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História Um Mês e Nada Mais - Reconciliação com o Passado


Escrita por: klgodevi

Notas do Autor


Precisamos deixar algumas coisas para trás... e já estamos na reta final dessa estória. Acredito que apenas mais dois capítulos depois deste e encerraremos!!
Boa leitura!

Capítulo 17 - Reconciliação com o Passado


Fanfic / Fanfiction Um Mês e Nada Mais - Reconciliação com o Passado

Reconciliação com o passado

A primeira semana de namoro oficial de Darcy e Elizabeth pegou muita gente de surpresa, principalmente depois da declaração que ele fez para os tabloides. Ele e Elizabeth, em seu primeiro 'encontro' oficial, foram ao baile anual de caridade de um grande empresário. Darcy aparecer com uma mulher nos braços não era algo tão anormal, mas apresentá-la como sua namorada era. Ele sempre apresentou qualquer outra mulher como amiga.

Eles ficaram juntos a noite inteira e dançaram apenas um com o outro, Elizabeth chamando atenção pela graciosidade de seus movimentos e Darcy surpreendendo por ser realmente um bom dançarino. Ele nunca dançou em público antes nesse tipo de evento e vê-lo agir daquela forma, e ainda mais, parecendo completamente alegre e satisfeito, era uma novidade estrondosa.

Na saída, depois que Darcy abriu a porta do carro para Elizabeth entrar e deu a volta para ele mesmo entrar no carro, um jornalista correu até ele e fez a pergunta que ele sempre escutava quando estava com alguma mulher, pergunta essa que ele sempre ignorava.

“Essa é mais uma garota do mês, Darcy?” Ele questionou com um sorriso irônico, esperando que Darcy reagiria como sempre e simplesmente desse as costas para ele.

Darcy olhou para o jornalista por um momento antes de responder com um sorriso satisfeito. “Elizabeth Bennet é minha namorada enquanto ela quiser.” Em seguida, Darcy entrou no carro e puxou Elizabeth para um beijo longo, para alegria dos fotógrafos. Ele odiava se expor, mas sabia que se quisesse que a fama de seus relacionamentos passados ficasse para trás, e principalmente, se quisesse que Elizabeth fosse tratada com o respeito que ela merecia, deveria demonstrar desde o princípio que ela era totalmente diferente de qualquer outra mulher com quem ele tinha se relacionado anteriormente.

No outro dia, uma foto deste mesmo beijo estampava as principais sites e jornais de fofocas de Londres, e a curiosidade sobre o inédito namoro de William Darcy era o assunto mais comentado. Muitas pessoas ficaram descontentes com essa notícia, declarando que Elizabeth não seria diferente de outras mulheres e que Darcy a descartaria rapidamente. A maioria dessas opiniões foi dada por alguma mulher do passado dele. Darcy estava temeroso de que Elizabeth se arrependeria de assumir um namoro com ele, e pela primeira vez, se arrependeu de suas atitudes passadas. Foi necessário que ela o convencesse de que não se importava com que as notícias especulavam, ela só se importava com ele.

Outra consequência da foto e informações divulgadas foi a completa perda de senso de Caroline Bingley. A princípio, ela não queria acreditar nos próprios olhos ao ler a notícia do namoro de Darcy e Elizabeth, mas não tinha como negar que eles estavam juntos. Ela passou uma manhã inteira consumindo álcool e calmantes, até não suportar mais ficar passiva sobre um assunto que a interessava tanto.

Ela apareceu no escritório de Darcy exigindo falar com ele aos gritos. Darcy estremeceu ao lembrar outras visitas que ele costumava receber no passado que eram bem similares. Ele pediu para que a Sra. Reynolds fizesse ela aguardar em uma sala isolada e ligou para Bingley, avisando que a irmã dele estava lá e que ele teria que ter uma conversa séria com ela. Bingley entendeu e disse que se fosse necessário, ele o ajudaria a lidar com sua irmã cada vez mais insana.

Darcy, então, pediu para que Caroline entrasse e se assustou com a aparência completamente desgrenhada da mulher. Por um momento, ele se perguntou se tinha sido sábio ter essa conversa sem um familiar dela presente, mas não poderia escapar. Ele suspirou e aguardou. Como já tinha previsto, Caroline estava descontrolada e exigiu que ele afirmasse que o relacionamento com Elizabeth era um daqueles que ele sempre teve com outras mulheres. Que depois do mês que desfrutasse com ela, ele simplesmente a ignoraria. Exigiu que ele dissesse que estava chegando o dia em que os dois ficariam finalmente juntos e desfrutariam de tudo o que ele pudesse proporcionar.

