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História Um Novo Caminho - Segundo Ano


Escrita por: LetyMalfoy

Notas do Autor


Sim, eu sei que demorei, mas foi fim de semestre! Desculpem.

Capítulo 23 - Segundo Ano


            Ron gostava das férias de verão, principalmente nessa em que teve sua família relativamente calma e feliz, porque claro, nada pode ser muito calmo quando os gêmeos moram na mesma casa que você. Sua mãe tinha lhe dado um abraço apertado, seguido de uns puxões de orelha por sua aventura na escola, mas tudo parecia tão perfeito que era quase inacreditável. Ele pôde trocar corujas e chamadas de flú com Harry e Draco, e seu pai o tinha levado para vê-los no Beco Diagonal duas vezes, claro que isso chateou sua mãe, mas nada tirava o sorriso bobo da cara dela. Molly tinha estado perfeitamente alegre e contente todo o verão, tinha se derretido toda para Penélope Clearwater, quando ela apareceu para visitar. Ron por sua vez não tinha gostado de ouvir que ela era a namorada de Percy, seu irmão tinha ficado todo vermelho e gaguejado, mas Penélope tinha rido, e beijando seu rosto, o que só fez com que os gêmeos o atormentassem ainda mais. Ron tinha decidido que não gostava da garota e que ela ia roubar a atenção do irmão dele. Motivo pelo qual ele estava sentado na cama de Percy, mandando seu melhor olhar sly para a menina, que por sua vez o olhava como se ele fosse um bibelô bonito.

- Ele está com ciúmes de você. – Ela disse, sorrindo para Percy.

- Ele não está! – Percy negou, mas logo viu como o caçula erguia uma sobrancelha e cruzava os braços. – Você está?

- Se você namorar não vai ter tempo para mim. – Ron disse. – Por que precisa de uma namorada, afinal de contas?

             Penélope olhou com pena quando Percy pareceu realmente pesar as palavras do irmão, ele precisava de uma namorada para enganar a mãe. Ela tinha feito a proposta quando ele se abriu e contou do inferno que passava só por ser quem é, ela não achava que era a solução, mas pelo menos isso deu a ele um ano tranquilo e boas férias. Penélope gostava imensamente do prefeito, e resolveu que ia conquistar Ron também, ela tinha feito amizada com Percy-cara-azeda-Weasley, o menino não poderia ser pior, poderia?

- Ah, não seja bobo! Eu não sou uma namorada grudenta! Eu e Percy ficamos juntos esse ano e não te atrapalhou, não é? – Ela disse, tentanto ajudar.

- Você não me contou sobre isso?! – Ron perguntou ao irmão, parecendo magoado.

- Não te contei porque é uma mentira. – Percy disse.

              Penélope quase caiu da cadeira quando ouviu o amigo dizendo isso.

- Percy! Ele é só uma criança, não vai entender…

- Ele é um slytherin, vai entender.

            Ron olhou vitorioso para ela, que sacudiu a cabeça em negação.

- Penélope é minha amiga, ela se ofereceu pra fingir ser minha namorada, é só uma encenação, somos amigos, mas agora todos pensam que namoramos.

- Por causa da mamãe. – Ron disse, captando a situação. – Jogada inteligente.

- Não pode contar para ninguém. – Penélope disse, séria.

- Eu sei, não sou um leão fofoqueiro. – O menino disse, parecendo ofendido. Logo, muito formalmente se levantou e foi até a amiga do irmão. – Obrigada por ajudar meu irmão, teremos uma dívida com você.

  Penélope riu e apertou as bochechas do caçula dos meninos Weasley.

- Ele é tão fofo, tem certeza que é seu parente? – A garota brincou com Percy.

            O Weasley mais velho mostrou-lhe a língua.

- Não fique apertando o menino, ele não é um bebê. Não ligue para ela, Ron, garotas são assim mesmo.

- Eu sei, tem algumas meninas em Slytherin que vivem querendo apertar o Draco, mas às vezes elas fazem isso comigo também, dizem que me acham lindo quando estou estudando.

