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História Um Presente Indesejado - Vkook/Taekook - Compras do mês


Escrita por: xtaeggukk

Notas do Autor


IAEEEEEEE GALEREEEEEE
SOCORRO JESUS
2K DE FAV MEUDEUS
MUITO OBRIGADAAAAAAAAA AMO VOCÊS
UPI fez um aninho já, tempo passa rápido né bixo...

Desculpa a demora ai e é tois tamo junto

Mas eh isso aí, fiquem com esse capítulo meia boca :v

Capítulo 42 - Compras do mês


Fanfic / Fanfiction Um Presente Indesejado - Vkook/Taekook - Compras do mês

(Sexta feira - 12h46)

— Taehyung, meu filho, você poderia me fazer um pequeno favor? — Minha mãe me pergunta quando percebeu minha presença na sala e mal tive tempo de dizer "boa tarde" ou qualquer outro tipo de saudação.

É sempre assim, já faz um bom tempo desde a última vez em que entrei em casa e vi minha mãe fazendo as coisas sem pressa.

Quando a hora do trabalho se aproxima ela faz tudo com rapidez, mesmo sendo uma das donas do lugar ela preza pela pontualidade e odeia mais que tudo chegar atrasada.

Eu também odeio chegar atrasado nos lugares, mas não importa o quão cedo eu acorde ou o quão rápido eu faça as coisas, sempre vai acontecer algo que vai me fazer chegar tarde em qualquer compromisso que seja.

Nem sei se é ela que é rápida demais ou se sou eu que é muito lerdo.

— Faço sim, qual seria? — Tirei meus sapatos e os coloquei ao lado da porta. Não sou louco o bastante para negar o pedido dela, afinal não gostaria de levar um tapão na orelha e nem de ser xingado.

Quando ela vem com essa conversa fiada de "pequeno favor" já fico ciente que de pequeno ele não tem nada.

Parece até um praga, sempre quando quero descansar aparece gente até do inferno pra encher o saco e me entupir de tarefas.

— Você pode ir no mercado e fazer as compras do mês pra mim? Eu e seu pai estamos atolados até o pescoço com as questões da empresa, precisamos resolver alguns assuntos com os fornecedores do exterior e isso está tomando todo o nosso tempo. Deixei a lista com o que você precisa comprar grudada na porta da geladeira e… — Deu uma breve pausa para vasculhar algo em sua bolsa e até me sentei no sofá porque eu sabia que ia demorar um bocado.

A bolsa da minha mãe é tão grande que dá pra eu morar lá dentro e ainda sobra espaço para uma família de seis filhos e um cachorro.

Sério, pode ser exagero meu mas eu não entendo porque as bolsas das mulheres são tão grandes. Aposto que elas não usam nem metade do que carregam, só ficam acumulando peso e coisas inúteis.

— Espera aí, estou quase achando… — Para a minha surpresa ela tirou uma outra mini-bolsa de dentro da bolsa – que pra mim isso não fazia o menor sentido – e começou a procurar ali, pelo jeito ela não achou o que gostaria e colocou ela de volta. — Onde que tá essa porra, meu Deus…

Tá vendo? A boca suja é de família – só por parte de mãe porque a família do meu pai é super paz e amor.

Peguei essa mania feia por causa da minha mãe querida, assim como o Yoongi pegou. Menos o meu pai, ele não foi totalmente contaminado. Ele só xinga quando tá muito bravo ou muito feliz, ele é bem calmo e suas reações são neutras na maior parte do tempo.

Nem sei como ele se casou com a doida da minha mãe porque eles são o completo oposto um do outro. Mas é como aquele famoso ditado de que "os opostos se atraem".

Quem vê pensa que a gente chega na casa dos outros dizendo "E aí, caralho! Tudo firmeza nessa porra?!" Mas não é bem assim, nós só somos desbocados dentro de casa – ou na casa da minha avó, mesmo com a idade ela não tem papas na língua e diz tudo o que pensa.