“Não, Caroline. Eu tentei deixar claro para você em Netherfield que nunca vai acontecer nada entre nós dois. Caroline, mesmo antes de Elizabeth entrar na minha vida, eu não tinha interesse em você.” Ele disse com calma, temendo a reação dela a cada minuto que ela estava em seu escritório. A Sra. Reynolds estava preparada para chamar os seguranças e ligar para Bingley ao mínimo sinal de seu patrão.

“William, você não consegue ver que ela é uma degradação para você? Ela mal tem família, é só uma dançarina... eu vi os vídeos vulgares que aquele parceiro de dança divulga com ela. Eu sou a mulher certa para você e você vai perceber isso... eu tenho certeza.” Caroline dizia em desespero, tentando agarrar o braço de Darcy e puxá-lo para ela.

Darcy balançou a cabeça e se afastou dela. “Caroline, olhe para mim.” Ele esperou até que a atenção dela estava focada nele. “Eu amo a Elizabeth. Eu pretendo me casar com ela e eu pretendo construir uma família com ela. Eu conheço você há anos, se eu quisesse me envolver com você, eu já teria tomado uma atitude, mas eu nunca nem cogitei um relacionamento com você, nem mesmo um que terminaria no final de um mês. Entenda isso Caroline, e siga sua vida. Encontre alguém e seja feliz, como eu sou feliz com a Elizabeth.”

Caroline levantou de sua cadeira e o olhou com raiva. “Eu nunca fui tão insultada na vida. Ser trocada por uma dançarina sem classe... um dia, William, você vai se arrepender da sua escolha. Eu tenho esperança que algo ainda vai acontecer e que trará a razão de volta a você. Essa mulher... ela vai encontrar o destino que merece e você vai finalmente ver a razão.” Ela saiu do escritório batendo a porta com força, fazendo com que o barulho ecoasse por todo o andar. Por algum motivo, Darcy ficou extremamente incomodado com as últimas palavras de Caroline. Parecia que mesmo depois de tudo que ele tinha falado, ela ainda acreditava que ele iria atrás dela. Isso nunca aconteceria.

Para piorar seu humor, nesse mesmo dia, Darcy recebeu outra visita. Seu primo, Richard, apareceu no escritório querendo conversar. Assim que Darcy pediu que ele entrasse, Richard sentou-se de frente para ele com o rosto abatido.

Richard suspirou e não olhava Darcy nos olhos. “É verdade o que foi noticiado? Você está mesmo namorando a Liz?”

Darcy não tinha porque mentir e nem se envergonhar. Ele não estava fazendo absolutamente nada de errado, e nem mesmo se sentia traindo o primo, pois o relacionamento dele com Elizabeth tinha terminado anos antes e da pior maneira possível. “Sim... eu e ela estamos juntos. E antes que você pergunte, Richard, eu não estou usando ela. O que eu tenho com ela é muito sério e espero eu, duradouro.”

Richard passou a mão pelo rosto. “Eu enfrentei meus pais sobre essa história com Liz. Eles disseram que fizeram isso pensando no melhor para mim. Que queriam ter certeza que ela não me procuraria depois, tentando voltar para minha vida e me tentando com a presença dela. Eles falaram que ela era apenas uma caçadora de fortunas.” Richard olhou para as próprias mãos que estavam apertando uma a outra sobre seu colo. “Quando eu falei para eles que ela estava grávida, mas que tinha perdido o bebê depois de voltar para a Inglaterra, sabe o que meu pai disse?”

Darcy ficou apenas olhando para Richard, esperando pela resposta que ele tinha certeza que seria desagradável. “Ele disse 'Graças a Deus'... era meu filho com a mulher que eu amo e ele disse isso...” A voz de Richard quebrou e Darcy viu o quanto ele estava sofrendo, mas ao mesmo tempo, escutar o primo dizer 'a mulher que eu amo' se referindo a Elizabeth, sua Elizabeth, não foi agradável.

“Eu sinto muito.” Foi tudo o que Darcy conseguiu pronunciar naquele momento.

“Eu saí de casa. Mãe está desesperada pedindo para eu voltar. Eu fiz alguns investimentos no meu nome nos últimos dois anos que estão me dando uma renda razoável. Nada igual a fortuna da família, mas o suficiente. Eu também terminei tudo com a Monique. Eu quero mudar, Darcy. Eu quero seguir a minha vida. Quero fazer a escolha que você fez anos atrás... eu deveria ter seguido seu exemplo.”

