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História Um outro ponto de vista - Wayhaught - Desconvidadas e Álcool


Escrita por: EvilQueen108

Notas do Autor


Helloooo, it's me!!! Mais um capítulo que eu particularmente achei fofo e engraçado :) Ele explica algumas coisas que foram deixadas de fora no episódio da série.

Capítulo 12 - Desconvidadas e Álcool


Fanfic / Fanfiction Um outro ponto de vista - Wayhaught - Desconvidadas e Álcool

    Os dias passam depressa e cheios de acontecimentos que são difíceis de acompanhá-los e muito menos raciociná-los. Me fazendo acreditar que é assim que a população de Purgatório se sente e vive. São tantas coisas estranhas que acontecem na cidade, dia após dia, que não sobra tempo para pararem e perceberem a loucura que tudo isso é, a loucura que esta cidade traz. Me lembro do caso sem solução da semana passada que ainda continua sem solução.

    Na delegacia então, é onde fica a maior concentração de acontecimentos sem explicação e tudo isso se deve ao fato da Black Badge e Wynonna Earp usarem o local para as suas missões extra confidenciais. Ás vezes eu os invejo. Bom… para ser sincera, eu os invejo 100% do tempo. Eles são tão ocupados, e estão sempre realizando prisões, tiroteios, perseguições de carros, e lutando contra o mal, por assim dizer, que parecem super heróis com jaquetas de couro. E quando eles não estão pela cidade combatendo o crime, estão na sala da Black Badge da delegacia lutando entre si fisicamente ou com palavras. Este último… quase todos as horas do dia.

Enquanto eles brincam de policiais em Purgatório, eu me sinto como uma secretária na delegacia, onde o trabalho mais interessante em semanas foi tentar consertar o termostato que quebrou e quase cozinhou todos os oficiais, transformando aquele dia em um pesadelo. Eu não sabia se ria dos sons que Dolls fazia do outro lado da sala enquanto realizava os seus exercícios matinais naquele calor insuportável, ou se limpava os litros de suor que saíam de mim enquanto tentava consertar o termostato. Somente Nedley  gostou de ter a delegacia transformada em uma espécie de forno, pois seu café, seu precioso café, segundo ele, ficou quentinho o dia todo.

Entretanto, hoje, diferente dos outros dias, passa de forma lenta, quase parando. Encaro o relógio de cima da minha mesa e ele me encara de volta. Consigo ver o seu deboche a cada movimento de seus ponteiros, que parecem ter decidido se movimentar da forma mais lenta possível, só para zombar com a minha cara.

Então vejo Marie sair da sua sala com os seus pertences em mãos, terminando o seu expediente. Ela me olha de longe e me dá um sorriso fraco. Sorrio de volta e quando vou fazer menção para levantar e me aproximar, ela vira o seu corpo, saindo da delegacia rapidamente e indo em direção ao estacionamento. Me ajeito novamente na minha cadeira, sem saber o que pensar. A última vez que tínhamos conversado foi quando nos beijamos e eu fui embora terminando tudo aquilo e estabelecendo somente uma amizade entre nós duas. Porém, não foi isso que aconteceu, e todas as minhas abordagens para conversar com a loira terminaram em um rápido e doloroso papo de elevador. Pior mesmo é quando Waverly aparece na delegacia,   enquanto eu tento e falho miseravelmente em controlar os meus sentimentos pela morena, Marie desaparece dentro da delegacia, como se nunca tivesse existido.

Abaixo a cabeça chateada com a situação entre nós duas. Isso não é nem de perto como eu queria que tivesse terminado. Decido dar um tempo para loira, porque querendo ou não, eu sei como é amar alguém e não ser correspondido. E eu sei que um dia, ela vai superar tudo isso e voltar a seu a minha amiga. A minha única amiga, na verdade. Entretanto para a minha surpresa, vejo Marie entrar novamente e entregar alguns papéis para o xerife Nedley que ela deve ter esquecido e, apesar de eu jurar que ela iria sair novamente sem olhar na minha cara, a loira vira na minha direção e me encara como se ponderasse suas ações.

Fixo os meus olhos na tela do computador figindo que não estou prestando atenção na loira, quando esta se aproxima e finge uma tosse para poder chamar a minha atenção.

    -Hey… - digo olhando para ela com um sorriso.

    -Hey, ruiva… - ela evita me encarar, estando um pouco envergonhada. Um silêncio constrangedor se instala e ela rapidamente tenta quebrá-lo - Então, como você está?

