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História Um Novo Sentido Para a Existência - Decepção


Escrita por: Laannell

Notas do Autor


Olá novamente! Por favor não me matem sei que demorei bastante com este capítulo mas enfim saiu, e como eu havia dito eu não vou abandonar essa fic por mais que eu demore a postar, não se preocupem.
Bem gostaria de lhes dizer que UNSPE está chegando em sua reta final, mais vai ter vários bônus.
Então vamos ao que interessa, boa leitura!

Capítulo 16 - Decepção


POV Donghae

Sentei-me ao lado de Gunhee que a essa altura eu já considerava como um pai para mim, mas com a certeza de que ele nunca iria substituir o lugar do meu herói. Esperei ele alimentar o peixinho.

- Ele está grandão né... – Comecei a puxar assunto enquanto observava o peixe da espécie beta mover-se pelo enorme aquário que meu pai havia comprado. Sério, o animal era mais mimado que eu. Medindo o tamanho dele pelo espaço onde ele vivia podia se concluir que o quarto dele era maior que o meu. – Pena que um dia eles morrem.

 Gun deixou o potinho com ração cair no chão.

- Donghae, qual seu problema? Fish nunca, nunca vai morrer, ouviu bem?

Ergui as mãos pedindo desculpa. Se ele estava falando quem era eu para retrucá-lo? Ele tinha dado um nome ao peixe, queria conter a risada.

- Se você diz.

- Sim, eu digo!

Saí dali, pelo jeito Gun ia me olhar com aquele olhar, como se eu fosse um assassino. Fui para a cozinha, atrás de minha mãe. Essa, estava dançando no ritmo de alguma música que tocava em seu novo Ipod, uns daqueles que vem de uma bagulho muito loco chamado “Activia”.

Me aproximei dela e a abracei por trás.

- Ai Gun, agora não amor, guarde essa empolgação para mais tarde.

Automaticamente me distanciei dela.

- Mãe! – Resmunguei balançando a cabeça tentando, inutilmente, tirar aquelas palavras da minha mente.

- Oh querido, é você... – Ela sorriu tirando os fones do ouvido – Pensei que fosse Gunhee.

- É, eu percebi. – Cocei meu queixo.

- Pensei que fosse namorar hoje, sabe, você comentou que ele vai viajar amanhã... – Ela arqueou as sobrancelhas de uma forma bem estranha – E seu professor  ligou, disse que não vai poder vir por alguns dias pois vai visitar os pais.

- Sim eu vou ir namorar, e sim eu sei que Hyuk vai viajar.

- Como?

Dei um sorriso amarelo.

- Ér... bem... mãe, você conhece o Treinador Kangin, ele fala mais que mulher e Hyuk é irmão dele.

- Ah sim, claro. – Ela riu do seu jeito doidão – E eu aqui já estava concluindo que ele era o seu namorado...

Arregalei os olhos assustado e sem alternativa: comecei a rir.

- Meu o que? Ta doidona mãe? Falei para você parar de tomar aquele tal de activia...

- É, deve ser. – Ela riu comigo. – Mas vamos ao ponto, o que veio fazer aqui na cozinha?

Dei de ombros e a abracei pela cintura.

- Só estava um pouco carente, sabe... preciso de amor de mãe.

- Hmm, sei... Pode dizer, quer dinheiro?

- Mãe! – Rolei os olhos – Eu trabalho agora, não vou mais pedir dinheiro para vocês. Eu só... eu só queria conversar sobre umas coisas estranhas que estão acontecendo comigo.

- Puberdade?

- Ommma! – Encostei-me à mesa, desanimado – Eu tenho quase 20 anos...

- Às vezes eu esqueço que meu bebê está crescendo. – Ela apertou minha bochecha, como minha avó fazia. – Mas me conta, o que te aflige?

- Não é exatamente isso... – Passei a mãos por meus cabelos – Mãe, não ria ok?

- Prometo – Ela cruzou os dedos sobre os lábios.

- Certo. – Ponderei antes de perguntar aquilo. Mas eu tinha que perguntar – Como... comovocêdescobriuqueestavaapaixonapelogunhee?

- Bom, eu saberia te responder se eu estivesse entendido o que você perguntou.

Ri um tanto nervoso.

- Como você descobriu que realmente queria ficar com o Gunhee?

- Na primeira vez que eu o vi no salão, ele estava amarrando o cadarço, Oh deus, como a bunda dele era durinha... Foi tesão a primeira vista.

Sai da cozinha deixando minha mãe falando sozinha sobre a bunda de Gunhee. Não dava para trocar idéias com eles, eles eram... Estranhos.

Subi para meu quarto e me sentei em minha cama. Tirei meu celular do bolso e comecei a digitar uma mensagem para Hyuk.

 

 

Para: Hyuk (Meu primeiro amor hehe)

Hyuk, daqui a pouco estarei ai, afinal, temos que aproveitar. Levarei algo pra gente se divertir. Estou saindo agora de casa. Beijos.


           Peguei minha mochila para colocar ali dentro o que eu queria.

 


           POV Hyukjae

 

 

- Sério! – Dei um gritinho – Eu nunca tinha jogado isso.

- Faz tempo que eu também não jogo X-box.

Estávamos sentados no chão da minha sala, jogando o game que Donghae havia trazido para nós nos divertir.

- Tenho que confessar. – Aproveitei para falar enquanto o jogo carregava. – Quando eu li aquela mensagem, pensei que a gente ia se divertir de outro jeito.

