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História Um Porto Seguro - Você acha que somos amigas?


Escrita por: FJ97

Notas do Autor


Oii galerinha da moita e Oi galerinha que fala comigo...
Deixamos de "oi" e vamos pra mais um capitulo kk

Capítulo 9 - Você acha que somos amigas?


Fanfic / Fanfiction Um Porto Seguro - Você acha que somos amigas?

  Depois de voltar da loja, Camila estacionou a bicicleta nos fundos de casa e entrou para trocar de roupa. Ela não tinha um traje de banho, mas não usaria um desses mesmo se tivesse. Por mais que fosse natural para uma moça caminhar em frente a estranhos com peças equivalentes a uma calcinha e sutiã, não se sentira confortável vestindo algo assim na frente de Lauren em um passeio com seus filhos. Ou, francamente, mesmo que as crianças não estivessem presentes.

  Embora resistisse a idéia, Camila tinha que admitir que Lauren a intrigava. Não por causa das coisas que havia feito por ela, por mais que fosse tocante. Tinha mais a ver com a maneira triste com que ela as vezes sorria, a expressão em seu rosto quando ela falava da esposa, ou a maneira como tratava seus filhos. Havia uma solidão em Lauren que ela não conseguia disfarçar, e Camila sabia que, de certa forma, era muito parecido com a solidão com que ela também sentia.

  Ela sabia que Lauren estava interessada nela. E Camila tinha bastante experiência para reconhecer situações que os homens e até mulheres a achava atraente; o balconista que falava demais, um estranho que olhava em sua direção, ou um garçom em um restaurante que vinha mais vezes que o necessário ate a mesa onde ela estivesse sentada. Com o tempo, ela aprendeu a fingir que não percebia o interesse dessas pessoas; em outros momentos, ela mostrava um obvio desdém, porque sabia o que aconteceria se não o fizesse. Quando chegassem em casa. Quando estivessem sozinhos.

  Mas aquela vida já não era mais sua, lembrou-se Camila. Abrindo as gavetas, ela tirou um conjunto de short e sandálias que havia comprado na Anna Jean’s. na noite anterior ela havia bebido vinho com a amiga e agora iria a praia com Lauren e sua família. Eram coisas comuns de vida. O conceito lhe pareceu estranho, como se ela estivesse aprendendo os hábitos e costumes de uma terra estrangeira, o que fazia com que se sentisse estranhamente encantada e desconfiada ao mesmo tempo.

  Assim que terminou de se vestir, Camila viu o jipe de Lauren vindo pela estrada de cascalhos e respirou fundo enquanto ela estacionava em frente a sua casa. “Agora ou nunca”, pensou consigo mesma quando saiu para a varanda.

-Você precisa colocar o cinto de segurança, senhorita Camila –disse Kath por trás dela. –Meu papa não vai ligar o carro até que você o prenda.

  Lauren olhou para ela, como se quisesse dizer: “Está preparada?”. Camila lhe ofereceu seu melhor sorriso.

-Bem, vamos lá.

  Em menos de uma hora eles chegaram a cidade litorânea de Long Beach. Lauren encostou o carro em um pequeno estacionamento perto as dunas, alguns tufos de grama alta se agitavam com a brisa marinha constante. Camila desceu do carro e olhou para o oceano, respirando fundo.

  As crianças desceram do carro e imediatamente foram em direção a trilha  que serpenteava entre as dunas.

-Eu vou la dar uma olhada na água, papa! –gritou Joseph, com sua mascara e o snorkel nas mãos.

-Eu também! –acrescentou Kath, seguindo seu irmão.

  Lauren estava ocupada, descarregando a traseira do jipe. –Esperem aí. –gritou ela. –Vamos com calma, hein?

  Joseph suspirou e sua impaciência era aparente enquanto apoiava o peso do corpo, ora num pé, ora no outro. Lauren começou a retirar a caixa térmica de dentro do porta-malas.

-Você precisa de ajuda? –perguntou Camila.

  Lauren balançou a cabeça. –Eu consigo me virar com essas coisas. Mesmo assim, se você puder passar o protetor solar nas crianças e ficar de olho nelas por alguns minutos, vai ser de muita ajuda. Eu sei que este lugar os deixa animados demais para ficarem quietos.

  O local onde escolheram ficar estava praticamente vazio, só haviam algumas famílias despersas, eles poderiam ficar tranqüilos naquela parte da praia. Camila havia tirado as sandálias e estava a beira da água enquanto as crianças brincavam na parte mais rasa. Seus braços cruzados e, mesmo aquela distancia, Lauren percebeu uma rara expressão de contentamento em seu rosto.

  Lauren jogou duas toalhas sobre os ombros e foi em direção a Camila. –É difícil acreditar que ainda ontem tivemos uma tempestade tão forte.

  Ela se virou ao ouvir o som da voz de Lauren. –Eu havia me esquecido do quanto sentia falta do oceano.

-Faz muito tempo que não vem a praia?

-Tempo demais –disse ela, escutando o ritmo suave das ondas enquanto elas gentilmente quebravam contra a praia.

  Joseph corria em direção as ondas e depois voltava para a praia, enquanto Kath estava agachada na areia, procurando por conchas.

-Imagino que as vezes deve ser bem difícil ter que cuidar e educar seus filhos sozinha. –observou Camila.

  Lauren hesitou, considerando a questão. Quando falou, sua voz tinha um tom gentil. –Na maior parte do tempo não é tão ruim. Nossas vidas diárias acabam entrando num certo ritmo, entende? É quando fazemos coisas como estas, quando saímos do ritmo normal, que as coisas ficam pouco frustrantes.