“Eu fico sinceramente feliz por ouvir isso, Richard. E eu ofereço minha ajuda para qualquer coisa que você precisar. Qualquer ajuda.” Darcy disse com sinceridade.

Richard ficou quieto por um momento e se mexeu desconfortavelmente antes de falar: “Depois daquele dia eu fiz uma pesquisa pelo nome dela. Eu nunca tinha feito antes, mas quando ela disse que eu nem conhecia ela, eu pesquisei. Eu não tinha ideia que ela era tão bem-sucedida. Eu fui um tolo em pensar que ela precisava da minha ajuda. Fui um tolo por oferecer ajuda e praticamente denegrir o trabalho dela. Ela parece ser uma mulher ainda mais incrível do que a menina que eu conheci na França.”

Darcy estava gostando cada vez menos do rumo da conversa. Ele detestava escutar outro homem falando dela dessa forma. Principalmente um homem que ela já amou. Mas Richard ainda não tinha acabado. “Meu pai e minha mãe não estão felizes com você... depois que eles viram sua foto com ela no jornal e leram sua declaração, eles disseram que ela perseguiu alguém da família só para se vingar. Por mais que eu falasse que ela não tinha ideia de que nós éramos parentes, eles insistiram nesse absurdo. Eu acredito que eles virão em algum momento conversar com você e fazer as exigências que você já conhece...”

Darcy deu de ombros. “Há muito tempo eu não devo satisfação da minha vida para ninguém e muito menos para os seus pais, Richard. Se eles vierem me procurar, vão perder o tempo deles. Ainda mais depois que eu descobri como eles trataram a minha Lizzie.”

“Ela prefere que a chamem de Lizzie?” Richard perguntou de repente.

“Eu não sei como ela prefere, mas é assim que a família e os amigos a chamam.” Darcy realmente não queria falar sobre ela com Richard. Elizabeth era assunto dele.

“Para mim ela sempre será a minha Liz.” Richard disse em um sussurro impensado.

“Richard, eu não quero brigar com você, mas eu te peço, por favor, para não falar assim da minha Elizabeth. Não faça isso, por favor.” Darcy tentava manter seu temperamento frio. Ele não queria iniciar uma briga com o primo e se afastar ainda mais dele. Richard ainda era um dos poucos membros da sua família que ele tinha alguma consideração, apesar do que tinha acontecido e de tudo o que ele ficou sabendo.

Richard ficou um pouco envergonhado como se percebesse apenas naquele momento o que tinha falado e para quem. Ele se endireitou na cadeira e olhou Darcy nos olhos. “Eu preciso conversar com ela, William. Eu preciso pedir desculpas, mesmo se ela não me perdoar, eu preciso fazer isso. Por favor, converse com ela sobre isso. Interceda por mim, por favor.”

Darcy olhou pela janela e passou a mãos pelos cabelos com força. “Você não pode estar falando sério. Richard, eu não vou pedir isso para ela.”

“William, eu não quero que você peça nada, eu só quero que você converse com ela. Isso vai ser bom para ela também. Você viu a reação que ela teve quando me viu. Ela me olhou com medo. Ela precisa fechar de uma vez por todas essa parte do passado dela tanto quanto eu preciso. Ela precisa saber que ela não foi usada. Precisa saber que ela foi amada. Por um covarde... mas foi amada.”

Darcy fechou os olhos e suspirou. Ele não queria admitir, mas ainda sentia ciúme. O homem na frente dele foi o primeiro amor dela e foi o primeiro que fez amor com ela. Ao mesmo tempo, ele tinha que reconhecer a verdade nas palavras do primo, Elizabeth precisava se reconciliar com o passado dela. “Você ainda a ama?”

Richard olhou para as próprias mãos. “Eu não posso negar que o que eu sinto por ela é muito forte. Foi sempre assim com ela, desde o primeiro dia... não teve nem um dia que eu não pensasse nela pelo menos por um minuto. Desculpa, William, mas eu não consigo evitar. Eu sei que ela está com você e que tudo isso é muito estranho, mas eu não consigo evitar.”

Darcy olhou pela janela, tentando desesperadamente manter o pensamento racional. Não faria nenhum bem expulsar o primo e proibi-lo de chegar perto de Elizabeth. “Eu vou pensar sobre isso, Richard. Eu não consigo te dar nenhuma outra resposta agora.”