Ele riu mexendo nos cabelos.


          Sempre me importei só comigo e comigo mesmo
          Eu pensava que relacionamento fosse perda de tempo
          Eu nunca quis ser a cara metade de ninguém
          Eu estava feliz dizendo que o nosso amor não duraria
          Era só isso que eu sabia antes de conhecer você

 


            - Fala sério! Existe outro jeito de se divertir melhor do que esse?

- Ah sim... tem. – Mordi os lábios. Ele riu mais ainda. Soltei o controle e pulei para o colo dele beijando seu peito nu. – Quer que eu te mostre gatinho?

- Fique a vontade para fazer o que quiser professor.

Tirei o controle de sua mão e beijei seus lábios, sugando-os. Ele me abraçou subindo seus dedos por minhas costas. Deixei um gemido escapar de meus lábios.

Enlacei seu pescoço me apertando mais em seu colo.


           Você me faz querer dizer sim, sim, sim, sim, sim, sim, siiiimmm
           É, sim sim, sim, sim, siiiimmm

           Pois todas as outras vezes nós passamos tipo
           Talvez sim, talvez não
           Eu consigo viver sem isso, posso deixar para lá
           Oh, no que foi que eu me meti


           Donghae rapidamente puxou meu shorts, retirando-o. Ele mordeu os lábios olhando para o meu sexo.

- Sem cueca? – Riu.

- Torna as coisas mais rápidas.

Donghae empurrou os controles que estavam no tapete para longe e me deitou no chão, vindo logo em seguida para cima de mim.

- Vamos nos divertir então...

Sua boca quente correu por meu pescoço, fazendo com que gemidos brotassem de minha garganta.

Enlacei sua cintura com minha perna e o puxei para mais perto de mim.

- Que boca deliciosa... – Ele suspirou passando a ponta da língua por meus lábios.

Fechei os olhos segurando-o pelos cabelos. Sua boca gostosa deslizou dos meus lábios para meu queixo, contornando-o com a ponta da língua, em seguida foram para meu pescoço e desceram um pouco mais, até meus mamilos.

- Mmmm... – Remexi meu quadril contra o dele, sentindo sua potente ereção entre minhas pernas. – Tudo isso para mim?

- Sim, sim. – Sorriu para mim antes de abocanhar meu mamilo direito. Sua língua contornou o biquinho rígido e depois ele me mordeu ali. – Sabia que eu adoro isso aqui... – Ri quando Donghae começou a passar seu dedo indicador no bico do meu mamilo.

Empurrei Hae para o lado e me coloquei sobre ele. Desci até suas pernas grossas e malhadas e puxei sua bermuda retirando-a junto com sua boxer.

Voltei a colar minha boca na dele, deixando nossas línguas se entrelaçarem uma com a outra. As mãos dele percorriam a lateral do meu corpo.

- Vem aqui amor... – Donghae se sentou e me puxou para seu colo. Suas mãos apertaram minha cintura e me ergueram, encaixando-me em seu membro.

- Ah Hae-ah... – Gemi contra seu ombro, mordendo-o.

- Tão apertadinho, delicia... – Ele também gemeu, voltando a erguer-me pelo quadril e depois soltar, fazendo-me deslizar por seu pau duro.

Apoiei-me em seu ombro e passei a ajudá-lo nos movimentos. Tirei meu rosto de seu pescoço e me afastei para olhá-lo. Donghae estava lindo gemendo meu nome baixinho, com a boca entreaberta e os olhos semicerrados. Colei minha testa na dele aumentando o ritmo em seu colo. O som de nossos sexos se chocando espalhavam-se por minha sala enchendo o ambiente e misturando-se com nossos gemidos que a cada minuto ficavam mais altos.


             Você me faz querer dizer
             Eu, uma família, uma casa e uma família
             Oooh, podemos criar uma família?
             E quando eu estiver velhinha e sentada ao seu lado
             E vamos nos lembrar de quando dissemos

Sim, sim, sim, sim, siiimmm

Oh, baby, sim, sim, sim, sim, siiimmm

 


             - Assim Hae-ah... Oh...

- Você gosta Hyukiee?

- Sim, sim... mais forte Hae... Não pare.

- Espere. - Ele me apertou contra seu colo e depois me retirou dali. Ficou de pé e estendeu a mão para mim, eu a aceitei. – Quero te pegar assim... – Donghae me virou de costas e me empurrou em direção ao sofá posicionando-me na posição que ele queria.

Eu estava praticamente de quatro, mas com os pés no chão e as mãos apoiadas no sofá com Donghae segurando meus cabelos enquanto beijava minhas costas e se posicionava atrás de mim. Seus dedos massagearam meu sexo e logo depois seu membro voltou a escorregar para dentro de minha entrada encharcada, mas agora ele estocava de uma forma alucinadora. Precisei enfiar minhas unhas no sofá para que meu corpo não tombasse. Uma das mãos dele segurava meus quadris e a outra ainda estava em meus cabelos.

- Olhe ali... – Ele virou minha cabeça para o lado. Pude então ter a visão privilegiada do garoto debruçado sobre mim, seu pau entrando e saindo de meu orifício. Tudo graças ao enorme espelho que havia na parede da minha sala. Os olhos dele não deixavam o espelho, assim como os meus.


             Pois todas as outras vezes nós passamos tipo
            Talvez sim, talvez não
            Eu não consigo viver sem, não posso deixar para lá
            Olha só no que foi que a gente se meteu

Você me faz querer dizer sim, sim, sim, sim, sim, sim, siiiimmm

Eu amo você

 

Encostei minha cabeça no sofá buscando apoio.