  Ela deu um leve chute na areia, enterrando seu pé até a metade. –Quando minha esposa e eu falávamos sobre ter um terceiro filho, ela tentava me advertir de que essa terceira criança faria nossa rotina mudar por completo. Num jogo de basquete seria como passar de uma marcação homem a homem para marcação de zona. Ela costumava dizer que não tinha certeza de que eu conseguiria agüentar a barra. Mesmo assim, aqui estou eu, fazendo uma marcação por zona, todos os dias... –ela deixou a frase no ar, balançando a cabeça. –Me desculpe. Não deveria ter dito isso.

-Não deveria ter dito o que?

-Parece que sempre que converso com você acabo falando sobre minha esposa.

  Camila virou-se para encara-la. –E por que você não deveria falar sobre sua esposa?

  Lauren empurrou uma pilha de areia para frente e para trás com o PE, alisando o buraco que havia feito. –Por que não quero que você pense que não sei falar sobre outra coisa. Ou que tudo que faço é viver nostálgica.

-Você a amava muito, não é?

-Sim –respondeu ela.

-E ela era uma parte muito importante da sua vida, alem de ser a mãe de seus dois filhos, certo?

-Certo.

-Então não há problemas em falar sobre ela –disse Camila. –Ela é parte da pessoa que você é.

  Lauren lhe deu um sorriso de gratidão, mas não conseguiu pensar em mais nada para dizer. Camila pareceu ler sua mente e perguntou num gentil. –Quando vocês se conheceram?

-Nos conhecemos em um bar, entre todos os lugares possíveis. Ela havia saído com algumas amigas para celebrar o aniversario de alguém. O lugar estava quente e cheio de pessoas, havia poucas luzes, a musica estava alta e ela... bem, ela simplesmente se destacou do resto. Todas as amigas dela estavam um pouco fora do controle e era obvio que todas estavam se divertindo bastante, mas ela parecia estar bem tranqüila.

-Aposto que ela era muito bonita também.

-Nem preciso mencionar o quanto –disse Lauren. –Assim, engolindo meu nervosismo, fui ate onde ela estava e comecei a usar todo o charme que eu tinha a minha disposição.

  Quando terminou a frase, Lauren percebeu o sorriso que havia nos cantos dos lábios dela.

-E então? –perguntou Camila.

-Mesmo assim, demorei três horas para conseguir que ela me dissesse seu nome e me desse seu numero de telefone.

  Camila sorriu. –Ah, deixe-me adivinhar. Você ligou no dia seguinte, não é? E a convidou para sair?

-Como você sabe?

-Você parece ser o tipo de mulher que faria exatamente isso.

-Você fala como se já tivesse recebido uma cantada dessas algumas vezes.

  Ela deu de ombros, deixando que seu gesto fosse interpretado da maneira que Lauren quisesse. –E o que aconteceu depois?

-Por que você quer saber isso?

-Não sei –disse ela. –Mas eu realmente quero.

  Lauren a estudou por um momento. –Tudo bem. Como você já sabe, convidei-a para almoçar e nós passamos o resto da tarde conversando. No final de semana seguinte, eu disse a ela que nós duas casaríamos algum dia.

-Você esta brincando.

-Sei que parece loucura. Pode acreditar em mim, ela também achou que eu estava louca. Mesmo assim... Eu simplesmente sabia que aquilo iria acontecer. Ela era inteligente e gentil. Nos tínhamos muitas coisas em comum e queríamos as mesmas coisas da vida. Ela ria muito e me fazia rir também. Honestamente, entre mim e ela acho que fui eu quem tirou a sorte grande.

  As ondas continuaram a quebrar na praia do oceano, chegando a cobrir os tornozelos de Lauren e Camila. –Provavelmente ela achava que tivera sorte também.

-Isso aconteceu porque consegui engana-la –disse Lauren, irônica.

-Duvido que foi assim.

-Isso é porque estou conseguindo enganar você também.

  Camila riu. –Não acho que seja verdade.

-Você esta dizendo isso só porque somos amigas.

-Você acha que somos amigas?

-Sim –disse Lauren, com os olhos fixos no dela. –Você não acha?

  Pela expressão em seu rosto, Lauren percebeu que a idéia a pegara de surpresa. Mas, antes que ela pudesse responder, Kath veio correndo ate onde elas estavam, fazendo a água respingar com seus passos e trazendo um punhado de conchas nas mãos.

-Senhorita Camila! –gritou ela. –Achei umas conchinhas muito bonitas.

  Camila se curvou. –Pode me mostrar?

  Kath estendeu as mãos, soltando as conchas na Mao de Camila antes de se virar em direção a Lauren. –Papa, podemos começar a fazer o churrasco? Estou morrendo de fome!

-É claro, querida –disse Lauren, dando alguns passos a direção da praia, observando enquanto seu filho mergulhava por entre as ondas. Quando Joseph voltou a superfície, Lauren colocou as mãos os redor da boca.

-Ei, Joseph? –gritou ela. –Vou acender a churrasqueira. Por que não vem ate aqui?

-Agora? –gritou Joseph em resposta.

-Apenas por alguns momentos.

  Mesmo aquela distancia, ela viu que os ombros dele se contraíram pelo desanimo. Camila também deve ter percebido, pois se apressou logo em dizer.

-Eu posso ficar aqui se quiser –disse ela.

-Tem certeza?

-Vou ficar aqui vendo as conchas que Kath esta me mostrando.

  Ela fez que sim com a cabeça e voltou sua atenção para Joseph. –A senhorita Camila vai ficar tomando conta de vocês. Por isso, não va muito fundo.

-Não, não vou!  -disse ele, sorrindo.


Notas Finais


Caraca :o
E esse povo que saiu da moita? e ainda foi em bando... fiquei ate com medo -.- #mentira kkkk
Valeu galerinha... :)


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