeongguk confiava plenamente em Park Jimin. Mesmo quando o garoto de fios negros lhe guiava pelo meio da floresta tarde da noite, não sentia medo. Sabia que o mesmo não lhe faria mal. Apenas por que não parecia do feitio do Park. Imaginava que o garoto era no mínimo mal compreendido e fora da linha, contudo, não agressivo. Aos poucos, fora ouvindo o barulho do rio que circulava a pequena cidade, até enfim se aproximar de uma pequena casa de madeira que estava iluminada, parecia velha, contudo, estava barulhenta mostrando que não eram os únicos envolvidos no tal presente. Jeon franziu o cenho e resolveu perguntar pela primeira vez desde que havia concordado em “aproveitar a noite”.

- Aonde exatamente estamos indo? Sabe, nessa altura do campeonato acho que deveria saber. – Disse num tom de voz suave e o Park apenas riu alto.

- Ei, chegamos só para constar. Vai ter o melhor aniversário da sua vida.

- Está me levando em algum tipo de bordel? – A pergunta fez Jimin parar de andar do tanto que estava rindo.

- Olhe para mim. – Se virou para o garoto ao ritmo que secava as lágrimas que escapavam após ouvir aquilo que para Jimin era uma piada, sem dúvida. – Eu tenho cara de que vou a bordeis, Jeongguk?

     O garoto apenas deu de ombros. Realmente, Jimin não parecia esse tipo de pessoa. Nem mesmo Jeon havia pisado em um bordel antes e o Park a sua maneira, não parecia ser do tipo mulherengo.

     Continuou no encalço do Park quando o mesmo bateu na porta, e não demorou nem um segundo para que a mesma fosse aberta apresentando um pequeno boteco. As pessoas presentes pareciam animadas e claramente conheciam o Park que fora recebido com abraços e apelidos. Jeon se sentia um peixe fora d’água, de longe dava para perceber que aquele não era o tipo de lugar que frequentava. O jovem empresário usava roupa sociais e as pessoas presentes ali claramente não se importavam com vestimenta.

      Haviam mesas de sinuca, dardos, pessoas apostando a toda mesa e uma banda bem confusa tocando músicas regionais. Muita gritaria. Muita bebida. Muita gargalhada.

- Pessoal! – Gritou Jimin e para a surpresa de Jeongguk as pessoas lhe deram atenção. – Hoje é o aniversário de um grande amigo meu, e sabe, ele atualmente, é um garoto perdido. A cidade o corrompeu. – Disse o Park deixando Jeon claramente constrangido com os olhares que lhe foram direcionados. – Mas! Com a ajuda de vocês, daremos a ele o melhor aniversário da vida dele! E mostraremos o poder do interior!

    Muito mal esperava Jeon, que o garoto seria aclamado, e logo em seguida as pessoas se aproximariam de si com aquele objetivo tão singelo. De lhe dar o melhor aniversário que já tivera. E o garoto no fundo do fundo, não esperava que fosse se divertir tanto.

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    Já havia se perdido no horário. Na situação atual, se encontrava jogado na beira do córrego junto de Jimin rindo de qualquer besteira que o mesmo tenha dito. Sabia que estava bêbado, mas pouco se importava naquele momento, pois estava verdadeiramente alegre. A bebida havia sem dúvida ajudado no processo, contudo, Jimin e seus amigos tiveram grande participação. Pois em uma só noite, Jeon dançou, cantou, jogou tudo que fora possível e até mesmo perdeu os sapatos numa aposta. Se possível, poderia jurar que nunca tivera uma noite tão alegre como aquela.

     Fora quando entendeu que Jimin tinha razão, ele era sem dúvida alguma mais feliz que si. Naquele instante, Jeon se quer queria voltar para casa, coisa que faria no dia seguinte ao entardecer.

- Pode falar. – Abriu um sorriso idiota. – É o melhor aniversário que você já teve!

- É o melhor aniversário que eu já tive! – Gritou logo em seguida soltou uma risada ao ritmo que colocava a garrafa de vinho na boca. – Eu acho que é a primeira vez que eu fico bêbado. – Admitiu encarando o Park. – E eu estou apaixonado por essa sensação.

- Uma história de amor que acaba pela manhã ao se deparar com a ressaca. – Retrucou.

- Ei, Jimin. – Chamou e abriu um sorriso. – Acha mesmo que sou um garoto perdido?

    Jimin apenas pegou a garrafa de vinho da mão do garoto e tomou um grande gole da bebida antes de enfim ponderar sobre o assunto. Estava sentado apoiado com apenas um braço enquanto Jeon matinha os joelhos dobrados e cabeça apoiada o mesmo lugar. O jovem empresário observava o rio estava próximo o bastante para que Jimin sentisse seu hálito carregado a álcool nos momentos em que falava.