- Ou quando fica todo sério e compenetrado jogando xadrez. – Penélope disse, piscando-lhe o olho. – Você vai arrasar corações quando crescer.

            Ron corou, ficando da cor de seus cabelos, Percy franziu o cenho, ele não tinha pensado em quão rápido seu irmão estava crescendo.

X~X~X

 

Harry e Draco estavam brigados de novo. Os dois estavam olhando feio um para o outro na mesa, Lucius não gostou nem um pouco disso.

- Qual é o problema de vocês, agora? – O loiro questionou.

- Harry está bravo porque contei sobre o Dobby. – Draco disse. – Ele me chamou de fofoqueiro.

Remus e Lucius olharam para o moreno, que se encolheu.

- Eu me desculpei, e não estou bravo com ele. – Era uma mentira fraca, e o menino cedeu, sob o olhar férreo dos pais. – Eu estou, mas ele não tinha que ter colocado o Dobby em encrencas.

- Harry, um elfo doméstico que usa magia contra seu amo não é só uma raridade, é perigoso. – Lucius disse, calmamente. – Foi por isso que o libertei.

- Ele não tentou me machucar, ele só estava fazendo truques para me impedir de ir pra escola. – Harry disse, com pena do elfo. Na hora em que Dobby começou a bagunçar seu closet e sujar os castiçais que ele tinha polido para que seus pais aumentassem seu castigo, ele tinha ficado irritado, mas não a ponto de querer o elfo livre e infeliz.

- Ele te trancou no quarto também, e quando eu tentei te ajudar ele quase me atacou! Pra isso você não liga. – Draco reclamou, cruzando os braços.

- Oh, é claro que eu ligo! Eu só acho que ele estava meio maluco, ficou falando sobre ser muito perigoso eu voltar pra escola. Elfos ficam loucos? – O menino perguntou, com cara de confusão.

- Eu não sei Harry, mas a maior parte dos elfos não fica feliz quando está livre, talvez Dobby seja mesmo uma raridade entre sua espécie já que ficou encantado com a ideia de ser livre. – Remus disse, entendendo os sentimentos de Harry, mas inteiramente de acordo com Lucius. – E Lucius tem razão Harry, um elfo que usa sua magia contra os amos não pode permanecer na família.

- Por que não? Não pode mandar membros da família embora porque fazem besteiras às vezes. – Harry disse, amuado.

            Remus e Lucius trocaram um olhar de compreensão.

- Harry, suas explosões de magia não são como o que ocorreu com o Dobby. Ele é um elfo doméstico, ele tem ordens para te proteger e ao Draco também, como quer que confiemos nele depois de ameaçar os dois? – Remus perguntou, apelando para o forte protecionismo do moreno em relação a Draco.

            Harry parou para pensar nisso por um momento, Lucius esticou o braço e acariciou seus cabelos.

- O que seu pai está tentando dizer, meu querido, é que a segurança de vocês vem primeiro. Sei que gostava do elfo e acredite, vou levar os alertas dele em consideração, mas não posso ter dentro de casa e perto de vocês alguém que não posso confiar. E você vai crescer e treinar mais, logo não terá mais explosões de magia.

- E se eu machucar algum de vocês? – Harry perguntou, temeroso.

- Eu me transformo num lobisomem Harry, você me odeia por isso? – Remus perguntou.

- Claro que não! Não seja tonto.

            Lucius deu um risinho da resposta do moreno.

- Muitos magos na nossa sociedade pensam que sou perigoso e que deveria estar trancando numa jaula ou coisa assim. Mas Lucius me ama e me aceita como eu sou, mesmo que haja um risco de machucá-lo algum dia. Eu aprendi a controlar minha magia animal, você vai aprender a controlar a sua.

- Provavelmente vai conseguir outra cicatriz no meio do caminho, mas isso é normal em alguém tão desastrado. – Draco disse.

            O loirinho soltou um grito indignado quando Harry jogou-lhe um pedaço de pão com geléia no rosto.

- Com a comida não se brinca Harry! – Lucius disse, bravo.

            Draco sorria enquanto via o moreno levar uma bronca sobre modos à mesa e respeito pelo alimento.