Mas fora isso nós somos 100% educados com as outras pessoas – bom, pelo menos tentamos ser.

E enquanto isso eu só fiquei quieto olhando aquela situação onde minha mãe abria três milhões de bolsas e compartimentos mas não achando nada.

— ACHEI! — O grito inesperado dela me assustou levemente e eu acabei pulando minimamente no lugar. — Toma, usa esse cartão aqui pra pagar as compras. — Tirou o cartão de crédito e estendeu pra mim, o peguei e guardei na minha carteira para não perde-lo.

— Ok... Mais alguma coisa? — Perguntei torcendo internamente para receber uma resposta negativa.

— Referente às compras creio que seja só isso. E, ah! Seu almoço está na geladeira, só precisa esquentar. Não se preocupe com o Jungkookie pois ele já almoçou, ele está lá no seu quarto jogando vídeo-game.

Suspirei aliviado ao saber que minha comida tava bem guardadinha na geladeira, juro que passei o caminho todo pensando nela porque tava morrendo de medo do Kookie roubar minha refeição antes que eu chegasse em casa como da última vez.

— Bom, já que tá tudo foi resolvido eu estou indo, infelizmente o trabalho me espera. — Pegou sua maleta que estava repousada no sofá ao meu lado e me deu um beijo na testa. — E vê se não extrapola os limites, viu? Se eu ver mais que seis dígitos na fatura do cartão eu arranco seu pinto fora.

— Credo, mãe. Me respeita que eu sou consciente, não saio pegando tudo que vejo pela frente. Fica tranquila que o seu cartãozinho tá em boas mãos. — Disse confiante, lhe lançando uma piscadela.

— Espero que esteja mesmo, caso contrário não irei me importar em dar uma surra em um marmanjo como você… — Riu fraco, saindo porta afora sem dizer mais nada.

Medo.

Com tudo resolvido, rumei até a cozinha para preparar o meu tão desejado almoço. O lanche da faculdade não é capaz de saciar toda a minha gula – nem dá pra comprar mais de um porque parece que tem ouro dentro daqueles sanduba, é caro pra caralho – e quase sempre chego varado de fome em casa.

Abri a geladeira dando de cara com uma panela cheia de nakji bokkeum, lógico que minha boca salivou na hora diante daquela belezinha e não demorei à pegar um prato, colocando uma grande porção de comida nele e o levando para o – novo – microondas.

Ainda me recordo do dia em que meus pais me questionaram sobre o sumiço repentino do eletrodoméstico, foi engraçado e um pouquinho dolorido pra mim.

Tava todo mundo jantando até que o meu pai puxou assunto perguntando o que tinha acontecido com o microondas e, eu, como o filho deveras honesto que sou, estava prestes a contar o que ocorreu naquele fatídico dia. Detalhe por detalhe. Quando fiz menção de citar o nome do causador do desastre, Jungkook me encarou tão profundamente que quase senti minha alma sendo sugada, se eu pudesse ler mentes certeza que ele estaria dizendo "não fala que fui eu, senão irei te assassinar a noite".

Ele não ficou satisfeito com apenas isso – acho que ele tava pensando que eu não iria entender seu pedido – e fez questão de dar um chutão na minha canela por baixo da mesa, visto que ele estava sentado na minha frente.

Eu deveria ter ganhado um Oscar naquele dia por conta da minha maravilhosa atuação, reprimi o grito que iria sair e fingi que nem doeu. Forcei minha melhor cara de paisagem mesmo querendo chorar pela dor e contei que o microondas tinha parado de funcionar sozinho e que não tinha mais conserto, deixando o Kookie visivelmente aliviado com a minha resposta.

Nem sei porque ele quis esconder isso dos meus pais, provavelmente ele achava que ia levar uma bronca mas na verdade eles nem iam ligar. Minha mãe até deu graças a Deus quando viu que ele não tava ali, ela vivia reclamando que o prato parava de girar do nada e não esquentava a comida direito. Foi até um favor que ele fez para nós.

Sou retirado dos meus devaneios quando o microondas tocou, alertando que o tempo de cozimento já tinha se esgotado.

