Capítulo 3
Minha nova vizinha
Emma percebeu ao observar o caminho que estavam indo, que a mulher que ajudou ia morar no mesmo bairro que ela, quando chegaram na rua da casa ficou completamente surpresa, era a rua da sua casa.
— A sua irmã vai morar nessa casa? — Disse assim que Zelena parou o carro.
— Sim, por que a surpresa?
— A minha casa é essa da frente, então foi ela que comprou a casa dos Santinos meus antigos vizinhos. — Emma falou surpresa.
— Que incrível coincidência, vocês morarem enfrente uma da outra. Que bom, assim vai ser mais fácil quando eu vim pegar o Henry. — Zelena estava surpresa com a coincidência da pessoa que ajudou a sua irmã ser justo a sua nova vizinha.
— Sim, e eu vou continuar vendo ele, não é garoto? — Henry concordou com a cabeça. — Claro se a mãe dele permitir.
— Isso é verdade, a mãe dele é muito ciumenta. — Os três riram. — Então vamos pegar o que ele precisa e você o leva para a sua casa. Por favor cuida bem dele, ele é tudo para a minha irmã. Depois vou pedir um Uber e voltar para o hospital, quero chegar antes de sair o resultado dos exames que vão fazer nela.
— Não se preocupe eu vou cuidar bem dele, vou te passar o meu número e você me mantém informada e eu te informo de como ele está.
— Perfeito. — Zelena concordou.
Depois de deixar as coisas da irmã que recuperou do acidente e arrumar uma pequena mochila com as coisas necessárias para o sobrinho, Zelena voltou para o hospital e Emma foi para a sua casa acompanhada de Henry.
ღღღ
Ao entrar em casa Emma foi recebida pela sua mãe que estava preocupada com a sua demora. A filha não costumava chegar tão tarde em casa.
Mary era dona de uma franquia de loja de brinquedos, sempre foi apaixonada por crianças, por isso quando engravidou de Emma, o que não foi fácil porque precisou passar por um tratamento, foi a sua maior alegria, sempre quis ser mãe e a chegada da filha só fez ela se sentir a mulher mais feliz do mundo. Emma é a adoração dos pais, superprotegida. O seu pai David, que é um excelente advogado, é super ciumento, protetor e sempre faz de tudo pela filha.
— Filha por que você demorou tanto? Mandei mensagem e liguei pro seu celular e não me atendeu, estava com o coração na mão de preocupação. — Mary falou em um só fôlego, estava tão preocupada que nem se deu conta de que a filha entrou em casa acompanhada de uma criança, quando percebeu não perdeu tempo. — Quem é esse menino? — Perguntou intrigada.
— Oi mãe, não vi as mensagens e não atendi as chamadas porque fiquei sem bateria, desculpa não ter avisado que iria me atrasar, o caminho pra casa foi uma loucura. Esse é o Henry filho da nossa vizinha. — Emma falou rápido, era muita coisa para explicar para a sua mãe.
— Oi Henry, eu me chamo Mary Margareth sou a mãe da Emma. — Mary se apresentou ao menino, que aparentava estar cansado.
— Oi. — Henry falou timidamente.
— Por que ele veio com você e a essa hora? — Mary perguntou intrigada. Já era mais de meia noite e a filha aparece em casa acompanhada do filho da vizinha que ela nunca tinha visto.
— Te explico depois, é uma história um pouco longa. — Emma estava preocupada com o menino que estava cansado. —Quer comer alguma coisa antes de dormir? — Perguntou para o Henry.
— Não estou com fome, estou cansado. — Henry respondeu coçando os olhos e bostejando.
— Você vai dormir no quarto de hóspedes que fica ao lado do meu quarto. Se você precisar de alguma coisa é só me chamar, tá bom?
— Sim, tia a minha mãe vai ficar boa logo? — Henry pergunta com os olhos cheios de lágrimas. Emma achou fofo ser chamada de tia pelo menino, ela assim como a mãe, amava crianças.
— Claro que sim meu amor, ela vai ficar boa e logo vai estar aqui com você, não fica triste, ela não ia gostar de te vê assim. — Emma tentou consolar o menino lhe dando um abraço.