“É tudo o que eu peço.” Richard se levantou e foi até a porta. Ele parou por um momento e olhou para Darcy. “Você é um homem abençoado, Darcy. Deveria agradecer todo dia por sua boa-sorte. Lembre-se que nem todos tiveram a sua vida autossuficiente e com pais amorosos que sempre apoiaram suas escolhas.” Em seguida, ele fechou a porta suavemente e foi embora.

Darcy ficou com as palavras de Richard na cabeça. Ficou imaginando como foi ter crescido com pais tão manipuladores. Mesmo ele foi impactado pelas ações dos seus tios. Naquele momento, ele se compadeceu de seus primos. Ambos foram sufocados a vida inteira e infligidos a valorizar somente o dinheiro. Ele realmente tinha sorte. Seus pais deram bons valores para ele e a irmã, e apesar de terem partido cedo demais, os ensinamentos permaneceram.

Não foi somente Darcy quem recebeu visitas naquele dia. Elizabeth estava sozinha em casa naquela tarde. Ela tinha passado a manhã inteira com o estúdio fazendo os acertos de sua participação na estreia do filme em Londres, que estava previsto para acontecer em quatro meses. Eles queriam que ela levasse Darcy como acompanhante, pois estavam aparecendo constantemente nos jornais e seria útil para a publicidade do filme devido a súbita curiosidade que as pessoas tinham pelo casal. Aquilo ajudaria a atrair mais público. Elizabeth apenas riu. Ela estava curiosa com a reação de Darcy.

Enquanto pensava sobre isso, ela ouviu o interfone e sem verificar quem era, abriu a porta achando que poderia ser Charlote, mas se deparou com duas das pessoas que ela desejava nunca mais colocar os olhos. O Sr. e a Sra. Fitzwilliam.

Elizabeth tinha pensado muito nos acontecimentos de seu passado, no reencontro com Rick que ocorreu no Éden, e estava determinada a não se deixar intimidar. Assim, ela permitiu a entrada deles.

Como da primeira vez, o casal não foi cordial e agiu com superioridade o tempo todo.

“Eu acredito que você saiba porque estamos aqui, Srta. Bennet.”

Elizabeth os olhava nos olhos com a cabeça erguida. Ela não tinha motivo para teme-los. “Você está errado, Sr. Fitzwilliam... eu não tenho a mínima ideia.”

“Nós queremos que você se afaste definitivamente da nossa família. Queremos que você pare com a sua perseguição.” O Sr. Fitzwilliam tinha um semblante severo e fitava Elizabeth com desdém.

“Eu continuo sem entender.” Elizabeth os fitava de volta com um semblante neutro.

“Nós sabemos que você está sendo vista com nosso sobrinho e estamos aqui para exigir que você termine tudo com ele. Eu pesquisei sobre você. Não pense que eu não sei que você é uma dançarina. Você realmente acredita que é digna do sobrenome da nossa família?” Diferente do marido, a Sra. Fitzwilliam não conseguia controlar sua fúria e praticamente gritava com Elizabeth.

“William não tem o mesmo sobrenome que vocês e ele não parece se importar com a minha profissão, que é muito digna, ao contrário do que vocês pensam... sem contar que nunca foi minha intenção esconder que eu sou uma dançarina, pelo contrário, eu adoro expor esse fato... mas eu ainda não entendo porque vocês estão aqui, na minha casa. Se estão tão preocupados com o sobrinho de vocês, por que não procuram por ele?” Elizabeth tinha prometido que nunca mais se deixaria intimidar por ninguém.

“William é um menino teimoso e tolo. Ele não sabe o que é melhor para ele. Saiba que você nunca será aceita pela família dele. Nunca será convidada para nenhuma de nossas casas e que o sobrenome Fitzwilliam é muito poderoso e pode fechar portas valiosas. Acho melhor você tomar cuidado, menina.” O Sr. Fitzwilliam disse em tom ameaçador.

Elizabeth respondeu com tranquilidade. “William é um homem, e não um menino. Um homem que sabe o que faz e sabe o que quer... e se ele quer ficar comigo, eu não tenho motivos para me separar dele. Eu não me importo em não ser aceita por vocês, eu nunca busquei sua aprovação, e a única pessoa que realmente importa para William é Georgiana, e ela já me aprova. O sobrenome Darcy é tão ou mais poderoso do que o de vocês, e se não for suficiente, eu tenho certeza que o sobrenome Hayman é. Lord e Lady Hayman são bons amigos e eles já nos deram seu total apoio.”

