1. Spirit Fanfics >
  2. Um Sonho Particular >
  3. Capítulo 11

História Um Sonho Particular - Capítulo 11


Escrita por: CrazyShadows

Capítulo 11 - Capítulo 11


“Lugares impossíveis, são lugares possíveis... Cuidado onde pisa, depois de hoje você não sai da minha mira.”

Estremeci com a mensagem, tentei decifrá-la, lugares impossíveis? O que ele quis dizer com isso? Desliguei o celular, pois não queria ser surpreendida com uma mensagem durante a madrugada. Deitei-me e pensei, pensei, até meu cérebro desligar-se.

Estava em um lugar escuro, parecia um galpão velho, minhas mãos estavam amarradas para trás, e eu sentada em uma cadeira. O cheiro de esgoto predominava no local, e apenas uma luz iluminava o galpão vazio, ouvi passos e consegui distinguir seu cheiro, Matthew parou em minha frente, e agachou-se para que seus olhos encontrassem o meu.

– Seu canalha, estúpido! O que você quer comigo? Solte-me! – ordenei, enquanto ele ria.

– Você não está presa. – puxei meus pulsos, e as cordas caíram – A única coisa que te prende a mim é tua alma. – levantei indignada e o empurrei, ele segurou minhas mãos em seu peito.

– Não fale besteira! – sorriu de lado, e colocou minhas mãos em sua nuca.

– Não resista. – disse se aproximando, juntei forças e arranhei sua nuca, ele gemeu de dor e me trouxe para perto.

– Masoquista! – exclamei e sua boca beijou levemente meu pescoço.

– Teimosa! – cravei as unhas em seu ombro.

– Brutamonte!

– Baixinha! – enlacei minhas pernas em sua cintura.

– Pervertido! – suas mãos apertaram fortemente minha bunda.

– Gostosa!

– Sujo!

– Birrenta! – encontramos nossos lábios.

– Idiota! – deitou-me na cama, e logo paredes brancas no cercaram.

– Minha! – murmurou me analisando de cima a baixo.

– Sua... – suspirei enquanto o mesmo deitava sobre mim, beijando-me.

Acordei ofegante, olhei no relógio, já era hora de levantar. Acordei Rafaela, e contei meu sonho a ela, a mesma me olhava espantada, em alguns momentos ria e em outros se empolgava.

– Olha não me engano quando digo que, vocês vão fazer sexo selvagem! – dizia enquanto arrumava seu material para aula de hoje.

– Cala a boca!

– Você sabe que eu estou certa, só não consegue admitir isso pra si mesma! – colocou a mochila nas costas, lhe lancei uma bolinha de papel no rosto.

– Já falei pra ficar quietinha!

– Jogar bola de papel é golpe baixo! – e me mostrou o dedo do meio.

Andávamos calmamente em direção à escola, quando percebi que um carro vinha lentamente nos seguindo pela avenida, cutuquei Rafaela e a fiz olhar para trás, começamos a andar mais rápido, dei uma breve olhada no carro novamente e pude identificá-lo, era de Matt ou muito parecido com o dele. Apertei mais ainda o passo quando percebi que o mesmo não desistia de nos acompanhar, desviei-me do caminho da escola Rafa apenas me seguia, às vezes perguntava onde estávamos indo eu apenas balançava os ombros. Dei mais uma olhada para trás, percebi que o carro era grande, observei a rua e percebi que do outro lado tinha uma viela, Fa seguiu meu olhar e atravessamos a rua correndo, assim também entramos na viela. Caminhamos pela viela vazia, até que decidi parar, com certeza tínhamos despistado o carro.

– Vamos voltar Rafa.

– Mas e se aquele carro estiver nos esperando? – me apoiei em uma parede, descansando.

– Provavelmente despistamos o carro. – assim começamos a caminhar para fora.

Ao chegarmos à calçada, o maldito carro encostou, pensei em correr de volta para a viela, mas era tarde demais. Matt saiu de dentro do carro, revirei os olhos e Rafa me olhou perguntando sem som “O que ele faz aqui?” balancei os ombros, não sabia.

Ele veio em minha direção, retirou os óculos revelando seus lindos olhos verdes, nos admirou da cabeça aos pés e por fim se apresentou para Rafaela.

– Oi, sou Matthew, você deve ser a Rafaela. – ele estendeu a mão e se cumprimentaram.

– Sim, sou eu mesma. – continuei sem proferir nenhuma palavra.

– Vocês querem uma carona para a escola?

– Sim!

– Não! – Rafa e eu falamos no mesmo tempo – Não precisa Matthew, vamos a pé, não é Rafa? – então ela se virou em direção a ele como se não tivesse me ouvido.

– Eu aceito a carona. – disse, enquanto eu a olhava desacreditando de suas palavras.

– E você Amanda? – Matthew perguntou com um sorriso malicioso.

– Me recuso ir no banco da frente. – me dirigi para as portas de trás.

