História Um jardim de rosas mortas - Irmãos

Andava pelo jardim , o céu estava limpo e azul como uma manhã de inverno atípica onde o frio agradável se combina perfeitamente com o céu onde vimos ainda poucos aves ainda voando em direção ao sul onde estaria mais quente. Passava minhas mãos entre as rosas , lembro de mamãe regando cada uma dessas flores como se fossem filhas dela , um espinho daquelas flores espeta a minha mão – ai , merda ! , essa flor cai no chão e lentamente as outras a seguem. Toda pétala que caí derretia e ia formando uma poça de flores derretidas ao meu redor , todo aquele líquido molhando meus pés – Cacete , o que eu fiz? , mais plantas derretiam ao meu redor – merdamerdamerda!!! Estava ficando desesperado , uma lágrima de sangue caia do meu rosto. Podia ouvir um breve sinal ao fundo béee! Era o despertador.

Só era mais um dos meus sonhos perturbadores matinais , pelo menos acordei antes de mijar na cama pela terceira vez na semana por causa do mesmo sonho. Podia ouvir a TV ligada no andar de baixo , Alex acordara mais cedo que eu novamente. Hoje mais uma vez teria vestibular. – Deam! Acordou?! , Alex era esperta e tinha bons ouvidos sempre me ouvia pular da cama toda a manhã , não me sinto sozinho com ela por perto mesmo com todo o vazio dentro de mim.

Caminhava pelo corredor onde ia rapidamente em direção ao banheiro antes que minha bexiga explodisse. Pude ver brevemente o corpo de Alex passar da sala para cozinha onde certamente ela arrumaria o meu café da manhã , literalmente , não tenho costume de comer durante as manhãs apenas tomo um café fresco. Depois de me aliviar pensei brevemente em me masturbar , toda vez antes de um vestibular faço isso , alivia o estresse , porém aquela manhã eu não queria – jubileu está esquisito hoje. Falei para mim mesmo. Logo me aprontei e desci as escadas em direção a sala onde estaria Alex tentando tomar café , novamente sem sucesso.

- Bom dia dorminhoco! – colocou a xicara em cima da mesinha de centro e limpa a boca querendo tirar aquele gosto da boca.

- Bom dia. – pude perceber que ela estava com uma nova jaqueta dessa vez camuflada por cima do uniforme social da escola.

- Onde comprou isso ? – perguntei já imaginando a resposta.

- shopping – ela se levantou ficou na minha Frente e rodopiou , levantando um pouco da saia e exibindo a jaqueta nova. Aquele maldito shopping estava sugando nosso dinheiro desde a época que mamãe ainda era viva , lembro das vezes que saiam nos três , sempre sobrava para carregar tantas sacolas de compras. Talvez minha irmãzinha tenha herdado esse jeito consumista dela.

Fiquei muito afim de falar para ela poucas e boas , mas preferi apenas beber o meu café , que por sinal estava muito bom embora feito por alguém que não consegue beber um único gole. Erámos ricos , mas porque não temos empregados? Fomos crianças problemáticas desde sempre , uma vez fingimos que sofremos abuso do nosso antigo mordomo , na época precisávamos de uma prova então mordi o pescoço de Alex com a dentadura do cretino , toda vez que lembro dessa cena sinto enjoo , porra eu coloquei a dentadura de um velho na minha boca. Alex ainda tinha essa marca e a cobriu quando percebeu que estava olhando. Rimos e logo ela se deitou no meu colo enquanto terminávamos de assistir o jornal local , somos dois antissociais que gostam de assistir o jornal local toda manhã como um casal de velhos.

- Estudou para essa prova ? – perguntou ela ainda deitada em meu colo dessa vez se virando para me olhar.

- Mas e claro! E definitivamente eu tinha estava determinado a passar desta vez.

Passou mais um tempo quando o ônibus escolar de Alex chegou.

- tenho que ir. Ela se levantou ficamos um breve momento nos olhando até que ela pegou sua bolça e saiu. Fiquei no sofá

- Boa sorte na prova – disse ela já com a metade do corpo para fira de casa.

Terminei de assistir o jornal e me arrumei para ir fazer o exame, pascei pelo jardim de rosas da mamãe – esse lugar me da tontura. Disse como se alguém fosse responder.

Logo entrei no carro , um Camaro velho que era do meu pai , dei a partida.

Olhando pelo retrovisor ainda dava para ver o jardim.

O jardim que me deixa tonto.

O jardim dos pesadelos.