O Sr. e a Sra. Fitzwilliam ficaram pálidos e furiosos, de fato a fortuna Darcy superava a deles há décadas, e Hayman era o parlamentar mais poderoso do país, eles ainda faziam parte da nobreza, enquanto os Fitzwilliam perderam o título quase cem anos antes. Já desesperado, ele enfiou a mão no bolso e tirou um cheque no valor de cem mil, colocando na frente de Elizabeth. “Eu acho que isso pode resolver nosso problema.” Ele parecia presunçoso quando fez aquele gesto.

Elizabeth olhou para o cheque, balançou a cabeça com um sorriso triste, o pegou e rasgou em pedaços muito pequenos. Em seguida, se levantou e foi até a porta. “Eu acho que vocês estão de saída. Eu não me sinto humilhada porque eu tenho pena de vocês dois. Vocês se acham tão superiores... eu sinto muito se vocês estão acostumados a lidar com pessoas que tem preço. Agora eu peço que saiam da minha casa e não voltem.”

Eles saíram furiosos, pois sabiam que não adiantaria nada falar com Darcy. Desde o fiasco que foi Patrícia ele não confiava mais nos tios e tinha feito questão de se distanciar de quase toda a família.

Elizabeth continuou seu dia normalmente, se recusando a deixar aquelas duas pessoas a perturbarem. No final da tarde, quando o interfone tocou novamente, ela sabia que era Darcy e sentiu uma alegria profunda se apoderar dela. Ela não se importava com o que o mundo pensava, ela só se importava com ele.

Assim que ela abriu a porta, ele a pegou nos braços em um abraço forte, a tirando do chão, e enterrou o rosto nos cabelos dela, respirando profundamente.

“Eu adoro seus abraços de urso, William.” Elizabeth disse rindo, mas estranhou quando ele não respondeu nada e continuou agarrado a ela.

“William... você também recebeu uma visita dos seus tios?” Na mesma hora que perguntou isso, ela sentiu o corpo de Darcy enrijecer e soube que tinha falado a coisa errada.

Ele se separou dela lentamente e olhou para seu rosto como se buscasse algum dano. “Eles vieram aqui? Eles fizeram alguma coisa com você? O que eles falaram para você? Eles te machucaram? Te ameaçaram?” Ele fez todas as perguntas de uma vez, odiando o fato de que seus tios tentaram tirar o que ele tinha de mais importante.

Ela relatou toda a conversa, não deixando nada de fora. Quando ela falou sobre o cheque, Darcy ficou tão furioso que custou todo o poder de convencimento de Elizabeth para evitar que ele fosse diretamente para a casa de seus tios.

“Quem eles pensam que são? Eu não acredito que eles ainda acham que tem algum poder sobre mim.” Ele dizia irritado, andando de um lado para o outro na frente do sofá onde Elizabeth estava sentada.

“Você não percebe, William? Eles sabem que não tem nenhum poder sobre você, por isso vieram aqui, falar comigo.” Ela se aproximou e o fez parar, circulando os braços em volta do pescoço dele. “Não vamos deixar que eles estraguem a nossa noite.” Elizabeth arrastou beijos pelo pescoço e peito de Darcy, mas ele sabia que não estaria totalmente com ela se não contasse sobre as duas visitas que teve naquele dia, então, a abraçou apertado antes de leva-la até o sofá novamente.

Assim que terminou de relatar a conversa com Caroline, Elizabeth suspirou. “Eu não sei o que sinto quanto a isso, William. Eu não posso dizer que não me importo que tenha uma mulher há anos apaixonada pelo homem que eu amo e que ainda o persegue incansavelmente. Mas ao mesmo tempo, eu não deixo de sentir um pouco de pena. Eu sinto muito por Charles também.”

Darcy sentiu seu peito se aquecer quando a escutou dizer que o ama e sorriu um pouco. “Eu nunca dei nenhuma esperança para ela, Elizabeth. Eu cheguei a falar com todas as palavras que nunca aconteceria nada entre mim e ela mesmo antes de ficar com você. Ela se ilude sozinha. E Charles sabe de tudo e me entende. Ele nunca faria nenhuma cobrança sobre isso ou seguraria algum rancor contra nós dois. Principalmente agora que eu estou com você.”

Elizabeth o puxou de encontro a ela e o beijou no rosto. “Bom... porque eu odiaria ter um ataque de ciúme.”

“Você teria um ataque de ciúme por mim?” Ele perguntou sorrindo.