X~X~X

            Narcissa geralmente gostava de levar seu filho e Potter para comprar o material escolar no Beco Diagonal, ela só não gostava de voltar com um olho roxo e a moral no chão.

- Não sabia que gostava de lutar como os trouxas, Cissy, querida. – O quadro de Abraxas disse, ao vê-la na mansão.

- Nem morto você me deixa em paz, vá para o inferno, que é onde pertence. – Ela resmungou.

- Oh, estamos muito violentos hoje, o que pretende fazer? Socar e arranhar meu quadro? – A figura do patriarca provocou.

- Não seja malvado, vovô. Mamãe brigou com Molly Weasley, a mulher estava sendo uma… senhora muito desagradável. – Draco disse, sabendo como a mãe detestava quando era deseducado.

- Está tudo bem, querido. Pode dizer que ela estava sendo uma vaca. – Narcissa concedeu, sorrindo.

- Pare de ensinar meu filho a ser um mal educado. – Lucius disse, chegando na sala com uma cara nada amigável.

- Mas a mãe do Ron estava sendo uma vaca! Ela chamou Draco de pequeno vagabundo sedutor! – Harry disse, irritado, tapando a boca logo em seguida por ter repetido o insulto.

- ELA DISSE O QUÊ?! – Lucius gritou.

- Mamãe disse que ela estava ficando louca, e deu uns sopapos nela. – Draco disse, com orgulho. – Eu não sabia que mulheres podiam brigar desse jeito.

            Lucius sorriu.

- Elas podem ser terríveis. Venha Cissy, vamos colocar um pouco de artemísia no seu rosto. – Lucius pediu, agarrando sua mão com carinho.

            Quando estavam longe dos meninos, indo rumo aos laboratórios ela resolveu perguntar:

- Não estamos brigados ou qualquer coisa assim?

- Não quando você está entrando em brigas com a Molly Weasley. Essa cretina realmente chamou nosso menino daquilo?

- Sim. Aquela mulher está ficando realmente louca, deveria estar internada. – Narcissa disse, franzindo o nariz. – Ela começou a fazer um escândalo quando viu Draco sorrir para o Ronald, ele só sorriu e ela começou a soltar suas loucuras sobre ele ser um desviado tentando seduzir seu filho, quando ela começou a falar em termos mais grosseiros tive que fazê-la se calar. Não pude usar a varinha porque tinha muita gente na livraria.

- Acho que vou fazer uma visita aos Weasley. – Lucius disse, sombriamente enquanto passava o unguento no rosto da ex-esposa.

- Deixe isso para o lobo, não quero ter que pagar sua fiança. – Ela brincou.

- Oh, você realmente não conhece Remus, ele só teria arrancando os olhos daquela harpia se a ouvisse falando assim do Draco. – Lucius disse, sorrindo. – Coisa de lobo.

            Narcissa sorriu também, não lhe era desagradável a ideia de deixar o lobo dar um jeito na mulher.

- Ela fala como se odiasse os portadores, como se eles fossem sujos ou inclinados a devassidão, e nem sabemos se Draco vai manifestar o dom. Os meninos são tão novos, nem começaram a pensar em sexo… certo? – Ela perguntou, assustada.

- Não, eles ainda preferem vassouras rápidas e quabribol. Já tivemos aquela conversa desagradável sobre como funciona a coisa, mas eles estavam achando mais nojento que interessante.

- Bom… sinto pena pelo garoto Weasley. – Narcissa disse. – Eu até que gosto dele.

- Com uma mãe daquela é de se ter pena mesmo. – Lucius disse. – Mas ele logo volta para a escola e para nosso filho sedutor. Esses dois não se desgrudam no colégio.

- Aposto que os dois vão namorar. – Narcissa disse. – E eu gosto do casal.

- Mesmo que seja um traidor do sangue? – Lucius provocou.

- É um Slytherin puro-sangue, e que lambe o chão que o Draco pisa, é o que interessa. – Ela disse, dando de ombros. – Não quero que ele seja coagido como nós fomos, gostaria que Draco se apaixonasse, e Ronald já tem seu coração.