    -Bem - respondo - Ocupadíssima encarando esse relógio até o meu expediente acabar - brinco fazendo ela rir.

    -Eu fiz isso também, a tarde toda! - ela exclama surpresa com a coincidência - Mas já, já, você estará livre para aproveitar toda a sua noite de sábado com você sabe quem…  

    -Aproveitar para dormir só se for - deito a cabeça e fecho os olhos mostrando o meu cansaço.

    -Ah… você não vai? - ela ergue as sobrancelhas, espantada.

    -Vou onde? - pergunto, confusa.

    -Nossa… desculpa, eu não sabia. Eu pensei que ela tinha te convidado, já que até a mim ela chamou - ela diz se enrolando nas palavras como se estivesse cometido uma gafe.

    -Marie, eu não estou entendendo nada do que você está falando. Ela quem? - pergunto com um tom de voz um pouco mais alto para que ela se concentrasse.

    -Waverly Earp. - ela diz bem devagar raciocinando cada palavra antes de falar - Ela vai fazer hoje uma festa de noivado para uma das amigas dela. Aquela loira platinada. Não sei se você conhece… Mas que estranho ela não ter te chamado.

    -É… - respondo chateada com a notícia de não ter sido convidada para a festa. Eu não era amiga dela, mas muito menos Marie que no máximo tinha se encontrado com Waves uma vez no corredor da delegacia.

    -Olha, você não está perdendo nada. Quem está perdendo é ela, por não ter te chamado - ela passa as mãos no meu ombro em uma tentativa de me animar - E outra… eu nem vou, então a festa não vai ser tão boa assim - diz, voltando a ser a Marie de antes, brincalhona e convencida.

    -Você é muito convencida, sabia? - olho séria para ela, que gargalha ao me ouvir.

    -E você é iludida - diz mostrando a língua.

    -Ai - digo pela verdade dura e crua de suas palavras.

    -Desculpa, mas além de convencida eu sou sincera. - ergue os ombros de forma inocente.

    -Tudo bem, eu mereci - digo, voltando a minha atenção para a tela do computador.

    -Tenho que ir, Haught. Até segunda-feira. - olho para ela com um sorriso fraco, por eu estar um pouco chateada com a notícia. Ela passa sua mão novamente no meu ombro com um olhar de pena e então caminha em direção a saída - Para de ficar encarando o pobre coitado do relógio e vai comer umas rosquinhas igual a um bom xerife - ela exclama de longe.

    -Hey! Não é só isso que eu faço! - respondo, fingindo estar brava.

    -Não é o que parece! - e então ela desaparece do meu campo de visão.

 

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Quase no final do expediente, bato as pontas do dedos na mesa de forma agoniada e estico as minhas costas que clamam doloridas por uma cama. Nada melhor do que dormir a noite toda em um sábado frio. Foi só pensar nisso que vejo Nedley sair da sala de evidências com uma cara de poucos amigos.  

-Oficial Haught! - ele me chama, me fazendo pular da cadeira rapidamente.

-Sim? - pergunto, ajeitando uns fios de cabelos soltos.

-Quem mexeu na sala de evidências?- questiona, apontando para a porta da sala.

-Quando? - minha pergunta parece irritá-lo.

-Hoje, ontem, esses dias - responde ranzinza.

-Humm… - abro a gaveta da minha escrivaninha e pego uma grande agenda, abrindo-a. Folheio-a rapidamente escutando o bufo impaciente do mais velho e então vejo as folhas dos últimos dias todas em branco - Ninguém?

-Você está me perguntando ou está afirmando? - fala de forma seca erguendo as sobrancelhas.

-Afirmando, senhor. - ajeito a postura colocando as mãos em volta do meu cinto - Segundo a agenda, ninguém mexeu evidências esses últimos dias.

-Bom, eu discordo da sua agenda. Alguém mexeu nas evidências antigas.

-Roubaram? - abro a boca surpresa. Um sorriso sarcástico nasce em seu rosto e meu corpo estremece com o que ele está prestes a dizer..

-Isso que você vai descobrir. - responde como se fosse algo óbvio - Quero que você pegue todas as evidências e documentos daquela sala e verifique no sistema se está faltando alguma.

-Mas xerife, meu expediente termina agora. - digo quase que em sussurro já sabendo o teor da resposta que vou receber do homem.

-O meu expediente termina agora, o seu termina quando você acabar de verificar todas as pastas de evidência. Certo? - diz com certa maldade e então pega o seu chapéu e a chave do seu carro de cima de uma mesa próxima.

-Sim, senhor. - respondo cabisbaixa vendo ele sair da delegacia.

