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História Um novo começo - Meses depois


Escrita por: ElisEli

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 29 - Meses depois


Já fazem alguns meses, e muita coisa aconteceu, Eduardo foi embora da mesma forma que chegou, do nada sem avisar, são tantas coisas que é difícil dizer por onde começar. Letícia e eu descobrimos que eram dois bebês, imaginem a nossa surpresa, pois então a multipliquem por mil e ainda assim não chegariam nem perto, essa sem dúvidas é a melhor surpresa que ela e eu tivemos nesses últimos tempos. Outra novidade também é que para minha felicidade as cartas misteriosas pararam, bom, haviam parado.

Quando descobrimos que seriamos pais de dois bebês a Lety tinha apenas dois meses, os enjoos nessa época eram frequentes e a Letícia passava muito mal, com os meses isso foi passando e então ela completou quatro meses e aí veio mais uma surpresa, seríamos pais de duas meninas, meus pais e meus sogros vibraram de alegria, foi tão feliz quanto nosso casamento, foi algo simples logo assim que Márcia e Otávio voltaram da lua de mel, como descrever? Foi... mágico, meu casamento com ela foi como se estivesse em um sonho, ver a Letícia entrar de branco naquela igreja, a barriguinha destacada de seis meses mostrando o fruto do nosso amor, o sorriso dela emocionada ao lado do pai, o meu grande sogro que segurou as lágrimas até entrar a filha, o apoio dos meus pais enquanto já não conseguia mais segurar minhas lágrimas, os meus amigos, nossa família.

Sem dúvidas esse dia está gravado em nossos corações, assim como cada momento que vivi com a Lety até hoje, ainda é como se fosse o dia do nosso casamento, ela no altar me olhando de canto tentando não chorar, enquanto de vez em quando meus olhares escapavam e olhavam meus sogros, seu Erasmo enxugando os olhos e dona Julieta com um sorriso lindo, meus pais nos olhando orgulhosos, não tem como esquecer, tão especial quanto esse momento é o que estou prestes a viver.

Quando nos casamos Letícia tinha acabado de completar seis meses, e ela estava tão linda, era a mulher mais linda que eu já vi, a barriga crescendo a cada dia, as meninas chutavam a mãe e nos assustavam no meio das noites quando não resolviam dormir, Letícia saiu da presidência assim que Márcia retornou e logo ela saiu de licença, então fiquei sozinho, sem estar ao lado dela a cada minuto do dia, se passavam mais dois meses e ainda não tinha me acostumado a ter que sair e deixar a Lety em casa, por mais que ligasse para ela várias vezes pra saber se ela estava bem, se algo havia acontecido, se ela tinha tomado água, se estava bem alimentada ou se precisava de algo.

Tudo ainda estava muito bem, até que cheguei na empresa após o almoço como todos dias e em cima da minha mesa estava mais uma carta, um envelope preto que quando abri tinha uma carta feita de colagens e uma foto do nosso casamento rasgado ao meio o texto dizia “Você vai se arrepender amargamente por isso”, bastou apenas essa frase pra todos esses meses de paz darem lugar ao medo, mais uma vez estava apavorado e não fazia ideia de quem poderia me querer tanto mal assim. Os dias que seguiram foram difíceis, não podia mostrar pra minha Lety que por dentro estava assustado e com medo, tive que ser forte, por elas. Mas uma vez por semana uma carta voltava a parecer novamente e com elas o meu medo só aumentava, a última dizia “Seria uma pena se ela desaparecesse” e com esse texto horrendo tinha uma foto da Letícia andando pela rua com a mão na barriga, eu sabia muito bem que dia era, foi a última consulta das bebês.  Foi impossível continuar na empresa depois dessa carta, pedi meu afastamento alegando que queria estar com a Lety no fim da gravidez e que queria ajudá-la quando as meninas chegassem, mas no fundo eu só queria não estar mais longe dela e me sentindo incapaz de protegê-la.

Faltavam apenas três semanas para o nascimento das meninas segundo o médico, passei cada minuto ao lado de Letícia, achei que poderia estar exagerando mais então me lembrei das cartas, as cartas que por sinal estavam guardadas em minha sala na empresa bem longe de mim, mas nada tirava cada palavra delas da minha mente, nada me tirava a ideia de que algo poderia acontecer e eu se quer sabia quem era a pessoa que me desejava tanto mal, milhões de ideias passaram na minha mente mas nenhuma pessoa para mim tinha razão suficiente para querer algo assim.