Matthew entrou no carro, Rafa jogou um sorriso para mim e eu apenas murmurei “Você vai se ver comigo!”, entrei no carro, joguei minha mochila ao meu lado. Matthew e Rafa desenrolaram uma conversa sobre bandas em comum, continuei muda, apenas odiando estar naquele carro, no entanto percebia quando Matt olhava para mim pelo retrovisor. Chegamos à escola rapidamente, Rafa saiu quase que correndo do carro, talvez para me evitar, e como sempre Matthew me segurou mais um tempo lá dentro.

– Está vendo, até sua amiga se deu bem comigo, até ela gostou de mim, porque você não é igual? – o olhei por alguns segundos tentando encontrar a resposta certa.

– Vai dar a bunda! – abri a porta ferozmente.

– Só se for a sua. – pude ouvi-lo dizer.

Ao entrar na sala, sentei-me ao lado de Rafa, ela me olhava como se nada tivesse acontecido, e realmente nada havia acontecido, para ela, era visível que ela tinha gostado de Matthew, Rafa poderia ser qualquer coisa menos falsa, quando não gostava de alguém não fazia questão da pessoa.

– Que ideia foi essa de aceitar a carona? – perguntei indignada.

– Gostei do Matthew, não sei por que você fala tanto dele, deve ser a paixão.

– Você fala isso, porque não é perseguida por ele!

– Admita que gosta daquele fortão! – disse e riu, enquanto escrevia letras de música em seu caderno.

– Vou admitir um tapa na sua cara, pode ser? – ela me olhou com desdém.

– Vem cá então. – bufei.

As aulas, como sempre, chatas demais a não ser pela de biologia. Estávamos estudando sobre sapos, e o professor levou um sapo para sala para que pudéssemos entender melhor a explicação, o fato é que o sapo pulou na mesa de Jéssica Monteiro, e a mesma saiu correndo da sala, todos riram, menos Matt. Não conseguia ver quem ele encarava a aula toda, porque seus óculos escondiam seus olhos, porém eu podia sentir seus olhos em mim.

– Rafa, quando você vai contar para sala? – perguntei enquanto caminhávamos para casa.

– Não sei ainda. – e encerrou-se o assunto.

Preferi não insistir, ela devia estar cheia do assunto, talvez não aguentasse mais ouvir que estava grávida, muito menos saber que sua adolescência estava perdida. Hoje mamãe a levaria no médico, e eu ficaria sozinha em casa.

Resolvi que arrumaria o quarto essa tarde, para isso liguei o som no último volume. Comecei por organizar as roupas nos armários, depois os sapatos, arrumei as camas, e joguei fora os papéis de bala que inundavam a mesinha de canto, varri tirando a poeira, e me admirei com meu trabalho, o quarto tinha ficado realmente bonito, e eu mataria Rafaela se ela o desarrumasse.

Joguei-me na cama com o propósito de descansar, mal pude fechar os olhos, ouvi meu celular tocar, confesso que a preguiça quis me dominar, pois o mesmo estava na sala, tomei coragem e levantei, fui atender o celular.

– Alô?

– Amanda? – perguntou uma voz conhecida,

– Zacky! – exclamei.

– Eae girl tudo bem?

– Tudo e você?

– Melhor impossível, escuta, vou dar uma festinha para os íntimos hoje, quer vir?

– Hum, não sei.

– Eu te busco, esteja pronta às 19h!

– Mas Zacky, eu...

– Sem “mas”. Tenho que desligar, o puto do Jimmy arrumou briga no bar, de novo.

– Ok, se cuida.

– Beijos gata.

– Beijos.

Como iria convencer minha mãe me deixar ir à festa? Pensei em mil possibilidades, mas nenhuma me parecia convincente, além disso, ainda era terça-feira, seria difícil ela concordar, pelo menos eu teria que convencer apenas a ela, afinal meus pais eram separados e meu pai morava em outra cidade, o fato de ter pais separados tinha suas vantagens, às vezes. O jeito seria levar Rafa comigo, e dizer que meu primo também estaria lá, e essa seria apenas uma festa de aniversário de uma menina da escola.

Fui tomar banho, e ao terminar as duas já estavam em casa, essa seria minha hora, eu tinha que atuar perfeitamente para que ela não notasse a mentira. Comecei dizendo que hoje era aniversário de uma amiga da escola, e que ela tinha convidado eu e Rafaela para uma comemoração na casa dela, completei dizendo que meu primo iria também, pois eles eram amigos de rua. No começo, ela desconfiou um pouco, mas depois passou a acreditar, perguntou quem ia levar, então disse que o pai da garota viria nos buscar, o que foi um problema, ela queria falar com o “pai” da garota quando ele chegasse. Só esperava que Zacky entendesse tudo, e viesse com uma roupa mais de “pai”.

Arrumei-me com uma saia preta de cintura alta, uma blusa azul escuro e jaqueta de couro, nos pés um peep toe nude. Rafa apenas trocou de blusa, colocou uma do Megadeth, nos pés seu tênis de sempre, me impressionava o quanto ela era prática e mesmo assim ficava bonita.

– Vejo que se arrumou bem para o Matt. – arregalei os olhos com sua afirmação, como ela poderia saber que iríamos a uma festa dos meninos, eu não tinha lhe avisado.