-Tenha uma boa noite, oficial. - ele diz na porta com um sorriso e parte para o estacionamento.

-Para você também. - digo mesmo sabendo que ele não iria ouvir.

Horas se passam e as pastas de evidências parecem se multiplicar cada vez que eu busco uma nova caixa para verificar. Aproveito para estudar alguns casos antigos e sem solução, adquirindo um pouco mais de conhecimento e experiência sobre a cidade.Todo o meu corpo lateja por eu ter ficado na mesma posição o dia todo, principalmente o meu pescoço que eu sei que vai dar trabalho por uns bons dias. Com as mãos em volta dele, mexo a minha cabeça tentando aliviar o incômodo. Encaro a tela e me perco nos pensamentos quando escuto alguém bater algumas vezes a porta aberta próxima de mim.

-Noite de sábado... -  Wynonna diz e eu olho para a ela um pouco assustada. Ela encosta no batente da porta e eu tiro a mão do pescoço sorrindo. Vejo no seu rosto que ela está exausta tanto quanto eu - Sou a pária da cidade com dez anos de más ações e suicídio social para compensar. Qual é a sua desculpa? - aponta para mim, se referindo o fato de eu estar ainda trabalhando em pleno sábado a noite.

-Nedley. - respondo cruzando os braços sobre a mesa.

-Nem diga mais nada. Chefes são os piores. - ela brinca com um olhar vago.

Escuto Wynonna abrir a garrafa de bebida que carrega nas mãos enquanto fecho uma pasta de evidências que está aberto sobre a minha mesa e a coloco sobre o monte de outras pastas.

- E temo que o meu esteja morto - completa. Olho para ela surpresa. Nessa cidade não seria novidade alguma se alguém morresse do nada, principalmente Dolls que vive envolvido em tiroteios e missões de alto sigilo - Brincadeira - ela responde com um leve sorriso abanando a mão e dando um grande gole direto do bico da garrafa.

Mesmo que ela tenha dito que é brincadeira, as expressões de Wynonna continuam extremamente  sérias como se ela estivesse preocupada ou chateada. O que é uma novidade, já que a Earp sempre me pareceu descontraída e inabalável.

-Tem certeza de que está bem? - pergunto e ela olha para mim surpresa de eu ter percebido o seu estado abalado. Ela fica sem palavras, quase engasgando com o gole que deu na bebida e então ergue a mão em um joia enquanto arranha a garganta. Abano levemente a cabeça encarando o relógio no canto da minha mesa. Então lembro da festa que Waverly está dando na casa dela e que provavelmente está acontecendo nesse exato momento - Pelo menos eu não fui a única a não ser convidada para a festa. Me faz sentir melhor.

Wynonna me olha totalmente confusa e desconfiada.

    -Que festa? - ela se aproxima da minha mesa colocando a garrafa sobre a madeira.

    -Nossa, você não sabia da festa da sua irmã também. - digo surpresa reconhecendo a cara de Wynonna a mesma que eu fizera quando Marie me contou sobre a festa.

    -Deve ser uma festa comemorando o término dela com o  9 segundos. - ela diz pegando a garrafa de volta.

    -Champ? - pergunto pasma e ao mesmo tempo mais animada do que eu pretendia demonstrar para a irmã da garota que eu tenho uma queda.

    -Sim, ela finalmente terminou com ele. Quer comemorar? - ela estica o braço me oferecendo a garrafa. Hesito por alguns segundos, por estar ainda de uniforme, estar no trabalho e saber que eu sou super fraca para bebidas alcoólicas.

Wynonna ergue a sobrancelhas e balança a garrafa insistindo para que eu pegasse. Me deixo levar pelo momento, pegando a garrafa e dando um grande gole no líquido ardido. Sinto toda a minha garganta queimar, enquanto a bebida desce e em minutos sobe rapidamente me deixando já um pouco tonta, pois além de ser extremamente fraca para bebidas, faz horas que eu não como nada, deixando o trabalho do álcool bem mais fácil.

-Forte, né? Garrafa direto do estoque pessoal ultra secreto do Dolls… - Wynonna diz, mas quando eu vou olhá-la não a vejo - Estou aqui embaixo, policial - sinto ela cutucar com o pé a minha bunda e a vejo sentada no chão atrás de mim. Solto uma risada e sento ao seu lado, encostando as costas na madeira da escrivaninha de trás.

Despejo mais uma grande quantidade do líquido garganta a dentro e faço uma cara devido a queimação. Wynonna olha e ri.

-Mas e aí, você sabe que tipo de festa não fomos convidadas?  

