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História Um Tratado de Honra - Não me deixe...


Escrita por: Miikasa-chan

Notas do Autor


Olá Biscoitos.
Espero que gostem
Mais uma vez desculpem os erros.
E Boa Leitura
:D

Capítulo 3 - Não me deixe...


Fanfic / Fanfiction Um Tratado de Honra - Não me deixe...

 

POV—Princesa Cecília

 

Já havia passado dois dias do baile do Príncipe August, do pedido, da aparição suspeita de meu Irmão. O restante do baile havia corrido tudo em ordem, o Tio do Príncipe, festejava pelo pedido de casamento, e eu permaneci ao lado do Príncipe o restante da noite, em parte por agora ser minha obrigação para com ele como sua noiva, e também por medo que meu Irmão viesse ate mim, dizer algo que eu não queria ouvir. Dançamos mais duas musicas, havíamos comido, e pedi para Ezequiel que cautelosamente trouxesse meus pertences para o castelo do Príncipe August, já que seria minha nova moradia. O cocheiro pareceu relutante de inicio por medo de cometer algum erro, apenas lhe disse para pedir as serviçais que limpassem meus aposentos, empacotassem e mandasse por ele que seria o suficiente. Não iria colocar os pés, naquele maldito reinozinho de meu Irmão tão cedo sem necessidade. E assim Ezequiel fez.

Já estava completamente instalada em um grande, ate mesmo exagerado, aposento, elegante e aconchegante, tinha serviçais a minha disposição, creio que gostaram de saber que haveria uma nova mulher ali para poder aliviar um pouco o pesado ar de homens, que naquele enorme castelo, se mantinha. Já havia pedido ate mesmo para colher algumas rosas e espalha-las pelos corredores do castelo, deixando o ar assim mais puro.

E agora estava sentada na mesa de jantar e ouvia Edgar, Tio do Príncipe, já o conhecia da época em que meu pai, Rei Otávio, o Rei Pedro VIII, Irmão de Edgar, eram próximos, então tinha vagas lembranças deles bebendo juntos quando eu era criança.

O mesmo me contava histórias de quando o Príncipe era criança e de como era arteiro e gargalhava, enquanto falava e se lembrava de toda sua infância. Avistei o Príncipe descendo as escadarias para se juntar a nós na refeição matinal.

—Então Edgar, está me contando que o Príncipe era péssimo cavalgando? —Não pude deixar de notar a expressão dele ao se aproximar da mesa, já com uma expressão alterada em seu rosto, enquanto eu abria um sorriso, e o Tio apenas concordava e ria descontroladamente, ainda sem notar a presença do sobrinho.

—Já disse querida para me chamar apenas de Tio, logo será parte da família e minha sobrinha também. —Ele abriu um sorriso amarelado, e deu continuidade. Ainda gargalhando. — O garoto era terrível, não conseguia controlar nem mesmo uma mula mansa, certa vez ele foi montar na cela, escorregou e espatifou a cara no estrume...

—Parece bastante feliz esta manhã TIO. — O Príncipe agora já se sentando disse, fazendo com que Tio Edgar, se engasgasse com o vinho. Não pude evitar soltar uma risada com essa reação, eles me alegravam, já havia valido a pena ter feito o acordo. — Bom Dia Princesa, parece que esta se divertindo com as baboseiras que meu Tio fala. —Ele fala com gentileza, mas com a expressão ainda seria no rosto. Ah! Aquela expressão de quando se come algo e não gosta, por que ele insistia em mantê-la no rosto? Era de fato um desperdício.

—Bom Dia, são todas historias fascinantes. —Apenas sorri, como sempre, e ele deu um breve aceno com a cabeça, quase imperceptível. Enquanto Tio Edgar ainda se recuperava totalmente do susto.

Após a refeição, fui ao meu quarto para ler um pouco, a biblioteca do castelo era imensa, eu amava ler, desde criança, era como eu fugia do mundo dos adultos, para um mundo de aventuras que eu sonhava em vivenciar. Talvez agora com toda essa historia de acordo, tratado, não sei ao certo, é que talvez meus sonhos venham se concretizar.

O tempo foi passando, e eu já me acostumara com a presença do Príncipe e seu Tio, era divertido, o castelo apesar do mau humor contínuo do Futuro Rei, tinha um ar mais agradável, e animador graças à felicidade exposta de Tio Edgar com a minha presença ali.

Quase todas as manhãs, andávamos a cavalo, conversávamos sobre assuntos sem tanta importância, era agradável estar apenas ao lado Príncipe, ele estava um pouco mais alegre, segundo o próprio Tio.

