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História Um Verão de Mistérios - Escapando dos Sonhos


Escrita por: becausedelrey

Capítulo 19 - Escapando dos Sonhos


Gideon Pines

"O que foi aquilo?"

Eu ainda estava chorando. Não havia nada que pudesse tirar aquela visão da minha cabeça. As palavras dele. A voz dele. O que ele era? Que tipo de criatura ele era? “Bill Cipher” era ruim? E... o que era William? O que era Will Cipher?

O livro era assustador. Eu não poderia começar a teorizar sobre como aquele homem, aquele demônio, estava lá fora, vivendo com humanos, servindo humanos, servindo aqueles jovens de 17 anos, como se ele não fosse aquele monstro assustador sobre o qual o livro me alertava. Como se ele não fosse um monstro.

Como ninguém leu aquilo antes? Como ninguém encontrou o livro antes de mim? Estava bem ali! Dizia o nome Will Cipher nas páginas, não estava escondido! Era tudo tão claro e fácil de ver, e agora eu tinha a prova, a prova de que eu não estava louco, a prova de que não estava enlouquecendo.

"Pacifica. Ele é um demônio. Ele é um maldito demônio. Merda... Eu... ”

Eu desabei, deixando minha cabeça cair no chão. Pacifica se ajoelhou ao meu lado, muito preocupada. Seu cabelo loiro caiu nas minhas costas enquanto ela me segurava perto, sussurrando “calma, por favor. Por favor, para de chorar”.

Talvez ela não gostasse de me ver chorar, assim como eu odiava vê-la triste.

“Por favor, Gideon…”

William e Stanford já tinham ido embora. Idiota de merda, aquele Dipper Gleeful. Idiota do caralho, aquela Mabel Gleeful. Malditos monstros, toda aquela família Gleeful, todo aquele culto. Eles não eram bons, e agora eu tinha provas. Eles tinham uma porra de um demônio na porra da casa deles. Um maldito demônio.

Eu fui capaz de me acalmar. Por um segundo, o medo foi embora e foi substituído pela raiva. Raiva absoluta e forte.

Bill Cipher. As coisas que ele disse...

“Ok,” eu tentei falar. "Ok, Pacifica."

Ela olhou para mim, segurando minha cabeça. “Gideon. Vou ligar para a Melody”.

"Não! Pacifica!" Ela esperou. "William é um demônio".

"O quê?"

Mostrei o livro para ela, o livro que estava escondido debaixo da cama. Eu parecia tão maluco, me sentia tão maluco... Pacifica me contaria depois que pensou muito em ligar para meus pais, com medo de que eu precisasse ser medicado.

“Gideon. O que está acontecendo? Esse livro é real? "

"Sim! Pacifica. Sim. Esse diário foi escrito anos atrás por um autor que desapareceu misteriosamente. Já li tantas vezes, vi tanto a página do Will que sei cada palavra! Ah, meu Deus…"

Meu coração não parava de bater forte. Eu me sentia como se pudesse morrer a qualquer minuto, por saber demais, por ter falado demais. Talvez meu coração pudesse me matar, simplesmente por bater muito rápido.

Mas aquele Bill Cipher... Ele me disse que me protegeria.

“Gideon… Isso é uma loucura”.

"Eu sei. Eu te disse. Eu disse a você que Dipper não era confiável. Eu disse que ele era malvado. Eu disse, Pacifica”.

Eu estava chorando de novo. Merda. Eu gostaria de não ter nascido tão fraco. E eu gostaria que minha cabeça ainda estivesse sendo controlada por Mabel. Dessa forma, ela seria tudo que eu conheço, tudo que vejo.

“Mas... Mas e se ele não souber? E se Will for um... eu não sei. Gideon, acho melhor eu ligar pro Dipper. "

"O quê? Não! Você tá maluca?" eu exclamei. “Nós vamos embora. Amanhã. Vamos voltar para casa”.

"Voltar para casa?" ela ficou surpresa, embora estivesse namorando alguém que tinha um demônio horrível em sua casa. “Mas... Mas como? Por quê? Não!"

Eu não podia contar a ela. O que doía é que eu não podia contar a ela. Eu não podia contar a ela sobre Dipper, sobre a noite após o show. Eu não podia contar nada a ela porque isso me mataria. Eu não podia dizer a ela que Dipper era um assassino. Eu não podia dizer a ela que ele havia matado um homem no palco, bem na frente dela, eu não podia dizer a Pacifica nada disso.

Eu não aguentaria a dor de machucá-la, além de tudo que já estava acontecendo. Não podia contar a Pacifica.

"Pacifica. Demônios”.

“Demônios... Mas... Dipper pode não saber”.

"Claro que ele sabe, Pacifica!" Como ela não entendia? “Ele roubou o livro de mim! Por que você acha que ele faria isso?"

Eu podia dizer isso a ela? Ah Deus, Dipper estava me ouvindo? Dipper conhecia Bill Cipher?

"Eu não- Eu não sei-"

“E a Mabel, hein? Você não viu que ela me prendeu com fita adesiva a uma cadeira por três dias? Três dias, Pacifica! Por que você não consegue ver como tudo isso é insano, como os dois são perigosos? Merda…"

Meus olhos estavam começando a arder. De todas as injustiças daquele momento, não conseguir chorar era a pior de todas. “Gideon… Não sei o que fazer”.

