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História Um Homem Incompleto - Capítulo XXII


Escrita por: MeNathy_ e Vick_Safer

Capítulo 23 - Capítulo XXII


Antes que pudesse atingir seu ápice George fora esperto e se retirara de dentro dela, evitando futuros problemas.

Ambos se deitaram ofegantes na grama macia. 

- Ah Meu Deus isso foi... - As palavras de Adelaide se perderam no ar... sua mente não estava funcionando de forma lógica, simplesmente não conseguiu encontrar uma palavra que descrevesse aquele momento... as coisas que George fizeram com a boca...

- Muito além de bom, foi extraordinário. - George completou para ela - A senhorita é surpreendente. E eu raramente digo isto á uma mulher na cama, ou melhor - ele olhou em volta - em um pasto vazio.

Adelaide riu. O sexo com George fora ainda melhor do que com Aaron, ela não sabia que aquilo era possível, mas foi.

- Fico lisonjeada milorde.

- Quando desejar cavalgar novamente sabe onde me encontrar - sussurrou ele em seu ouvido.

- Foi um prazer cavalgar com o senhor, mas agora precisamos voltar ou alguém dará nossa falta - Adelaide se levantou para apanhar o vestido atirado sob a grama, mas notou algo estranho, ali bem próximo ao vestido se encontrava um líquido diferente que saira de George quando eles terminaram o ato.

- Milorde? - Adelaide odiava parecer patética, mas precisava sanar aquela dúvida, não entendera por que George havia se retirado dela justamente no auge de ambos.

- Sim? - perguntou ele enquanto vestia suas calças e calçava as botas de couro.

- Não quero parecer patética, mas o que isso significa? - apontou para o líquido sob a grama.

- Significa que livrei a senhora de uma grande vergonha.

À expressão confusa de Adelaide o motivou a continuar:

- Acredito que a senhora não desejaria ter um filho bastardo e nem meu querido primo gostaria de ser alvo de troça por causa disso.

Adelaide ficou espantada.

- Então isso é... - cobriu a mão sobre a boca.

- Sim. Isso faria com que um bebê se desenvolvesse em seu ventre. Está tudo bem? - perguntou ele com as sobrancelhas arqueadas diante da expressão chocada dela.

- Eu... - Adelaide não conseguia pensar. Aaron nunca fizera aquilo quando estavam juntos... aquilo significava que Adelaide poderia estar...? Seu estômago revirou.

- Adelaide? - chamou George - Está tudo bem? Você está um pouco pálida. 

- Está. Preciso sair daqui - Adelaide passou por ele rapidamente marchando novamente rumo á mansão. 

- Deveria arrumar o cabelo antes - objetou ele.

Adelaide praguejou e prendeu os fios desalinhados com os grampos que usava. Após certificar-se que seu vestido não revelaria o que havia acabado de acontecer ela se voltou para a mansão sem olhar para trás.

- Mulheres são seres imprevisíveis - murmurou George para o cavalo que testemunhara aqueles atos pecaminosos amarrado junto á uma árvore. 

• • •

Assim que Adelaide adentrou a sala causando um estrondo ao fechar a porta Safira soube que havia algo errado no comportamento da irmã.

- Bom dia senhoras - Adelaide as cumprimentou - e senhor - dirigiu um olhar levemente descontente para Charles.

Charles agradeceu pelas convenções sociais não obrigarem o casamento por amor, dessa forma não era esperado que ele demonstrasse tanta afeição por Adelaide na frente de sua família. 

- Senhorita Cadwell - ele a cumprimentou com um aceno de cabeça.

Tia Lucy observou a cena por cima dos óculos com as sobrancelhas levantadas.
De súbito o clima alegre que permeava aquele ambiente havia sido substituído por um momento bastante desagradável.

- Vejo que a senhorita perdeu a hora hoje. Todos já fizemos nosso desjejum - o tom de tia Lucy era severo, apesar do jeito descontraído, ela prezava muito pela pontualidade - Vejo que a senhorita vai ter muito o que aprender sobre etiqueta se quiser fazer jus ao título que lhe será concedido.

- Oh, peço que perdoem meu atraso. - Respondeu constrangida estendendo o braço para apanhar um pedaço de pão.

- Onde estava Adel? E porque tem folhas no seu cabelo? - perguntou safira pegando uma folha presa numa mecha de cabelo da irmã.

- Está um dia tão agradável - Respondeu com um sorriso que Safira julgou largo demais - Eu não resisti em dar uma caminhada matinal antes de me alimentar.

- Poderia ter me chamado para te acompanhar.

- Não queria acordá-la tão cedo. - Respondeu Adelaide em tom indiferente servindo-se de um pouco do leite.

Naquele mesmo instante George adentrou pela porta.

- George Fernsby - O olhar severo de Lucinda se dirigiu á ele antes que pudesse pronunciar qualquer palavra - Espero que tenha uma boa justificativa, pois, sabe que não tolero atrasos!

- Dessa vez não tenho mamãe - rebateu ele franzindo o cenho - Estava cavalgando. 

- Cavalgando... - o olhar indagador daquela senhora se voltou para Adelaide, fazendo com que a mesma encolhesse os ombros ameaçada. 

Tia Lucinda parecia o tipo de pessoa que apenas com um olhar era capaz de desvendar os segredos do mais misterioso dos homens. Aquilo chegava a ser assustador.

- Vocês devem ter se encontrado pelo caminho então... - sugeriu ela servindo-se de mais uma xícara de chá. 

- Não! - responderam ambos em uníssono. 

Todos ali tentavam entender aonde Lucinda esperava chegar com aqueles questionamentos, exceto Charles que novamente tinha o olhar perdido no horizonte, nada que vinha de Adelaide lhe interessava.

- Eu cavalguei para o norte da propriedade, até um velho gazebo onde eu e Charles costumávamos brincar na infância - ele encarou o primo que lhe lançou um olhar desconfiado.

- Ah, sim. - Respondeu a mãe indiferente, como se tivesse feito aquela pergunta apenas por acaso.

Safira encarou a irmã e depois se virou para Charles que estava na outra ponta da sala e pronunciara pouquíssimas palavras desde que Adelaide chegara. Como eles poderiam ter um casamento assim? Como conviveriam tantos anos? Como teriam filhos, se beijariam... ponderar a respeito daquilo era angustiante para ela... afinal estava vendo duas pessoas por quem tinha grande devoção e apreço destinadas á um futuro infeliz. Havia algo que pudesse fazer para mudar isso? Safira sabia que a infelicidade de Charles e Adel a atingia tanto quanto á eles próprios.



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