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História Uma Brasileira em Hogwarts. - A Conversa...


Escrita por: SenhoraPSnape

Notas do Autor


Bom, esta aí o capítulo. Foi um desafio pra mim escrever esse porque, tem um peso emocional muito grande pra mim, talvez por isso eu tenha demorado tanto a escrever ele. Porque a história que será contada a seguir, tem base em uma história real, não tão trágica quanto. Mas que causou o mesmo tipo de dor e sofrimento...
Espero que gostem...
Boa leitura.
-Lumus

Capítulo 17 - A Conversa...


Fanfic / Fanfiction Uma Brasileira em Hogwarts. - A Conversa...

P.O.V'S ANTÔNIELLA ARAÚJO.

-Então Severo. Me responda. - Eu disse calma, ou tentando ficar calma.

Ele abaixou a cabeça e passou a mão nervosamente pelos cabelos.

Levantou a cabeça e olhou em meus olhos. Sua expressão era indecifrável, mas em seu olhos, por alguns segundos eu vi medo, arrependimentos, tristeza. Mas como em um passe de mágica, tudo aquilo sumiu, como se nunca tivesse estado ali.

-Isso não é da sua conta Antôniella. Eu para deixar claro, trato o Potter como qualquer outro cabeça oca dessa escola. - Ele assumiu sua postura de temido mestre de Poções. Ele apenas se esqueceu de algo : Aquilo não funcionava comigo. - Se era só isso, acho melhor você ir para seu dormitório Senhorita.

Respirei fundo, tentando me acalmar.

-Severo, não se atreva a usar esse tom comigo, você sabe que não funciona, não tenho medo de você, e não vai ser agora que vou ter.

-Não se meta no que não lhe diz respeito - Ele disse arrogante.

-Não me diz respeito? Não me diz respeito?! - Então eu perdi um pouco da minha calma - Isso me diz respeito sim Severo! Harry se tornou especial pra mim, eu sinceramente nem sei o porque, mas no momento que eu olhei dentro daquelas esmeraldas que ele chama de olhos eu me apaixonei por ele perdidamente. Eu não sei qual a sensação de ser mãe Snape, mas tenho certeza que oque estou sentindo por aquele menino é muito parecido com um amor de mãe, se não for o próprio. Eu quero o proteger, proteger de gente que possa machucar ele, tanto fisica, quanto psicologicamente e emocionalmente. Não vai ser você nem ninguém que vai machucar e insultar ele enquanto eu estiver viva, você está entendendo? - Não deixei ele responder - Espero que tenha entendido. Então eu acho melhor você me contar oque está acontecendo, ou melhor, oque aconteceu para você tratar Harry do jeito que trata. Eu não aceito um não como resposta, não saiu daqui até essa história estar toda esclaressida.

P.O.V SEVERO SNAPE.

Ela me olhava firme. Ela realmente não sairia até eu contar algo que ela achasse realmente convincente.

"Não tenho escolha..."

"Como não tem escolha? Você pode simplesmente colocar ela para fora, estuporar ela, simples." Minha consciência.

"Você sabe que eu não faria isso com ela... E ela não é nem um pouco frágil, essa mulher tem a habilidade de um comensal, iniciar um duelo com ela não é uma boa escolha. Ficaríamos horas aqui"

Suspirei - mais uma vez pela milésima vez. 

-Ok, você quer a verdade... Então vai ter ela. - Eu disse com pesar.

-Tudo começou quando eu tinha apenas 10 anos de idade...

>>>Flash Back On<<<

Mais uma vez meus pais haviam brigado. Sempre a mesma coisa.

Meu pai saia, voltava dias depois, impregnado com o cheiro de bebida, cigarro, e perfume barato das mulheres as quais ele pagava para obter prazer.

Minha mãe sempre me tirava de casa nessas horas, porque se eu ficasse, eu sabia, sobraria pra mim. A última vez que me neguei a sair de casa quando ele chegou me rendeu uma cicatriz que tenho no braço.

Fui a um parquinho que sempre ia quando aquela confusão acontecia em minha casa.

Mas algo estava diferente aquele dia.

Eu não era o único lá.

Haviam duas meninas.

Uma com o cabelo curto um tanto encaracolado, com um pescoço longo, e um rosto nada agradável, e a expressão que fazia no momento não a favorecia em nada.