Tomávamos o Chá das Cinco, apesar de descobrir que era apenas uma formalidade e que o Príncipe detestava Chás.

— A Senhorita ver muita utilidade em tomar um Chá? — Ele iniciava a conversa assim que sentamos e à mesa, e a serviçal nos servia.

— De fato acho uma formalidade e costume um pouco desinteressante. — Eu disse sorrindo não sabendo ao certo se o agradaria ou não, mas continuei. —E não sou a maior apreciadora de Chás. —O que era verdade, não gostava de bebidas sem gosto.

Mas pude notar que mesmo com uma feição séria, seus olhos brilharam de entusiasmo. Então ele olhou para a serviçal que escutava a conversa, a mesma percebendo o desinteresse de ambos no chá, parou de servi-los e então retirou as xicaras a nossa frente.

—Mas como seria um desperdício. Vamos apenas alterar um pouco essa tradição. — Ele disse sorrindo, o que era excitante. E continuou. — Lanna, nos traga duas taças, e uma garrafa de algum bom vinho antigo.

Apenas sorri, a moça se curvou e saiu voltando alguns minutos depois, com o pedido do Príncipe.

Então bebemos, nunca fui de muita tolerância, mas pude acompanha-lo em algumas taças, mas para meu desconforto eu havia exagerado um pouco e estava em pouco alterada e muito feliz em minha opinião.

 

POV—Príncipe August

 

Estávamos em uma simples tarde no jardim para um Chá, e como detesto chás, logo aquilo se transformara em uma tarde para um bom vinho.

Já estava habituado a ter a jovem Princesa no castelo, ela, apesar de discreta, era bastante animada.

Dispensei Lanna, a serviçal que nos servia, pegando a garrafa de vinho e servindo, eu mesmo as taças a nossa frente.

—Não sou muito forte para bebidas alcoólicas. —Ela disse e para minha surpresa sentir um tom um pouco tímido em sua voz. Apenas assenti.

Estava servindo sua quinta taça e a jovem já parecia um pouco embriagada, já que a mesma se encontrava com o rosto ruborizado, e falava animadamente das historias que lia nos livros e que queria viver, eu apenas sorria com seu entusiasmo quando ela olhou fundo nos meus olhos e disse:

— Você fica muito mais charmoso e bonito, quando sorri, sabe tem grandes olhos combinam com os meus não é? Isso me deixa feliz. — Quase engasguei enquanto ela ria abobalhada, por um momento pensei que tivesse bebido demais e estava imaginando coisas, então percebi que não, mas... Eu estava sendo cortejado? Aquilo me deixara empolgado, parei de servi ela, vinho já a estava deixando suficientemente alterada, e para meu espanto ela protestou.

—Isso não é justo, homens bebem tanto, tenho que saber acompanhar meu Futuro companheiro. —Ela havia feito uma carinha chateada aquilo estava deixando a situação perigosa à única coisa que conseguia passar pela minha cabeça era a maldita da sexta condição que ela havia me falado no baile.

Eu estava me divertindo, era bom ver um pouco desse lado gracioso dela, sem toda aquela guarda, e educação cuidadosa, era apenas, Ela.

—Tudo bem, logo a Senhorita acostuma-se.  Vamos parar por aqui. — Ela pareceu um pouco lucida e concordou comigo. — Venha irei lhe acompanhar ate seus aposentos. — Deixa-la sozinha naquele estado, seria muita falta de consideração e educação.

Então assim fomos, subimos as escadas, ela com um pouco de dificuldade, aquilo me fez pensar como ela era fraca para bebidas. Quando estávamos a poucos metros de seu quarto tive que ajuda-la a andar ela parecia esta começando a cair no sono. E então meu Tio aparece com um sorriso assombrosamente malicioso em seu rosto, quando nos viu.

—Não sabia que desejava tanto a moça que seria capaz de fazer antes do casamento. —Fiz menção de lhe responder, mas para meu azar, a Princesa resmungou algo como flores serem perfumadas, não entendi muito bem, a questão é que ela se jogou em meus braços, percebi que não iria conseguir andar então a peguei no colo. Ela era leve como uma pluma, mas seu vestido pesava em meu braço esquerdo, onde encontrava a calda do mesmo. Ela estava com os olhos semicerrados, mas sorria como uma criança.

—Céus August, embebedou a moça? —Ele pareceu muito espantado, mas abriu outro sorriso, e continuou. — De fato é muito mais esperto do que eu imaginava. — Ele começou a gargalhar. Comecei a me irritar.

—Não imagine coisas Tio Edgar, a moça é apenas fraca para bebidas. —Lhe reprendi.