Retirei o prato de lá correndo porque tava muito quente e o coloquei sobre a mesa de jantar pra esfriar um pouco – odeio comer algo quente demais, além de queimar a língua você tem que ficar mastigando igual uma vaca mastiga o capim, é um saco –, e enquanto isso eu fui preparar um suco em pó sabor limão pois a preguiça de espremer a fruta era grande demais.

Voltei para a mesa de jantar com o copo e peguei o Jungkook com a boca na botija – ou melhor, com o dedo no meu prato.

— O que o senhor pensa que está fazendo?! — Ele tava tão concentrado em lamber o dedo sujo de molho que só percebeu minha presença quando cutuquei seu ombro, fazendo ele se levantar da cadeira por conta do susto.

— A-Ah! Oi, hyung… Tudo bom contigo? — Desviou o olhar da comida e me encarou espantado, sorrindo amarelo em seguida.

— Tudo ótimo, Jeon. Tudo ótimo. Só quero saber o que você tá querendo com o meu almoço…

— Eu? Ahn… e-eu não queria nada com ele, não… — Jogou as mãos atrás do corpo e passou a se balançar para frente e para trás, evitando me olhar por mais que dois segundos.

— Se não queria nada por que o seu dedo estava lá dentro? — Semicerrei os olhos, fingindo estar bravo.

Eu sabia que ele tava roubando meu molho mas comecei uma interrogação só para tirar um sarrinho da sua cara, rir das palhaçadas dele é a oitava maravilha do mundo.

— Você está vendo coisas, Taehyungie… meu dedinho não estava em lugar algum.

— Ah é? Deixe-me ver, então. Estenda as mãos.

— M-Mas…

— Se você não tava fazendo nada errado não tem motivo para escondê-las.

— Tá. — Me mostrou apenas a mão direita, nela não tinha nenhum tipo de sujeira. — Viu? Tô limpinho!

— Mostre as duas, Kookie.

— Não!

— Certeza que teu dedo tá sujo e você não quer mostrar… — Provoquei.

— Mentira, ele tá limpíssimo! Eu tava quietinho sem fazer nada e… — Sua fala morreu quando se deu conta que apontava pra mim com o dedo indicador sujo de molho, foi inevitável não rir da carinha de desespero dele. — É… talvez ele não esteja tããão limpinho assim... — Riu sem graça, terminando de lamber o resto de molho que ficou no dedo como quem não quer nada.

— Se quer tanto comer por que não pega um pouco na geladeira? Sobrou um monte ainda. — Me sentei e comecei a comer, finalmente.

— Hm... Quero comer não. Só queria ver se o seu tava com o mesmo gosto do que eu comi hoje. E eu quero deixar o restinho pra comer no jantar também, a tia vai fazer bife acebolado de novo. — Fez cara de nojo ao mencionar o bife e se sentou ao meu lado, me observando.

— Ué, se veio da mesma panela por que tu acha que não teria o mesmo gosto?

— Vai saber, a tia poderia ter deixado os melhores pedaços de polvo pra você, só queria confirmar. — Jungkook tem cada ideia besta que eu até desisto de compreende-las, nunca vou entender a linha de raciocínio dessa criatura.

— Até parece. É mais fácil ela deixar pra ti do que pra mim, tu é o queridinho dela e não eu.

— Não é verdade!

— Ah não? Quem é que te dá pijaminha e roupa de desenho todo mês?

— A Tia Haenim…

— Quem te deixou ter um cachorrinho?

— A Tia Haenim…

— Quem faz suas comidas favoritas sempre que você pede?

— A Tia Hae- Aish, Tae! Já entendi, mas isso não significa que eu seja o queridinho dela. Ela só é legal comigo!

— Legal até demais, por sinal. — Se tem uma pessoa que paparica esse moleque mais que eu, essa pessoa é minha mãe. Ela faz tudo que ele quer sem reclamar e confesso que sinto até uma invejinha de leve porque ela nunca foi assim comigo – pelo menos não na mesma proporção.