Já a outra... Há a outra. Linda seria uma palavra muito rude para descreve-lá. Ela era divina. Cabelos longos. Vermelhos como a pétala de uma rosa. E sua pele, eu diria que a Branca de neve ficaria com inveja da pele daquela linda garota. Os olhos eram mais belos e impressionantes ainda. Ela tinha olhos de um verde esmeralda brilhante, que hipnotizavam qualquer um que os visse.

Mesmo um pouco afastado eu conseguir ouvir oque elas falavam.

A ruiva dos olhos esmeralda havia feito uma pequena flor flutuar da palma de sua mão. E a outra, que eu deduzi ser sua irmã, ficou primeiro assustada, e logo dopois, com raiva.

-Já disse para não fazer isso Lilian, sua aberração, vou contar para a mamãe.

E a garota foi correndo para a casa, seja lá onde ela era.

A pequena ruiva, que descobri ouvindo a conversa, se chamar Lilian, começou a chorar.

Não aguentei vê-la daquela forma. Me aproximei. Me sentei ao seu lado na grama.

-Não ligue pra ela... Você é tão normal quanto eu - Eu disse sem olhar para ela. Pela visão periférica vi que ela levantou a cabeça e me olhou.

-Como assim?

-Você é uma bruxa... - Eu disse olhando para ela.

-Ou, não me ofenda, eu nem te conheço! - Ela disse ficando vermelha de raiva.

Percebi oque eu havia dito. Tinha me esquecido que "Bruxa" no mundo troxa era uma ofensa.

-Perdão, me expressei mal. Quando digo que você é uma bruxa, é uma bruxa de verdade, com magia. Assim como eu. As bruxa não são esses horrores que os trouxas imaginam. Somos pessoas normais, só que com magia.

-Trouxas? - Ela perguntou confusa.

-Sim. São pessoas que não tem magia. Já você é uma bruxa e eu sou um bruxo.

-Então prove -disse ela desconfiada.

Me levantei, peguei muitas folhas que estavam espalhadas por ali e as levei para onde eu estava antes.

Me sentei, e comecei a girar meu dedo, em alguns segundos, eu havia feito um pequeno tornado de folhas. Elas olhava para aquilo surpresa.

Então eu parei.

-Viu - Eu disse sorrindo.

-Qual o sue nome? - ela em perguntou.

-Severo Snape, e o seu? - Perguntei mesmo já sabendo o primeiro nome.

-Lilian Evans. Prazer Severo - Ela apertou minha mão - Como você sabe tanto assim de tudo isso?

-Minha mãe é uma bruxa, já meu pai... - Disse "pai" com nojo e ressentimento - É um trouxa....

E ali tudo começou... Contei a Lírio sobre Hogwarts, sobre magia, sobre tudo que eu sabia sobre o mundo mágico que tanto me encantava e eu queria que ela ficasse encantada também.

Os pais de Lilly ficaram extremamente orgulhosos quando a carta de Hogwarts da filha chegou. Já a irmã de Lilian não ficou nada feliz.

Fomos para Hogwarts juntos.

Eu estava no salão principal de Hogwarts, eu e Lilian e tantos outros alunos estávamos esperando para ser selecionados. Eu queria tanto que Lilian fosse para a mesma casa que eu.

E ela foi chamada.

-Lilian Evans! - Minerva falou em alto e bom som.

Ela se encaminhou até o banquinho, se sentou e olhou para mim sorrindo.

O chapéu seletor foi posto em sua cabeça. E então recebi como um soco na cara, a pior notícia de minha vida.

-Grifinoria! - Gritou o chapéu seletor.

Ela passou por mim sorrindo, e foi para a mesa dos Leões.

Conversou com alguns garotos que eu reconheci do Expresso de Hogwarts.

-Severo Tobias Prince Snape - Minha vez.

"Maldito nome!" pensei ao lembrar que Tobias era o nome que herdei de meu pai.

-Sonserina - Obviamente eu já sabia, era a casa que eu mas desejava, mas queria estar ao lado de Lilian.

.

.

.