—Como se você já não imaginasse isso, a jovem tem apenas 16 anos August. — Ele comentou.

— É por isso que deveria guardar seus pensamentos sujos, agora se me der licença irei leva-la para seus aposentos.

—Cuidado para não errar o caminho e ela acabar em sua cama. — Ele gargalhou e apertou o passo para longe antes que eu pudesse lhe responder.

A levei para seu quarto, e a coloquei na cama. Era realmente muito bonita, e vê-la assim tão a mercê me fez imaginar as mesmas coisas que meu Tio, mas sabia que era errado.

Antes que eu pudesse sair para deixa-la descansar, ela pareceu acordar um pouco, sorriu e disse docemente.

—Eu tive medo no baile. —Ela fez uma pausa enquanto me sentava na beirada da cama para ouvi-la melhor. — Que não aceitasse meus termos, que me achasse infantil, quando pensei no sexto quesito, achei que iria ri de mim e dizer que não havia nada de interessante em meu corpo. Mas pelo que vejo talvez ele me seja de algum uso, o que me diz Príncipe, foi apenas porque não iria achar outra moça, ou de fato algo de mim lhe interessou?

Ela me perguntava e aquilo me fez estremecer, estava travando uma luta comigo mesmo desde o baile, para não agarra-la, antes do casamento. Era uma luta de razão e emoção, onde meu corpo ardia em desejo e minha mente pedia para esperar o tempo dela. E agora ela acaba com tudo e me pergunta algo do tipo, eu estava perdido.

— Não tema, realmente me sentir atraído por ti. —Tentei sorrir dizendo com sinceridade o que queria a muito.

—Então prove, pois pelo que vejo, não recebo nenhuma atenção desde que cheguei. —Ela me surpreendera dizendo aquilo.

Provar? Seria obvio para mim o motivo de não lhe dar a devida atenção, a teria atacado, como fiz com muitas outras mulheres da vida, mas ela era especial, seria apenas minha não podia lhe tira a pureza.

Então como provaria? Aproximei-me dela o suficiente quase me deitando sobre ela deixei nossos rostos a centímetros pude sentir o doce cheiro de vinho emanando de nossas bocas, nossas respirações se misturando, então parei milímetros daqueles lábios rosados.

—Me permite? — Perguntei.

—Permito. —Assim que ela respondeu, acabei com aquele misero espaço.

Comecei com um suave selar de lábios, sentir meu corpo estremecer e arder em desejo, eu queria mais, queria levar minhas mãos a descobrir todo seu corpo.

Continuei com nossas bocas coladas por um breve momento, ate sentir delicadas mãos em meu tórax, subindo, e chegando ao meu pescoço e em fim a minha nuca. Entendi aquilo como um sinal. Levei minha mão ao seu queixo, pressionei meus dedos para baixo de forma que deixaria sua boca entre aberta, e assim, penetrei sua cavidade bucal com minha língua, comecei com movimentos leves, deslizava por toda extensão de sua boca, mas afinal aquele era seu primeiro beijo então tive calma, mas logo não me contive aquilo estava me matando, intensifiquei os movimentos, passava descobrindo cada parte daquele lugar úmido sentia sua língua corresponder meus movimentos, e isso só me deixava mais extasiado, ela causava em mim algo que eu não sabia explicar, e por isso comecei a me movimentar mais, estremeci ao sentir suas mãos puxando levemente meus cabelos, eu já estava em cima dela, a mão direita me firmando sobre a cama e a esquerda deslizava pelo seu rosto, cabelos e colo. Ela usava um vestido com mangas baixas, o que deixava sua clavícula e ombro expostos.

Então percebi que ela já estava perdendo o folego, em parte por ser seu primeiro beijo, mas que já percebia que ela aprendia rápido, e por estar embriagada ela talvez não tivesse forças.

Parei o beijo aos poucos, ela então respirou fundo, estávamos ofegantes. Mas eu não pararia por ali, afinal provocações era minha especialidade.

Comecei a lhe dar leves beijos, que iam de seu ouvido a sua clavícula, parei um momento na divisão de seu ombro com seu pescoço, para sentir o cheiro doces rosa, seu corpo estava quente, e muito provável que o meu também. Ela continuou com as mãos em meus cabelos, e quando percebi que ela já havia recuperado o ar e me olhava intensamente, a puxei para outro beijo.