— Se eu soubesse que você ficaria pegando no meu pé não teria parado de jogar.

— Não tô pegando no pé de ninguém, só estava expondo os fatos. E cê tava jogando o quê? — Resolvi mudar de assunto, caso contrário ele iria ficar implicando comigo pra sempre.

— Fortnite. Consegui ficar em primeiro lugar duas vezes, acredita?!

— Claro que acredito. GG, meu bem! — O parabenizei, apertando de levinho o seu nariz.

— Obrigado. — Sorriu de um jeito fofo mas logo voltou a ficar sério. — Você vai ficar bravo se eu disser que comprei uma skin nova?

— Depende, qual tu comprou?

— Uma lendária, a Cuddle Team Leader, algo assim… é super fofinha!

— Porra, Kookie! Tava juntando dinheiro pra comprar o Wukong…

— Ah não, ele é muito feio, não gostei! A que eu escolhi é muuuuito mais bonita!

É óbvio que o Jungkook escolheria a Cuddle no lugar do Wukong.

Quem é que vai querer um carinha com face amedrontadora usando uma armadura foda quando se pode ter uma mulher vestida de urso que tem uma puta cara de mongolóide e que pra melhorar – ou piorar – ainda é rosa?

Claro que ele iria escolher a segunda opção, o Kookie adora coisas fofinhas e infantis. Nem fiquei surpreso.

— Cê tá bravo…? – Perguntou receoso.

— Bravo, não. Desapontado, talvez. Mas deixa quieto, depois eu junto uma graninha pra comprar o Wukong.

— Ufa, ainda bem. Já tava imaginando qual seria o meu castigo.

— Não pensei por esse lado… — Dei uma pausa para dar uma ultima garfada no macarrão. — Mas tu acabou de me dar uma ótima ideia. Lava esse prato aqui, na moralzinha.

— Você sabe muito bem que eu odeio lavar louça!

— É só um pratinho, sua mão não vai cair por lavá-lo. — Insisti e ele só revirou os olhos.

— Lava você! Não sou eu quem tava comendo nele.

— Você é um saeng muito ingrato, minha nossa senhora… Preciso sair e nem esse favorzinho você me faz.

— Sair pra onde, posso saber? — Semicerrou os olhos e me fitou irritado, é engraçado como suas expressões mudam em fração de segundos com as coisas que eu digo. — Se for pra ir na casa do Minhyuk faço questão de quebrar esse prato na sua cabeça!

Só quero saber o dia em que o Kookie vai parar com esse ódio desnecessário pra cima do Minhyuk. Tá, eu sei que ele tem motivos o suficiente pra odiá-lo por causa da nossa amizade que era colorida e tal, mas isso acabou e ele já deveria ter parado com essa frescurinha besta.

O que ele não tem de altura ele tem de ciúme/braveza.

Ele é o mais belo exemplo de que tamanho não é documento.

— Aigoo, benzinho, não seja assim. Não vou na casa de ninguém. A mãe me pediu pra ir no mercado fazer as compras do mês porque ela e o meu pai estão ocupados demais no trabalho e não podem ir, só isso.

— Posso ir também?! Deixa, por favor, deixa! Não quero ficar sozinho, não tem nada pra fazer aqui...

— Se você se comportar e não ficar fazendo birra querendo doce, eu até posso te levar comigo.

— Prometo que juro! Irei ser um bom menino, vou até lavar esse pratinho para demonstrar a minha cumplicidade. — Saiu correndo com o prato sujo nas mãos e por poucos segundos eu jurei que ele ia tropeçar no pequeno relevo que fica entre a sala de jantar e a cozinha, mas felizmente isso não aconteceu.

Se minha mãe sentisse falta desse prato eu seria um homem morto, acredite ou não mas ela percebe tudo, todos os mínimos detalhes. Até se um garfo sumir sou eu quem levo a culpa porque sou o único homem da casa que sabe cozinhar e que mexe frequentemente com os utensílios da cozinha.

