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História Um Mês e Nada Mais - Declaração


Escrita por: klgodevi

Notas do Autor


Podem respirar mais facilmente.... por enquanto...
Boa leitura!!
Bjs

Capítulo 16 - Declaração


Fanfic / Fanfiction Um Mês e Nada Mais - Declaração

Declaração

Assim que entrou no táxi, Elizabeth passou o endereço da casa dos tios. Era o único lugar que ela conseguia pensar. Ela sabia que seria bem-vinda a qualquer hora e que eles a deixariam sozinha até o momento que ela quisesse desabafar. Ela sempre pôde contar com eles.

Assim que chegou, sua tia viu a dor em seu rosto e estendeu os braços a acolhendo em um abraço reconfortante. Madeleine Gardiner nunca teve filhos, mas ela sempre viu Elizabeth e Jane dessa forma, principalmente depois do acidente que vitimou seus cunhados.

Percebendo que algo estava errado, Edward Gardiner foi até a porta e se deparou com a triste cena. Ele andou até sua esposa e sobrinha e acariciou os cabelos dela. “O que aconteceu, minha filha? Jane está bem?” Ele perguntou suavemente, mas com muita preocupação.

“Ela está bem, tio. Eu só preciso ficar um pouco sozinha para pensar. Eu queria um lugar seguro para ficar.” Elizabeth respondeu com uma voz quebrada de choro.

A tia lhe deu um beijo na testa. “Você sabe que pode ficar aqui o quanto quiser. Seu quarto sempre estará disponível.” Então, ela se afastou um pouco para acariciar o rosto dela. “Tome um banho quente e durma, Elizabeth. O que quer que tenha acontecido, amanhã não vai parecer tão ruim. E você sempre pode conversar comigo e com seu tio quando se sentir preparada.”

“Obrigada, tia. Obrigada tio. Eu vou para o meu quarto. Você tem razão, tia. Amanhã nós podemos conversar.” Elizabeth deu um sorriso aguado para os tios e foi em direção ao quarto.

Edward e Madeleine ficaram preocupados, mas sabiam que quando ela estivesse pronta, compartilharia seu problema e eles estariam dispostos a qualquer coisa para ajudar. Sempre foi assim com Elizabeth. Era melhor não pressionar.

Elizabeth entrou no quarto que ocupou depois do terrível acidente que sofreu com seus pais sentindo novamente seu coração despedaçado. Seus sentimentos estavam em conflito. Ver Rick novamente depois de todos esses anos foi doloroso, mas saber de seu parentesco com Darcy... Ela tentou se convencer que não mudaria nada, que o acordo deles estava chegando ao fim de toda a forma... mas saber que ele estava ligado a pessoa que fez tão mal a ela a fazia se sentir usada tudo de novo. Elizabeth socou o travesseiro com raiva algumas vezes se perguntando por que ela sempre tinha que ser vítima dos próprios sentimentos. Por que ela sempre tinha que amar aqueles que eram tirados dela? Aos soluços, ela adormecer em um sono inquieto.

Darcy chegou ao seu apartamento e deitou em sua cama, mas sabia que não conseguiria nem um minuto de sono naquela noite. Ele exalou alto se perguntando, não pela primeira vez, por que as coisas tinham que dar tão errado.

Não aguentando ficar na cama sem ela, ele se levantou, foi até o banheiro, lavou o rosto e se olhou no espelho. Naquele momento, ele amaldiçoava os tios por tudo o que eles fizeram não só com Elizabeth, mas com ele também. Se não fosse os tios, ele não teria se envolvido com Patrícia... se não fosse os tios, Elizabeth não teria sofrido o que sofreu.

Entretanto, outro pensamento invadiu sua mente, ele imaginou que caso os tios não tivessem interferido, talvez Elizabeth ainda estaria com Richard. Talvez ela estaria casada com ele. Talvez ela já seria mãe dos filhos dele. Darcy foi consumido pelo ciúme. Ele se perguntava se Elizabeth ainda sentia algo por Richard, da mesma forma que Richard sentia por ela. Ele se lembrou do primo sentado no chão, beijando a foto de Elizabeth, professando seu amor por ela em meio a um estupor bêbado. Lembrou da imagem pendurada na parede e de Elizabeth dizendo que foi tirada segundos antes de dizer que amava Richard. Darcy nunca tinha se sentido tão inseguro e sensível na vida e fechou os olhos com força se impedindo de chorar. Ele não se entregaria ao desespero sem nem ao menos tentar.

