Pov. (S/n)
“Sensação… Aquelas sensações jamais pensei que poderia sentir novamente, o coração acelerado e as bochechas quentes, os arrepios na pele somente por sentir o seu olhar sobre o meu. Quando vi o seu olhar pela primeira vez, tive certeza. Mirio era a minha alma gêmea e foi só olhar para a sua mão, quando percebi o fio vermelho que nos interligava.
Sou acordada por um anãozinho de cabelos castanhos, cujo pulou em cima de mim.
— Onee-chan!! Onee-chan acorda!!
— Ren! Me deixa dormir!
— Nee-san tem aula, não pode faltar no colégio. — Me espreguiço e sento-me na cama.
— Tudo bem, avise a oka-san que já estou descendo.
Vejo o meu irmãozinho de cinco anos assentir e correr até o corredor, logo sumindo de vista. Escuto ele gritar:
— Oka-san!! A maninha não quer levantar!! — O que?! Que menino sapeca. Rio do meu pensamento e sigo até o closet, pegando o uniforme e me visto.
Logo escuto passos pesados no corredor e um estrondo da porta:
— (S/n) Hara! Levante-se agora, se não você vai se atrasar para a aula! — Mamãe grita ao abrir a porta com “delicadeza”.
— Ite!! Que susto! — Digo com a mão no coração.
— Oh! Você já está se trocando...
— Sim, o Ren é muito sapeca, acredita? Pedi para ele te avisar que havia acordado.
— Esse garoto... — Mamãe nega e suspira, logo voltando a cozinha.
Depois de tomar o café da manhã, encho o meu irmãozinho com beijos e abraços e me despeço de minha mãe. Sigo a pé para a U.A com os meus fones de ouvidos enquanto escutava uma música de (G/f), visto que eu morava por perto do colégio.
Esse era o meu último ano na U.A, logo iria me formar e me tornar uma heroína profissional. Com esses pensamentos, decido que iria aproveitar o máximo possível e finalmente me declarar a ele.
Chegando na U.A, sigo até os armários dos estudantes e destranco o meu cadeado, logo sendo bombardeada por um enxame de cartas e suspiro.
Todo mês isso acontece, tenho vários admiradores que me mandam constantemente as cartas e tem vezes que me mandam presentes, mas não posso correspondê-los. Pois o meu coração pertence a apenas uma pessoa: Mirio Togata.
Me abaixo para juntar as cartas e olho os nomes marcados nelas, quando uma ideia me vem a mente. E se eu escrever uma carta me declarando ao Mirio?
Com a ideia em mente, sigo para o refeitório do colégio que estava vazio e ao abrir a mochila, arranco uma folha do meu caderno. Pego uma caneta e começo a escrever:
“Borboletas”
“Que sensação é essa que sinto em meu peito toda vez que te vejo?
Meu coração acelera enquanto as borboletas levantam voo.
O ar se prende e me perco na imensidão de seus olhos.
Mirio, você é como a chama do sol que nunca se apaga.
Até um tempo atrás eu não sabia o que era essa sensação,
Mas hoje percebo que o que tenho é algo além da paixão.
Apenas quatro letras definem os meus sentimentos:
Mirio, o que sinto se chama amor."
Terminando de escrever a carta, sigo até o corredor onde ficava os armários do terceiro ano e ao me aproximar do armário de Mirio, coloco a carta dentro de uma fresta aberta.
Logo escuto passos se aproximando e rapidamente sigo para o corredor.
Espio para ver quem havia chegado e minha respiração se prende.
O Big Three havia parado bem em frente ao armário enquanto conversavam animadamente. Logo, vejo o Mirio abrir o mesmo e a minha carta cair no chão, ele se abaixa para pegar a carta e Nejire pergunta:
— Mirio, o que é isso?
— Parece uma carta de declaração, mas não está assinada. — Ele responde.
Essa não! Esqueci de assinar o papel!! Dou um tapa na minha testa.
— Oh! Mirio tem uma admiradora secreta! Quem será que é? — Pergunta a azulada.
— D-Deve ser alguma aluna no primeiro ou do segundo ano. — Fala Tamaki. — Você tem recebido muitas cartas dessas turmas.
— Hum... Pode ser que seja. Vamos esperar e ver se surgirá outras cartas.
O sinal da aula toca e ao me virar para sair, me esbarro num aluno fazendo com que o grampo que prendia o meu cabelo (T/c) se soltasse e caísse no chão.
— Ei! Toma mais cuidado! — Resmunga o aluno ao sair.
Ignoro ele e sigo para a sala de aula.
Pov. Mirio
Havia me encontrado com os meus amigos na entrada do colégio e seguimos juntos até a área dos armários para pegar o meu livro de história. Nejire contava sobre a festa que iria dar no fim de semana e fazia questão de que comparecêssemos.