- Harry também, penso que vai algo interessante de se ver. – Lucius apontou.

- O menino Potter já representa muito perigo como irmão, nem pense em fomentar uma relação entre os dois. – Narcissa, disse, olhando feio. – Ronald é um doce e perfeitamente adequado.

- E sobre deixar Draco deixar fazer suas escolhas? – Lucius zombou, cruzando os braços.

- Ele pode escolher, desde que aprovemos. – Ela disse, sorrindo brilhantemente. – E vamos lá… não quer ver a cara da Molly Weasley se os dois se casam?

            As risadas do antigo casal podiam ser ouvidas pela mansão por um bom tempo enquanto conjecturavam sobre o casamento fictício de seu filho com Ronald Weasley.

X~X~X         

            Draco não tinha ideia de como ajudar. Ron estava parecendo muito chateado.

- Meus pais vai me matar. – O menino reclamou.

- Por quê? Não é como se você tivesse quebrado de propósito. – Draco disse.  

- Eu fui o idiota que saiu com os gêmeos no carro voador para te pedir desculpas e que acabou quebrando a varinha. – Ron disse, chateado.

            Draco se sentia muito mal. Ele tinha resolvido não escrever para o amigo com medo de que fosse encrecá-lo com Molly se ela visse as cartas, mas em vez de esperar pelo retorno para a escola Ron tinha entendido que ele estava bravo por causa da briga na livraria. A carinha chorosa do caçula tinha feito com que os gêmeos o levassem a Malfoy Manor com o carro voador do pai deles, que aterrisou bem mal devido as proteções da mansão e resultou na varinha quebrada de Ron. Suspirando, o loiro abraçou o amigo.

- Papai Remus vai falar com seu pai, e amanhã vamos para a escola, não pode ser tão ruim assim.

            Foi bem ruim, Arthur tinha lhe dado a bronca de sua vida, que o fez sentir-se mal e chorar, ainda mais quando o pai o lembrou de que não tinham dinheiro para gastar com varinhas sobressalentes, e que estava decepcionado por Ron ser tão descuidado com coisas que custavam seu trabalho. Ron terminou dormindo com Percy depois de chorar e soluçar por um tempo, os gêmeos tinham levado uns sopapos pela irresponsabilidade, mas o pior para Ron tinha sido o olhar feroz de sua mãe, que disse que tudo era culpa de Draco e sua perversão. O ruivinho começava a ficar com muita raiva dessa atitude da mãe.

X~X~X

 

- Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos. – Draco começou a declamar, fazendo Harry fazer uma careta e Ron rir.

- Teus cabelos, negros como um quadro de aula. – O ruivo continuou.

- Ah, parem com isso! Estão com inveja porque Ginny gosta de mim, e é sua irmãzinha Ron, não devia zombar.

- Eu não sou burro, estou zombando de você, não dela. Eu não zombaria da caçula dos Weasley, ela tem Fred e George enrolados em seu dedo mindinho, eles acabariam comigo. – Ron disse, sério. – Sério, amigo, você não quer entrar na lista negra da Ginny, ela é uma rainha do mal.

- Oh, como Draco fez, você quer dizer? – Harry provocou, mas o loiro só sorriu de lado.

- Ele não precisa se preocupar com os gêmeos, eles tem negócios. – Ron contou a Harry.

- Que tipo de negócios? – Harry perguntou, desconfiado.

- Ah, você vai saber em seu devido tempo, e vai ser muito melhor que um poeminha mal feiro. – Draco disse, misterioso. – Agora, que tal estudarmos poções que foi para o que você veio em primeiro lugar?

- Acha que Severus vai ser mais legal na prova, agora que ele deu uma surra no Lockhart na frente de todo mundo? – Harry perguntou, esperançoso.

- Ele poderia, se você não tivesse conversado com a minha cobra e feito todo mundo achar que é o herdeiro de Slytherin.

- Isso foi culpa sua! Diga a ele, Ron! – Harry pediu ao ruivo, que se escondeu atrás do livro de poções.

- Eu não vou me meter nisso, melhor começarmos a estudar antes que o faça te expulsar do nosso quarto, ai vai ter que estudar com a Hermione.

