Capítulo 16
Os dias passaram rápidos e as noites também. Desde o dia em que cheguei, Ray tem me treinado. Joe e Helena chegaram à mansão uns três dias depois. Continuei sonhando com Drácula, mas agora ele não desaparecia nas chamas. Ele estava bem e eu sabia disso. Meu subconsciente não iria me pregar mais essa peça.
-Boa Eliza! –Disse Ray quase não conseguindo desviar dos meus ataques. – Combina sua velocidade com os golpes, mas não sua força, não agora.
-Certo! – Falei sorridente.
Ray foi pra cima de mim com um pedaço de madeira que estávamos fazendo de espadas. Com um leve movimento consegui desviar dele e contra atacar em seguida, mas meu golpe foi imediatamente bloqueado.
-Você é rápido! –Falei sorridente.
-Tenho que ser, mas você está melhorando muito! –Ele falou orgulhoso.
-Não se distraia! –Falei ao mesmo tempo indo para cima dele. Mas Ray não teve a mínima dificuldade de defender e contra a atacar em seguida. Tive um pouco de dificuldade de me defender do ataque dele, pois fui pega de surpresa. A força que ele colocou na madeira era absurda, mas tenho certeza que essa não era toda a sua força.
Ele me deu mais alguns golpes até enfim a madeira em que eu estava segurando se partisse ao meio. O impacto me assusto me fazendo tropeçar e cair para trás. E novamente Ray estava parado na minha frente com um sorriso vitorioso e com a madeira sobre os ombros.
-Foi mal... Te machuquei? –Ele me ofereceu ajuda e eu lhe dei um tapa em sua mão recusando.
-Estou bem! –Falei um pouco irritada por ter perdido novamente. –Um dia, serei eu que vou te derrubar!
Ray riu.
-A claro! Daqui a 100 anos, ai eu vou estar bem velhinho! – Disse ele zombando de mim.
-Ha, ha, muito engraçado!
-Estão brigando de novo? –Perguntou Joe indo a nossa direção. Estávamos no jardim. Ray estava vestindo uma regata e uma calça jeans. Eu estava com meu cabelo preso, vestido uma calça legue preta e uma regata preta. O que deixava minha pele mais pálida ainda.
Joe estava com uma bermuda jeans azul escuro e uma camiseta polo preto.
-Não estamos brigando! –Falei.
-Só brincando! –Disse Ray com um sorriso brincalhão.
-Treinando! –O corrigi.
Joe riu.
-Algum progresso? –Perguntou ele divertido.
-Digamos que ela está em 40%!
-O que? Eu estou bem melhor que isso!
Ray me ignorou e continuou falando com Joe.
-E então? Alguma novidade lá do castelo... Bom além dos anciões, principalmente Dimitri, estarem putassos com a gente?
-Tenho, era isso que vim falar. Dimitri me ligou. Ele falou que a guerra do sangue se aproxima.
-Mas já não havia começado? –Perguntei curiosa.
-Não... Aquele foi um ataque, como um aviso, para nos rendermos.
-E nós não nos renderemos assim tão fáceis! –Falei com determinação.
-Claro que não, mas avisaram onde será a batalha... E querem todos... Incluindo Eliza! –Disse Joe meio receoso.
-Eu? Não estou pronta ainda! Ainda nem derrubei ele! –Protestei apontando pro Ray.
-Hei! Mas você nunca vai conseguir me derrubar! –Disse ele confiante.
Joe se aproximou e pegou um pedaço de madeira no chão.
-Lute comigo. Se conseguir me derrotar, está pronta. Se não, esconderemos você até ficar.
-Bondade sua, mas... –Antes de eu conseguir terminar a frase, Joe começou a me atacar e eu quase não consegui desviar.
- O que está dizendo? –Ele mantinha o mesmo sorriso confiante de Ray no rosto.
Suspirei.
-Que vou acabar com sua raça!
Joe riu.
-Vai é? –Joe também era um vampiro. O que dificultava mais as coisas.
Rapidamente eu peguei outro pedaço de madeira que estava no chão.
-Tá, eu não vou me segurar.
-Não estou pedindo para isso! –Joe me atacou novamente e eu consegui defender e revidar com a mesma facilidade.
Nossa troca de golpes durou meia hora até as duas madeiras se partirem.
-Temos um empate! –Disse Ray.
-Por que era madeira, se não eu teria ganhado! –Falei confiante.
-Tudo bem Eliza vai tomar um banho. –Disse Ray ainda com um sorriso sarcástico e ao mesmo tempo orgulhoso com meu progresso.
Dei de ombros e entrei.
-Eai como foi? –Perguntou Jhony sentado no sofá com as pernas cruzadas.
-Acho que estou progredindo. –Falei confiante.
•••
-Agora me fala o que você não queria falar na frente da Eliza. –Esperei ela entrar para perguntar isso a ele. Eu sabia quando Joe estava escondendo algo e aquela luta com certeza foi uma desculpa.
-O que? Ah não tem como eu esconder nada de você...
-É. Agora desembucha.
-A batalha vai acontecer em um campo aberto aqui em EUA. Os feiticeiros não vão participar porem alguns deles vão ajudar outras raças e até a nossa.
-Hum?
-Os lobisomens tem um exercito pronto, os anjos caídos também.
-Iai?
-Vou partir amanha para a Transilvânia para saber as estratégias que os anciões planejaram.
-E por que ela não podia saber?
-Eliza não vai poder participar do primeiro turno da guerra. Não está preparada!
-Isso eu devo concordar...
-E você?
-O que tem eu?
-Você vai para o primeiro turno?
-Eu... Não sei...
-Você tem até amanha para decidir! –Joe deu um tapinha no meu ombro e entrou.
Participar... Isso é meio ariscado... Eu poderia morrer nessa guerra... E quem treinaria Eliza? Mas seria melhor deixar ela de fora mesmo... Afinal ela está meio que forçada a participar da guerra, mesmo que ela fale que é o dever dela. Não é...
-Ray? –Ela estava encostada no batente da porta. Usando um short de pijama rosa e uma camiseta com a estampa de morango.
-Você vestindo isso? –Eu a olhei meio surpreso.
-O que? Eu também posso ser fofa às vezes! –Protestou ela.
-É incrível o jeito como uma roupa fofa combina mais com você do que uma sensual.
Ela me deu um sorriso provocador.
-Você está acostumado a me ver em uma roupa sensual, por isso te surpreende esse tipo de pijama!
-É pode ser. Mas realmente. Parece uma criança com essa roupa.
-Haha tirando o fato de eu ter mais de 200 anos! –Zombou ela também. –Não vai entrar? Precisa descansar também.
-Estou indo...
-Ray? Está tudo bem? –Perguntou preocupada.
-Sim... Não se preocupe. – Menti. –Vamos, já vai amanhecer.
Eliza desconfiou um pouco, mas logo aceitou.
Agora tenho uma decisão... Ficar e preparar mais ela ou ir e lutar com risco de não voltar... Essa era uma decisão difícil de tomar. Mas eu tinha que fazer isso. Subi para meu quarto e tomei um banho rápido.
Depois me deitei na cama e fiquei pensando no que fazer até escutar alguém bater na porta.
-Entra! –Falei.
Joe abriu a porta com uma expressão séria.
-Decidiu?
-Sim...
-E o que vai ser? –Perguntou ele ainda sério.
-Vou fazer o que for preciso... Vou com você!
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.