A cena do espelho era tão excitante que só contribuiu para que nosso orgasmo viesse mais intenso. Meu corpo amoleceu fazendo-me cair no sofá ofegante, sendo acompanhada por Hae que acabara de se liberar dentro de mim.

Enquanto tentávamos, sem sucesso, controlar nossa respiração, me arrumei no sofá dando espaço para Hae se deitar ao meu lado.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apena apreciando a adrenalina que ainda corria em nossas veias.

Fechei os olhos e deitei minha cabeça em seu peito e comecei a desenhar círculos imaginários em seu abdômen. Donghae suspirou e acariciou minhas costas com a ponta dos dedos.

- Você vai que horas? – Ele indagou, quebrando o silêncio.

- De madrugada... – Sussurrei erguendo minha cabeça para olhá-lo. – Vou ficar fora por 3 ou 4 dias e quando voltar você terá uma avaliação.

Ele torceu os lábios fazendo-me rir.

- Será que você Hyukjae, poderia me passar às repostas? Juro que meu professor gostoso não ficará sabendo...

Neguei com a cabeça.

- Nada disso Sr. Lee 

- Nem em troca de favores sexuais?

Belisquei o braço dele.

- Não!

- Ok, então vou entrar em greve.

Arqueei as sobrancelhas e desci minha mão por seu peito, arranhando-o.

- É mesmo? Poxa eu estava começando a me animar de novo... – Deslizei minha mão para seu pau que já começava a ficar duro novamente.

- Sim. – Ele fechou os olhos sussurrando com dificuldade – Mas a greve só começa amanhã.

Donghae girou para cima de mim, prendendo minhas mãos sobre minha cabeça.

Seu sorriso gengival fez minha barriga se mexer com se houvesse borboletas ali dentro. Há tempos eu não me sentia assim... apaixonado.

 


           POV Donghae

 


           - Não me traia muito. – Hyuk colou sua boca na minha. Apertei meu braço ao redor de seu corpo.

- Eu não vou te trair. – Sussurrei sorrindo. – Lembra da minha promessa?

Ele assentiu.

- E pode deixar Hyuk... – Kangin me empurrou, separando-me de seu irmão. – Vou ficar de olho nele maninho. – Meu cunhado o abraçou.  – Boa viagem, mande um beijo para mamãe e um tapa na bunda do papai.

Kibum e eu rimos.

- Pode deixar.

O voo de Hyuk foi anunciado. Ele se despediu de nós e seguiu para o portão de embarque, mas antes de entrar girou os calcanhares e acenando para nós se foi.

Sabe quando a gente perde alguém que realmente gosta? Foi aquilo que eu senti, mas eu sabia que seria apenas por alguns dias. Em breve ele estaria de volta para mim.

 


            POV Hyukjae

 


             Dormi o voo todo e acordei apenas quando a aeromoça pediu para que prendêssemos o cinto, pois iríamos aterrissar.

Olhei pela janela observando a mudança de espaço que era pra Seul. Prédios grandes escondendo toda a beleza da cidade, carros engarrafados e muita poluição.

Sim, eu já estava com saudades de Seul, mais especificamente de Donghae.

Oh droga, eu parecia um adolescente apaixonado.

[...]

 

- Oh Deus! – Minha mãe me abraçou pela vigésima vez. – Eu estava com tantas saudades

- Yah, solte ele... – Meu pai me puxou dos braços da minha mãe. – Como está o meu filho?

- Ótimo pai... – Retribuiu ao abraço.

Minha mãe me puxou para o sofá.

- Vamos conversar? – Ela sorriu – Precisamos botar as novidades em dia.

- Claro.

- Kanghoon...

- Sim amor?

- De o fora ou vai ficar sem sexo.

Meu pai rapidamente saiu da sala e subiu as escadas sussurrando o quão injusta minha mãe era.

Quando morávamos juntos, sempre tivemos esse momento “nosso”.

- Como está sua vida em Seul?

Mordi os lábios.

- Está melhor do que eu previa. – Meu sorriso aumentou lembrando que 75% dessa minha felicidade era por causa de Donghae – E você e o papai?

- Como sempre... sabe... – Ela deu um sorriso malicioso me fazendo corar. – Sempre estamos num rala e rola, tenho que aproveitar enquanto ele ainda sobe.

- Omma!

- Você não sabe da maior. – Minha mãe jogou os braços para cima, empolgada, ignorando meus protestos. – Quase fomos presos por atentado ao pudor. Sorte que o único policial presente ali era o seu pai.

Tapei meu rosto enquanto balançava a cabeça. Meu pai era um péssimo delegado.

- O que vocês fizeram dessa vez?

- Amor. Dentro da fonte do Central Park, mas era de noite, não tinha ninguém lá. Foi emocionante.

- Omma, tem certeza de que não sou adotado?. – Puxei minhas pernas para cima do sofá, sentando-me como Buda. – Eu não fiz nada comparado a você e o papai, mas eu conheci uma pessoa...

Ela arqueou as sobrancelhas.

- Então sua vida sexual está ativa?

- Mãe...

- Ora Hyuk, sou sua mãe, qual o mal em falar isso para mim? Ele é ruim de cama?

- Ele é ótimo na cama, mas... somos muito diferentes.