“Se você bem lembra, eu já tive. E eu acredito que você já teve também.” Ela respondeu rindo. “Embora eu tenha até apreciado o resultado final de seu ataque... aquele, contra a parede do seu apartamento...”

Darcy riu com ela e a abraçou mais forte, contudo, ele precisava continuar a conversa. Ele precisava falar da segunda visita que recebeu naquele dia. “Elizabeth, eu recebi outra visita também e eu temo que vai deixar você chateada, mas eu preciso conversar com você sobre isso.”

Elizabeth o fitou preocupada. “O que foi, William?”

“Richard veio me ver.” Ele sentiu o corpo de Elizabeth tenso. “Eu sei que você não quer falar sobre isso, mas a gente realmente precisa conversar.”

“Eu não me oponho a falar sobre isso. Eu sei que eu preciso entender melhor tudo o que aconteceu entre nós dois. Na verdade, eu estava pensando em conversar com ele... aquele dia no Éden, ele me dizia o tempo inteiro que precisava se explicar.... eu lembrei que quando eu voltei da Alemanha, desejava com todas as forças que ele entrasse em contato comigo para me dizer o que aconteceu, o que eu tinha feito errado... hoje eu sei que eu não fiz nada errado, mas eu acho que eu devo uma resposta à menina que eu fui um dia.” Ela declarou com o rosto sereno.

Darcy respirou aliviado. “Ele veio me pedir para conversar com você exatamente sobre isso. Ele quer ter a chance de se explicar.” Ele pegou a mão de Elizabeth e apertou, odiando o que iria falar, mas sabendo que era o certo. “Eu acho que você deveria ouvir o lado dele da história, Elizabeth. Eu não sei em detalhes, mas eu acho que você vai ficar mais em paz quando souber.” Ele hesitou mais uma vez, temendo a reação dela para o que iria contar. “Eu... eu...” Ele respirou fundo e continuou. “Eu contei para ele sobre a gravidez...”

Elizabeth pulou para longe dele, primeiro pálida e depois completamente corada de raiva. “Eu contei isso para VOCÊ, Darcy. PARA VOCÊ. Não era para sair espalhando por aí...” Ela andava de um lado para outro enquanto ele a olhava do sofá.

“Eu sei... desculpa.” Ele disse com a cabeça baixa.

“Por que? Por que você trairia minha confiança dessa forma?” Ela perguntou magoada.

Darcy tinha pensado sobre isso. Ele tinha que ser sincero com ela. “Eu disse para mim mesmo que queria que tudo fosse esclarecido. Disse para mim que queria que ele entendesse a extensão do que tinha causado a você. Mas a verdade...” Ele engoliu em seco antes de continuar. “A verdade é que eu queria infligir o máximo de dor possível nele para fazê-lo pagar por toda a dor que ele causou a você. Eu queria machucá-lo. E eu fiz questão de dizer que o aborto foi culpa dele...” Ele ficou em silencio por um momento. “Eu não me orgulho, Elizabeth... eu deveria deixar a decisão de contar ou não em suas mãos... me perdoa...”

Elizabeth tentou se colocar no lugar dele e parte dela entendeu. Ele tinha contado que depois que ela saiu do Éden aquele dia ele e Richard discutiram. Elizabeth sabia melhor do que ninguém que em momentos tensos, às vezes falamos sem pensar. Ela se aproximou de Darcy, que naquele momento parecia miserável, e acariciou os cabelos dele. “Eu entendo... eu acho... eu ainda não gosto, mas não culpo você.”

“Mas você ainda está brava comigo...” Ele disse em uma voz triste que a amoleceu.

“Um pouco... mas vai passar.” Ela respondeu suavemente.

Darcy passou os braços em torno da cintura dela e encostou o rosto no peito de Elizabeth. Com os olhos fechados, ele perguntou o que ainda o atormentava. “Você vai mesmo se encontrar com ele?”

“Você pode falar com ele e combinar tudo, Wiliam? Eu preferia que fosse no seu apartamento, se você não se importa.” Ela queria deixar o passado finalmente para trás.

“Eu não me importo. Na verdade, eu prefiro.” Ele levantou as mãos dela e levou aos lábios depositando um beijo delicado. “O que você acha desse sábado? Eu posso combinar para ele aparecer por lá no final da tarde e depois a gente pode aproveitar o resto da noite...”

Elizabeth sorriu. “Eu acho uma ótima ideia. Principalmente a parte de aproveitar o resto da noite.”