Emma sobe as escadas com Henry indo em direção ao quarto, depois de arrumar o menino e o colocar na cama, desce para encontrar a sua mãe na cozinha que tinha ido fazer um chá.
— Agora você vai me explicar o que está acontecendo. — Mary falou assim que a filha entrou na cozinha.
Emma se sentou de frente para a mãe e começou a explicar tudo o que havia ocorrido desde o momento que encontrou Henry, até chegar em casa. Mary ficou surpresa com toda a história contada pela filha.
— Estou impressionada com tudo o que me contou. Pobre Henry, agora entendo o porquê dele estar tão triste, tão pequeno e já passando por isso. — Mary assim como a filha ficou encantada pelo menino que mesmo mal falando com ela, parecia um anjo de tão meigo.
— Sim, ele ficou inconsolável, não queria sair do hospital, queria ficar com a mãe.
— É compreensível, ver a mãe desacordada e sangrando deve ter assustado muito ele.
— Como a tia dele que é médica vai ficar no hospital cuidando da irmã, me ofereci para ficar com ele até ela poder vir buscá-lo. — Emma explicou para a mãe.
— Incrível a coincidência deles serem justamente os nossos novos vizinhos. — Mary comentou.
— Sim, também fiquei surpresa com a coincidência. E o papai, quando volta de viajem? — David viaja muito a trabalho, dono de vários hotéis e resort no Brasil e em alguns países, ele sempre faz questão de se reunir com os gerentes para se atualizar de tudo que acontece nos seus hotéis e resort, além de possuir uma sede da sua empresa em São Paulo.
Emma cresceu em uma família de empresários muito bem-sucedidos, por isso contou com todo o apoio deles quando decidiu abrir o seu próprio restaurante depois de voltar de Paris onde estudou gastronomia, mas sempre procurou ser mais reservada com relação a mídia, por isso para as premiações de melhor restaurante e chef de cozinha do ano sempre mandou alguém lhe representando.
— Amanhã, acredito que pela tarde. — Mary respondeu.
— Mãe acho melhor irmos dormir, hoje o dia foi muito cansativo.
— Sim você tem razão. Boa noite, filha.
— Boa noite, mãe.
Para Emma foi muito difícil conseguir conciliar o sono. Ela não conseguia tirar a imagem de Regina da sua cabeça. Aquela mulher morena com um rosto lindo mesmo naquele cenário do acidente, estava tirando o seu sono, ela imaginava qual seria a cor dos seus olhos, o som da sua voz, o seu sorriso. Quando percebia que estava pensando demais em uma mulher que tinha visto apenas uma vez na vida e que nem sabia o nome, tentava focar em outra coisa, mas esqueceu totalmente que a pessoa em quem ela deveria pensar e sentir algo não havia mandado mensagem e nem ligado o que era muito estranho pois ficou de fazê-lo, quando estava quase conseguindo dormir, ouviu alguém batendo na porta, se levantou e foi ver quem era.
— Henry, o que você faz acordado? — Emma pergunta ao menino parado em sua porta com cara de sono.
— Tive um pesadelo, sonhei que a minha mãe não acordava mais. — Henry fala com lágrimas nos olhos que era de partir o coração.
— Isso não vai acontecer querido, ela vai acordar e voltar pra você. — Emma tenta consolar o garoto. — Você quer dormir aqui comigo?
— Sim. — Henry entra no quarto e espera Emma fechar a porta.
— Vamos deitar, você vai ver que quando acordarmos a sua tia vai nos dar boas notícias sobre a sua mãe. — Emma diz caminhando em direção a cama. — Vem querido se deita aqui do meu lado e vamos pedir pra Deus cuidar da sua mamãe.
A noite foi longa para Emma, Henry estava inquieto, acordou várias vezes durante a noite sentindo saudades da mãe. Era nítido como ele era muito apegado a mãe. Emma pela manhã teria que pedir para Ruby que era o seu braço direito no restaurante e sua melhor amiga, para cuidar de tudo no trabalho porque seria impossível ela ir trabalhar depois de uma noite tumultuada e cansativa, ela não teria a menor condição de trabalhar e ainda tinha que cuidar do pequeno Henry.