– Como assim?

– Você achou mesmo que eu ia cair nesse papo de aniversário? – rimos.

Mandei uma mensagem para Zacky dizendo: “Haja como um pai” ele não deve ter entendido, mas pelo menos não ficaria com cara de idiota quando mamãe fosse falar com ele.

Descemos às 19h20min um carro preto nos esperava, Zacky desceu do carro ao ver nós nos aproximando, ele estava com uma camiseta preta gola “V”, calça jeans e tênis, não sabia se o agradecia pelo traje, ou o amaldiçoava por suas tatuagens estarem à mostra.

– Você deve ser Carlos, pai de Jasmine! – mamãe disse o cumprimentando com um aperto de mão, balancei a cabeça positivamente para que ele afirmasse.

– Sim sou eu mesmo.

– Você parece um pouco jovem para ser pai de uma garota de 15 anos.

– Oh, não se engane são apenas minhas tatuagens. – os dois riram.

– Eu também tenho uma nas costas.

– Ah, que legal! – exclamou ele.

– Bom, não vou tomar o tempo de vocês, se divirtam na festa garotas! O senhor que irá trazê-las na volta?

– Se não for eu será, ou minha mulher, ou o tio de minha filha. – admirei-me com a atuação de Zacky.

– Está bem.

Entramos no carro, coloquei o cinto e soltei o ar pesadamente, tudo tinha dado certo. Rafa se acomodou no banco de trás, e Zacky logo se pôs ao meu lado, esperamos que mamãe entrasse no condomínio.

– Nossa sua mãe é uma gata!

– Hei, olha o respeito cara! – disse e lhe dei um soco de leve no braço.

– E essa mentira de “pai” quem inventou?

– Eu! – exclamei com os olhos brilhando.

– Uma boa mentira admito! – deu partida no carro.

– Não seria boa se você não soubesse atuar perfeitamente.

– Querida, o “papai” aqui é especialista em mentir para mamães desde os 12 anos. – ri com seu comentário.

Zacky deixou o carro em frente a sua casa, que era muito bonita por sinal, era pintada com um azul claro, e tinha um grande portão, entramos e Zacky nos apresentou as pessoas que se encontravam no quintal da frente, alguns caras de preto e ao lado deles garotas com saias minúsculas, talvez fossem garotas de programa, talvez não.

– Casa bonita Zacky, e seus pais?

– Obrigado, meus pais estão viajando. – murmurou sem empolgação.

Ao entrarmos na sala, logo avistei Johnny e Jimmy, um estava com uma morena sentada em seu colo, o outro tinha baquetas na mão, preferi não interromper Johnny e fui falar com Jimmy.

– Oi! – exclamei empolgada, Jimmy percorreu o olhar por minhas pernas até chegar em meu rosto.

– Nossa quase não te reconheci você está uma gata! – se levantou e me abraçou carinhosamente.

– Obrigada Jimmy! – sorri, e logo senti braços me envolverem, virei e vi Johnny – Largou sua puta e veio me cumprimentar! – o abracei fortemente.

– Claro né amor! – ele apertou meu nariz.

Conversamos por um longo tempo, Johnny e Jimmy me contavam suas histórias, uma melhor que a outra. Rafa estava sentada ao lado de Zacky ouvindo-o tocar o violão, às vezes os dois cantavam, às vezes ficavam apenas ouvindo as notas.

Jimmy foi buscar umas cervejas, e Johnny foi à caça de vodca, terminei sozinha com as baquetas de Jimmy na mão. O mesmo havia me confidenciado que adorava tocar bateria, e que em sua casa tinha uma no porão, prometeu-me que tocaria para mim algum dia. Jimmy me atraia de alguma forma, eu adorava aqueles olhos dele, e a forma como ele falava.

Percorri o olhar pela enorme sala e avistei Matt descendo, com uma ruiva, as escadas, senti meu rosto aquecer-se, não de vergonha, mas sim raiva, aquela puta alisava o peitoral dele e o mesmo descia com uma expressão ótima. Seu olhar veio até mim, virei os olhos transparecendo naturalidade, minha vontade era de acabar com ela, no entanto permaneci em meu lugar, Jimmy voltou com as cervejas e Johnny, bom esse ai deveria ter se perdido nos encantos de alguma mulher no meio do caminho. Peguei uma cerveja da mão de Jimmy, e a acabei em três goles.

– Calma linda. – direcionei meu olhar pra ele – Aconteceu algo? – balancei a cabeça negativamente, porém o mesmo logo descobriu quando viu Matt e a puta se agarrando em um canto – Não fique assim, ele não te merece. – e me envolveu em um abraço.

Soltei-me dele, e encarei seus olhos tão bonitos, Jimmy me trazia paz, aproximei nossos rostos e ele que no início não entendia nada passou uma mão por minha cintura, enquanto a outra segurou minha coxa gentilmente trazendo-me para perto. Passei a mão por seu rosto, e a deixei repousada em seu ombro, enquanto a outra deixei em sua perna. Eu o desejava, e sentia que essa noite faria uma marca permanente em minha vida.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...