- Eis perdido pois não sabe o que quer, mas sabe o que tem que fazer. – Deu de ombros logo em seguida. – Você não tem seus sonhos, você tem os sonhos dos outros. Nada que faz é por você, certo?

- E você tem sonhos? Ou no mínimo sabe o que quer?

- Eu quero ser livre, esquilinho. – O Park sorriu ao ritmo que olhava para o céu. – Quero viajar o mundo inteirinho. Conhecer diversas culturas e fazer o que eu quiser sem que me incomodem. Esse é meu sonho.

- Ah pena, é que querer não é poder. – Murmurou. – Você está certo. Mas sabe, não é fácil negar tudo qual você foi solidamente criado para seguir. Acho que serei um garoto perdido para sempre, pois tenho plena certeza, de que não irei deixar de seguir o destino que me foi traçado.

- Por que?

- Porque penso demais nos outros, e não quero deixar ninguém a minha volta triste por mais que isso custe a minha própria felicidade. – O Jeon sorriu. Contudo, era um sorriso triste. – Deve achar que sou um idiota.

     Um silêncio pairou entre ambos por um instante, até Jimin soltar um suspiro pronto para dar sua opinião a respeito daquilo. Estava surpreso por estarem conseguindo manter um diálogo sensato mesmo bêbados.

- O acho um idiota, mas não por isso. O acho um idiota por ter perdido os sapatos num jogo de pôquer. – Comentou e ambos riram da situação. Jeon iria voltar para casa descalço naquela noite. – Mas por pensar nos outros além de si mesmo, acho que é a melhor pessoa que já conheci. Você se doa pelo bem alheio, não por aceitação. Isso é bom.

- Essa é sem dúvida a coisa mais legal que você já me disse.

    O Park riu concordando com a cabeça observando o garoto a seu lado. Entendia Jeongguk, e sabia que haviam chances de sucumbir aquela vida. Pois no fundo do fundo, Jimin queria que sua mãe ficasse feliz consigo e por mais que ela tivesse orgulho de si, aceitar a vida que ela queria que tivesse, era como tirar um peso das costas da mesma. E depois de tanta luta para criar a todos, as vezes o Park se pegava pensando que não custava fazer aquilo pelo bem da vida que lhe deu a vida.

- O ruim de tudo isso, é que nenhuma das coisas que você faz é porque você quer.

- Não exatamente, há pequenas coisas que eu faço porque quero. – Retrucou o Jeon dando de ombros.

- Tomar banho não conta, esquilinho. – Caçoou. – Preciso de um exemplo válido.

     Jeongguk apenas continuou o observando. Jimin mantinha seu rotineiro sorriso debochado nos lábios rosados. Percebia que o mesmo estava levemente corado por conta do frio da noite e os fios de cabelo voavam com o vento. Quando colocou a mão na bochecha do garoto, o sorriso do mesmo sumiu aos poucos ao ritmo que permitia que Jeon acariciasse o local como se pedisse permissão para continuar, e visto que o Park não iria recuar, o jovem empresário o puxou lentamente pela nuca selando seus lábios em um toque singelo. Jimin quando achara que aquilo já havia durado mais que o necessário, se afastou cuidadosamente. Sem a menor dúvida, não esperava que Jeongguk fosse lhe beijar ou algo parecido. Sentia seu resto esquentar e sabia que estava vermelho e se odiava por isso naquele instante.

- Me.... Me beijar por conta da bebida também não é válido, Jeongguk! – Exclamou o garoto se afastando de vez com o objetivo de controlar sua respiração. Bateu algumas vezes no próprio rosto para espantar a vermelhidão enquanto ouvia Jeon gargalhar.

- Eu fiz por que eu quero! O fato de estar claramente embriagado não mudou isso, já que por mim faria de novo.

- Jeongguk!

- Ei, se está me chamando de Jeongguk é porque eu finalmente me tornei um homem? – Indagou com um sorriso sacana. – Se eu soubesse que para me tornar um homem de verdade eu precisava te beijar tinha feito isso antes.

- Céus, você não educado e recluso? A convivência comigo causa isso nas pessoas? – Caçoou emburrado. – Vamos embora, antes que você me agarre ou algo do tipo.

- Bem que se eu o fizesse, você não iria recuar.

      O Park tentando fugir da situação, apenas se levantou de supetão seguindo floresta a dentro. E Jeon, que tampouco sabia o caminho de volta para a residência dos Park o seguiu sem perder a oportunidade de pegar no pé do mesmo e roubar um beijo ou dois. Talvez mais.