Ele se forçou a pensar racionalmente. Ela disse que tinha superado a história. Depois que ela lhe contou, mesmo triste, ela tinha sorrido para ele e passado a noite fazendo amor com ele. Darcy respirou fundo. “Eu preciso dizer como eu me sinto e eu preciso saber se eu tenho alguma chance de ficar com ela.”

Ele estava decidido. Assim que o horário fosse adequado, ele iria até o sobrado das irmãs para conversar com ela.

Jane sabia que não conseguiria conversar com a irmã naquela noite. Ela viu o quanto Elizabeth estava atordoada. Depois que entrou no Éden, ela pediu para que Charles a acompanhasse para um lugar reservado e explicou o que aconteceu. Charles ficou preocupado e resolveu encerrar a noite e ir para o sobrado. Jane já tinha avisado que não a encontraria lá, mas Charles queria ir do mesmo jeito. “Se ela aparecer e precisar conversar com alguém nós estaremos lá.”

Jane acariciou o rosto do namorado. “Você é a melhor pessoa que eu conheço, Charles. Obrigada por se preocupar com a minha irmã.”

“Lizzie é minha família, Jane. Eu amo a sua irmã.” Ele disse sério, mas com a voz cheia de emoção.

Um pouco antes de chegar ao sobrado, Jane recebeu uma ligação da tia avisando que Elizabeth estava lá e estava bem. Disse que tinha acabado de verificar e Elizabeth estava dormindo profundamente. Jane ficou tranquila e tranquilizou Bingley, mesmo assim, ambos tiveram uma noite difícil.

Jane e Bingley estavam tomando o café-da-manhã com rostos cansados quando escutaram o interfone. Era Darcy pedindo para entrar. Jane abriu a porta e o cumprimentou, assim como Bingley. Eles o levaram até a cozinha para tomar uma caneca de café porque a aparência de Darcy era ainda pior do que a deles.

“Onde está Elizabeth, Jane?” Darcy perguntou assim que Jane colocou a caneca de café em frente a ele.

“Por que você quer saber, William? Por que você se preocupa?” Jane olhava para ele com o rosto desconfiado.

“Foi minha culpa. Eu não deveria ter levado Richard. Eu quero pedir desculpas a ela por tudo o que a minha família fez...” Darcy respondeu de cabeça baixa.

“Há quanto tempo você está dormindo com a minha irmã?” Jane perguntou, causando a palidez de Darcy e Bingley se engasgar com o café. Jane esticou o braço e bateu nas costas de Bingley enquanto fixava seu olhar em Darcy com o semblante sério. “Eu sei que você sabe, Charles... você não consegue esconder nada.” Jane completou, ainda com os olhos sobre Darcy.

Darcy esfregou as mãos no rosto. Ele não esperava ter que se explicar para a irmã de Elizabeth naquela hora da manhã. Ele só queria conversar com Elizabeth de uma vez por todas e resolver sua situação com ela. “Jane... não é o que parece. Eu sei que você tem uma péssima impressão sobre os meus relacionamentos, mas sua irmã é diferente.”

“Você está com ela a mais ou menos de um mês? Preste atenção nessa pergunta, William, porque depende da sua resposta a informação de onde Lizzie está.” Jane falava decidida.

Darcy soltou um suspiro trêmulo, seus olhos sem focar em nada. “Eu já nem sei. A gente se vê desde antes de Los Angeles... mas quando ela viajou... eu não sei explicar... eu viajei atrás dela, mas não pude ficar muito tempo... e depois ela veio no meu aniversário, ficou poucas horas e voltou... a gente se vê todo dia desde que ela voltou para Londres... Jane... Elizabeth significa o mundo para mim.” Darcy disse de forma quase confusa tentando dar sentido ao fluxo de pensamentos e olhou para Jane nos olhos com o rosto desesperado antes de continuar. “Eu amo a sua irmã. Eu nunca senti isso por ninguém, mas ela não sabe e eu preciso dizer para ela, Jane... eu preciso dizer para ela que eu quero ela na minha vida... para sempre...”

Jane suspirou com um pequeno sorriso no rosto. “Eu não consigo acreditar que Lizzie aceitou sua proposta infame...”

Darcy ficou vermelho e olhou para o outro lado, não querendo fazer mais nenhuma revelação. Jane percebeu e estreitou os olhos. “Desabafa de uma vez, Darcy.”

“Foi ela quem fez a proposta.” Ele disse rapidamente em voz baixa.

Jane gargalhou. “Agora faz muito mais sentido. Vamos Darcy. Eu vou levar você na casa dos meus tios. Vou ter que ir junto porque senão eles nunca vão permitir sua entrada.”

