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História Um novo mundo, um novo começo - Refém


Escrita por: _missedalways

Notas do Autor


Oi, oi, oi! Tudo bom?
Boa leitura <3

Capítulo 59 - Refém


Fanfic / Fanfiction Um novo mundo, um novo começo - Refém

Eu fui arrastada por aqueles estranhos para longe de Daryl e do corpo de Ann. Os caras seguravam firme os meus braços e praticamente me obrigavam a caminhar ao lado deles. Foi um longa e silenciosa caminhada rumo até onde provavelmente era onde eles moravam.

Modéstia parte, não passava nem perto do nível de Alexandria.

Quando chegamos, paramos em frente à um portão que eu facilmente conseguiria pular; os muros eram decadentes, segurados em pé apenas por toras visivelmente podres; as casas eram pequenas e mal cuidadas, com buracos enormes onde com certeza passaria uma pessoa sem problemas; as pessoas que viviam ali pareciam não tomar banho há um bom tempo e tinham uma aparência rústica, com cara de quem mataria você por qualquer motivo. 

Eu fui levada até os fundos da comunidade e jogada dentro de uma sala onde havia uma cadeira bem no meio. As paredes estavam sujas do que parecia ser sangue e não havia nenhuma janela. Depois de um longo tempo, uma mulher alta, de cabelos castanhos usando um sobretudo de lã branca encardida entrou na sala acompanhada pelas outras duas mulheres que cercaram eu, Daryl e Ann na floresta. 

Eu me desencostei da parede e parei de braços cruzados encarando-a, que me olhava com um ar de superioridade, mexendo sua cabeça de um lado para o outro, fazendo seu pescoço estralar.

- Então, você é a coisinha desprezível que os rapazes trouxeram, não é? - ela disse e eu semicerrei os olhos, sem parar de encará-la - eu me chamo Noora. Noora Stempey. Você deve ser… - ela parou de falar e eu não respondi - ah, não sabe falar? Não tem problemas. Você pode desenhar o mapa de como chegar em sua comunidade então, o que acha?

- Pra quem disse ser pior que os Salvadores vocês são bem, como é que se diz mesmo, dignos de pena? - falei e ela pareceu ficar irritada por um segundo, mas sorriu ironicamente em seguida.

- E você vivia do quê? Fazendo piadas? Você sabe que sua única chance de sair daqui é nos levando até sua comunidade, não sabe?

- Bom, vai ter que se acostumar a me ver aqui então.

- Tenho todo o tempo do mundo - ela disse e se virou para uma das mulheres - siga o protocolo.

Ela assentiu e saiu.

A outra mulher que estava ali me olhou, apontando o rifle para mim.

- Tire suas roupas - ela disse.

- Desculpe, sou hétero - respondi e ela me olhou, furiosa.

- Nós queremos suas roupas. Tudo.

- Tá falando sério? - falei e ela ergueu a arma na altura de minha cabeça, olhando pela mira.

- A roupa. E as botas.

Suspirei e tirei toda a minha roupa, ficando apenas de roupas íntimas e meias. A segunda mulher pegou-as e saiu da sala, voltando logo depois, com uma calça de malha branca, um tênis velho e uma camiseta de manga comprida branca com um “X” vermelho no meio, os quais ela jogou no chão, em frente à mim.

- Vista - ela disse e saiu da sala, deixando-me sozinha.

Olhei para aquelas roupas no chão e passei a mão pelo meu rosto, suspirando novamente. Peguei as roupas e as vesti, calçando os tênis depois. Eu terminei de amarrar os cadarços e a mulher entrou novamente, fazendo sinal para que eu sentasse na cadeira. Eu obedeci e ela pegou um pano, amarrando em meu rosto para que eu não pudesse falar. Ela pegou meu braço e me arrastou para fora, onde Noora me esperava.

- Pronta? - ela disse e me olhou de baixo para cima - vamos dar um passeio.

Eu segui ela pela comunidade, sendo vigiada por dois homens armados o tempo todo.