Esse ainda mais intenso que o outro, agora disputávamos espaço, um procurava derrubar o outro, por meio de nossas línguas. Só depois de mais algumas caricias suas em minha nuca, que pude acordar do transe em que estava, separei nossos lábios aos poucos lhe dando leves beijos mais calmos, e então fui ao seu ouvido e sussurrei:

— Acho que para uma prova, foi o suficiente não é mesmo? —Disse e pude ver seus pelos eriçarem.

Ela então retirou as mãos de meu pescoço, e começou a respirar calmamente.

—Sim foi o suficiente. —E então deu um sorriso maravilhoso com uma mistura de estase e bebida, e com os lábios agora em um tom de rosa mais forte. Eu retribuir.

Então devagar sair de sua cama e me coloquei a andar em direção a... Qualquer lugar.

 

POV—Princesa Cecília

 

Estava tarde quando me levantei o céu já estava bastante escuro, me sentei na cama, me sentindo um pouco indisposta então comecei a lembra de leve os últimos acontecimentos do dia...

Eu me levantei subitamente me lembrando, aos poucos, o Chá, o vinho, minhas perguntas nada discretas, ele me carregando, eu falando um monte de besteira, já totalmente embriagada, e... Céus, o Beijo, como eu pude me insinuar daquela forma, como eu pude pedir algo daquele tipo, eu me sentia atraída por ele, não que eu não tenha gostado, gostei ate mais do que devia. Eu fui tola ele não precisava me provar nada, já havia aceitado essa ideia maluca de Tratado, e não era por desejo, eu o teria pelo resto de minha vida, mas agora ele iria pensar que eu era oferecida, como qualquer mulherzinha, eu não sabia o que faz e, o que pensar, minha cabeça estava girando, eu teria que me desculpar, mas provavelmente estaria muito tarde, e Céus, como eu estou aflita e se ele quiser acabar com tudo, o acordo, o que eu irei fazer, eu estou completamente perdida. Ouço alguém bater na porta, pude sentir meu coração disparar, seria ele? Acabou, era o fim.

—Alteza? Vossa Alteza Príncipe August pediu para ajudar a Senhora a se preparar para dormir, trouxe também seu jantar. Posso entrar? Se a Alteza quiser venho em outro momento. —Era apenas a serviçal. Deixei meu corpo cair na cama, de angustia.

—Claro, entre. —Respondi com um tom de voz rouco, realmente havia bebido muito.

A jovem serviçal entrou a reconheci na hora, Lanna. Com seus longos cabelos pretos amarrados fortemente em uma trança que chegava à metade das costas, era um pouco mais baixa que eu, apesar de ser dois anos mais velha, tinha pequenas manchinhas na pela era a filha da cozinheira do castelo. Adorava sua companhia, apesar de geralmente gostava bastante de todos os que prestavam serviços ao Príncipe, pela simplicidade de cada um, mas Lanna era a mais jovem, talvez por isso me identificasse com a moça. Contava-lhe quase tudo, ela passava metade do dia comigo, me acompanhando.

—Alteza está tudo bem? Parece cansada, quer que eu traga algo para lhe acalmar, um chá talvez? —Estremeci, fiquei grata com a preocupação, mas talvez não fosse beber algum chá tão cedo em minha vida.

—Não, está tudo bem, apenas indisposta. — Sorri para lhe convencer, e a mesma retribuiu.

Então ela me auxiliou com minha higiene, coloquei um vestido leve, após me lavar, comi o jantar que ela me trouxe e fui deitar.

Acordei com batidas em minha porta, ainda estava com roupas de dormi então vesti uma leve camisola de seda, apenas para me cobrir. Fui ate a porta e a abri. Deparei-me com o Príncipe August em minha porta, pude sentir meu rosto cora fortemente, eu estava envergonhada pelas coisas que fiz, e falei para ele, o mesmo deveria estar ali para, terminar todo o acordo, e eu iria voltar ao reino de Luvier.

—Me Descul... —Comecei a falar, mas o mesmo colocou seu indicador em meus lábios me calando.

—Primeiro Bom dia, minha Princesa, em segundo, devo dizer que esta linda vestida dessa forma e terceiro não têm que se desculpar por nada, agora posso entrar. —Ele me disse me calei por um momento associando suas palavras. Acenei com a cabeça e o deixei entrar.

Ele foi ate minha penteadeira e depositou uma linda rosa na mesma, eu ainda não havia percebido a flor em suas mãos.

—Não vai terminar o acordo? —Perguntei apreensiva.

—É isso que deseja? —Ele me olhou um pouco mais sério que o comum.

—Não. —Respondi quase de imediato. Então sua feição pareceu mais aliviada. —Pensei que iria acabar com tudo depois das trivialidades que cometi ontem. —Disse me sentindo um pouco culpada, e ficando nervosa comigo mesma pelas lembranças da tarde anterior.

