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História Um romance entre feras. - Uma nova amizade e algumas memórias


Escrita por: iNatch

Notas do Autor


Ai vai mais um capítulo para vocês <3


Foto de capa não é de minha autoria. Podem encontrá-la no Pinterest através do perfil: deviantart.com

Capítulo 4 - Uma nova amizade e algumas memórias


Fanfic / Fanfiction Um romance entre feras. - Uma nova amizade e algumas memórias

O dia passou se arrastando. Rengar havia partido faziam algumas horas e Nida já sentia sua falta. Não conseguia explicar o efeito que ele causava nela. Era diferente. Quando estava com ele sentia-se segura. Antes de partir ele lhe prometeu que voltaria. Os dois se despediram e ela voltou a sua costumeira rotina. Caçava com sua família nos crepúsculos e rondava a selva no tempo restante. Vez ou outra caçava sozinha por diversão. Decidiu se distrair um pouco. Se transformou em puma e foi até sua família. Eles estavam descansando na beira do lago. Uns dormiam, outros se limpavam, enquanto outros aproveitavam para brincar. Ela os convidou para darem uma volta pela selva juntos. Eles se entreolharam, mas, aceitaram. Nida ia na frente como a líder enquanto o grupo a seguia. Uma sensação estranha juntamente com um cheiro estranho a fez olhar para trás. Bem ao fundo do grande grupo havia um puma diferente. Ela não conseguia reconhecer seu cheiro. Foi diminuindo a velocidade da corrida. Seus irmãos estranharam a atitude. Ela voltou a forma humana e caminhou calmamente até o puma estranho. Apontou sua lança para ele. Sabia que era um impostor.

- Quem é você?! - Perguntou aproximando a lança do pescoço do estranho. O que veio a seguir fez Nida se assustar. O puma aos poucos se transformou. Uma cauda longa e esverdeada surgiu, juntamente com o corpo da criatura coberta por algum tipo de pele esquisita também esverdeada. Era uma mulher. Ela possuía olhos grandes e amarelos que contrastavam perfeitamente com seu cabelo roxo. Ela sorriu acenando para Nidalee.

- Neeko feliz em conhecer você! - O jeito que a garota camaleoua se apresentou a fez dar risada. A vastaya a encarava. Não sentia mal nenhum vindo dela. Ela olhava com curiosidade a tudo ao seu redor.  Baixou a lança.

- Sou Nidalee. - Se apresentou. A garota sorriu.

- Legal, uma lança! - Ela se aproximou e tocava na lança de Nida. - Neeko gostar de você. - O toque repentino da vastaya no rosto de Nida fez ela saltar. A garota esfregava suas mãos em seu rosto.

- O que está fazendo? - Ela encarava Neeko.

- Se Neeko conhece seu sho'ma, Neeko conhece você! - As frases da garota não faziam muito sentido para ela. De repente, a vastaya se transformou novamente, só que dessa vez assumindo a forma de Nida. Ela encarava a garota boquiaberta.

- Como consegue fazer isso? - A curiosidade falava mais alto. Analisava cada movimento da vastaya.

- Neeko não sabe se deve te contar... - Viu uma sombra de tristeza passar pelo rosto da garota, mas, logo se desfez. - Neeko confia em Nidalee. - Disse segurando suas mãos. - Neeko é uma Oovi-Kat. - Ela sorria de forma infantil para Nida. Já tinha ouvido falar sobre essa tribo vastaya. Uma tribo que vivia isolada do restante de Runeterra em uma ilha distante. Sua linhagem descendia direto do Vasthayshai'rei, o ancestral de todos os vastayas. Seres pacíficos e com grande potencial. Eles viviam de forma tão pacífica que eram um só com o reino espiritual, por isso podiam assumir a forma de outros seres, pois seu sho'ma, podia se misturar com os outros pela simples proximidade corporal. - Nidalee está bem? - A camaleoua estalava os dedos no rosto de Nida. Ela balançou a cabeça positivamente.

- Prazer te conhecer, Neeko. - Ela estendeu uma das mãos. Neeko sorriu.

- O prazer é todo de Neeko. - A garota apertou sua mão e sorria de orelha a orelha. - Neeko pode ficar aqui? - Ela encarava Nida. Seus olhos grandes esbanjavam esperança. Um brilho diferente tomou conta deles.