            Harry fez um beicinho mas acatou o conselho do ruivo, ele adorava a amiga, mas ela estava massacrando Neville e ele não estava com vontade de se juntar a dupla de estudos forçados, como foram apelidados na Torre, aliás, ele tinha se refugiado em Slytherin porque o clima não estava bom para ele no resto da escola, o engraçado era que os Slytherins eram os únicos que achavam a ideia de um Potter ser o herdeiro de Slytherin uma idiotice, todos eles sabiam que sua família era descendente de Gryffindor.

X~X~X

            Algumas vezes Ron se esquecia de como Draco e Harry podiam ser idiotas, rancorosos e competitivos. Draco tinha superado sua raiva ao ver como o irmão tinha tido permissão para jogar no primeiro ano, por isso tinha treinado arduamente no verão para poder passar nos testes e se tornar o novo buscados de Slytherin. O loirinho mal passou nos testes e foi correndo até seu padrinho para usar a lareira e contar a Lucius e Remus, seu pai tinha ficado tão orgulhoso e alegre por ver o filho tão animado que tinha encomendado vassouras novas e nem lançadas no mercado para o time todo. Draco tinha ficado extremamente feliz, isso é, até que foram treinar e deram de cara com o time da grifinória.  Draco terminou chamando Hermione de geniazinha insuportável e gritando para quem pudesse ouvir que ela não iria ficar com Harry e que deveria parar de agir como uma idiota apaixonada. Ron suspirou ao se lembrar de como tentou enfeitiçar Longbottom e terminou vomitando lesmas por um bom tempo, ele ainda estava enjoado, mas pelo menos Percy e os gêmeos tinham se unido para comprar-lhe uma varinha nova, e Draco tinha ficado com ele na enfermaria o resto do dia.

- Sem fome hoje, Ron? – Theo perguntou, sorrindo. – Não tem sabor lesma.

- Ha-há, muito engraçado. Acha que devemos nos preparar para uma guerra entre nossa casa e os leões idiotas? Todos parecem bem ofendidos pela briga do Draco e da Hermione.

- Ah, os gry são meio idiotas. Quem liga se o Draco falou do cabelo da garota?

- O problema não foi o cabelo, foi que ele zombou do amor dela pelo Potty. – Pansy disse, sorrindo. – Agora todas as garotas a perseguem, francamente, Granger não parece ser de Gryffindor, ela devia enfeitiçar algumas das garotas e resolver isso.

- Quero ver é o negócio se resolver entre Draco e Harry… ai, como sofro. – Ron murmurrou para si mesmo ao pensar em como o loiro ficaria insuportável até fazer as pazes com Harry, o que não ia ser cedo a julgar pelos olhares que os dois estavam trocando.

X~X~X

            Hermione estava preocupada, Harry vinha ouvindo vozes e não queria contar a seus pais, com medo de que achassem que ele estava louco, isso mais o clima tenso na escola por causa da Câmara Secreta estava deixando esse ano escolar um verdadeiro inferno, mais do que Draco Malfoy e suas piadas, ela estava tentada a socar o loiro, mas não fazer algo tão imaturo. Ela estava mais preocupada com o amigo, ela tinha começado a vasculhar os livros em busca de uma resposta para o que Salazar Slytherin poderia ter escondido na escola. O problema era que ela não estava gostando nem um pouco de Harry se sentir responsável pelas paralisias ou muito estressados por ouvir vozes, assim que fez a coisa mais maluca que poderia ter lhe ocorrido e foi até o escritório de Severus Snape.

- Então, senhorita Granger, pretende recordar as funções da linguagem ou vai ficar ai me olhando com olhos medrosos a tarde toda? – Severus perguntou com sua voz rouca.

- Me desculpe, professor. É só que… é Harry. – Ela disse, com olhos brilhando com lágrimas de preocupação. 

            Severus suspirou, Harry e a menina Granger estavam indo para ser mais que bons amigos, Lucius não ia gostar disso nem de brincadeira, mas ele até que gostava dela, o lembrava de Lily, e bem, ela trouxe algumas notícias preocupantes.

