História Um Novo Amanhecer - Pesadelo

Deitada na minha cama olhando para o teto pensando na vida que levo.

[...] Ontem fez exatamente dois anos que estou aqui e nunca ninguém veio ver se ao menos eu estou viva [...]

Quando as luzes dos dormitórios se apagam ficando só as dos corredores acessa isso quer dizer que são 22:00hs, nesse lugar sou um relógio humano e pensar que ainda falta  dois anos para começar a ser responsável por mim mesma, já que as esperanças de alguém quer adotar uma adolescente de 16 anos é mínima e nem eu me sentiria bem sabendo que alguma criança esteja perdendo um lar, prefiro aguentar mais dois anos, decido tentar dormi me ajeito na cama...

          Flashback on

Tô saindo da casa da minha tia Lore, avisto minha mãe e saio correndo para lhe abraçar, mamãe está com cara de quem estava chorando penso comigo "o que será que houve", ela retribui meu abraço e nesse momento vejo que tenho apenas 14 anos, solto a mamãe e aceno para tia Lore e entro no carro.

- Oi Papai - o mesmo não me responde, olho pra mamãe tentando entender.

Ela fala para o papai - sua filha falou com vc!!!

Ele simplesmente ignora ela tambem, resolvo não dar bola pego meu celular coloco meus fones de ouvido e ligo o som, nesse momento começa a chover forte fora  me aproximo da janela olhando a chuva cair, não tinha percebido mais papai e a mamãe começaram a discutir e papai começo a acelerar o carro.

- Papai calma o senhor tá dirigindo - falei tirando meus fones mais ele me ignorou de novo.

- Mamãe coloca o cinto pelo menos - falei olha pra ela que estava sem cinto.

Nesse meio tempo o carro derrapa e sai virando vejo de dentro tudo girando, girando minha perna dói eu grito junto com a mamãe, minha cabeça começa a sangrar a última coisa que eu vejo é uma árvore que vem na direção bem onde eu tô sentada...

         Flashback Off

Acordo me batendo na cama gritando, sentindo o suor molhar minha camiseta a criança da cama de baixo se mexe mais não acorda " esse sonho insiste em me perseguir, como seria bom nunca mais ter que dormir", me ajeito na cama fico lembrando da última lembrança que tenho dos meus pais brigando, a última lembrança que também  é meu pesadelo constante mesmo depois de dois anos, não vejo a hora de sair desse abrigo de trocar minha rotina para ver ser eu tenho um pingo de paz, volto a dormir...

Acordo com a claridade das luzes sendo acessas sinal que já são 06:30 da manhã, me espreguiço e desço da cama vejo que a menina da cama de baixo já se levanto pego minha escova de dente e vou pra fila do banheiro espero minha vez de usar a pia, faço minha higiene volto pro quarto guardo minha escova e vou em direção ao refeitório, um grupo de meninos me chamam no canto andei até o bancão peguei minha bandeira e voltei para onde eles estavam, sempre me dei melhor com os meninos daqui que as meninas.

- Vocês três reunidos? Acho que lá vem bomba - disse me sentando na mesa deles com minha bandeira.

- Mais ou menos isso - falou Murillo rindo

-Não pode sair daqui o que vamos te falar Clara - falou o Roger 

Olhei para cada um - Vocês estão me assustando - respondi

- Estamos planejando fugir na hora da Ceia de Natal Clara - falou Eduardo me analisando.

- Está tudo bem, eu vou junto - respondi na mesmo hora. Pensei na oportunidade de ser livre, perdi até o apetite.

- Eu disse que ela ia querer. - falou Murillo.

- Na hora da Ceia todos os guardas que já são poucos entram para jantar é só ficarmos juntos e escondidos no pátio - falou Eduardo mais baixo 

E assim passamos a manhã planejando os detalhes para a fuga que seria dali 3 dias, eu tava ansiosa e com medo ao mesmo tempo...