- Obvio! – Mamãe rolou os olhos – Se você dissesse que eram muito iguais eu ia te chamar de gay. Não que eu tenha preconceito querido, antes deu me cansar com seu pai eu já f...

Tapei a boca dela rindo.

- Mãe, sério, pare de falar essas coisas, me deixam constrangido! Não sou o Kangin.

- Ok querido, mas me conte mais sobre esse homem.

- Bom, ele não é exatamente um homem, ainda.

- Está na fila de transplante de órgãos genitais?

Gargalhei. Se Donghae ouvisse aquilo, ele ficaria furioso.

- Não mãe, ele é apenas muito... imaturo.

- Mas é bom de cama não é?

- Sim.

- Isso é o que importa.

Rolei os olhos.

- Mãe... – Ela me olhou. Suspirei. – Ele só tem 19 anos.

- Hmm... Carne fresca.

- E eu tenho quase 26 anos! Será que só eu vejo o grande erro que é tudo isso?

- Hyuk, não é errado, vocês dois se gostam, ele é bom de cama. Isso é normal, acontece com muitas pessoas lá fora.

- Mãe. – Resolvi simplificar – Ele é o meu aluno.

- É, aí realmente complica tudo.

Fiquei conversando com minha mãe por mais algum tempo, mas logo subi para meu antigo quarto. Tudo estava como antes, até alguns poster ainda estavam colados na parede.

Deitei-me em minha cama, exausto.

 


           POV Donghae

 

 

- Eu não te via com essa cara há tempos. – Minha mãe resmungou enquanto eu me sentava à mesa.

Cocei meu queixo, enfezado.

- Aposto que é saudades.

Os dois começaram a especular qual era o meu problema, mas afinal, nem eu sabia.

Tomei meu café e fui para a escola, algo que eu realmente não queria fazer hoje. Felizmente não teria aulas com Jungsu, o que melhorou um pouco as coisas.

Meu dia se arrastou. Da escola fui para o meu serviço. Do meu serviço para casa.

Era estranho essa rotina sem ver Hyuk , sem ir a casa dele, sem aulas particulares, sem fazer sexo com ele... E mais estranho ainda era aquela sensação de fome... um vazio na barriga.

Ok, fome não era, eu havia acabado de tomar café.

Só havia se passado 1 dia desde que Hyuk havia ido, mas parecia um século.

Meu celular tocou e eu o peguei, era ele.

- Alô? – Atendi sorrindo.

- Oi gatinho. – Fechei os olhos gemendo baixinho lembrando da nossa ultima transa, quando Hyuk ficava gemendo “gatinho”. Ele riu. – Você está gemendo? Você está...

- Ora professor, garotos fazem isso pelo menos 5 vezes ao dia. – Brinquei. – Mas não, não estou me masturbando. Estou apenas... cansado.

- Só liguei para saber como você está, preciso desligar.

- Tudo bem. Eu... er... estou com saudades.

Ele riu de novo, mas de um jeito mais tímido.

- Eu também Donghae. Mas pense pelo lado bom, depois de amanhã eu estarei ai.

Sorri. Ele tinha razão.

Nos despedimos e Hyuk encerrou a ligação. Assim que coloquei o celular sob o criado mudo ele piscou.

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De Kangin:

Kibum, Wook, Yesung e eu vamos sair hoje à noite, ta afim?

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            Rolei os olhos.

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            De Donghae:

E eu lá tenho cara de vela?Rsrsrs Vou ficar em casa mesmo.

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           Não demorou muito para a resposta vir.

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De Kangin:

Qual é Hae, Hyuk não vai ficar nervoso. Foi ele mesmo quem sugeriu para que eu te convidasse. Contei para ele que você mal está se divertindo, fica dia todo enfornado dentro de casa.

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Eu sabia que Kangin tinha razão. Eu não tinha nada para fazer e ficar em casa só tornaria as coisas mais tediosas.

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De Donghae:

Ok, eu topo.

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            Joguei meu celular no criado mudo e peguei minha mochila, espalhando meu material pela cama.

Sim, eu estava fazendo tarefa. Chupa!

 


           POV Hyukjae

 

 

- Você está apaixonado. – Minha mãe acusou.

Arregalei os olhos negando freneticamente com a cabeça.

- Não, não, não...

- Seus olhos estão brilhando querido. – Jang enfiou a colher no pote de sorvete que eu estava comendo. Ah este era o nome de minha mãe, Jang Dukboon. – Vamos, conte para a mamãe. – Fiquei calado por alguns segundos esperando para ver se ela não iria esquecer-se do assunto. Às vezes dava certo. – Hyuk...

- Ok mãe. – Resmunguei – Mas eu não quero isso ok? Eu não posso ficar com Donghae.

- Porque não? Você gosta dele...

- Sim mãe, mas eu sou seu professor e ah... sou 6 anos mais velho que ele.

- Hyukjae às vezes você nem parece meu filho, sabe... – Mamãe resmungou – Eu no seu lugar não ligaria para o que os outros irão dizer. O rapaz é novo, imagine só, você pode ensiná-lo a fazer tudo o que você gosta e...

- Ok, tudo bem. – Me levantei da bancada para jogar o pote no lixo e colocar a colher na pia. – Chega.

- Eu só acho que você devia pensar na sua felicidade. Esse rapaz, o tal Donghae, pelo  pouco que você contou dele pude perceber que ele não parece nem um pouco com Jungsu.

- Não mesmo. – Concordei – E por favor não fale de Jungsu novamente. – Hae é novo, vai entrar na faculdade e você sabe muito bem o que acontece na faculdade.