Darcy se sentiu imediatamente aliviado. Bingley assistia a tudo calado como se fosse uma criança pega fazendo bagunça. Jane percebeu e acariciou o rosto dele. “Eu não estou brava com você, querido. Mas não se atreva a esconder mais nada de mim.”

“Eu não vou.” Respondeu Bingley com um sorriso infantil.

Darcy ficou curioso. “Desde quando vocês sabem?”

Bingley riu, se sentindo muito mais à vontade. “Eu flagrei vocês no banheiro no dia que eu rabisquei o rosto da Lizzie. Eu saí de fininho porque a coisa estava quente.”

Darcy ficou corado quando Jane o olhou com olhos estreitos, mas relaxou depois que ela riu. “Eu acho que eu sempre soube... eu não sei exatamente quando começou, mas você deu muita bandeira, William. Desde a primeira vez que vocês se encontraram... você segue ela com os olhos sempre que estão juntos. Em Netherfield você não perdia a oportunidade de estar com ela. Toda hora você arrumava alguma desculpa para tocar nela... Lizzie foi discreta, se dependesse das atitudes dela eu nunca saberia, mas você... você não conseguia disfarçar.” Jane disse como se constatasse um fato.

“Você acha que ela sente algo por mim?” Darcy perguntou, inseguro.

Bingley riu novamente. “Eu amo a Lizzie. Só ela para fazer você parecer um adolescente, Darcy.”

Darcy apenas revirou os olhos.

“Você vai ter que descobrir, William. E lembre-se que eu vou te matar se você causar qualquer sofrimento a ela.” Jane respondeu com uma voz severa dificilmente usada por ela.

Eles chegaram à casa dos Gardiner no meio da manhã. Jane entrou e recebeu o cumprimento dos tios. Darcy viu Bingley ser abraçado pelo casal e se sentiu um pouco deslocado.

“Tia, tio, esse é William Darcy. Eu o trouxe comigo porque ele precisa ter uma conversa séria com a Lizzie.” Jane disse despreocupada.

Darcy estava envergonhado pelo escrutínio do casal mais velho. Edward Gardiner quebrou o silêncio se apresentando e apresentando sua esposa. Em seguida, Jane levou Darcy até a porta do quarto de Elizabeth.

“Nós estaremos esperando na sala, William. Leve o tempo que for necessário, não se preocupe conosco.” Jane deu um aperto leve no braço dele. “Boa sorte.”

“Obrigado.” Darcy respondeu, de repente se sentindo muito nervoso.

Ele esperou Jane sair, respirou fundo algumas vezes e bateu na porta. Assim que escutou Elizabeth falar “entre”, ele abriu a porta e se deparou com ela de costas, usando a parte de baixo de um pijama azul claro com estampa de nuvens e uma blusa branca. O cabelo estava solto e bagunçado e ela estava descalça. Na mesma hora, ele sentiu o quão frágil ela era e admirou a força que ela teve para superar todo o seu passado.

Elizabeth escutou a porta abrir e fechar, mas ninguém falar nada. Ela se virou lentamente e se deparou com Darcy encostado na porta, olhando para ela fixamente.

“O que você está fazendo aqui?” Ela questionou em uma voz baixa e irritada.

“Eu preciso conversar com você.” Ele disse a olhando com cuidado.

“O que você quer? Dizer que eu não sou boa o bastante para alguém da sua exaltada família? Que eu não sou digna nem de um maldito mês? Que está arrependido do nosso tempo juntos?” Elizabeth acusava irracionalmente.

“Não, claro que não. Por favor, escute o que eu tenho para falar.” Ele implorou.

“O que então? Você veio me cobrar os dias que faltam? São assim tão necessários os dois últimos dias, Darcy? Você é tão metódico que não pode admitir que acabou antes de completar os trinta e um dias?” Ela o interrompeu novamente, deixando Darcy frustrado.

“NÃO, ELIZABETH!” Darcy gritou a assustando, e depois se esforçou a respirar fundo para se acalmar, passando a mãos nos cabelos bagunçados, em seguida, ele despejou de uma vez tudo o que estava entalado em seu coração há meses. “Eu não quero você por um mês, eu quero pela minha vida inteira. Eu quero namorar com você. Eu quero ficar nervoso o dia em que eu pedir para você se casar comigo. Eu quero me emocionar vendo você caminhando em minha direção vestida de noiva. Eu quero olhar nos seus olhos o dia que você me falar que está grávida. Eu quero segurar sua mão cada vez que um de nossos filhos nascerem. Eu quero ficar acordado a noite, preocupado ao seu lado, sempre que um deles ficar doente ou voltar tarde de uma festa. Eu quero ver seus cabelos ficarem brancos e continuar dizendo para você que é a mulher mais bonita que eu conheço. Eu quero sentar ao seu lado e assistir nossos netos brincarem. Eu quero tudo isso, Elizabeth... e eu quero com você.” Darcy terminou quase sem folego, sua voz muito mais suave do que quando começou.