“Ligue para Dipper. Não sei. Faça o que você quiser. Eu vou ligar pro meu pai".

"O quê? Por quê?"

“Precisamos ir embora. Hoje, amanhã, eu não me importo. O mais cedo que pudermos”.

Peguei meu telefone e caminhei em direção à porta. Pacifica me segurou pelo capuz. "Gideon!"

Parei, tentei respirar.

Eu me dei um segundo para voltar ao normal.

“O que Will quis dizer? Lá embaixo? O que você fez?"

E era isso que eu realmente não podia dizer a ela.

Não podia falar sobre as palavras que li no diário, as que disse em voz alta. Meu coração já quase explodiu na primeira vez que vi aquele ser, na primeira vez que ouvi sua voz dentro da minha cabeça.

Só havia uma coisa que eu poderia dizer a Pacifica.

“Eu estraguei tudo”.

E então saí da sala.

Digitar o nome do meu pai no meu telefone foi difícil. Deus, eu estava feliz por estar longe dele, mas ele não era pior do que dois demônios e dois monstros. Eu precisava escapar.

O telefone tocou e ninguém atendeu. "Por favor, atende. Pela primeira vez. Por favor". Mas não aconteceu nada. Liguei para ele de novo e... nada.

Digitei o número da mamãe, sem muita esperança. "Por favor. Mãe, por favor atende, por favor”.

E foi então que o ouvi novamente.

Ele apareceu, não fisicamente, mas em algum lugar da minha cabeça, sussurrando palavras que eu não entendi. Olhei em volta, e Pacifica estava na outra sala. Ela estaria segura.

Eu não conseguia ver nada com meu olho esquerdo. E então eu podia, mas do meu olho direito, nada. Merda. Ele estava lá novamente. “Ei, Gideon. Eu te conheço”.

O que ele queria dizer? "Como? De onde?"

“De outra dimensão, claro”.

De que dimensão ele me conhecia? O que era ele? "O que você quer dizer? Qual dimensão?" O telefone do meu pai ainda estava tocando, os ruídos no meu ouvido. "Bem, uma muito distante".

"E por que você não volta pra lá?"

“Eu não posso, eu fui trancado pra longe. E agora, você me invocou”.

"E você está preso a mim?"

"Não exatamente".

Onde ele estava? De onde vinha sua voz?

“Q-Quem...”

"Fala logo, menino..."

"Quem é Will Cipher?"

Ele parou por um momento, sem falar nada. O telefone tocou e tocou, e eu já havia tentado ligar para ele quatro vezes.

“Ninguém importante. Veja, garoto, eu tenho coisas importantes para cuidar. Você foi útil, eu acho”. Ele soltou uma risada que me matou por dentro, e então sua voz desapareceu. Era só eu. Eu e meu medo, que se transformou em raiva. Escondido de Pacifica, eu ainda tentava ligar para meu pai.

"Puta merda, só atende, tem um maldito demônio em torno de mim em algum lugar. Na minha cabeça, não sei”.

E foi então que ouvi sua voz. De repente apareceu. "O que você quer?"

Meu coração estava muito trêmulo para ficar nervoso com a voz do meu pai. Eu não dei a mínima. "Pai. Oi. Eu-"

"O que você quer, porra?"

Eu não me importava, ele poderia xingar o quanto quisesse. Naquele dia, eu não daria a mínima. Eu havia invocado um demônio. Eu invoquei a porra de um demônio.

"Pai. Eu preciso ir para casa. Pacifica e eu precisamos ir embora”.

"O quê? O que aconteceu?"

"Tia Melody está tendo alguns problemas e vamos ter que-"

"Você irritou o seu tio?"

"Não. Pai”. Ele nem está aqui, sabia? Eu queria perguntar. "Só precisamos ir para casa. Por favor, não pergunta".

“Se você precisa ir para casa, então pega seu dinheiro e encontra um caminho pra casa. Eu não vou te ajudar, para com o drama de merda".

“Pai, eu tô falando sério. Por favor, preciso ir pra casa”. Parecia drama. Parecia que eu tinha irritado meu tio e ficado bravo com ele, e então eu queria ir embora. A parte ruim é que eu não podia dizer "ei, um garoto me ameaçou, uma garota me sequestrou, e o mordomo deles é um demônio, posso ir para casa?"

Merda. Por que tudo tinha que ser uma merda?

“Se vira,” e ele desligou de repente.

Eu senti meu corpo doer. Merda, eu queria matá-lo. Eu queria gritar e bater em alguém, então fiz a coisa mais próxima e joguei meu telefone na parede mais próxima. Todas as paredes da Casa do Mistério eram de madeira, então o telefone quase as quebrou, e aí caiu no chão perto dos meus pés, a tela quebrada.

Pacifica ouviu o barulho. "Gideon, você tá bem?" ela veio correndo. "Ah, meu Deus…"

Era tarde demais. Eu estava cercado pela raiva agora. Eu segurei seu braço e disse a ela para fazer as malas imediatamente. Nós tínhamos que ir embora.



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