- Hmm... Ô se sei.

- Viu, é isso! Eu não quero me decepcionar de novo e também não quero prender Donghae, privar ele.

Saí da cozinha e fui para a sala me sentando no sofá. Minha mãe não demorou muito para vir atrás e voltar a me pipocar com sua psicologia barata.

- Querido, você nunca vai saber como vai ser o fim disso se não arriscar. Pode até ser que você quebre a cara e sofra como um corno condenado, igual quando você pegou Jungsu com sua prima.

- Ótimo mãe, você está me ajudando muito.

- Se não der certo, lá na frente você vai poder dizer “Pelo menos eu tentei” e não irá ficar com aquele sentimento de que “E se eu tivesse tentado”.

Odiava quando minha mãe dava seus surtos e sempre acabava tendo razão. Mas minha relação com DongHae era tão complicada... Ela não entendia.

Como eu poderia apostar minhas fichas nele se eu mal sabia os reais sentimentos dele por mim. Poderia apenas ser tesão, afinal, eu sou gostoso, coisas que os garotos da idade dele procuram é só se satisfazer.

- Eu não sei...

- Olha, você o ama certo? – Minha mãe segurou minha mão.

- Sim.

- Já disse isso para ele? – Neguei com a cabeça, e ela continuou - Você me disse algumas coisas sobre Donghae. Me contou que ele mudou muito, que agora está trabalhando, se dedicando aos estudo e querido, a única coisa que pode fazer um homem mudar assim é sexo.

Deitei minha cabeça em seu ombro.

- Esse é meu medo, que ele queria apenas... 

- Apenas?

- Mãe!

- Seu orifício? – Ela riu apertando minhas bochechas – Você ainda parece aquele menininho tímido que havia dado o primeiro beijo. Mas fique tranquilo, se ele quisesse apenas isso teria te deixado assim que te comeu.

- Mãe, porque você não pode ser mais delicada com as palavras?

- Te ignoro. Agora, continuando... Vá embora da minha casa.

Arregalei os olhos me levantando do sofá.

- O que... o que... eu fiz?

- Nada, mas vai fazer. – Ela sorriu – Você já acertou as coisas do apartamento, agora vai voltar para sua casa e fisgar aquele garoto. Tem que honrar sua família, imagina se sua avó fica sabendo disso?

Ri ao me lembrar da minha avó. Ela sim era louca. Teve 6 filhos, um de cada pai e ano passado, quando o 5º padrasto de minha mãe morreu, no velório ela conheceu seu atual marido.

- Mas eu tinha planos de ficar aqui por mais dois dias, sabe matar a saudade.

- Seu pai é que mataria. Ele disse que é muito ruim me comer e eu não poder gritar alto.

Ok. Era melhor mesmo eu ir embora.

- Tudo bem, eu vou...

- Ótimo, seu voo sai daqui 3 horas.

Olhei chocado para minha mãe.

- Você ia mesmo me mandar embora?

- Eu e o seu pai.

- Certo. Eu também amo vocês.

 


             POV Donghae

 

 

Estávamos na boate desde as 23h30min e agora já se passavam das 01h40min, porem aquilo tudo já parecia ter perdido a graça para mim. Eram as mesmas pessoas, as mesmas músicas, as mesmas bebidas, as mesmas mulheres...

- Está tão desanimado Haee...

Olhei com desanimo para Heechul. O que ele fazia ali mesmo?

- Estou um pouco cansado.

- Hm... – Ele mordeu os lábios olhando para os lados e depois fitou minha mão direita onde minha aliança estava. – E seu namorado?

- Viajando.

Ele sorriu para mim e se levantou.

- Vou buscar algo para beber, posso trazer algo para você?

- Um refrigerante, por favor.

 


            POV Narrador

 

 

O garoto passou por entre as pessoas e se dirigiu ao banheiro entrando em um dos cubículos desocupado. O ruivo retirou o celular da bolsa prateada e discou um número já conhecido.

- Alô? – A voz sonolenta e grossa atendeu. – Porra, eu espero que você não esteja me ligando essa hora para dizer merda.

- Não. – O garoto riu – Lembra quando você disse que para executar o plano B faltava apenas oportunidade?

- Sim inferno , e o que essa porra tem haver?

- Donghae está na boate sozinho e o professor dele está viajando.

O homem do outro lado da linha quase caiu da cama.

- Você está com a câmera?

- Você mandou eu andar com ela não é?

- Certo vida, faça o que eu mandei. Leve Donghae para a cama, mas tire fotos ou filme tudo.

- Pode deixar comigo.

 


             POV Donghae

 

 

- Donghae, não vai dançar? – Kangin voltou à mesa em que eu estava sentado sozinho. Heechul havia ido buscar nossas bebidas alguns minutos e até agora não havia voltado.

Eu realmente nem sabia quando ele se juntou a mesa. Eu estava sem cabeça para ele. Era como se meu corpo estivesse ali, mas minha mente vagasse em outro lugar... Nas curvas de Hyukjae... naquela boca gostosa...

Suspirei frustrado.

Wook e Yesung já haviam ido embora e Kibum estava no meio da pista de dança.

- Acho que vou embora. – Me levantei – Estou cansado sabe.

