Tim Macken nunca teve uma vida fácil. Nascido em família pobre e se tornando órfão ainda na infância, ele achava que nada podia piorar. O jovem percebeu que estava errado, pois tudo piorou quando o Conde Trancy o encontrou e passou a usar o loiro para as tarefas da casa e para saciar seus desejos carnais.
Certa noite o velho Trancy havia saído para ir ao baile no mansão Phantomhive em comemoração ao aniversário de quatorze anos do Conde Phantomhive, e Tim, óbvio, havia sido deixado para trás (viva às tarefas domésticas). Cansado de nunca sair daquele lugar, o jovem pediu para as fadas que o ajudassem. Surpreendente, uma das aranhas que rodeava a mansão tomou a forma de um homem com cerca de trinta anos, cabelos negros e olhos perigosos por de trás das duas lentes grossas de seus óculos.
– Q-quem é você?
– Não foi você quem me chamou? - o homem ajeitou seus óculos e então prosseguiu - Eu pensei que você quisesse alguma coisa, mas como não é o caso, eu vou embora daqui.
– Não! Espera! - Tim agarrou seu braço - Tem uma coisa que eu quero. Você pode me ajudar, fada-aranha?
– Diga.
– Eu quero sair daqui, ir para algum lugar e conhecer pessoas que façam eu me sentir bem. - ele pediu - Nem que seja só por hoje, eu preciso sair desse lugar maldito.
– Então já podemos fazer o contrato.
– Contrato?
– Apenas me observe.
Como num passe de mágica o jovem viu tudo ao seu redor se transformar. A abóbora se tornou uma carruagem, os ratos se tornaram cavalos, suas roupas velhas, trajes de gala e sua tristeza, alegria.
– Obrigado, fada-aranha!
– Essa será a melhor noite da sua vida, mas lembre-se de que tudo acabará há meia noite.
– É o suficiente. - um grande sorriso iluminou o rosto do loiro - Olé!
–Não se esqueça que voltarei para pegar meu pagamento há meia noite, nem um minuto a mais.
XX XX
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Quando Tim chegou ao baile, logo se tornou amigo de todos os presentes. Despertou também a atenção de um jovem que aparentava ter a sua idade. Possuía cabelos negros que caíam sobre seu tapa olho e seu único olho exposto tinha um tom de azul belíssimo, próximo à cor do oceano.
– Como devo chamá-lo?
– Alois Trancy.
Achou que não deveria dizer seu nome verdadeiro, então disse o primeiro que lhe veio à cabeça. Até que soava bem. "Alois, Alois, Alois, Alois, Alois! " Quem sabe não pudesse adotar esse codinome?
– É o filho do Conde Trancy?
Olhou para um canto qualquer antes de responder.
– Sim, eu sou.
– Encantado. - ele pegou sua mão e a beijou suavemente. Aquilo era normal? Alois achou a atitude um tanto estranha, mas gostou de sentir os lábios do moreno pressionados contra sua mão - Sou Ciel Phantomhive, o anfitrião do baile. Está se divertindo?
– Sim, tem um ar tão Olé!
Ciel riu um pouco da loucura do loiro.
– Mas eu acho que bailes são uma droga, perda de tempo. O que acha de irmos para outro lugar?
Alois sorriu, segurou a mão de Ciel e deixou-se ser guiado. Os dois rapazes passaram a noite passeando pelos jardins Phantomhive, conversando e trocando olhares e breves carícias.
Às doze badaladas do relógio selaram seus lábios em um beijo profundo e calmo, mas que logo acelerou, tornando-se quente e voraz. Ciel sentiu algo peludo, pensou ser apenas um fio de cabelo, porém, quando tirou-o, deparou-se com uma aranha caranguejeira na palma de sua mão.
– Mas o que...
– Ciel, eu não... - Alois não pôde terminar a frase, pois centenas de aranhas estavam saindo de sua boca. Logo já eram milhares, milhões...
O jovem correu em direção ao bosque, tentando conter o sangue que saia de si, mas as aranhas o mordiam e seu corpo era tomado pelo veneno dos aracnídeos. Alois fora dado como morto, porém, seu corpo nunca foi encontrado. Tudo o que sobrou para lembrá-lo foi o sapato que havia deixado cair durante a fuga.
Ciel acabou se casando com uma jovem chamada Elizabeth, mas guardou aquele sapato como recomendação do jovem sedento por amor que beijou naquela noite.
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