Eu e Lilian continuamos com nossa amizade mesmo sendo de casas diferentes. Mesmo com os colegas da Grifinoria dizendo para ela que Sonserina eram cruéis, e meus colegas da Sonserina dizendo que Grifinorios eram fracos, que eu não deveria me envolver com uma sangue-ruim como Lilian Evans. Eu não pensava nada disso, afinal de contas eu era mestiço.

Com o tempo eu descobri que alguns Grifinorios podem ser mais cruéis que muitos Sonserinos.

Havia um quarteto em Hogwarts, se denominavam "Os marotos": Sirius Black ; Remus Lupin ; Pedro Pettigrew, e Thiago James Potter.

Sirius Black era um sangue puro, vindo de uma das famílias mais tradicionais de bruxos. Foi o primeiro de sua família à ir para Grifinoria, era considerado uma vergonha para a família, era um rebelado contra os bons costumes e regras que a sociedade impunha.

Remus Lupin, era um nascido trouxa. Ninguém nunca ouviu falar muito de sua família, o próprio não tocava muito no assunto. Era um lobisomem. Ele nunca fez nada contra mim, mas também nunca fez nada para impedir.

Pedro Pettigrew, era apenas um pau mandado do grupo, também não falava muito da família, podemos dizer que nunca falava da família. Fazia tudo que Sirius e Thiago mandavam, era um idiota completo.

E Thiago Potter, era o pior de todos. Atormentava todos que eram menores e mais fracos que ele e os amigos. Era de uma família sangue puro, também muito tradicional e antiga, não tanto quanto os Black, mas mesmo assim era. Se achava, era arrogante e petulante.

Eles eram meu inferno.

Desde o primeiro dia de aula, até o último...

....

Eu contei tudo a ela. Já havia se passado 3 horas, e eu falava sem parar e ela me ouvia. Contei minha história inteira, minha amizade com Lilian, todas as vezes que os marotos me atormentavam, todo o ódio que eu sentia por eles, como me apaixonei por Lilian e como me iludi. Contei minha vida toda a ela, contei tudo que apenas Dumbledore sabia. Expliquei o porquê odiava tanto o Potter. E ela, ela me escutava, não falava nada, não questionava. Mas algo me dizia que quando eu parasse, aí sim, ela começaria a falar, e eu teria que me calar, ou tentar.

Contei a ela cada episódio de humilhação que passei nas mãos de Potter.

Contei tudo que podia, ocultando apenas a parte sobre ter me tornado um comensal.

-Não é como se eu pudesse esquecer tudo tão fácil! - Me levantei estressado, e andei pela sala - E o Potter, é exatamente como o pai, prepotente, arrogante, gosta da fama e de chamar atenção!

-Severo, você não sabe oque está falando... - Ela falou pela primeira vez desde que comecei a contar toda história.

-Como você pode saber? Conhece o garoto apenas a dias!

-E você, o conhece a quanto tempo? Convive com ele desde quando? - Ela levantou e ficou de frente pra mim séria - Ou melhor Severo. Quando foi que você se deu a oportunidade de conhecer o menino?

Ficamos em silêncio nos encarando. E então ela voltou a falar.

-Você está sendo infantil.

-Como? - Eu disse incrédulo.

-Você me escutou, está sendo infantil. Agindo como uma criança rancorosa que não ganhou o presente que queria no Natal.

-Como você ousa... - mas ela não me deixou terminar.

-Severo, pessoas já passaram por coisas piores que você já passou, e não estão fazendo esse drama todo. Aprenda a deixar seu passado no passado. Não se chora pela leite derramado.

-Oque você sabe sobre sofrimento garota. Se iludir por um homem não é nada, eu sofri humilhações, passei por coisas horríveis, perdi a mulher que eu amava para a morte! - Eu disse já no auge do meu estresse e raiva. Mas isso foi a pior coisa que eu falei em toda minha vida.

Ele me olhou. Respirou fundo, eu via e podia sentir sua raiva, sua TPM estava no auge, e sua magia se descontrolava. Mas eu já não estava ligando. Ela mexeu em minha ferida.

-Você não sabe que está dizendo Severo...-Ela sussurrou.

-Aceite garota, você não sabe oque é sofrer, é apenas uma criança mimada que teve uma paixão idiota.

P.O.V's ANTÔNIELLA ARAÚJO.