— Duvido… — Me apoiei na bancada de forma debochada. Toda vez que o Jungkook diz que vai se comportar ele faz justamente o contrário, mesmo que ele prometa mil vezes, eu nunca crio esperanças porque sei que ele não vai cumprir.

— Meu pau no seu ouvido! — Me respondeu entre os risos e eu não pude deixar de arregalar os olhos pois não esperava uma resposta desse patamar.

— JEON JUNGKOOK! ONDE VOCÊ APRENDEU ISSO?! Ficou doido?! — Ele nunca havia me respondido dessa forma tão… inapropriada.

— Com o Yoongi hyung, ele me ensinou um monte de palavrões e disse que é pra eu usar quando você for chato comigo! Legal, né? É bastante útil porque você é um chatonildo todo dia.

— Desde quando isso é "ensinar"?! Aquele pedaço de merda tá poluindo a sua cabeça com bobagens. Isso não tem nada de legal e eu vou chutar a cara dele da próxima vez que ele falar besteira pra você.

— Por que vocês dois podem falar essas coisas e eu não? Não tenho mais cinco anos! Sou um mocinho e sei até lavar louça, ó. — Mostrou-me o prato que deveria estar limpo faz tempo, mas ainda sim eu podia ver a superfície branca com pequenas manchas de molho.

— Até o Snow lava a louça melhor que você, meu bem. Cê tem dezessete só na idade porque pra mim tu vai continuar sendo meu bebêzinho pra sempre. Neném não pode falar palavrão, é feio e Deus castiga. Pode ir parando, viu?

— Se fosse assim você já estaria no inferno há muito tempo!

— Aish, Jeon! Não me complica e nem me enrola. Termina logo aí que eu quero voltar do mercado o quanto antes.

(2h15)

Depois de alguns minutos de caminhada, finalmente chegamos no supermercado da região, ele é um pouco mais longe que os mercadinhos menores, mas por ser maior e por ter mais opções de produtos eu e os meus pais sempre fazemos as compras do mês aqui.

— Tae, você vai pegar um carrinho, né? Deixa eu ir lá dentro?! Esse mercado é muito grande, andar dá muito trabalho.

— Cê não acha que já tá velho demais pra andar nisso, não?

— Oras, não é você que vive dizendo que eu sou um bebê? Então! Um nenêzinho como eu se cansa muito rápido e não tem força pra empurrar um carrinho cheio de coisas. Fora que é bem mais divertido andar dentro deles! Vai, eu quero ir nesse aqui! — Ele saiu correndo na minha frente, e escolheu o maior carrinho que tinha ali.

— Como eu vou colocar as coisas, criatura?! Não vai caber quase nada se você ocupar todo o espaço.

— Se ficar muito apertado eu saio, deixa eu andar só um pouquinho!

— Tá, sobe logo antes que eu mude de ideia. — Suspirei pesadamente e segurei o carrinho para que o mesmo não saísse do lugar, fiz um sinal com a cabeça para que o preguiçoso entrasse nele e ele logo o fez.

— Por onde a gente começa, hyung? — Me questionou amigável como se fosse se prontificar pra me ajudar em alguma coisa, o que certamente não iria acontecer.

— Vou ir por onde estiver mais perto, vou passar nesse corredor aí da frente pra pegar o açúcar, arroz e tal. — Comecei a empurrar o carrinho – com muita dificuldade, vale ressaltar, sou um imbecil até nisso porque sempre faço questão de esbarrar em algo ou alguém – e fui em direção às prateleiras, pegando quatro pacotes de açúcar e colocando-os ao lado do Jungkook. — Já que você não tá fazendo nada de útil, pelo menos vai falando as coisas da lista pra fingir que você foi prestativo, só pra fingir mesmo. — Lhe entreguei o pedaço de papel e ele me mostrou a língua como se eu tivesse dito algum absurdo.

— Dois pacotes de arroz e cinco de feijão. — Dei mais alguns passos e peguei ambos os produtos, colocando os pacotes de feijão entre as pernas dele e os de arroz atrás de suas costas.