ღღღ
No hospital Zelena passou a noite toda pendente da saúde de sua irmã. Os resultados detectaram um edema no cérebro devido ao golpe que levou pela falha do airbag, porém com medicamentos o edema sumiria e ela recuperaria a consciência. Durante toda a noite ela ficou monitorando a irmã, o estado dela era considerado estável. Era 7:48 da manhã quando ela viu pequenos reflexos da irmã, primeiro ela viu Regina movendo os dedos e depois movendo as pálpebras.
— Regina? — Zelena perguntou esperançosa.
— Ze-le-na... — Regina falou um pouco atordoada, com a visão embaçada e sem entender onde estava. — Onde estou?
— Você está no hospital.
— No hospital? O que aconteceu? Por que estou aqui? — Perguntou confusa.
— Você sofreu um acidente, não lembra? — Zelena não queria contar os detalhes para ver se a irmã lembraria de tudo que aconteceu.
— Acidente, acidente ... — Regina ficou repetindo tentando lembrar o que tinha acontecido, aos poucos tudo foi voltando a sua mente. — Claro um carro veio na minha direção, eu tentei desviar e acabei saindo da pista e batendo em algo. Henry, Henry, onde está o meu filho? — Perguntou desesperada tentando se levantar da cama para procurá-lo. — Zelena por favor, me diz que o meu filho está bem. — Regina implorou para a irmã com lágrimas nos olhos.
— Calma Regina, Henry está bem ele não sofreu só alguns arranhões superficiais, a pessoa que te socorreu e chamou a emergência, já que a pessoa que vinha com o carro em sua direção fugiu do local, ela o levou para a casa dela por....
— Espera, espera. O meu filho está aos cuidados de uma desconhecida? Você está louca Zelena? Eu não conheço essa pessoa para você deixar o meu filho com ela. — Regina agora estava surtando com a ideia do seu príncipe estar na casa de uma desconhecida.
— Regina entendo a sua preocupação. A Emma é uma pessoa do bem, ela que encontrou o Henry na estrada debaixo de chuva e não pensou duas vezes em ajudar vocês, ela é uma pessoa confiável está cuidando muito bem do meu sobrinho e você sabe que eu o amo muito e não o deixaria nas mãos de uma pessoa que não cuidaria bem dele. — Zelena tentou acalmar a irmã.
— Por que você não ficou com ele? — Regina estava muito nervosa, só de pensar que o filho estava nas mãos de uma pessoa que ela não conhece estava fazendo o seu coração quase sair pela boca.
— Tenta se acalmar Rê. Eu tinha que cuidar de você, não dava pra deixar uma criança aqui no hospital e você sabe que os nossos pais moram em Curitiba e eu não quis avisá-los para não os preocupar, e sei que vai falar dos meus amigos, eles trabalham aqui no hospital, não estavam disponíveis para cuidar do Henry. — Zelena conhecia a irmã muito bem ao ponto de saber o que ela iria perguntar. Regina ainda não estava muito convencida. — E coincidentemente Emma é sua vizinha.
— Como assim vizinha? — Regina perguntou sem entender nada.
— Sim, quando fui buscar algumas coisas para o Henry, nos demos conta que você vai morar na casa que fica em frente à casa da Emma.
— Quero ver o meu filho, ele deve estar preocupado comigo, tadinho do meu príncipe, ter que sair na chuva pra pedir ajuda e eu não pude fazer nada. — Regina ficou triste ao imaginar tudo o que seu filho passou sem que ela pudesse evitar.
— Tudo bem. Vou falar para Emma trazê-lo no horário de visitas. Agora você precisa descansar.
— Vou tentar. Só vou me acalmar realmente quando o meu filho estiver comigo. — Regina falou tentando se acalmar e, confiar que a irmã não deixaria o seu filho nas mãos de uma pessoa que não cuidaria bem dele e o devolveria bem cuidado, sabendo como ele é importante para ela.
Quem seria essa mulher que estava cuidando do meu filho? Será que ela é tudo isso que a Zelena falou? Perguntas rondavam a cabeça de Regina sobre a mulher que estava com o seu filho, e a sua curiosidade e ao mesmo tempo medo por não conhecer quem está com o seu príncipe, a tirava o sossego.
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