Tudo estava literalmente pronto para chegada das meninas, a nossa casa estava preparada, o quartinho delas, cada centímetro daquele lugar estava adaptado pra esse momento, mas aqui dentro, aqui no fundo eu ainda sentia esse misto de medo e ansiedade, eram mil questões, e se eu não for o pai que elas precisam, se eu não conseguir nem as proteger, são esses ‘e se’ que estão me deixando extremamente exausto.

Existiam alguns momentos que eu me esquecia das dúvidas, dos meus medos, das cartas e esses momentos eram quando via a Letícia deitada cochilando com a mão no ventre, era bem difícil dormir naquela altura da gravidez e quando ela conseguia era bom eu não fazer nenhum barulho, então eu a olhava ali da porta do nosso quarto e confesso, essa visão era magnifica, mesmo que a Letícia estivesse cansada, ela estava tão linda. Podia passar horas ali, somente observando ela dormir, me trazia paz e um conforto imensurável, quando saí da porta do quarto fui para sala e no caminho passei pelo quarto das meninas, pintado em tons de lilás, rosa e verde, com dois berços e duas cômodas, era apenas isso, mas já conseguia me imaginar indo ali a noite quando elas chorassem. Quando enfim me sentei no sofá ou vi um som vindo do nosso quarto então logo me levantei e assim que cheguei na porta vi que Letícia havia se levantado, ela estava curvada e o chão com uma poça.

– Fernando – Ela disse me olhando assustada – Minha bolsa estourou – Ela disse com a mão na barriga e uma leve expressão de dor.

– São as contrações? – Perguntei fazendo ela se apoiar em mim – Vou te levar pra maternidade – Disse saindo do quarto com ela.

Não demorou muito para deixarmos o apartamento, a levei pro carro e peguei as malas rapidamente, nunca dirigi tão rápido e com tanto medo ao mesmo tempo, quando finalmente chegamos na maternidade Letícia foi levada em uma cadeira de rodas, estava logo atrás dela, mas tive que ir me preparar para assistir o parto, assim que entrei no quarto dela encontrei a Lety se apoiando na cama claramente com dores das contrações, fiz ela segurar minhas mão e vez em quando ficava atrás dela fazendo massagem nas costas dela, ela foi para o chuveiro, para uma banheira, ficou em cima de uma bola de ginastica para conseguir dilatar e vez em outra voltava a se apoiar na cama e fazer leves agachamentos. É definitivamente a Lety era a mulher mais forte que já conheci, ela estava sofrendo, com dores e contrações para trazer nossas filhas ao mundo e quando chegou o momento ela continuou sendo forte, eu vi e incentivei para que ela tivesse força e ela teve! As 21:12 Letícia deu à luz a Bia e 21:18 Isa chegou ao mundo, nossas meninas que nasceram rosadas e com choros fortes, eu.... bom, não me contive, chorei e agradeci aos céus por essa dádiva, estava radiante, era o melhor momento da minha vida e a Letícia estava bem, ela viu nossas filhas nascerem mesmo com toda dor do parto. Os médicos fizeram seus trabalhos grandiosamente, e logo Lety foi mandada para o quarto, um pouco aérea por causa de um medicamento, mas ela estava ansiosa para que as meninas chegassem logo e ela pudesse vê-las com mais calma, assim que os dois carrinhos entraram no quarto a ajudei a pegar as meninas, Letícia segurou a Bia enquanto Isa estava em meus braços e essa emoção, é tão difícil descrever o quão feliz estávamos. Nós revisamos o colo, e logo depois ela deu de mamar para elas pela primeira vez, vi a dor quando a Isa pegou o seio, era algo novo. Passamos esse primeiro dia ainda em êxtase, e tudo parecia estranho ainda, até então um estranho bom, mas o destino logo tratou de mostrar que as surpresas não tinham acabado por ali. Tinha chegado o dia em que enfim levaríamos as meninas para casa e Letícia estava animada, a deixei no quarto e antes de sair beijei minhas filhas e minha esposa, precisava pegar o carro e logo voltaria, mas quando o fim, quando voltei para o quarto Letícia não estava mais ali, nem as meninas, corri para recepção e eles disseram que ela tinha saído bem pouco depois de mim.

– JÁ FAZEM DUAS HORAS! EU QUERO SABER ONDE ESTÁ A MINHA ESPOSA E AS MINHAS FILHAS!!! – Gritava enquanto procuravam nas imagens da câmera de segurança – Para essa imagem – Pedi encarando a tela – Aproxima um pouco por favor – Voltei a pedir – Carla? – Disse sem acreditar no que via.

Mas era ela, Carla Santiago dirigindo o carro em que Letícia entrou com as meninas. 


Notas Finais


Continua...


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