—Qual o problema em aproveitar de minha noiva, que me jurou lealdade? —Ele perguntou e por um momento pensei que talvez estivesse brincando. — Faltam apenas alguns meses para no casarmos, o que fizemos ontem foi apenas demonstrar atração, Oras ninguém é de ferro não é mesmo? — Quando ele disse essas palavras eu pude finalmente me sentir uma tranquilidade em meu corpo.

Apenas sorri.

Ele então se aproximou de mim, levou sua mão em meu rosto e depositou um beijo em minha testa. Mas ao se afastar pude ver seus olhos fixos em meus lábios, aqueles olhos fizeram meu corpo estremecer. Então sem perceber eu também olhava sua boca, e o mais importante a desejava.

—Me permite? —Ele perguntou assim como no dia anterior.

—Não precisa pedir permissão, eu sou sua noiva. —Assim que terminei de falar ele me puxou colando seu corpo no meu, e depois nossos lábios.

Eu não me recordava muito bem como havia sido senti-lo assim dessa forma. Já havíamos começado o beijo intensamente, nossas línguas se mexiam como uma dança em um salão era rítmico, harmonioso e fazia meu corpo arder em puro desejo.

Continuamos com o beijo, uma de suas mãos estavam em minha nuca, a outra em minha cintura, e como estava em vestes de finas noturnas, pude sentir seu toque sobre minha pele uma mão fria e ao mesmo tempo delicada, era uma sensação boa. Ele também parecia ter notado, pois movimentava essa mesma mão pelas minhas costas e quadris.

Enquanto as minhas mãos se alternavam entre seus cabelos e nuca, era bom me aconchegar em seu tórax.

Estávamos descobrindo cada canto das nossas bocas quando o ar me fez falta e o empurrei levemente.

Ele parou e se afastou um pouco, meu peito inflava e ardia pela repentina falta de ar.

Ele então se afastou mais.

—Pois bem recebi minha dose diária de luxuria. —Falou e eu apenas sorri.

 

                                ~~ Três meses e quinze dias depois. ~~

 

Faltava menos de um mês para meu aniversario. Iria fazer 17 e como prometido, o casamento seria uma semana após meu aniversario.

Passei quase três semanas convencendo Tio Edgar que não queria festa ou baile, mas ele insistiu que teria pelo menos um grande banquete, do qual esse não conseguir evitar.

Eu estava ansiosa para o casamento, e ao mesmo tempo com um medo rodeando meus pensamentos dias após dias. Até mesmo o Príncipe já havia notado, e continuava a me dizer que nada mudaria, e nesses momentos que Tio Edgar aparecia para comentar, que nada mudaria a não ser o fato que iriamos dormir no mesmo quarto, dormiríamos juntos teríamos belas noites, e gargalhava ao fazer insinuações libidinosas.

Mesmo sendo apenas um Tratado, eu e o Príncipe havíamos nos esquecidos e agíamos cada vez mais como noivos felizes. Depois da Hora do Vinho da Tarde. Nós nos beijávamos constantemente, mais por parte do Príncipe, que às vezes ficava ate tarde em meus aposentos, mas nunca passou de apenas beijos e provocações, ele me respeitava e eu ficava feliz ao saber disso.

Os dias foram passando e eu me sentia cada vez melhor e mais entusiasmada, e meus pensamentos se resumiam em como seria nossas vidas, a nossa primeira noite, o que me fazia recordar as insinuações que fiz quando estava bêbada, não me orgulhava nem um pouco daquele dia.

Estávamos cada vez mais próximos, e era divertido ouvir as insinuações de Tio Edgar quando ele dizia:

—Terão muitos filhos pelo jeito. —E sorria maliciosamente.

Eu, apesar, de constrangida, me sentia feliz e desejada. Teria minha liberdade, teria carinho, que talvez com o passar dos anos se tornaria algo mais intenso.

Era incrível como sua presença me fazia bem, eu sentia uma paz que nunca fui capaz de sentir quando estava em Luvier.

E antes que pudesse perceber já havia chegado meu aniversário, fui acordada com flores e presentes, espalhados pelo meu quarto, houve algumas surpresas ao longo do dia, ganhei um lindo Corcel cor de palha, com uma crista preta, um presente de Tio Edgar, acompanhado de uma garrafa de vinho antigo.

Mas os planos para aquele dia foram excelentes, passeamos pelos campos em volta do castelo, visitamos o mercado central do reino, estava começando a me cansar quando voltamos ao castelo, já estava entardecendo e o sol começava a sumir lentamente, o Príncipe e seu Tio foram resolver alguns assuntos sobre a guarda real, e prisioneiros.

