História Um romance inevitável - Colocando os sentimentos em ordem

* Temari*

__ Temari, por favor, não vá! .- Shikamaru pega na minha mão.

__ Por favor .- respirei fundo -. Me deixa em paz.

__ Eu não vou te deixar enquanto não me escutar!

__ Eu não tenho nada pra ouvir .- virei as costas .

__ Hey .- me abraçou por trás -. Não me faça gritar aqui no meio da rua, ou melhor, se quiser eu grito! Deixo claro pra você e para todos que eu te amo e que não errei.

__ Me solta .- pedi quase sussurrando.

O que é esse efeito que ele causa em mim? Todo o meu maldito corpo se arrepia, e pede por ele.

__ Eu juro .- me virou -. Eu juro que não te trai!

__ Ele está falando a verdade .- Shiho aparece do nada -. Eu beijei ele.

__ O que você..

__ Isso mesmo! Eu o beijei.

__ Mas...mas.. ele permitiu .- virei o rosto.

__ NÃO, NÃO! eu não..

__ No instante em que eu selei os nossos lábios, ele me empurrou e gritou. Em nenhum momento ele quis esse beijo .- olhei pra ela -. Eu beijei ele e disse que o amava mas ele me cortou dizendo que ama você e que te respeita. Eu não fiz isso na intenção de provocar uma separaçao mas porque também o amo, desde a época em que éramos adolescentes. 

Shikamaru me olha aflito. Minha cabeça começa a latejar. Eu não esperava por isso, eu não esperava estar enganada.

__ O que eu fiz foi muito errado .- começou a chorar -. Mas eu não consegui evitar, já que eu alimento esse sentimento a tanto tempo..  Quando vi uma brecha, que por sinal ele nem deu, eu aproveitei. Eu imagino o quanto você sofreu e por isso peço perdão. Me perdoa Temari, me perdoa Shikamaru, eu .... Eu sinto muito. 

Ela vira as costas pra nós dois e não diz mais nada. Suas palavras parecem ser verdadeiras, mas aida não sei no que acreditar. O que eu vi provocou uma dor gigantesca em mim.

__ Eu te disse, foi tudo um mal entendido .- pegou na minha mao -. Eu jamais, em hipótese alguma trairia você! Me fala, o que eu tenho que fazer pra você voltar pra mim? .- começou a chorar -. Eu juro pela minha honra, pelo nosso filho, a memoria do meu pai e do Asuma, e pela promessa de defender "o rei" que eu não fiz nada! Jamais faria, porque eu te amo! Te amo tanto que sinto que morro lentamente quando está longe de mim ... Eu, eu não sei mais o que fazer.

Ele me abraçou e derramou litros de lágrimas nos meus ombros. Se a sua voz e olhos não fosse o suficiente para expressar a dor dele, o seu corpo transmite também. É como se uma nuvem de tristeza pairasse acima de nós.

__ Você acredita em mim? .- limpou as lágrimas.

__ Se você tivesse noção do que eu senti, do que eu passei, não pensaria que te perdoar será assim tão fácil .- toco seu rosto -. Eu não sei no que acredito, ou no que sinto no momento. Eu só sei que quero ficar longe para pensar, me encontrar e resolver meus problemas internos para depois resolver os externos.

__ Vo...você vai mesmo?

__ Vou Shikamaru! Eu preciso ir .- virei as costas e comecei a andar.

__ Pra sempre?

__ Talvez.

Lágrimas caem intensivamente deixando um rastro pela floresta. Embarco na aeronave e sento perto da janela. Aos poucos, a vila oculta da folha vai ficando pra trás, junto com a tristeza.

**

Ultimo dia em Sunagakure. Esse mês que passou, sem dúvidas, foram um dos melhores da minha vida. Estar de volta a minha terra natal, junto de meus amados irmãos, trouxe uma verdadeira paz e descoberta interior.

Refleti tanto sobre meus sentimentos, e sobre tudo o que vive nesses últimos meses....Tenho em mente o que aprendi e errei, e o que eu quero mudar daqui em diante. Eu nunca mais irei sofrer, isso é uma promessa.

Acordo disposta a aproveitar os últimos momentos com os meus irmãos. Levanto da cama num pulo e após fazer minha higiene, vou preparar o café da manhã.

__ Bom dia irmã .- Kankurou beija minha cabeça -. Nada como sentir esse cheiro bom do seu café. Por favor, não volta pra Konoha.

__ Só me quer aqui pra ser sua empregada? .- jogo um limão nele -. Sempre insensível.

__ Sabe, certas coisas não mudam .- riu.

Shikadai entrou na cozinha parecendo um morto-vivo. Bocejou três vezes seguidas e depois sentou.

__ Menino, que horas você foi dormir que eu nem vi?

__ Não sei .- esfregou os olhos -. Só sei que após terminar de assistir o filme de terror com o tio Kankurou, eu não consegui dormir por medo! E não te acordei pois sei que me bateria.

__ Que bom que você sabe .- jogo outro limão no Kankurou -. Você é idiota? Ele só tem 6 anos.

__ Oh Gaara, a Temari tá desperdiçando limão .- gritou.

__ Ai, vocês dois não muda ne?! .- entra na cozinha -. Senti falta disso.

__ Esse idiota nem pra brigar presta! Só vive no escritório .- cruzou os braços.

__ Talvez porque eu seja o kazekage ?  .- jogou limão nele.

__ Para de jogar isso em mim.

Enquanto os dois discutia, peguei a câmera sem eles perceberem e tirei varias fotos sem flash. Shikadai percebeu e entrou no meio da farra.

__ OK chega .- gritei -. Vamos tomar café logo, que já já eu vou embora.

Agradecemos pelo café da manhã e comemos em meio a risos. Ah, sentirei tanta saudades disso....

__ Pegou o seu boneco novo?

__ Peguei tio! Você faz um avião de brinquedo pra mim?

__ Faço sim .- abraçou ele -. Se dedique muito na academia viu?! E respeita a sua mãe, se não quiser morrer.

__ Isso eu faço já, eu sei o quanto ela é perigosa .- os três ri e eu dou um cascudo nele.

__ Assim que eu chegar, aviso .- aceno -. Venham nos visitar!

__ Temari .- Gaara me chama -. o que quer que faça, saiba que apoiamos você. Sempre.

Sorrio em resposta.

Shikamaru, como você estará? O que tem feito? Será que o seu sentimento não mudou ou diminuiu?

A hora de descobrir isso está próxima, e pensar nisso me da frio na barriga. O que eu faço?