- Então, garota, como você não é de falar muito - ela zombou olhando para mim - eu vou explicar como as coisas funcionam aqui. Eu comando tudo isso. Essa comunidade começou do nada e eu guiei para chegar onde chegamos hoje - “não adiantou muito”, pensei - mesmo assim, nós perdemos muito para os Salvadores. Eu perdi meu marido, várias pessoas perderam irmãos, mães, pais, filhos, amigos e o que mais você pode imaginar. E eu pensei: se eles podem fazer isso, por que eu também não posso? Veja você, usava roupas boas, boas armas, não aparentava estar passando fome e estava limpa. Isso significa que você vem de um bom lugar - ela disse e eu bufei - que tem uma boa base e nós queremos isso. Nós precisamos disso. Tá vendo o Jarrod aí? - ela disse apontando para um dos caras que estava de vigia - ele pegou Aids, antes mesmo do mundo mudar. Os remédios acabarem e vocês parecem ter um bom suporte para alguém assim. Então, nós queremos o que vocês têm. Vocês são espertos. Vão se virar de novo. Mas nós? Nós merecemos isso. E você vai nos dar. E enquanto você se recusar a fazer isso - ela disse e puxou meu cabelo, fazendo minha cabeça bater contra a parede da casa que nós estávamos próximas - eu vou fazer você passar os piores dias da sua vida aqui - ela me soltou e voltou a andar, fazendo sinal para que eu a seguisse - Jarrod - ela disse e o cara segurou meu braço, amarrando minhas mãos atrás de meu corpo, empurrando-me em seguida para que eu voltasse a andar - nós vamos começar sua estadia aqui em grande estilo. Matthew - ela disse e o outro cara abriu a porta de uma casa - você tem a noite toda. O último não conseguiu, mas acho que você é durona o bastante pra isso - ela disse e me olhou, acenando para Jarrod, que me empurrou para dentro da casa.

A porta foi fechada atrás de mim e uma música começou a tocar. Eu olhei em volta e tentei achar a fonte do barulho, mas não encontrei nada. Havia mais um cômodo no lado esquerdo da casa. As janelas estavam bloqueadas por várias madeiras eu conseguia ver apenas pequenos raios de sol passando pelas frestas e refletindo no chão. 

Não havia nada além das paredes sujas e velhas da casa. Eu comecei a sentir um cheiro estranho e andei para o outro cômodo. Foi quando eu vi cerca de cinco zumbis devorando um corpo no chão. Eu olhei para a onde deveria estar a porta do cômodo, mas não achei nada. Eu recuei lentamente, sem fazer barulho e olhei em volta, procurando alguma coisa para que eu pudesse usar como arma. Mas não havia nada. E pra ajudar, minhas mãos estavam presas.

Olhei para as janelas e senti meu coração começando a acelerar. Os zumbis iriam terminar de devorar aquele corpo alguma hora e viriam atrás de mim. Eu precisava me defender. Eu não iria morrer, não aqui.

Olhei para as madeiras pregadas nas janelas e deitei-me no chão, logo abaixo delas, colocando meu pé na fresta e fazendo força para que ela se soltasse da parede. Creio que demorei cerca de cinco minutos até que eu conseguisse fazer com que ela se soltasse, caindo no chão.

“Certo, Brooke, você precisa se soltar”, pensei comigo mesma e comecei a mexer minhas mãos freneticamente, tentando deixar o nó mais frouxo. Olhei para o outro cômodo e vi um zumbi começando a rastejar em minha direção, provavelmente ele havia escutado o barulho da madeira batendo no chão. Comecei a puxar minhas mãos e girá-las para que saíssem do nó. 

Quando eu finalmente consegui me soltar, peguei a madeira do chão e bati contra a cabeça do zumbi, que caiu para o lado e, logo em seguida, enfiei a madeira na cabeça dele. Eu comecei a assobiar para chamar os outros zumbis, já que apenas o barulho da música não estava sendo o suficiente para atraí-los. Matei-os um a um, facilmente.

Olhei em volta e joguei o pedaço de madeira ensanguentado no chão, sentando-me no canto do cômodo. Puxei o pano da minha boca e olhei meus pulsos, que sangravam levemente devido à força que eu fiz para me soltar. Fechei meus olhos e suspirei, ainda com meu coração batendo forte. E, provavelmente, aquilo era só o começo.

 


Notas Finais


:s


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