Asami o abraçou por trás e Akihito, apavorado, estremeceu.
-Ah, seu coração está acelerado. Eu adoro isso.
O jovem sentiu algo contra suas costas. Vociferou:
-Você carrega duas armas! Que tipo de pessoa anda com guarda-costas para todos os lados e carregando duas armas? Yamazaki me falou que você podia ser um mafioso, e vejo que ele estava certo!
Asami o colocou de frente para ele e o jovem ficou perturbado ao ser obrigado a encarar aqueles olhos que o fascinavam e assustavam.
-Ah, tenho ouvido falar de Yamazaki, o que está investigando o terrível “escândalo da droga”. E você confia em Yamasaki? Confia naquele policial?
-Claro. Ele é um policial sério e é como se fosse meu segundo pai! Ajudou-me muitas vezes!
O yakuza olhou Akihito bem nos olhos e o fotógrafo sentiu algo estranho. Aquele olhar invasivo tinha uma força magnética e ele não gostou disso.
-Você acha que conhece as pessoas, não é?
-Nem todo mundo é como você! O trabalho dele é ajudar gente, não prejudicar inocentes!
Foi então que Asami o beijou, segurando-o com força mas não com brutalidade. Akihito não entendeu o que sentia, pois tentou resistir, mas não conseguiu. Empurrou Asami, embora soubesse que não conseguiria.
-P-pare, somos homens!
-Pode dizer isso quando está tão... lânguido?
Akihito se debateu mais e esbravejou:
-Não diga que estou gostando disso, entendeu? Não admito que nenhum homem me toque, principalmente um como você!
Asami o puxou mais para si. O rapaz ficou tenso.
-Não trema – riu Asami – não quero que fique perturbado, mas que aprecie.
-P-pegue uma mulher! Você tem dinheiro e boa aparência!
Ignorando as palavras de Akihito, Asami continuou a beijá-lo, apertando o corpo esbelto contra o seu. O rapaz ficou confuso.
-Se quer me matar, faça logo.
-Quem disse que vou mata-lo? Vou lhe dar uma carona para casa. Você precisa saber que andar sozinho é perigoso e que não se confia em todo mundo.
“Não gosto que me tratem como criança. Isso é tão chato.”
-Eu não sou um pirralho que não pode nem atravessar a rua sem segurar a mão de um adulto. E é natural para você desconfiar de todos. Você não pode confiar em ninguém, mas eu não pertenço ao seu mundo.
Asami tocou seu rosto com a mão.
-Takaba, se quer sobreviver, preste atenção. Nem todo mundo é digno de confiança.
O rapaz baixou os olhos.
-N-não entendo. Você mata um homem daquela forma e vem me dar conselhos sobre quem não merece confiança? E como posso confiar em você, sabendo quem é?
Olhando-o com paciência, Asami respondeu:
-Você é mesmo uma criança. Vou lhe dar uma carona.
Relutante, Akihito aceitou a carona e orientou o caminho, tendo o cuidado de dar um endereço um pouco distante.
-Boa noite e obrigado. Disse ao descer.
-Lembre de fechar bem as portas, Akihito.
“Não sou criança.”
Andou até entrar em seu apartamento, perturbado com as lembranças dos beijos. Olhou para os retratos de seu pai e irmão por longo tempo antes de encher a banheira, tirar a roupa e mergulhar na água quente, prendendo a respiração.
Pequenas histórias anexas
Uma doença contagiosa
Kirishima, vendo as referências do homem que seria o novo chef no Clube Sião, ficou satisfeito e contratou-o imediatamente.
O chef foi logo informado que Asami era homem de paladar requintado e gostava de boa comida japonesa, mas não apreciava doces. O novo chef achou estranho, mas pensou que isso não era problema.
Entretanto, ele não demorou a notar algo singular: os outros homens que trabalhavam como seguranças também não apreciavam sobremesas. Não era difícil ele perguntar se queriam algo e ouvir:
-Não apreciamos coisas doces.
Então, o chef comentou com seu ajudante:
-Acho que não gostar de doces aqui é doença contagiosa.
O ajudante pensou e falou:
-Quem sabe não gostar de doces não é requisito para ser contratado como segurança de Asami-sama.
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