       Pois Jimin havia realmente cumprido o que prometeu; pois havia tido o melhor aniversário de toda sua vida e se bobear, a melhor noite também.

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     Ao acordar na manhã seguinte, Jimin sentia a cabeça latejar. Devia ter dormido menos que 4 horas e estava exausto. Contudo, assim que o galo cantou pela manhã o Park fez questão de se levantar para o novo dia. Afinal, era o último dia de Jeongguk na fazenda, e queria aproveitar. Por algum motivo, havia gostado da presença do mesmo. Se sentia um tipo de professor junto do moreno, pois o garoto sempre prestava bastante atenção em tudo que falava e parecia levar como algum tipo de ensinamento.

      E aquele dia, que começará tão bom, fora perdendo o brilho a partir do momento em que o carro onde os pais de Jeon estavam estacionou em frente a casa da família Park, e num indício de fuga, para ao menos trinta minutos de paz, Jeongguk implorou a Jimin para que fossem dar uma volta a cavalo uma última vez. E por conta daquele pequeno pedido, ambos garotos se encontravam embaixo da mesma árvore qual dialogaram no primeiro dia em que o garoto apareceu na floresta.

       O mais velho dentre os dois permita que os ventos balançassem seus fios de cabelo num sinal de liberdade. Se sentia livre naquele instante; observando os cavalos que pastavam ao longe e o sol que se escondia através do horizonte. Além de desfrutar da boa companhia de Jimin. Pelo menos uma última vez.

- As vezes.... penso em fugir de todas as responsabilidades que colocaram nos meios ombros. – Admitiu o Jeon seguido de um suspiro. – Entrar no trem, e esquecer de quem sou o de quem fui. Eu só gostaria de criar um novo eu, num lugar diferente onde ninguém me incomodasse.

- E por que não faz isso? – Perguntou o Park estalando a língua no céu da boca chamando a atenção do garoto para si. – Pode fazer isso agora. Pegar um trem e sumir.

- Sabe bem que não irei fazer isso. – Disse entre risadas. – Contudo, seria um bom plano para seguir em busca de um sonho.

- Talvez seu sonho seja ser livre, Jeongguk.

- Talvez. – Sorriu entristecido. – Levando em conta o fato de que estou preso até a alma.

      O Park apenas suspirou com aquela resposta. Tinha pena do garoto, era triste não poder fazer completamente nada de acordo com seus próprios ideais. Se é que o garoto tinha ideais próprios, e só fato de conseguir pensar naquela possibilidade, deixava Jimin mais para baixo.

- Por que me beijou? Me refiro as dezenas de vezes. – Perguntou se recusando a encarar o garoto que soltou uma risada.

- Porque eu quis. – Deu de ombros. – Acho que nunca senti atração por alguém da forma qual sinto por você.

      Jimin o encarou e abriu a boca para responder, contudo, não tinha o que falar então logo desistiu. Provavelmente Jeon era a única pessoa na terra qual nutria qualquer tipo de desejo carnal por si. E bem, podia dizer o mesmo a respeito do garoto; algo em Jeongguk o fazia ficar mais nervoso que o comum e isso era inegável. Bem, a não ser que tivesse que ser dito ao moreno.

      E em meio aquela pequena declaração singela, O Park permitiu que o jovem empresário tomasse seus lábios e mais um beijo afoito. E no fundo, ambos sabiam que aquele seria o último. Sendo assim, fizeram questão de aproveitar cada segundo. Cada toque. Cada sensação. E quando finalmente se separaram, Jimin abaixou o olhar e mordeu o lábio inferior tomando coragem para fazer uma pergunta importante. As mãos de Jeon ainda repousavam em sua bochecha quando tomou coragem para o encarar.

- Quando é seu casamento?

      A garganta do moreno secou. Detestava aquele assunto, pois simplesmente não acreditava que aquilo iria mesmo acontecer daquela forma. Contudo, soltou um suspiro ao ritmo que acariciava a bochecha alheia e abria um sorriso cabisbaixo.

- Após o inverno. No início da primavera.

- Eu sinto muito. – Sussurrou o Park.

- Eu também. – Aquele pequeno fato aumentava a vontade que tinha de fugir. E de alguma forma, se acabasse cometendo aquele ato de loucura, queria Jimin consigo. – Eu.... eu se quer a conheço ainda. Talvez não seja tão ruim.

- Vai se tornar frustrado e preso ao trabalho. E possivelmente irá ignorar totalmente a existência dela.

- Então me tornarei meu pai. – Se permitiu rir. – Acho que não farei isso. A pior coisa para mim será ser lembrado como alguém igual meu pai, então.... acho que me esforçarei para ser um bom marido. E um bom pai, provavelmente.