- Poxa, amanhã é sábado, você dorme até tarde e... – Meu celular vibrou encima da mesa, Kangin foi mais rápido pegando-o antes de mim. – Hmm... parece que alguém está voltando mais cedo da viajem... – Kangin abriu um sorriso desviando os olhos do celular – Eu sabia que a mamãe e o papai não iriam aguentar muito tempo sem sexo selvagem.

Puxei meu celular da mão dele.

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De Hyukiee:

Oi gatinho, sei que está se divertindo nesse momento, mas só estou avisando que amanhã cedo já estarei ai.


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           - Pare de sorrir como um bobão. – Kangin me socou.

- Agora eu tenho um motivo para voltar cedo para casa. Amanhã terei uma prova logo de manhã.

- Hm, prova, sei...

Rolei os olhos dando um toque de mãos com ele.

- Tchau.

Ele voltou para junto de Kibum.

Eu me aprecei em passar a mão pela mesa e pegar minhas chaves e minha carteira. Quando virei-me para sair, fui segurado.

- Ei Hae, onde está indo?

Encarei Heechul.

- Estou indo embora.

- Mas e as bebidas? – Ele ergueu meu copo de refrigerante – Vai fazer desfeita?

Rolei os olhos e puxei o copo da mão dele, entornando-o e entregando-lhe vazio para ele logo em seguida.

- Obrigado, mas eu realmente preciso ir.

Aprecei-me em sair dali. Já no estacionamento cacei meu carro entre tantos outros. Quando o achei destravei as portas.

Senti uma pontada na cabeça e voltei a fechar a porta, me apoiando no carro para não cair.

Parecia que eu havia tomado um porre, mesmo eu não tendo ingerido uma gota de álcool.

- Hae você está bem? – Heechul apareceu atrás de mim.

Coloquei a mão na cabeça sentindo-a latejar.

- Eu... Droga que dor – Massageei minhas têmporas. – Heechul será que poderia ligar para um táxi? Não sei se estou em condições de dirigir.

- Que isso Donghae, eu te levo. – Ele se aproximou tirando a chave da minha mão.

- Mas e a balada?

- Eu já estava indo embora mesmo.

 


            POV Narrador

 

 

Heechul não demorou muito para estacionar o carro em frente à casa de Donghae já que a boate em que estavam era ali mesmo em Seul.

- Hae, seus pais estão em casa? – O ruivo mordeu os lábios.

O rapaz meio desorientado ao seu lado negou com a cabeça.

- Não, estão no hospital.

- Tudo bem, eu te ajudo a entrar.

O ruivo saiu do carro e guiou Donghae para dentro de sua casa ajudando-o a subir as escada levando-o até seu quarto, onde caridosamente também o deitou na cama.

- Obrigado. – Ele sussurrou. O garoto se apressou em retirar os sapatos do rapaz e abrir alguns botões de sua camisa. – Heechul... o que...

- Shhh Haee.

- Não... – Ele tentou empurrá-lo. – Não posso... Hyuk.

- Ele não vai ficar sabendo. – O ruivo colocou seu corpo sobre o dele começando a distribuir beijos por todo tórax desnudo de Donghae.

- Não Heechul... – Ele tombou a cabeça para o lado. Era como se o seu corpo pesasse toneladas – Eu não posso... eu... prometi... eu não... quero... eu...

O ruivo ficou revoltado quando o viu caindo no sono. Droga, tudo bem que aquilo era o plano, mas ele pensou que talvez pudesse tirar uma casquinha daquilo tudo...

Ele desceu da cama e posicionou a câmera na cômoda de Donghae, onde pegaria os dois na cama. Configurou a maquina para tirar fotos por segundo.

Voltou até a cama se despindo, deitou-se novamente encima do corpo desmaiado do rapaz e começou a insinuar uma cena de sexo.

A câmera registrava tudo.

Antes dela ir embora, o celular de Donghae  tocou. Heechul pegou o aparelho no bolso da calça do rapaz que estava no chão.

Era mais uma mensagem de Hyukjae, lembrando-o que pela manhã, viria a casa de Donghae para passar uma prova para ele.

Aquilo fez o ruivo sorrir.

Voltou a tirar sua roupa e se deitou ao lado do rapaz, aconchegando-se ali.

 


           POV Hyukjae

 

 

O táxi parou enfrente a minha casa já se passava das quatro da madrugada. Coloquei minhas malas para dentro e subi para meu quarto. Sem tomar banho, me joguei na cama deixando meu corpo relaxar.

Eu não havia conseguido dormir no voo. Minha conversa com minha mãe martelava em minha cabeça, mas pude refletir melhor e sabia que ela estava certa.

Talvez, se eu deixasse claro para ele o que eu estava sentindo, tudo se tornaria mais fácil. De duas, uma ele diria que não pode retribuir o mesmo sentimento e terminaríamos tudo, a outra seria a hipótese dele também sentir o mesmo, ou algo parecido, mesmo que fosse um pouquinho.

Se eu não arriscasse, nunca saberia.

 

[...]


           Lu Alone - Not The Right Day (Lu Alone – Não é o dia certo)

 

Parei meu carro enfrente a casa de Edward. Olhei-me no retrovisor e ajeitei meu cabelo.

Peguei minha bolsa e sai do carro, caminhando em direção a porta. Dei duas batidas e não demorou muito para que ela fosse aberta por sua mãe.

- Hyukjae, que surpresa adorável! – Ela me abraçou. – Entre querido.

Ela deu espaço para que eu passasse.

- Obrigado.

- Você não estava viajando querido?