            Harry não podia acreditar que Hermione tinha ido falar com Severus, o pocionista o tinha chamado para uma conversa muito séria. Os dois tinham falado sobre como Harry era perfeitamente normal e que havia uma explicação racional para as vozes que ouvia. Severus tinha garantido que ia pesquisar e descobrir o que estava acontecendo, isso tudo com a cabeça de Harry em seu colo e fazendo carinho nos cabelos bagunçados, afinal o moleque estava precisando de contato humano. Claro que todo o clima calmo foi para o espaço quando Longbottom apareceu gritando na sala de aula sobre Granger estar paralisada também, Harry saiu correndo muito antes que Severus tivesse a chance de pará-lo.

X~X~X         

 

            Harry mal podia conter a raiva e as lágrimas quando viu Hermione deitada naquela cama na enfermaria da escola. Era algo horrível de se ver e o fazia mais e mais consciente do fato de que sua vida e as pessoas que ele gostava estavam sempre em perigo. Ele segurou a mão petrificada da menina e ouviu os passos na enfermaria.

- É uma pena que esse tipo de coisa aconteça com jovens inocentes. Você vê, Harry? Isso é o que acontece quando aquele-que-não-deve-ser-nomeado começa a recuperar seus poderes. – O diretor disse, com voz compugida. – Pobre senhorita Granger.

- Mione não está morta e Voldemort não está vivo! – Harry praticamente gritou.

- Ele está voltando, Harry… a pergunta é, vai se juntar a mim para impedi-lo de machucar mais pessoas? – Dumbledore perguntou. – Não pense que seus pais estão a salvo na mansão… Lucius tem a marca, ele é um servo, seu mestre o mataria sem piscar para machucar você. Cabe a você decidir se quer lutar contra ele ou deixá-lo ganhar, Hermione é nascida trouxa, como sua mãe, e ele tentou matar as duas por isso.

            Mesmo com sua pouca idade Harry começava a entender que a preocupação de seus pais com sua segurança era mais do que mero protecionismo, ele vinha lutando contra o mal desde o berço, e enquanto acariciava a mão petrificada de Hermione pensava que não ia deixar idiota nenhum tirar sua família ou seus amigos.

X~X~X

            Lucius estava soltando chispas. Narcissa sabia que não ia atacá-la, mas aquilo era uma raiva que ela não tinha visto em anos.

- Foi você. – Ele disse com voz fria.

- Não, não fui eu. – Ela retrucou tão fria quanto.

- O diário era sua responsabilidade, o Lorde deu-o a você.

- E eu dei-o a McNair porque o Ministério tem alguns aurores me investigando muito de perto, cortesia de Sirius, eu imagino. Eu não sou estúpida, eu sei exatamente como Draco anda pregado com o menino Potter, eu não iria colocar meu filho em perigod mortal. – Ela disse, consciente de que era uma meia verdade, ela sabia que o velho idiota iria usar o diário, mas não tinha ideia de que ia usá-lo numa garotinha de onze anos, pelo amor de Merlin.

- Os dois estiveram cara a cara com o Lorde! – Lucius gritou. – Era seu trabalho manter essa peça segura, por que não o colocou em Gringotts?

- Porque Bella já fez isso com outro item, seu idiota! E pare de gritar comigo, isso não teria acontecido se aquela porcaria de escola fosse segura! Os dois sobreviveram, agora, em vez de descarregar sua raiva em mim, é melhor arrumar um jeito de enfiar algo de juízo dentro daquelas cabeças, ou eu juro que vou dar uma surra nos dois!

            Lucius estava muito irritado para fazer algo mais que grunhir em frustração, mas não lhe passou despercebido que Narcissa falou nos dois, ela gostava de Harry, e ainda podiam puxá-la para o lado deles caso o Lorde realmente voltasse, só que ele ia ter que usar o filho, ele odiava usar Draco para jogos com a ex-esposa.