— E o que mais?

— Farinha de trigo, mas a tia não colocou a quantidade...

— Então vou pegar só duas. — Deixei a farinha sobre o colo do Kookie e parti para o próximo corredor.

— Ketchup, mostarda, maionese, molho de tomate e de pimenta, molho ma- — O menino começou a falar tão rápido que eu pensei que ele iria ler a lista inteira de uma vez.

— Fala mais devagar, criatura! Eu não sou um robô pra memorizar tudo isso, não.

Aposto que até os cachorros são mais racionais e inteligentes que eu, com exceção do Snow, claro. Aquele ali é a personificação da palavra burrice, nunca vi um cachorro tão idiota quanto ele. Só o Kookie aguenta aquele pedaço de desgosto.

— Ketchup, hyung. Ou eu vou ter que soletrar e falar sílaba por sílaba porque você já se esqueceu?

— Eu não sou tão besta assim, Jungkook. — Larguei o pote de ketchup no carrinho. — Depois vem mostarda e…?

— Maionese, molho de tomate, molho de pimen-

— Qual a parte do "fala mais devagar" você não entendeu?! Puta que me pariu, hein… — Fui largando os produtos no carrinho antes que eu esquecesse tudo de novo.

— Você que é muito devagar, seu lerdo! Quantas vezes vou ter que repetir a mesma coisa?!

— É só você parar de falar rápido! Porra, é difícil?

— É! Eu quero ir embora logo!

— Por que veio comigo, então?

— Eu pensei que você iria comprar coisa gostosa!

Eu era igual ao Jeon quando era menor, só tinha interesse em ir ao mercado com a minha mãe para encher o carrinho de doces, salgadinhos e afins. Mas a gente cresce e percebe que essas "delícias" não sustentam ninguém.

Tá, não vou bancar o santo dizendo que não como esse tipo de coisa atualmente, mas comer de vez em quando é uma coisa, agora comer todo santo dia igual o Kookie faz é muito exagero.

— Ninguém vive de porcarias, Jungkook! — Algumas pessoas passavam por nós olhando a cena com estranheza, afinal não é muito normal ver duas pessoas batendo boca no corredor de um mercado. — E para de gritar que tá todo mundo olhando!

Em todos esses 18 anos da minha vida, nunca imaginei que um dia estaria brigando com o meu namorado no meio do supermercado por um motivo super tosco.

— Cansei de ficar sentado aqui, tá ficando apertado e não consigo me mexer. — Ele se levantou bruscamente do carrinho e saltou pra fora dele, dando uma esticada rápida nas pernas. — Ai, deu cãibra...

— Eu te avisei que você não iria conseguir ficar aí, parece que é besta…

— Besta é você! — Retrucou prestes a me bater.

— Tá, tá, chega! Assim a gente não sai daqui nunca. Para de reclamar e me ajuda a colocar as coisas aqui.

— Eu só quero saber dos meus docinhos… — Cismou mais uma vez.

— Você tá vendo algum doce na lista?

— Não...

— Então pronto, sem doce. Agora vai, deixa de birra e me ajuda.

— Nada feito. Sem balinhas, sem ajuda.

— Você é um pestinha mesmo, jurou que ia se comportar mas tá aí sendo chato por causa de besteira.

É nessas horas que eu entendo o que a minha mãe passava comigo e com o meu irmão, e sendo sincero, não é nada fácil.

— Tu que é chato, não deixa eu levar a minha fonte de sobrevivência.

— Toma vergonha na cara, rapaz. Cê tem que comer fruta, isso sim é um doce que faz bem pra sua sobrevivência.

— Frutas são sem graça…

— Isso não faz o menor sentido, Kookie. Se você come balinhas com sabor de fruta, por que não come as frutas verdadeiras? Além de ter o mesmo gosto é bem mais saudável.

— Mas as frutas não têm formato de ursinho e nem são feitas de gominhas! Fica aí fazendo suas compras enquanto eu pego meus docinhos favoritos. Não sai daqui que eu não quero te perder.