Você não é o cara certo
Esse não é o lugar certo
Não é a hora certa
Esse não é o dia certo
Eu sou apenas um estranho que entrou no seu mundo
Um garoto de outra cidade que ninguém conhece
Sou apenas um garoto novo na sua escola
Que não conhece ninguém mas te conhece
Eu sei que você me ama e meu coração chama teu nome
Mas não é a hora certa
Esse não é o dia certo

 


              Sorri um tanto constrangido.

- Sim, eu estava, mas consegui resolver meus assuntos e voltar mais cedo – Dei de ombros. Eu não ia contar para ela que minha mãe me expulsou porque queria... bem... queria fazer amor com meu pai. – Eu avisei Donghae que estava voltando e que, portanto, hoje seria a prova dele, que a propósito é a ultima. Ele não comentou nada?

Ela sorriu se levantando.

- Não vi Donghae desde que fui para o hospital, ele saiu ontem com seu irmão. Falando nele onde ele está? – Ela se indagou e olhou no relógio – Droga... - Resmungou – Hyukjae, será que pode chamá-lo enquanto eu termino de me arrumar para ir trabalhar?

- Eu...

- Subindo as escadas, o ultimo quarto do corredor. Se ele não acordar por bem, acorde-o por mal.


Eu vou fingir que nunca te conheci
Que não era de você que eu gostava
Por que você era tão diferente
Você mudou muito
Não posso ficar gamado em você
Como se você fosse o único cara nesse mundo
O problema é que eu ainda te amo

 


          Sem esperar por resposta minha, a mãe de Hae desapareceu em direção a uma sala parecida com um escritório. Dei de ombros e fiz o caminho até seu quarto, já conhecido por mim.

Ponderei.

Eu devia bater?

Bom, isso era o de menos. Passei a madrugada toda buscando palavras para explicar a ele o que estava acontecendo comigo e minhas reais intenções com ele, eu sabia que independente da reação dele o meu sentimento não iria mudar.

Bati na porta e a abri logo em seguida.

Sorri ao ver Donghae todo esparramado em sua cama. Aproximei-me dele e me deixei meus dedos escorregarem por seu peito desnudo.

- Hmm... – Ele resmungou abrindo os olhos com dificuldade – Hyuk?

- Oi gatinho. – Donghae sorriu sentando-se na cama. O lençol descobriu um pouco seu corpo. Arqueei as sobrancelhas. – Dormindo pelado?

- Eu... – Ele franziu a testa confuso, quando estava prestes a falar foi interrompido pela porta do banheiro sendo aberta. Um garoto ruivo saiu de lá, prendendo o cabelo no alto da cabeça, ele era da escola. Corri meus olhos pelo corpo do garoto que trajava apenas uma blusa de Donghae. – O que...


Mas essa não é a hora certa
Esse não é o dia certo
Você não é o cara certo
Esse não é o lugar certo
Eu sou apenas um estranho que entrou no seu mundo
Um garoto de outra cidade que ninguém conhece

 

 

Um vento gelado percorreu meu estomago. Eu sabia o que ele estava fazendo ali e o que ela havia feito. Fechei os olhos e abri novamente, mas o garoto continuava ali, parado. Não era um pesadelo.

Por reflexo, me afastei da cama. Olhei pelo chão do quarto, avistando peças de roupa jogadas pelos cantos.

Eu já havia passado por isso uma vez com Jungsu, mas não se comparava a isso... Talvez eu nunca tenha amado Jungsu de verdade e o sentimento que eu nutria por Donghae era mais forte do que pelo meu ex-noivo. Um nó se formava em minha garganta e aquela queimação em meu nariz indicava que as lágrimas queriam sair, mas eu as segurei.

- Me desculpe, eu... – Apertei meus lábios com força e encarei Donghae – Eu não devia ter entrado em seu quarto dessa forma. Estou te esperando lá embaixo.

- Hyuk, espera, eu não sei...

Antes que ele me alcançasse eu saí do quarto, fechando a porta. Aprecei-me em descer as escadas. Sua mãe não estava ali, aproveitei para me recompor.

Algo me dizia que aquilo iria acontecer. Desde o inicio minha consciência sempre me alertou que isso poderia acontecer, afinal, Donghae é lindo e vive rodeado de pessoas bonitas. Porque se envolver em um relacionamento sério se ele poderia ter um por dia?


Sou apenas um garoto novo na sua escola
Que não conhece ninguém, mas te conhece
Eu sei que você me ama e meu coração chama teu nome
Mas não é a hora certa
Esse não é o dia certo

 

 

- Hyukjae, Hae acordou?

Estava tão imerso que não percebi sua mãe.

- Sim, ele acordou. – Dei o meu melhor sorriso, controlando minha voz tremula.

Não demorou muito para que o ruivo que estava no quarto de Donghae descesse.

- Heechul? – A mãe de Donghae olhou assustada para o garoto e depois para mim – O que faz aqui?

- Oi Sra.. Bom, Donghae e eu nos encontramos na balada ontem e...

- E nada. – Foi à vez de Donghae descer as escadas colocando uma camiseta – Eu não sei como esse louco veio parar aqui.

O ruivo me olhou sorrindo.

 - Assim você machuca meus sentimentos Hae. Qual o problema afinal? – Heechul sorriu – Sua mãe deve imaginar que você já não é mais virgem e bem, você não deve explicações a seu professor.


Eu vou fingir que nunca te conheci
Que não era de você que eu gostava
Por que você era tão diferente
Você mudou muito
Não posso ficar gamado em você
Como se você fosse o único cara nesse mundo
O problema é que eu ainda te amo

 

 

POV Donghae

 


            Aquilo não estava acontecendo.