Ainda haveria o banquete Real, o qual Tio Edgar me fez prometer que beberia um pouco e me divertiria. Talvez ainda precisasse me acostumar com sua animação.

Estava em meus aposentos me preparando para o jantar, que haveria em comemoração a mim. Estava em minha penteadeira quando escuto um leve som da minha porta sendo fechada.

—Lanna? Está aí? —Pergunto confusa.

E me assusto, quando me viro e vejo quem eu menos desejava em minha frente.

—Saudades minha Irmãzinha?—Eric estava com um sorriso assombroso em seus lábios.

—O que está fazendo aqui Eric? Vá. Antes que eu chame os guardas, aliás, como entrou em meu quarto, o guarda não deveria deixar ninguém entrar sem minha permissão. —Falei já desejando que o mesmo saísse.

—Ora, não posso cumprimentar minha Querida Irmã em seu aniversário?  — Ele percebeu meu espanto e continuou. —Fico triste em saber que não deseja minha presença. E a que guarda se refere – Ele então se afastou pegou uma cadeira e a prendeu embaixo da maçaneta da porta.

Eu estava realmente assustada, mas quis manter a calma, poderíamos ser civilizados e ter uma conversa, e então arrumaria um jeito de despista-lo e sair dali.

—Obrigado pela presença, mas não precisava a se incomodar e vim até aqui. —Disse tentando contornar a situação.

Ele então riu alto. Um riso ruidoso, que me deixou na esperança de que alguém o ouvisse. Mas pela primeira vez o castelo parecia vazio.

—Qual é o problema Eric?  O que eu fiz para que tenha raiva de mim? —Eu perguntava em meio ao desespero.

Ele agora parecia realmente irritado, seu rosto estava sério, seus olhos, azuis como os meus, pareciam brilhar de puro ódio.

—O que você fez?  —Ele explodiu e gritou, me assustando ainda mais. —Não brinque comigo Cecília, estava tudo em ordem e você iria para o convento eu seria o Rei, poderoso, mas quem diria não é mesmo minha irmã, você conseguiu conquistar o jovem Príncipe, minha pobre, ingênua e sonhadora irmã iria conquistar o coração daquele principezinho que não tem idade nem mesmo para governar a vida imagina um reino grandioso como este.

Eu estava começando a entender e me assustar ainda mais, Eric gritava ele nunca pensou que eu conseguiria me casar com o Príncipe, queria desde o inicio me levar para o convento para ser o único, capaz de liderar, era obvio que haveria rancor se eu me tornasse a Rainha de Vlastóvia, eu teria muito mais poder, território, e fortuna, era apenas nisso que meu Irmão pensava, apenas em ouro, e mais ouro.

— O que fez para conquista-lo Irmãzinha, usou seus dotes naturais, sei que sabe como instigar um homem, não imaginei que chegaria a usar o corpo, é impressionante. —Ele diz como se fosse algo bastante natural.

— Não usei meu corpo. —Minha voz saiu quase em um rosnado, estava irritada, como ele ousava me ofender daquela maneira. — Saia de meu quarto Eric. — Eu quase gritei para ele.

—Pode gritar o quanto quiser querida, seu amado Príncipe não ira vim ajuda-la. — Aquilo me deixou amedrontada.

—E por que precisaria de ajuda? Eric o que ira fazer? —Eu perguntei ainda esperançosa.

—Ah minha cara, estava imaginando no caminho para cá, se esse seu Príncipe lhe aceitaria se soubesse que sua Doce Princesa já havia se deitado com outro homem? — Ele sorriu.

—Eu nunca me deitei... — Neste momento minha voz perdeu o som, ele estava se aproximando eu estava sem espaço, mesmo que gritasse não seria ouvida. Eric então me encurralou na parede, agarrou fortemente meu queixo e puxou para si.

—Ainda não, mas irá se deitar... —Eu não sabia o que dizer, minha mente estava em branco, tentei me soltar, mas ele agarrou meus braços com força.

Senti suas mãos, imundas, se aproximando de meu tórax, e em um movimento forte e ouvi meu vestido se rasgar, quando eu ia gritar por ajuda, ele solta suas mãos de meu corpo e amordaça minha boca com um lenço, usei minhas mãos para me debater, usei minhas unhas e cravei na pele dele, ele era mais forte o senti prender minhas mãos para o alto utilizando apenas uma de suas mãos, ele então começou a rasgar a parte de baixo de meu vestido pude sentir a pele de minhas pernas exposta, mesmo assim ainda me debatia foi então que ele sacou uma adaga e pressionou em meu pescoço, eu não podia me mexer ou fazer nada, as lagrimas já escorriam pelo meu rosto, então se dirigiu ao meu colo e começou a beija-lo e lambe-lo, senti nojo e repulsa,  ele então riu alto.