- Er... não sei... - A pergunta pegou-a de surpresa, afinal, não sabia dizer se Neeko era tão inocente quanto parecia. Precisava proteger sua família. Depois de um tempo ponderando, decidiu deixá-la ficar. - Tudo bem. - Disse por fim. Neeko saltitava batendo palmas. Nunca havia visto alguém tão curiosa e energética como a vastaya. Ela abraçava os pumas ao seu redor. Eles não pareciam tão desconfortáveis assim com a presença da garota. - Você é bem serelepe para uma Oovi-Kat. - Disse sorrindo para a camaleoua. Neeko olhou para ela e chegou perto a encarando.

- Nidalee também é uma Oovi-Kat? - Ela segurava as mãos entrelaçadas na altura do peito como se tivesse esperança de outro de sua tribo ter sobrevivido. Nida suspirou.

- Não. - Ela esperava que a garota se desapontasse, mas, tudo o que viu foi a expressão confusa no rosto da vastaya. Ela virou a cabeça como um cão e arqueou uma sobrancelha. - Venha, te explico no caminho até minha toca.

            Durante o trajeto de volta para casa, Nida explicava a ela como foi acolhida pelos pumas e como tinha adquiro a habilidade de se transformar em um deles. Enquanto caminhavam Neeko se distraia com borboletas e pássaros, não poupando comentários do quanto gostava deles. A garota lhe contou que para sobreviver a destruição da ilha, os anciões se sacrificaram voluntariamente para que ela fugisse. Tomando a forma de pássaro, voou para longe enquanto escutava os gritos de seu povo desaparecerem com o vento. Nida não conseguia entender como a garota que mesmo passando por tanta dor ainda conseguia ser tão gentil e sorridente. Após dias voando, o cansaço veio a tona e Neeko caiu em alto mar. Se agarrando em um pedaço de madeira, esperou que a correnteza a levasse para algum lugar seguro. Ao longe pode ver um figura que não conseguia distinguir o que era. Ouvia vozes vindo daquela direção. Nadou até lá. Era um navio mercantil. Reuniu sua forças e subiu a bordo. Neeko tentou contato espiritual com sua tribo, mas, tudo o que conseguiu em resposta foram imagens da destruição e os ecos tristes dispersos. Quando o navio atracou na costa de Shurima, ela desembarcou. Um marinheiro vastaya veio até ela. Ele se chamava Krete. Neeko sempre tomava a forma dos novos conhecidos para dizer olá, mas, parece que Krete ficou furioso com tal demonstração. Angustiada, Neeko correu para a multidão que se formava no cais. Ela alternava entre as formas para despistá-lo, até que conseguiu. Vagou durante dias sem rumo. Correu até a selva e encontrou sua família. Nida ainda tentava entender tudo o que estava acontecendo. A tribo vastaya mais pacífica até então fora extinta, mas, a troco de que? Os pensamentos e dúvidas faziam Nida ter dor de cabeça. Neeko colou seu corpo ao de Nida.

- Neeko achar Nidalee muito preocupada. - Ela dizia encarando a mulher puma. Nida sorriu da forma engraçada como a vastaya falava.

- Não é nada Neeko, eu apenas não entendo porque alguém faria mal ao povo vastaya mais pacífico de Runeterra. - Ela sorriu a fim de tranquilizar a camaleoua. Neeko corria ao seu redor. Ela segurava o cabelo de Nida muitas vezes.

- Nidalee é tão bonita. Neeko gosta do seu cabelo. - Ela declarava com a maior naturalidade. Sentia-se abobada em como a garota conseguia ser fofa. Ouviu o estômago de Neeko reclamar. A vastaya levou a mão até a barriga. - Parece que Neeko está com fome. - Ela acariciava seu abdômen. Nida colocou a mão na boca para conter a gargalhada.

- Vem Neeko, vou te apresentar a minha fruta favorita. - Ela puxou a vastaya pela mão. A garota sorriu.

            Caminharam um pouco até encontrar uma árvore de frutomel. Apesar de ser uma floresta tropical, a árvore de frutomel não era a mais numerosa. Os exemplares ficavam a certa distancia um do outro. Neeko olhava para a árvore fascinada. Nidalee se transformou em puma e fez sinal para que ela fizesse o mesmo. A vastaya prontamente assumiu a forma de puma e seguiu Nida. Elas se agarravam ao tronco enquanto riam uma da outra. Ao alcançarem os galhos mais altos, ambas voltaram a sua aparência normal. Nida apanhou os frutos. Elas se sentaram. As duas devoram o primeiro fruto. Nida estava esperando a reação da vastaya.