   O Park apenas concordou com a cabeça e o silencio pairou sobre ambos, contudo não era um incomodo. Bons foram aqueles pequenos minutos quais apenas disfrutaram da presença do outro. E quando viram que o tempo que os restava já havia esvaído, Jeon foi o primeiro a se levantar. Jimin nunca apagaria aquela cena de sua mente; o garoto se levantou e ficou de costa para Jimin, impedindo que o sol chegasse a seu rosto.

- Não sei o que fazer. Sou definitivamente e eternamente um garoto perdido.... – Ele suspirou. – Contudo, se um dia eu me encontrar, me chame para conhecer o mundo com você, Park Jimin. Eu praticamente, imploro.

    Aquela fora a última vez que Park Jimin se encontrou com Jeon Jeongguk. E por mais breve que tenha sido, o caçula da família Park havia ficado deveras agradecido. Pois de alguma forma, o plano de sua mãe deu certo e o garoto lhe ajudou. E no fim de tudo, era mais grato ainda por ter se permitido apaixonar-se por aquele garoto durante aquele breve fim de semana.

     E Park Jimin sabia que se fosse dar a volta ao mundo, só seria com aquele garoto, pois dentre seus poucos sonhos, mais um adentrou a lista. Agora, Jimin sonhava em fazer Jeongguk sonhar também.

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     É claro que havia omitido vários detalhes ao contar a respeito daquela pequena parte de sua vida a sua filha. Muita coisa mudou na vida de Park Jimin após aquele singelo encontro com Jeon Jeongguk. No fim, se casou e teve filhos. Sua mãe se mantinha alegre e de certo modo não se sentia mal de ter aberto mão de seus sonhos para a felicidade de sua primogênita. Sentia exatamente o que Jeon sentia naquela época e ao todo não era ruim. Contudo Jimin realmente se recusou a viver num escritório na cidade grande. Apenas se manteve em sua pequena cidade cercada pelo trem onde abriu um pequeno restaurante. E por último, contudo não menos importante, também não havia se convertido, ou obrigado seus filhos a coisas do tipo. Os deixou livre, ao contrário do que fora.

- Mas papai, por que me contou essa história? – Seu foco fora novamente trazido para a pequena a seu lado.

- Porque querida, quis lhe mostrar que nem sempre as diferenças são algo ruim. Cada um tem seus gostos. – Deu de ombros. – Se sua prima não está acostumada com seu mundo, mostre a ela o melhor lado de tudo isso. Tenho certeza que ao fim, irão encontrar algo em comum. Ou que ao menos irá ensinar alguma lição valiosa a ela. – A garota assentiu brevemente. – Se ela tem medo de minhocas, mostre a ela os coelhos.

- Da mesma forma que você fez com o Jeongguk? Quer que eu mostre coisas legais a ela e a deixe confortável? Mostrar que a fazenda não é ruim? – O Park mais velho apenas assentiu. Se via tanto naquela garotinha. – Eu irei tentar.... Mas ela continua chata.

- Ah eu sei minha filha. – Disse dentre risadas antes de a abraçar e deixar um beijo estalado em sua testa. – Mas se esforce, certo? Nem todo mundo é o que parece. Até mesmo os leões são carinhosos com os seus.

    A garotinha apenas assentiu, e o Park se manteve sentado enquanto a observava correr em direção a saída do sótão. Soltou um suspiro e abriu um sorriso. Não se arrependia da vida qual havia escolhido, contudo estaria mentindo se dissesse que no fundo ainda queria viajar o mundo inteiro ao lado de um certo garoto – hoje um homem – que não sabia e que provavelmente ainda não sabe o que quer.

    Pois independente de suas escolhas, Park Jimin mantinha seus sonhos intactos. E almejava que aquele ponto da vida, seu garoto perdido, tenha aprendido a sonhar.


Notas Finais


Então, o que acharam? Eu queria ter tido tempo para elaborar melhor esse plot pois ele é um DENGO mas eu não consegui desenvolver muito bem! Mas espero que tenha curtido, levando em conta que chegou até aqui rs

O filme que eu escolhi foi Tomates Verdes Fritos! QUE HINO DE FILME! ASSISTAM P L E A S E!
Espero que tenham levado algum ensinamento após esse Jikook fofinho que eu trouxe para vocês!

É isso meninxs! Eu tenho estado MUITO enrolada então to bem afastada das fanfics mas to sempre escrevendo quando posso. Isso eu garanto.

Obrigada, novamente a BC, por essa oportunidade e beijão a todos vocês que leram! Até a próxima, XOXO!


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