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História Um Príncipe Nada Convencional (Yaoi) - Não se Sinta Sozinho


Escrita por: RaphaellyLima777

Capítulo 14 - Não se Sinta Sozinho


Quando o sol nasceu, Juno acordou sentindo um cheiro bom de comida. Se levantou ainda sonolento e confuso, olhou para os lados e notou que havia dormido no sofá. Se lembrara de Kai na noite anterior. Caminhou até a cozinha onde viu o loiro preparar algo no café da manhã. Aquilo parecia uma atitude normal. Quando Kai estava em sua casa, costumava fazer a comida. Porém, uma tristeza tomou conta. A traição ainda não saía de sua mente e pensou que Kai estava fazendo aquilo para agradá-lo e ter de volta seu perdão. Juno não queria estragar o momento com sua choradeira, então, ele seguiu a onda. Kai o viu na entrada da cozinha encostado na parede com os braços cruzados e um olhar perdido. O observou por alguns segundos e passou em sua mente como Juno possuía uma fofura ingênua.

— Bom dia! — Ele disse, despertando por completo o moreno.

— Bom dia! — Juno respirou fundo e tomou coragem. — Quando tempo pretende ficar aqui?

— Já está me expulsando? — Kai riu, mas ao se virar, Juno permanecia sério e esperava por uma resposta adequada. — Eu preciso me resolver com a minha mãe. Não vou demorar muito.

— O que aconteceu? — Kai ficou pensativo enquanto terminava de montar o sanduíche. Pegou os pratos de porcelana.

— Pode pegar o suco? — Mudou de assunto. Juno não insistiu. Pegou a pequena jarra de suco na geladeira e dois copos. Os dois se sentaram à mesa e iniciaram a refeição em silêncio.

— O sanduíche estava bom…como sempre. — Elogiou. Kai deu um sorriso. O silêncio retornou novamente deixando Juno incomodado, pois não sabia mais o que dizer. Sabendo disso, Kai começou.

— Eu briguei com minha mãe de novo porque ela voltou a usar drogas. Ela havia me dito que tinha parado e que estava indo para as sessões coletivas de dependentes químicos.

Juno ficou entristecido e ao mesmo tempo chocado. Já sabia dos problemas de Kai e sua mãe, mas não sabia o motivo, pois ele nunca contara.

— Eu sinto muito!

— Eu já não sei se sinto. — Desabafou com o olhar perdido. — Estou me cansando. Muitos dizem que a vida é dela e ela faz o que quiser, mas eu não suporto ver a minha mãe cair na desgraça. Andando pelas ruas como um zumbi e me deixando preocupado sem saber se um dia ela vai voltar pra casa.

— O que pensa em fazer?

— Eu não sei! Tenho medo de voltar pra casa e ver ela se matando a cada minuto. É frustrante! Quando eu a vejo, ela está agitada ou em uma crise de abstinência. Eu nem lembro qual foi a última vez que eu a vi normal.

— Por que ela ficou assim? O que aconteceu? — Kai engoliu o choro. Não costumava chorar na frente dos outros, muito menos de Juno. Mas ele sabia que Kai estava péssimo e que carregava todo o fardo sozinho.

— O meu pai morreu. Ele foi atropelado quando voltava pra casa. Eu ainda era moleque. Disseram que o corpo ficou irreconhecível, mas a minha mãe teve que ir no necrotério e só conseguiu identificar por causa das roupas. Depois disso, a minha mãe entrou em depressão e se afundou nas drogas. No início eram apenas bebidas, hoje é cocaína e está indo para o crack.

Kai deu uma tosse para retirar a voz trêmula. Juno baixou a cabeça comovido com a história. Em seguida, olhou para ele.

— Você está passando por um momento ruim. Independente dos nossos problemas, quero que saiba que eu estou com você. Não se sinta sozinho. Não carregue tudo nas costas. Se estiver precisando de algo, eu estarei aqui com você.

Kai sorriu, agradecido. Juno tinha um bom coração e vingança não combinava com sua personalidade. Não desejava o mal para Kai, apesar dos pesares. Se importava com todos. Às vezes se sentia um bobo, mas às vezes se sentia especial por manter tal bondade em um mundo cheio de más intenções.



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