Aquilo não podia acontecer!

Como Heecul apareceu no meu quarto? Ainda mais nu?

Olhei para Hyuk, que desviou os olhos, fitando outro ponto da sala.

- Venha Heechul. – Agarrei seu braço, puxando-o para longe do olhar reprovador de minha mãe.

Já na rua eu a trouxe para perto de mim.

- Ei, não me trate assim... – Heechul se fez de magoado – Não depois do que fizemos ontem à noite.

- Esse é o problema. – Puxei meus próprios cabelos – Nós não fizemos nada ontem a noite, eu... Eu não me lembro de nada.

- Qual o mal? Eu não tenho cacife para estar na sua cama?

- Heechul não é isso... eu... eu já tenho um namorado!

Ele se inclinou colando os lábios em minha bochecha.

- Me desculpe, mas eu acho que você TINHA um namorado. – Passei a mão pelo rosto nervoso. Virei-me para entrar em casa, mas fui segurado. – Será que pode me dar uma carona?

- Não. – Grunhi – De seus pulos.

Entrei em casa, mas nem Hyuk e nem minha mãe estava na sala, então segui para a sala de jantar.

Assim que entrei minha mãe pegou a bolsa levantando-se.

- Vou para o hospital. – Ela suspirou. – Eu e Gunhee voltaremos para almoçar, e nós três conversaremos.

Apenas assenti. Ela me deu um beijo na bochecha e saiu dali resmungando algo. Não demorou muito para que a porta da frente fosse aberta e logo depois fechada.

- Hyuk eu...

Ele ergueu a mão, me impedindo de falar.

- Agora somos apenas Professor e Aluno. – Ele não me olhou nos olhos – Lembra-se?

- Ok.

Sentei-me na mesa e ele me passou um lápis e uma folha. Tamborilei o lápis na borda da mesa tentando me concentrar, mas era impossível. Voltei olhar para Hyuk, e dessa vez ele também me olhava, porém não gostei do que eu via nos olhos dele: Decepção.

Fechei os olhos me lembrando do que eu havia prometido a ele, que apenas me deitaria com outro alguém quando nada mais existisse entre nós.

Tudo estava tão confuso, minha cabeça latejava.

Eu mal conseguia me lembrar de como Heechul foi parar em minha cama. Sem dúvida Hyukjae nunca acreditaria nessa desculpa, mesmo sendo a mais pura verdade. O desespero me corroía, eu sabia como nossa conversa acabaria. Como nosso namoro acabaria.

 Afastei esses pensamentos e tratei de resolver as questões da folha.

E assim se passou quase trinta minutos.

- Pronto. – Empurrei a folha em direção a ele. Quando Hyuk foi pegar eu segurei suas mãos – Podemos conversar?

- Não precisamos conversar. – Ele sussurrou soltando nossas mãos, pegando a folha e a guardando. Em seguida se levantou – Estou indo embora.

- Não espera. – Me levantei e fui até ele, parando em sua frente – Hyuk, acredite em mim, eu não fiz nada com Heechul, eu nem sei como ele foi parar em minha cama.

Ele riu de um jeito frio, depois me encarou.

- Que engraçado. Foi a mesma coisa que Jungsu me disse.

- Inferno, eu não sou como Park Jungsu!

Ele assentiu.

- Sim, você é pior que ele. Jungsu esperou quase um ano para me trair, mas você... uau, dois dias longe era muito? Você... Você não poderia pelo menos me mandar um SMS: “Oi Hyukjae, foi bom te levar para a cama, mas cansei, Tchau”. Seria mais gentil da sua parte.

- Eu não fui para a cama com Heechul por minha escolha.

- Ok. Ele te levou a força? É eu percebi como ele era forte...

Ele sabia muito bem ser irônico.

- Mas quer saber? Eu não me importo! – Hyuk abriu os braços – Eu pensei que você podia mudar, mas eu estava errado, você nunca vai mudar, você sempre vai ser esse garoto irresponsável que pensa em si mesmo sem se importar se vai ou não ferir os sentimentos das pessoas que realmente gostam de você. – Ele pegou a bolsa e um soluço escapou de seus lábios.

Abaixei a cabeça sentindo a força de suas palavras.

- Não fale isso... – Pousei uma mão em sua cintura, puxando-o para mais perto de mim. Rocei meu dedo por sua bochecha capturando algumas lágrimas que escapavam de seus olhos – Se realmente não se importa, porque está chorando?

- Decepção. – Hyukjae me empurrou, fazendo-me dar um passo para trás. Chocado, observei ele puxando sua aliança do dedo e a apertando na mão antes de me entregar – Com sorte você conseguirá seu dinheiro de volta, não se passou nem duas semanas que a comprou.

- Por favor, não faça assim... Acredite em mim. Eu nunca faria algo para te magoar, te ferir. Eu tive tantas oportunidade de ir para a cama com Heechul, mas nunca o fiz, por que eu nunca quis. Porque eu estragaria tudo que estou vivendo com você por uma simples transa?

- Você fala desse garoto como se ele não estivesse acabado de estar em sua cama. – Hyuk negou com a cabeça – Você realmente não sabe respeitar.

E eu fiquei ali, parado, olhando o único homem que conseguiu tocar meu coração sair de minha casa.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e que me desculpem qualquer erro. Beijos* e até mais!


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