Darcy a arrastou para o seu colo. “Agora, Lizzie, o que você acha de recriarmos o resultado final do meu ataque de ciúmes na parede da sala da sua casa? E na mesa também, nós não podemos esquecer da mesa...” Ele queria de todas as formas aplacar a raiva que ele sabia que ela ainda estava sentindo.

***

Sábado no horário marcado, Richard, muito nervoso, entrou no apartamento de Darcy com as mãos trêmulas e suadas. Darcy o levou até a sala onde Elizabeth já estava esperando, segurando as próprias mãos em nervosismo. Eles se cumprimentaram um pouco desconfortáveis. Darcy, não querendo atrapalhar a conversa, pediu licença e saiu da sala os deixando sozinhos. Ele tinha a intenção de ir para a biblioteca, mas não conseguiu ir muito longe. Ele queria estar por perto se Elizabeth precisasse dele. Ele não queria admitir, mas uma parte dele ainda sentia ciúme.

Na sala, Elizabeth e Richard ainda se sentiam desconfortáveis, então, Elizabeth se forçou a quebrar o silêncio entre eles.

“No Éden você disse que queria se explicar, Richard. Eu acho que esse é um ótimo momento.” O semblante dela não entregava nenhuma emoção.

“William me disse o que aconteceu com você depois que eu parti... na Alemanha.” Ele engoliu em seco, sabendo que nada poderia justificar. “Liz... eu... eu sinto tanto... Eu não sabia que eles não tinham garantido que você voltasse para casa em segurança. Eles disseram que iriam cuidar da sua volta. Que você seria protegida até chegar em Londres.” Richard tinha a cabeça baixa, deixando claro o quanto se sentia envergonhado.

Elizabeth riu sem humor. “Eles são pessoas horríveis, Richard. Desculpa, eu sei que eles são seus pais, mas são horríveis.”

“Eu sei e eu não te culpo por pensar assim, Liz... não pense que eu estou aqui para colocar a culpa toda neles. Eu sei que a forma que eu agi foi terrível. Eu fui um covarde.” Ele se apressou a assumir. Ele realmente tinha a maior parte da culpa. Ele era o responsável por ela naquela viagem.

Elizabeth ficou em silêncio olhando para as próprias mãos enquanto Richard continuava a falar. “Liz, eu só quero que você tenha certeza que tudo o que aconteceu entre nós dois na França e na Grécia foi verdadeiro. Tudo o que eu falei para você, tudo o que a gente fez juntos... foi verdadeiro.”

Elizabeth sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. “Obrigada, Richard. Eu acho que eu precisava escutar isso.” Ela levou as mãos rapidamente ao rosto e limpou as lágrimas que escaparam.

“Você... você me perdoa? Eu sei que eu não mereço, mas eu preciso perguntar mesmo assim.” Richard falava com seus olhos marejados.

“Eu perdoo. Eu quero seguir em frente sabendo que aqueles meses não foram importantes só para mim, que não foram uma mentira ou uma brincadeira de mau gosto. Eu amei você e acho que o que mais doía era pensar que eu tinha sido usada pela pessoa que eu confiava.” A voz de Elizabeth era baixa e um pouco rouca, mas ela falava com sinceridade.

Richard, em um impulso, pegou uma das mãos de Elizabeth. “Liz, eu amava você. Eu ainda amo. Eu quero que você saiba o quanto é importante para mim e o quanto significa para mim. Eu nunca me esqueci de você, nem um único dia.”

Darcy se sentiu furioso ao escutar as palavras de Richard, mas se forçou a não interferir. Ele queria socar Richard, mas sabia que precisava manter sua distância. O que ele estava fazendo já estava invadindo a privacidade de sua namorada, ele não queria piorar a situação para ela em um ataque de ciúme.

Elizabeth retirou sua mão das mãos de Richard delicadamente. “Richard... você ama aquela menina ingênua e vulnerável que conheceu na França. Eu não sou a mesma. De certa forma, aquela experiência horrível me ajudou a crescer e amadurecer. Me fortaleceu e me endureceu um pouco. Aquilo moldou o que eu sou hoje.”

Richard olhou para o outro lado, inseguro do assunto que ele queria abordar. “Darcy me disse que você descobriu que estava grávida quando chegou aqui em Londres. Eu fiquei arrasado, Liz. Ter um filho com você seria lindo. Eu queria voltar no tempo e estar ao seu lado quando tudo aconteceu. Quando você descobriu a gravidez e quando você perdeu o bebê. Eu queria ter segurado sua mão e te consolado. Eu sinto muito por você ter passado por isso sozinha.”