Eu sabia que agora estava tudo perdido.

 

POV—Ezequiel, O Cocheiro.

 

Havia muito tempo que servia a Vossa Alteza a Princesa Cecília, ela sempre fora gentil comigo, mesmo eu sendo de família muito humilde, oras que família? Havia sido abandonado quando tinha 7 anos e vaguei pelas ruas ate ser acolhido pelo Rei Otávio, quando já tinha 15 anos, ele me empregara e me designara a cuidar da Princesa eu era muito grato pela chance que recebera, mas de fato e menininha era uma peste, perto dos pais era educada, uma flor, principalmente da Rainha sua mãe, mas quando estava a acompanhado em suas brincadeiras, era terrível, ela subia em arvores, corria perto de corredeiras, corria para todo lado, mas agora havia se tornado uma forte mulher, foi um susto para mim saber que iria se casar tão repentinamente, achei que teria que servi o Rei Eric, desde criança já havia me acostumado com a menina e como ela não gostava do irmão, o que era perceptível, acabei me acostumando a evita-lo também.

Para minha sorte a Princesa me deixou acompanha-la, tenho meu próprio aposento, na área de outros serviçais do castelo do Príncipe August, estava adorando minha nova estadia, e era bem tratado pelas serviçais da casa, recebia sempre alguns petiscos de Lanna, como era linda aquela jovem.

Mas agora estava indo em direção aos aposentos da Princesa para chama-la para o banquete em sua homenagem pelo seu decimo sétimo aniversario como o tempo voa. Comecei a cuidar dela quando tinha apenas 6 anos.

Aproximei-me de seus aposentos e quando ia bater na porta a ouço gritar:

— Saia de meu quarto Eric. — Ela falava alto. Eric? Mas o que o Rei fazia ali.

—Pode gritar o quanto quiser querida, seu amado Príncipe não ira vim ajuda-la. — Ele respondeu me deixando surpreso, iria fazer algo contra ela?

—E por que precisaria de ajuda? Eric o que ira fazer? —Ela perguntava.

—Ah minha cara, estava imaginando no caminho para cá, se esse seu Príncipe lhe aceitaria se soubesse que sua Doce Princesa já havia se deitado com outro homem? — Ao ouvir aquilo tive um mau pressentimento.

—Eu nunca me deitei... — Ela falou com uma voz fraca quase sumindo. O que o Rei iria fazer com sua própria Irmã?

—Ainda não, mas irá se deitar... — Ele disse e pude sentir a maldade em sua voz, eu precisava fazer algo então ouço o som de um tecido se rasgando, presumi o pior...

Eu sai correndo, em disparada, atravessando os corredores e alas do castelo.

Após algumas voltas finalmente cheguei à sala do Príncipe August, onde o mesmo se encontrara resolvendo assuntos reais com o Senhor Edgar, abri a porta sem permissão nenhuma fazendo os dois se espantarem e me olharem surpresos, comecei a falar antes que os dois começassem a me perguntar, estava ofegante:

— Rápido... A Princesa, esta... Em perigo... —Eles me olharam sérios, como se não entendessem. Mas o Príncipe já se levantava da sua mesa e vinha em minha direção.

—O que quer dizer? Onde ela está? — Ele me perguntava enquanto recuperava o folego para lhe responder.

—Em seus aposentos. —Eles pareceram não acreditar, então complementei. —Com o Rei Eric.

A face do Príncipe mudou repentinamente, ele então tirou a mão de meu ombro e passou a correr em direção ao quarto da Princesa.

 

POV—Príncipe August

 

Estava debatendo assuntos oficiais do reino com Tio Edgar, quando a porta abre em um estouro e vi o cocheiro da Princesa entrar correndo e ofegante, antes que pudesse perguntar o que havia acontecido, o mesmo começou a falar em disparate:

 — Rápido... A Princesa, esta... Em perigo... —O encarei me levantei e fui a sua direção colocando minha mão em seu ombro para tentar acalma-lo.

—O que quer dizer? Onde ela está? — Eu perguntei apreensivo, esperando o coitado se recuperar.

—Em seus aposentos. —Como a Princesa estaria correndo perigo em seu quarto? —Com o Rei Eric. — Quando ouvir aquele nome sai dali correndo, o que aquele homem fazia aqui, já não havia gostado de sua presença no baile, agora ele estava nos aposentos de minha noiva.

