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História Um Reino de Monstros Vol. 2 - Capítulo 5: Semeando ventos - Parte 5


Escrita por: CalielAlves

Capítulo 24 - Capítulo 5: Semeando ventos - Parte 5


Fanfic / Fanfiction Um Reino de Monstros Vol. 2 - Capítulo 5: Semeando ventos - Parte 5

Index limpava o suor pingando do rosto de Tell. Erguendo a cabeça, ele percebeu que Letícia apoiava Pazuzu. O capitão das Almas de Rapina tinha uma laceração no tórax. Usando de uma transmutação, ela alterou o ar a sua volta formando uma camada protetora e caiu numa marquise.

Os dirigíveis explodiram matando duas centenas de alquimistas.

— E-eu não a-acredito que esse desgraçado do Vagamundo m-matou os alfonsinos?!

Rosicler estava há alguns passos de distância do garoto que tentava inutilmente curar o conjurador a sua frente. A ladina ficara como uma estátua.

A artilharia cerrada da Infantaria da RFE cessou fogo. O escudo mágico do Deus Ex Machina repelia ataques físicos a centímetros de seu corpo metálico. Qualquer magia disparada era absorvida pela armadura cromada do DEM.

— O Deus Ex Machina foi desenvolvido por mim, seus idiotas. Morram!

De modo descontrolado, Verdramungo passou a destruir não apenas os monstros, mas tudo a sua volta. Grandes blocos de concreto eram arrancados com os pontapés do constructo. Muitos militares morreram soterrados, prédios inteiros desabaram com os socos dele.

— Morram, seus miseráveis! Vocês me chamam de traidor, mas quem foi que permitiu a entrada dos monstros em nosso baronato? Eu perdi toda a minha família devido à falta de combatividade deste governo medíocre que ficou ancorado nas esperanças vãs de um mago louco...

O discurso inflamado do aristocrata ecoou pelo ar, silenciando mesmo os trovões.

A chuva voltou a cair incessante. Tell retirou as suas mãos de Saragat. O guardião arregalou os olhos e voou em volta do garoto indagando o porquê dele tinha feito isso.

— Ele estava sendo mantido graças a minha energia mágica, Index. Eu sei... mas é melhor do que ficar agonizando.

A criatura fixou os olhos no Lisliboux. Era impossível saber se era chuva a escorrer pelas suas bochechas ou lágrimas.

— Eu sinto muito...

A escuridão do céu preencheu toda a abóbada celeste, de modo que a única coisa a se destacar era justamente o brilho cromado do Deus Ex Machina.

O neto de Taala desembainhou o seu sabre fazendo um som rascante do metal no couro. A lâmina refletiu o seu lume de modo desafiante na cabine do constructo.

— O quê? Mas o que é isso? Vejam só, nó temos um último desafiante. Fuja logo, criança!

O jovem segurou o punho do sabre com tanta força que seria impossível removê-lo.

— O que pensa que está fazendo? A RFE não conseguiu derrotar o Vagamundo, me escuta, garoto...

— Não, Rosicler. Nós fomos mandados aqui com uma mensagem de esperança. Muitos alfonsinos desejavam reencontrar os seus parentes e amigos, ou ao menos permitir que outros pudessem reencontrá-los, mas agora a maioria não poderá realizar esse sonho... isso é imperdoável. Mais imperdoável do que roubar um artefacto, mais imperdoável do que trair a sua nação, mais imperdoável do que matar pessoas, é matar a esperança!

Sem esperar, o mago-espadachim avançou contra à máquina. Verdramungo gargalhou.

Morra, seu inseto.

O Deus Ex Machina ergueu uma de suas pernas e pisou com toda a força em Tell. O mago-espadachim rolou pelo chão se afastando do ataque. Usando de uma acrobacia, o Lisliboux chutou o ar e movendo as pernas em forma de hélice, fez uma pirueta e tomou a postura ereta novamente.

— Bravo, pequenino, mas isso não é suficiente...

Preparando o comando de um chute, o conde tentou matá-lo novamente.

— Flux Lux.

O raio de luz acertou o pé do inimigo sem nem ao menos diminuir a sua velocidade. Um novo chute do constructo passou tão perto de Tell que apenas o deslocamento de ar o jogou longe.

O garoto usou Cura Benedicta em si mesmo, minimizando os impactos do golpe de Verdramungo.

Cabum, uma nova carga de granadas explodiu na cabeça do DEM. Os soldados que haviam retirado os purificados e os que conseguiram se reagrupar montou uma linha de tiro. Eles não o deixariam lutar sozinho.

“Vai lá, garoto!”, “Nós estamos com você”, “Alfonsim nunca será dominada por um patife” eram os exemplos de incentivo que o garoto recebia.

Eles ainda têm esperança, como eu, hahaha, então eu não posso tirar isso deles...

Embora o fogo caísse cerrado sobre o constructo, nenhum efeito era visível.

— Ataquem o quanto quiserem, mas vocês jamais vão derrotar o Deus Ex Machina.

Um Projétil de Luz acertou a couraça da criatura metálica sem provocar danos. Enquanto se desviava dos ataques de Verdramungo, o garoto tentava achar o seu ponto fraco.

A Pedra Filosofal é uma fonte de energia mágica infinita. Pode manter o funcionamento do Deus Ex Machina sem limite de tempo. Mas o pior de tudo é o seu poderoso escudo de energia, um escudo contínuo...

A face de Tell se iluminou por um instante. Ele se virou para os alquimistas e gritou:

— Alquimistas, mirem e atirem num lugar só. Acertem a cabeça do constructo.

— SIM!

Retumbando no ar, os alquimistas miraram e atiraram continuamente na cabeça. Automaticamente, a energia foi sendo redirecionada, e como o ataque continuava sem cessar, mais energia foi sendo posta no mesmo local.

Agora está na hora de mostrar os resultados do meu treinamento...

Concentrando a sua própria energia mágica na espada e mantendo-a ali, o garoto empreendeu uma corrida e subiu num prédio tombado.

Eu só tenho uma chance e eu não vou perdê-la!

Na direção em que corria, e tomando um bom impulso no final, ele acertaria o coração da máquina. Tap-tap-tap-tap, os seus passos rápidos ecoaram nos ouvidos de cada alfonsino.

Saltando do prédio, Tell ergueu a lâmina e a golpeou no núcleo. Houve resistência por parte do escudo de energia, mas este cedeu e a cúpula de cristal se partiu.

— Você é minha!

Quando as mãos dele tocaram o artefacto e o retirou do Deus Ex Machina, ele foi desativado. O jovem saltou para o telhado de outra casa e foi amparado por alquimistas.

— É isso aí, garoto.

— Mandou bem, Tell.

O constructo passou a soltar rangidos e estalos como se estivesse quebrando. O metal cromado, misteriosamente enferrujou, e aos poucos, as suas peças se soltaram.

Quando todo o corpo desabou e caiu no chão, o Deus Ex Machina explodiu.

— Você escolheu assim, Conde Verdramungo.



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