Elizabeth escutou o que ele falava com a respiração presa e os olhos arregalados. Vários segundos se passaram até ela perceber que era verdade, que o homem que ela ama, a amava também. Sem dizer nada, ela se jogou nos braços dele e o beijou demostrando todo o amor que sentia. Ele a abraçou com força, o coração cheio de esperança.

Quando o beijo terminou, Elizabeth segurou o rosto dele nas mãos e sorriu. “Eu te amo, William.”

Darcy encostou sua testa na dela e fechou os olhos suspirando aliviado. “Eu também te amo, minha Lizzie.” Ele abriu os olhos e sorriu. “Você me ama! E me chamou de William.” Ele disse emocionado.

Elizabeth riu. “E falei 'eu te amo' antes de você.”

Ele bufou. “Depois de tudo o que eu disse? O 'eu te amo' estava implícito.”

Ela continuou rindo. “Ainda assim, nós sempre saberemos que eu falei as palavras primeiro.”

“Mulher teimosa.” Darcy agarrou Elizabeth e a levantou até que as pernas dela estivessem circulando seu quadril.

“William, meus tios estão no andar de baixo...”

Darcy sorriu de forma atrevida. “Sua irmã disse que eu podia levar o tempo que fosse necessário. Ela só não especificou o necessário para o que.” Elizabeth riu enquanto ele a beijava no pescoço. “A gente faz em silêncio, Elizabeth.”

Elizabeth não precisou de muito convencimento. Em poucos minutos, ambos estavam entrelaçados na cama, pela primeira vez, com a certeza que estavam fazendo amor. Darcy dizia o quando a amava enquanto se movia lentamente. Ele disse a ela quantas vezes teve vontade de falar que a amava enquanto estavam daquela forma.

Elizabeth respondia com igual fervor. Seus olhos cheios de lágrimas de alegria. Ela nunca tinha se sentido tão feliz, tão completa. Quando estavam saciados, Darcy, ainda dentro dela, pediu para que ela o abraçasse com força e a abraçou de volta. “Essa é minha felicidade, Elizabeth. Estar tão próximo de você quanto possível. É isso que eu desejo para o resto da minha vida. E só você pode proporcionar.”

No andar de baixo, Jane contava para seus tios a versão editada do relacionamento de Darcy e Elizabeth, o parentesco com Richard e o porquê Elizabeth estava tão abalada no dia anterior. Seus tios fizeram algumas perguntas sobre Darcy e se sentiram mais calmos quando Jane os tranquilizou.

Aproximadamente uma hora e meia depois que Jane tinha deixado Darcy na porta do quarto de Elizabeth, ele reapareceu com um sorriso tímido no rosto e com Elizabeth em seus braços. Jane olhou para Elizabeth com uma sobrancelha arqueada e um sorriso nos lábios. “Lizzie, Lizzie... Parece que nós temos que conversar...”

Elizabeth revirou os olhos. “Ah, por favor Jane, até parece que você não sabia... Eu conheço você. Cada vez que William se entregava você olhava para ele com esse mesmo olhar que está usando comigo agora.”

Darcy olhou para as irmãs espantado. “Eu me entregava? E quanto a você, Elizabeth?”

Elizabeth e Jane gargalharam. “Oh, William. Você tem muito a aprender com nós duas. Você e Charles, para ser honesta.” Jane respondeu.

“E lembrem-se: vocês nunca, jamais vão conseguir esconder algo de nós. Estão ouvindo? Ninguém esconde nada das irmãs Bennet.” Elizabeth disse apontando para os dois.

Darcy e Bingley se olharam e sorriram. Elizabeth aproveitou para apresentar Darcy aos tios formalmente, como namorado dela. Bingley não sabia dizer se seu amigo parecia mais feliz ou presunçoso ao ser apresentado dessa forma. Os tios convidaram os dois casais para o almoço e logo todos eles estavam em uma conversa alegre. Darcy, sentado o mais próximo possível de Elizabeth, aproveitava cada momento ao lado dela para demostrar o amor e carinho que ficaram tanto tempo sufocados, e recebia tudo de volta em iguais proporções.

Jane assistia à interação dos dois explodindo de felicidade pela irmã e por ela mesma. Finalmente as duas estavam construindo uma família amorosa e feliz.


Notas Finais


As coisas estão entrando nos eixos...
O que vocês acharam?
Obrigada por estarem por aqui!! Bjs


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