-Aparentemente Waves está comemorando um noivado de uma amiga…

-Ah! - Wynonna balança a cabeça em afirmativa pegando a garrafa e tomando um gole. Minha visão dela começa a ficar um pouco turva.

-Me pergunto quem ela convidou, se ela não nem a própria irmã… - digo vagando nos meus pensamentos confusos.

-Você sabe bem quem ela convidou. - ela diz aproximando a boca da garrafa nos lábios - Chrissy Nedley - ela diz tomando um pouco do álcool.

-O quê? - minha voz sai um pouco mais estremecida que o pretendido - A filha do xerife? - pergunto, reconhecendo pelo sobrenome. Talvez seja por isso que o próprio Nedley estava ranzinza mais cedo. Ela estava comemorando na casa das Earps, um lugar conhecido por muitos na cidade como amaldiçoado, devido á acontecimentos no passado.

-E Stephanie Jones. - Wynonna comenta e eu acredito ser a loira platinada que Marie tinha se referido de uma forma não muito amorosa antes. A morena coloca a garrafa de pé entre nós e olha para um ponto qualquer da sala, vagando em suas memórias - Sabe, uma vez, Stephanie me disse para eu fazer uma plástica na bunda.

-O quê?! - exclamo totalmente descrente com a coragem e mau gosto da mulher. E então sinto o álcool fazer totalmente efeito no corpo - Sua bunda é tipo… - e então o líquido fala por mim. Ergo a mão apertando os lábios e faço um gesto como se estivesse figurativamente segurando a bunda da Wynonna - É top de linha, cara. É top de linha…

-Obrigada - Wynonna responde concordando. Então ela volta a vagar em seus pensamentos até respirar fundo e me apontar novamente seus olhos verdes  - Eu protegi demais a Wav? - ela pergunta como se isso estivesse há tempos na sua mente.

-Sabe...- começo a falar e as palavras saem arrastadas - Eu acho que a Waverly passou a vida toda dela se moldando para ser quem ela é para as pessoas com que ela anda. - me refiro ao tipo de amigas que ela tem. Então penso na notícia que Wynonna me dera sobre Waves ter terminado com o namorado popular e clichê dela - Só agora ela está começando a perceber o que ela quer mesmo - completo e um sorriso bobo escapa facilmente dos meus lábios ao pensar no que eu acabara de dizer.

-Você é tipo um adesivo de carro ambulante - Wynonna zomba me fazendo rir - Que está armada? - ela bate no coldre da minha arma e eu continuo a gargalhar da sua cara - Waverly deveria sair com você! - fala contrariada com as decisões da irmã em questão de quem ela quer como companhia.

-Eu concordo. - respondo sem pensar e então eu tomo mais um gole da bebida me perdendo na minha imaginação de como seria se Waverly saísse comigo.

-Quem é essa moça? - Wynnona inclina o corpo para frente com dificuldade pegando uma foto impressa de cima da minha mesa na nossa frente. Puxo-a pela seu cinto, ajudando-a a voltar na sua posição inicial.

-Essa é a vítima número 3 - respondo, reconhecendo a foto de uma dos documentos de Marie. Coloco a garrafa no chão e Wynonna analisa o rosto da mulher, impresso com o nome Joyce Arbour escrito logo abaixo.

-O mesmo cara matou três mulheres?

-Sim, matá-las foi apenas o começo. - comento, me lembrando de ter estudado um pouco sobre esse caso durante a verificação das evidências pedida por Nedley. Estico o meu corpo e pego uma das pastas de cima da minha mesa - Joyce Arbour. Ela tinha 22 anos. - abro a pasta mostrando e entregando algumas fotos da cena do crime para Wynonna - A encontramos na manhã de quarta, e causa da morte parece ser múltiplas lacerações, mas é claro, o relatório da autópsia é praticamente ilegível.

-Dolls escolheu uma ótima hora para sumir - Wynonna comenta com sarcasmo enquanto analisa as fotos do crime. Estou a olhar a foto que ela segura quando algumas gotas vermelhas pingam sobre a folha. Ela me olha e vejo que o seu nariz está estranhamente sangrando - Eu preciso ver o corpo - ela diz totalmente séria, e seu tom de voz parece ter levado ambas à sobriedade imediata.

 


Notas Finais


O capítulo parou no meio do nada, mas eu vi que estava ficando gigantesco e resolvi dividir em duas partes. :P

OBS: EU SIMPLESMENTE ADORO OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS!

OBS 2: ATÉ O PRÓXIMO!


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