Cheguei rapidamente ao seu quarto, parei em frente a sua porta, e bati fortemente com os punhos fechados na mesma, não obtive resposta. E então ouvi um som como um gemer agoniante de desespero.

Aquilo foi o suficiente, me afastei da porta, e a chutei com toda força, uma, duas vezes, na terceira a porta abriu em um estouro, batendo com tudo contra a parede. Entrei rapidamente e tive a pior visão em minha vida.

Vi Cecília no chão com uma amordaça as roupas rasgadas expondo quase todo seu corpo, seu rosto manchado de lagrimas, e suas mãos sendo seguradas para cima, uma adaga em seu pescoço, e Ele em cima dela.

Eu perdi totalmente o controle, fui a sua direção agarrei a gola de sua roupa e arremessei para o outro lado, o fazendo cambalear e despencar em cima de uma mesa pude ouvi-la partir, não me importei saquei minha espada e parti para cima dele, o mesmo foi ágil e conseguiu sacar a sua também impedindo de corta-lo, por muito pouco, começamos então uma luta de espada, era possível ouvir o tilintar das espadas no ar, eu estava cego de ódio, enfurecido, já havia perdido a cabeça antes mas nunca por um motivo tão serio.

Eu manipulava a espada muito bem e rapidamente, ele era bom mais lento, meu corpo e mentes estavam sincronizados, uma fúria seguia de minha cabeça ate meus punhos, estávamos em uma luta acirrada, mas era clara a minha habilidade.

Seguimos assim por um tempo ate que de repente em um passo falso ele me enganou e conseguiu me dirigir um corte lateral, pude sentir o lugar queimar, mas apenas ignorei e continuei  a luta, o desarmei logo em seguida e coloquei a ponta afiada de minha espada em seu pescoço.

Ele riu aquilo me fez perder total noção de minha mente, então desci a espada em direção ao seu peito e o perfurei ouvir um grunhido de dor, e girei a espada o fazendo cuspi uma quantidade mínima de sangue pela boca.

Soltei a espada e ele caiu no chão o olhei com ódio.

E então me virei para Cecília. A mesma encontrava-se um pouco mais calma e um pouco assustada, mas estava inquieta e se sacolejava, rapidamente puxei o manto de sua cama e a cobri, metade de sua pele nua estava exposta.

Então retirei rapidamente a amordaça de seu rosto enquanto, percebi que suas mãos estavam enroladas em um pedaço de seu vestido, mas antes de falar me deixar fazer algo ela levou suas mãos rapidamente ao meu ferimento parecia aflita, quando sentir seu toque na minha pele, pude sentir uma dor incessante, a minha pele começou a queimar, ouvi passos pude notar meu Tio, Ezequiel e Lanna correr em nossa direção quando Lanna tentou ajuda-la ela gritou:

—Chame um Médico agora! — Lanna não entendeu, mas saiu rapidamente fazendo o que lhe foi pedido, será que aquele desgraçado a havia machucado, eu tinha chegado tarde?

E então minha vista ficou turva, meus olhos começaram a lacrimejar, senti meu corpo ganha um peso sobrenatural, despenquei com tudo no colo de Cecília, conseguir notar sua aflição, ela me segurava, minha cabeça começou a girar, pude sentir lagrimas em meu rosto, eram delas ouvir um sussurro.

—Por favor, não me deixe. — Aquilo me deixou atordoado, suas palavras começaram a girar em minha cabeça o som parecia ecoar e não sentia mais o meu corpo apenas o infeliz lugar onde avia sido cortado. Conseguir ouvir meu Tio.

—Qual o problema? O que aconteceu? — Ele parecia desesperado.

Tentei falar algo, mas minha voz não saia e sentir um rasgo passar desde a minha garganta e descer por todo meu corpo. Não conseguir evitar e soltei um som ruidoso de dor, agora sentia leves pontadas em minha cabeça.

Estava ficando difícil manter os olhos abertos, os mesmos também ardiam, ouvia Cecília agora soluçar e falar em uma voz chorosa.

—Meu Irmão... —Ela soluçou, era seu irmão o motivo do choro? — Ele banha seus armamentos em um veneno letal. —Após ouvir isso a sentir afundar sua cabeça e em meu tórax enquanto me segurava pela cabeça.

 

Foi a ultima coisa que ouvi, o resto ficou embaçado e tudo se apagou. 


Notas Finais


Então o que acharam??
Meio tenso neee rsrs
Espero que tenham gostado.
Obrigada por ler.
Até o proximooo :D


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