X~X~X

            Harry começava a pensar que passava muito tempo na enfermaria do colégio. Ele e Draco estavam na cama, as lágrimas da fênix do diretor tinham curando o veneno, mas os dois ainda tinham ossos quebrados, Ron estava ao lado de Ginny, que estava mais em choque que qualquer outra coisa. A atenção de todos estava nos alunos petrificados que acabavam de acordar, Hermione sorriu-lhes.

- O que diabos aprontaram enquanto estive fora? – Ela perguntou.

- Encontramos e matamos um basilisco na Câmara Secreta, eu não estava louco, ouvia ele se movendo pelas tubulações. – Harry disse, sorrindo.

- Oh, e Ron escreveu um artigo para o Profeta sobre como Gilderoy Lockhart é uma fraude e tentou desmemorizá-lo, precisava ver a cara do idiota quando Ron o desarmou, tio Sirius o prendeu por tentar atacar um menor de idade. – Ginny contou, orgulhosa.

- Oh, sério? – Hermione podia ser uma estudiosa, mas ela também tinha suspirado pelo professor fajuto.

- Ah, pelo amor de Merlin, Hermione! O imbecil é uma fraude, pare de suspirar por ele. – Harry disse, com cara azeda.

- Pelo menos ele tinha criatividade para escrever os livros. – Ela disse, provocando o amigo, que bufou e afundou a cabeça no travesseiro, fazendo os demais rirem.

- Pode ficar com o idiota pomposo então.

            Hermione se levantou de sua cama e foi até a de Harry, ela parecia corada, mas determinada, mais ainda quando viu Draco ficar tenso e fazer uma careta. Ela chegou em Harry e segurou o rosto do amigo, olhando diretamente nos olhos verdes.

- Não seja tolo, Harry Potter. Eu gosto mais de você. – Ela disse, beijando-o na testa.

            Ron revirou os olhos e Draco estava com uma carranca, Ginny ainda estava em choque, mas sentiu uma pontada de ciúme, ela deveria ter beijado Harry quando ele a salvou.

X~X~X

            Remus estava muito quieto para o gosto de Lucius. O lobisomem estava sentado em sua poltrona preferida na biblioteca, olhando para o fogo.

- O que ocupa seus pensamentos tão completamente que te impede de me ver usando apenas uma calça de pijama bem na sua frente. – O loiro perguntou, junto a seu ouvido.

- Nosso filhos com tendências suicidas.

- Oh, isso. Eles tem a tendência de sobreviver também, o que aprenderam comigo, é claro. – Lucius disse, sentando-se no colo do lobo.

- Claro. – Remus respondeu, com um sorriso.

- É verdade, a tendência suicida e a falta de juízo é toda sua. – O loiro disse, não gostando do olhar divertido e condescendente do lobo.

- Claro amor, porque é uma grande demonstração de juízo ir até o Ministério e colocar o Ministro sob a mira da sua varinha enquanto exige que tome providências para tornar o colégio mais seguro.

            Lucius corou brevemente, esse não tinha sido um de seus melhores momentos.

- Não tente mudar de assunto, não era nisso que estava pensando.

- Não, na verdade estava refletindo sobre o diário e a possessão no ano passado. Ao que parece ele está num limbo, não está morto, não é um fantasma, mas não pode ficar inteiramente vivo.

- Sim, talvez seja algo que deu errado no dia em que ele atacou os Potter, ninguém sabe exatamente o que aconteceu ali.

- Dumbledore tem uma teoria, ele pensa que a magia de Lily explodiu para proteger Harry, acha que ela se jogou na frente do Avada e seus poderes protegeram Harry. Ele imagina que a cicatriz foi de um segundo feitiço que o Lorde tentou lançar, depois que Lily já tinha morrido, mas por alguma razão, o feitiço rebotou e o Lorde acabou por desaparecer.

- Não totalmente, naquela noite podíamos sentir a marca enfraquecendo, mas ela continuava ali… como uma doença latente pronta para vir à tona.

- Isso é o que me intriga, o Lrode não morreu, ele só desapareceu da matéria física e não passou para o outro lado. Sua alma continua por aqui, mas em pedaços, que deram por aparecer ultimamente, não acha isso intrigante?

- Está pensando numa maneira de antecipar os passos do Lorde. – Lucius disse, interessad.