Tamaki tentou recusar o convite, mas ao ver as bochechas infladas dela, seu rosto ganhou um tom rosado e aceitou o convite
Abro o armário colocando a senha, quando vejo um envelope rosa cair no chão. Nejire me pergunta o que era e ao olhar para o papel, deduzo que seria uma carta de alguma aluna e comento.
Nejire se empolga com o fato de que alguma aluna pudesse gostar de mim e depois de o Tamaki especular que poderia ser de uma garota do primeiro ou do segundo ano, abro a carta para ler.
Sua caligrafia era linda. Olhando mais de perto, tenho a impressão de que já vi essa letra antes, mas onde?
O sinal toca e guardo a carta com cuidado na mochila, quando escuto alguém falar no outro lado do corredor.
— Ei! Toma mais cuidado!
Sigo para o corredor onde ouvira a voz, na esperança de encontrar a pessoa que me mandou a carta, mas ao invés disso, me deparo com um grampo de cabelo em forma de laço caído no chão.
Nejire se aproxima e diz:
— Que grampo lindo! Tenho a impressão que já vi ele com alguma aluna...
— Também tenho essa impressão.
Durante a aula, observei as meninas da sala discretamente tentando descobrir de quem pertencia o objeto. O professor pede para que (S/n), entregasse as folhas da prova para nós, quando noto um detalhe.
(S/n) sempre andava com um grampo colorido atrás do cabelo, o mesmo grampo que eu acabo de encontrar. Será que ela é a admiradora secreta?
Depois que fizemos a prova, a aula seguiu e o intervalo chegou. Era a minha chance de descobrir se a (S/n) era a dona da carta com o poema.
Vejo ela conversar com uma aluna e me aproximo dela.
— Com licença, poderia falar com você, (S/n)?
— Hã? T-Togata-senpai? O que seria?
Vejo que ela parecia nervosa por estar conversando comigo, a outra aluna se afasta e dou um sorriso para tranquilizar a (S/n).
— Me encontre no terraço do colégio daqui a pouco.
Vejo ela assentir e sumir de vista. Seguindo para o refeitório, aviso os meus amigos que iria almoçar depois e me despedindo deles, subo as escadas do prédio.
Ao abrir a porta que levava a laje, me deparo com a (S/n) que se encontrava de costas, olhando a escola de cima.
— (S/n), fiz você esperar muito? — Ela se vira para mim e nega.
— Não... T-Togata-senpai... Por que me chamou aqui?
— Eu vim lhe devolver isso. — Falo ao estender a mão que segurava o laço de cabelo. — É seu, não é?
— Oh! Como foi que eu não o senti cair? Muito obrigada!
— De nada, e não precisa me chamar de Togata-senpai. Pode me chamar de Mirio. Mas, não é por isso que te chamei aqui.
Estendo o envelope rosa e noto que ela arregala os olhos, seu rosto ficando mais corado do que já estava.
— Você que escreveu essa carta? — Vejo ela assentir e sorrio.
— Sim, é o poema que escrevi, M-Mirio... Ele reflete os meus sentimentos por você.
Pov. (S/n)
Quando o Mirio me perguntou sobre a carta, senti que iria desmaiar a qualquer momento. Não achei que ele fosse descobrir que era eu logo de cara.
A ansiedade estava tão alta que sem querer ativo o "Aka ito", minha individualidade e noto que o fio do destino que nos ligava se encontrava mais forte e brilhante, porém, havia uma parte que estava se rasgando.
Claro, o medo de não ter meus sentimentos correspondidos e de ter uma decepção amorosa estava fazendo com que o fio se desprendesse. Não podia perder a chance de finalmente me declarar ao Mirio, pois eu o amo muito!
Estendendo a mão na região do fio, faço uns riscos no ar e remendo o fio que nos interligava.
Mirio sorri para mim e diz:
— Então quer dizer que você gosta de mim?
— Eu não gosto. — Quando digo isso, o Mirio faz uma cara confusa e continuo. — Mirio, eu não apenas gosto de você, o que sinto vai muito além de gostar, eu te amo!
Mirio suspira e só então percebi que ele estava prendendo a respiração enquanto eu não tinha dado a resposta.
— (S/n), gostaria de sair comigo algum dia desses? Queria conhecê-la melhor.
— S-Sair com você? C-Claro que aceito!
— A gente combina o dia durante a semana. Enfim, tenho que voltar para o refeitório, meus amigos estão me esperando. Até outro dia?
— A-Até outro dia!
Depois que ele saiu, sorrio e faço uma dancinha de vitória. Finalmente consegui me declarar a pessoa que amo e mal posso esperar para contar a novidade as minhas amigas.
Sigo para as escadas e caminho até o refeitório a procura das meninas. Quando falei sobre o ocorrido, elas pularam de alegria e me passaram um monte de dicas sobre encontros.
No final da aula, Nejire apareceu na nossa sala e entregou alguns convites de uma festa que ela iria dar no fim de semana. Isso quer dizer que posso ver o Mirio novamente! Guardando os materiais na mochila, mal posso esperar para que o fim de semana chegue logo.
Continua...
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