Elizabeth sabia que ele falaria sobre isso. Embora ela ainda estivesse um pouco chateada com Darcy, sabia que tinha que falar sobre a gravidez. Ela tinha que deixar tudo para trás. “Eu não passei por isso sozinha. Charlote estava comigo. Naquele momento não parecia o suficiente, mas hoje eu vejo que foi. Charlote foi muito importante na minha recuperação. Eu precisava me ocupar, e ela teve a ideia do Éden. Era um sonho dela e eu tinha acabado de receber o pagamento de uma das indenizações. Eu perdi meu filho, mas da minha dor, nasceu o Éden. Eu não me envolvo muito, deixo tudo com Charlote porque tenho muitos compromissos e Charlote entende da administração do lugar muito melhor do que eu, mas o Éden é sempre motivo de alegrias.”

Richard riu pela primeira vez. “Charlote realmente te protege. Ela me baniu do Éden.”

Elizabeth riu um pouco. “Eu sabia que ela faria isso...” Ela olhou para as próprias mãos antes de continuar a falar. “Quem sabe um dia, Richard, nós estaremos em posição de construir uma amizade e você será readmitido no Éden?”

Richard olhou para ela intensamente, naquele momento, amizade era mais do que ele merecia, mas ele não podia negar que queria mais. “Você ama o William?”

Elizabeth olhou para a porta onde Darcy tinha passado quando a deixou sozinha com Richard e sorriu um pouco, sentindo seu rosto quente e corado. “Muito. Muito mesmo.”

“Eu espero que ele te faça feliz, Liz. Você merece mais do que qualquer outra pessoa.” Richard se levantou, um pouco triste. “Eu acho que está na minha hora... Liz, se um dia você tiver qualquer dúvida, ou quiser conversar sobre qualquer coisa, ou simplesmente precisar de alguém por perto, me procure. Eu sempre estarei disponível para você.”

Elizabeth o acompanhou até a porta, mas antes de sair, Richard parou, novamente se sentindo inseguro com o que iria pedir. “Eu posso te dar um abraço?”

Elizabeth concordou e Richard a abraçou apertado. Ele fechou os olhos e tentou sentir o máximo possível a sensação de ter ela nos braços novamente depois de tanto tempo. Quando ele se afastou, ele tinha um olhar triste no rosto, mas se esforçou a sorrir para ela. “Obrigado.” Então, ele se virou e partiu.

Assim que a porta se fechou, Darcy voltou para a sala. Elizabeth, apesar de estar com o rosto manchado por lágrimas sorriu para ele e arqueou uma sobrancelha. “Quem diria que o grande Sr. Darcy gostava de espionar?”

Darcy ficou corado e desviou os olhos por um momento. “Eu só estava preocupado, Lizzie. Como você sabia que eu estava por perto, protegendo você?”

Elizabeth o abraçou. “Eu já falei, Sr. Darcy, você nunca vai conseguir esconder qualquer coisa de mim.”

“Eu escondi por meses o quanto eu te amo...” Ele sorriu contra o pescoço dela.

“Aquilo foi diferente... eu tinha medo de enxergar.” Ela riu e o segurou ainda mais apertado.

“E você sabe o que eu pretendo fazer agora?” Ele perguntou com um sorriso atrevido.

“Eu me lembro de você falando sobre aproveitar o resto da noite... e então, Sr. Darcy, como você sugere aproveitar a noite? Talvez um filme, ou livros...” Ela provocou com um rosto inocente.

Darcy a puxou em seu colo, colocando as pernas dela circulando sua cintura. “Eu pensei em uma atividade mais revigorante e com bem menos roupas.”

Elizabeth riu e em seguida lhe deu um beijo profundo. “Obrigada por hoje, William. E obrigada por querer me proteger... mesmo que eu saiba que você estava motivado pelo ciúme também.”

Darcy apertou seu abraço. “Eu não queria invadir sua privacidade, Elizabeth. Mas quando se trata de você, eu sou completamente irracional. Eu quero que você seja só minha. Eu nunca fui muito bom em compartilhar minhas coisas, imagina então o amor da minha vida...”

Elizabeth colocou os lábios próximos do ouvido de Darcy. “Me leva para a cama, William, e me ame como só você pode.”

Darcy não precisou ouvir o pedido duas vezes para fazer exatamente o que ela pediu.


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capítulo!!
Diga-me seus pensamentos!!
Bjs


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