— Você vai dar viagem perdida porque eu não irei permitir que cê leve alguma coisa que não esteja na lista. Nesse carrinho não vai entrar nenhum doce seu. — Dei as costas pra ele e direcionei minha atenção aos produtos da prateleira ao meu lado quando percebi que o espertinho ameaçava formar um biquinho insistente nos lábios, eu não queria ceder aos seus caprichos, pelo menos não hoje.

— É mesmo? Isso é o que vamos ver. — Graças ao meu momento de distração, ele tomou a direção do carrinho e começou a correr pra longe de mim.

— AH NÃO, MOLEQUE! VOLTA AQUI, AGORA! — Fui correndo atrás dele tentando não esbarrar nas outras pessoas – quase derrubei uma criança que tava no meio do corredor mas isso a gente releva. — Que merda, ele corre rápido demais. — Olhei para todos os lados completamente perdido, não tinha prestado atenção por onde ele tinha corrido.

Mas aí eu lembrei dos doces e era fato que ele estaria naquela seção, apressei mais o passo e virei a direita quando vi alguns pacotes de biscoitos recheados.

E lá estava Jeon Jungkook enchendo o carrinho com pacotinhos de balas e inúmeras caixas de bombons mantendo uma calmaria invejável, quem visse nem perceberia que ele tava fazendo coisa errada, no máximo só iam achar bizarro alguém comprar tanto doce assim.

Quando eu digo "enchendo" não é exagero da minha parte, ele pegava uns cinco pacotes de cada coisa sem se preocupar com nada, nem o preço ele olhava.

— O que cê pensa que tá fazendo, hein?! Pode ir tirando tudo daí, você não vai levar nada! — Fui tirando os doces e os colocando de volta em seus devidos lugares mas não tava adiantando nada, quanto mais eu tirava, mais ele colocava.

Parece que o Jungkook faz isso de propósito só pra acabar com a porra da minha paciência.

— Mas hyun-

— Nem adianta reclamar! Já tá decidido.

— Mas eu não aceito isso!

— Não me interessa, não vou deixar você se entupir de bobagens. — Continuei a tirar tudo que ele havia colocado lá.

— Para! Não tira! — E pela segunda vez ele roubou o carrinho pra fugir de mim. — Não quero que você toque nos meus preciosos.

— Jungkook, para de agir como uma criança birrenta! Eu tenho que terminar isso logo e você só tá me atrapalhando!

— Problema seu, não saio daqui sem eles. — Ele voltou a correr de novo e eu bufei audível, ir atrás dele cansa demais.

— Aish, seu moleque… — Tratei de acompanhá-lo rapidamente antes que ele sumisse de vista.

— Você não me pega, Tae-ah! — O safado é tão debochado que ele corria como se tivesse brincando na neve, ele deu a volta na seção de produtos de cabelo e foi parar no lugar onde só tinha papel higiênico. — Olha o que eu sei fazer, ó! — Ele se pendurou no carrinho e retirou os pés do chão. — Cê nunca vai me alcançar! — E ele ainda teve a audácia de fazer careta e dar a língua pra mim.

— OLHA PRA FRENTE, OH CARALHO! — Parei de correr quando percebi que ele ia atropelar em cheio uma pilha enorme de pacotes de papel higiênico. — VOCÊ VAI CAIR, MANO! PRESTA ATENÇÃO, FILHOTE DE JUMENTO!

E como sempre ele nem me ouviu, continuou tirando sarro da minha cara e só percebeu que ia se estatelar no chão quando não tinha mais o que fazer, não deu outra, o carrinho se chocou com força naquela torre de papel e ele caiu igual uma jaca madura no piso.

— PARABÉNS Ó, SUA MULA!


Eu não nasci pra merecer isso. Não mesmo.


Notas Finais


HWISNWJSNAIAJAAIA n sei
Cap mais aleatorio q esse n tem
Mas faz parte
Vlw vlw
Até o próximo século


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