- Estou pensando numa maneira de afastá-lo de uma vez dos meus filhotes. – Remus disse, rosnando.

- Nossos, os meninos são meus também. Tenho uma boa idéia de quem pode nos ajudar a saber mais sobre esse mistério, mas você não vai gostar.

- Isso tem algo a ver com torturar sua ex-mulher? Porque estou aberto a isso. – Remus não tinha ficado nada feliz ao saber de como Narcissa era ativa nos serviços dos comensais.

- Minha conversa com Narcissa foi deveras esclarecedora… temos que ter uma conversinha persuasiva com McNair sênior, ele foi quem colocou o diário nas coisas da menina Weasley durante a briga de Narcissa e Molly na livraria, ele sabe mais do que aparenta.

- Não gosto da ideia de matá-lo, mas não podemos deixá-lo sair depois de interrogá-lo.

- Vamos levá-lo até o clã de Fenrir, ele tem medo de lobisomens, e Severus pode usar o obliviate depois, ele é muito bom com esse tipo de feitiço.

- Por que não me surpreendo? – Remus perguntou, pensando em como o homem tinha conseguido arrancar informações de Dumbledore e seu bando por anos sem que o velho notasse.

- Porque é bonito e inteligente, motivo pelo qual gosto de você. – Lucius ronronou, com sua mão acariciando descaradamente a virilha do lobo.

- Sério? Pensei que fosse pelo meu pau. – Remus zombou.

- Você sabia? E eu fingindo ser romântico quando poderia ter sido sincero?

            Remus gemeu quando o loiro deu um apertão em sua ereção crescente, era hora de brincar.

X~X~X

            Lucius não podia acreditar que estava numa na mesma reunião que Kingsley Shacklebolt e Alastor Moody, os dois ainda eram parte da Ordem da Fênix pelo amor de Merlin.

- Eu já te disse, Malfoy, pode confiar nos dois. – Sirius disse, de mau humor ao ver como o loiro olhava para seus colegas aurores.

- Claro, porque é ótimo confiar em dois meninos de recados de Dumbledore, aquele que quer enviar seu afilhado para servir de petisco para a cobra do Lorde das Trevas.

- Eu os coloquei sob fetiços de confidencialidade, e os colegas do meu marido não são idiotas o suficiente para ir dar com a língua nos dentes… sabem perfeitamente que posso envenená-los sem piscar. – Severus disse, sombrio.

            Sirius estremeceu.

- Você fica tão sexy quando fala coisas malvadas. – O Auror disse.

            Moddy e Shacklebolt tentaram segurar o riso ao ver como o Auror mais temido da corporação se encolhia ante o olhar feroz de seu marido. Sirius Black podia ter a fama, mas era Severus quem o tinha em rédea curta nesse casamento.

- Oh, pelo amor de Morgana, se concentre vira-lata! – Lucius sibilou.

- Sim, isso serve para você também, amor. – Remus disse, calmamente. – Vamos precisar da ajuda desses dois para nossa missão.

- Que tipo de missão? – Moody perguntou, desconfiado.

- Temos que descobrir o que pudermos sobre Horrocruxes.

            Lucius estremeceu, mas os demais continuaram atentos a explicação de Remus, ele tinha sido único que tinha acompanhado o lobisomem na caça e interrogatório de McNair, o homem não sabia muito, só que o Lorde se mantinha vivo por objetos chamados Horrocrux, não sabia quantos eram nem onde estavam, mas o diário que Harry tinha destruído era um deles, com certeza, se quisessem uma chance de lidar com o Lorde precisavam saber tudo sobre os objetos e destruí-los. Enquanto Severus se prontificava a buscar informações e os três aurores ainda não paravam de murmurar sobre como isso era terrível, Lucius olhava pela janela de Grimmauld Place pensando que no dia seguinte seus filhos estariam de volta, o loiro estava considerando seriamente tirar os filhos de Hogwarts caso não tivessem um bom terceiro ano, porque Merlin sabe que os dois primeiros foram estressantes.

 


Notas Finais


E Então, o que acharam?


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