- Isso aqui ta muito delícia! - Ela exclamou. A caçadora bestial deu risada.

- Viu, te disse que valeria a pena a escalada. - As duas riram.

            Apreciaram mais alguns frutos cada e desceram. Nida decidiu mostrar alguns de seus locais favoritos. Levou Neeko até a montanha mais alta onde ia para apreciar uma vista de cima da selva. Depois, foram até a uma gruta que Nida chamava de "Espíritos errantes", pois em suas paredes as estalactites que caem e aranham as rochas formam desenhos que por vezes lembram figuras bem delineadas. Seguiu para o lago onde costumava se banhar, mas, antes de chegarem lá, Nida sentiu o cheiro familiar que fez seu coração parar. Estavam próximas a caverna onde Rengar geralmente ficava. Não sabia se devia ir lá ou não, mas, as lembranças não a deixariam em paz. Foi caminhando enquanto a vastaya apenas a seguia admirando a paisagem. Ao entrarem, notou que ele havia deixado as peles sobre a cama improvisada. Foi até lá e se deitou. O cheiro dele estava ali. Sentiu um conforto momentâneo preenche-la. Neeko deitou-se do seu lado. Não conseguiu evitar a lágrima solitária que correu por sua bochecha. 

- Neeko não gosta de ver Nidalee triste. - A garota secou a lágrima com o polegar. Nida sorriu fraco.

- Está tudo bem, é só... - Ela respirou fundo. - Esse lugar me lembra de alguém especial. - Nida passava as mãos sobre as peles tentando fazer com que o cheiro dele ficasse no ar. A garota a encarou.

- Nidalee tem um namorado? - Ela questionou. Sentiu suas bochechas queimarem.

- N-n-não... ele não é meu namorado. - Murmurou. Se engasgou com a própria saliva. - O nome dele é Rengar, ele também é um vastaya, assim como você. - Ela precisava mudar de assunto. Imaginar que ela e Rengar pudessem sem bem mais que conhecidos ou amigos despertava coisas em si que eram melhor ficarem escondidas.

- Sério?! E onde ele está? - Perguntou a camaleoua curiosa. Nida baixou o olhar.

- Foi embora. - Nida não conseguiu segurar o choro. Neeko se arrastou até ela e a deitou sobre seu peito. - Ele disse que vai voltar, mas... eu não sei Neeko... nunca senti isso antes. - As últimas palavras dele martelavam em sua cabeça: "prometo que voltarei". Mas, quando? Poderiam ser dias, meses ou até mesmo anos. Não ter uma data a deixava inconsolável, doía. Sentia como se seu coração fosse quebrar. Nunca tinha se apegado a alguém em tão pouco tempo.

- Não chora Nidalee, Neeko fica triste assim. Neeko não quis te fazer chorar. - Nida a encarou. A garota estava com os olhos marejados. Ela tinha a impressão que a vastaya podia sentir sua dor. - Neeko sente o que você sente. - Disse e começou a chorar. As duas se abraçaram. Ficaram um tempo unidas até o choro cessar. Nida a encarou. - Se Rengar disse que voltaria, Neeko acredita nele! - Ela exclamou contagiando Nida com sua esperança. Ela tinha uma energia tão boa que era capaz de fazer até o mais ranzinza dos seres pensar duas vezes antes de ser maldoso com ela. Secou as lágrimas que ainda estavam em sua face e levantou. Respirou fundo. Precisava continuar sua vida, por mais que fosse difícil. Pegou sua lança e foi até a entrada da caverna.

- Vamos Neeko. Quero te mostrar a praia, o que você acha? - Ela perguntou ao se virar e viu que a garota tinha um sorriso de orelha a orelha.

- Neeko ama praia! - A vastaya se levantou com um salto e correu para fora da caverna empolgada. Nida olhou para trás mais uma vez antes de sair. As lembranças de todo o cuidado que ele tinha para com ela, todas as palavras doces e seus toques inundavam-na. O cheiro no ar trazia a mesma sensação de conforto que seu abraço. Iria esperar por ele, mesmo que fossem anos, afinal, tinha certeza de que não encontraria ninguém como ele.


Notas Finais


Ahhhh, Neeko é tão fofa :3


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