Eu não estava suportando ouvir aquilo tudo. Ele não sabia oque estava dizendo.

-CALA BOCA AGORA SEVERO! - Eu explodi. - Não seja idiota, não seja ingênuo. Você acha mesmo que ao ter acabado de te conhecer eu teria contado toda minha história pra você? Você não sabe que aconteceu de verdade. Não sabe a verdadeira história.

-É tão conte Antôniella, conte a sua fatídica história pra mim? - ele disse debochado.

-Mesmo com o seu deboche Severo, eu vou contar, mas é pra você entender que está sendo um idiota, uma criança... - Eu já tinha lágrimas nos olhos ao lembrar de tudo, mesmo que já tivesse superado, ainda doía tanto...

*Flash Back on.

A primeira parte da história é verdadeira. Eu realmente conheci Enrico por uma amiga, por um telefonema.

Sim ele me iludiu, e sim eu me apaixonei perdidamente por ele.

Meu pai afastou ele de mim. E eu entrei em depressão. Mas a história não para aí.

3 meses após o acontecido, e eu já não falava mais com Enrico, e aí começou a pior experiência da minha vida...

...

Eu estava voltando da escola, sozinha. Eu havia afastado minhas amigas, não queria companhias.

Eu andava e pensava em tudo que havia acontecido, e mesmo sabendo de tudo que Enrico tinha feito, eu ainda sentia falta dele.

De repente, senti que estava sendo observada, olhei para trás, mas não vi nada. Comecei a andar rápido, e ouvi passos as minhas costas. Pensei em pegar a varinha mas eu havia deixado em casa por um pedido de mamãe.

"Merda" foi oque eu penso quando senti um feitiço atingindo minha cabeça, e eu perdi a consciência.

Minutos, ou até mesmo horas depois eu acordei.

Minha cabeça estava doendo tanto, e eu estava tonta. Tentei colocar minha mão sob a cabeça, mas nos consegui mover as mãos.

Olhei para cima. Minhas mãos estavam presas por correntes fortes, e minhas pernas estavam na mesma situação, senti algo escorrendo de minha cabeça, e tinha certeza que era sangue.

Olhei ao redor, mas tudo que eu conseguia ver era muita sujeira.

Era um lugar cheio de pedras, e pude ver alguns pequenos e grandes insetos passeando pelo local. O lugar era úmido, e abafado pela poeira ao mesmo tempo. Então cheguei a conclusão que aquilo era uma caverna.

Eu tentava não entrar em pânico. Mas estava cada vez mais difícil.

Quem havia me levado a aquele lugar? 

Minha mente não parava de funcionar, de arquitetar formas de sair dali.

Então eu escutei a voz que eu menos esperava ouvir, e a que eu queria mais ouvir a 3 meses.

-Vejo que acordou querida - Então ele surgiu das sombras da caverna, sorrindo de uma forma assustadora, como eu nunca imaginei que ele pudesse. - Confortável?

-En-Enrico? - Eu disse incrédula - Porque está fazendo isso? - Eu disse a beira dos prantos.

-Porque tão surpresa amorzinho? Claro que sou eu. - Ele continuava a sorrir.

-Porque? - Era tudo que eu conseguia dizer sem que começasse a chorar.

-Ah garota! Você foi tão bobinha - Ele sorriu e deu tapinhas em minha bochecha zombando de mim - Se apaixonar por mim, sem ao menos me conhecer direito. Foi tão fácil... Mas o idiota do seu pai estragou tudo! - Ele disse com raiva - Era pra você aparecer com a idiota da sua mãe, e então, ela se distrairia, e eu, conseguiria pegar você sem nem ela perceber.

-Porque? - Mais uma vez eu perguntei, e ele se irritou.

-Porque sim! Garota idiota! Porque eu quis! Porque eu posso! - Então ele respirou, e voltou a sorrir de forma macabra - Sabe Ella, desde que eu te vi, eu sempre quis saber como seria comer você, fazer você gemer meu nome, mesmo que fosse um grito de dor, mesmo que você tivesse 11 anos na época, bom, agora você tem 12, e está mais gostosa que quando eu conheci você - Ele se aproximou mais, e passou a mão por meus seios que já eram um tanto avantajados, eu sempre fui uma pré adolescente avançada no corpo.

-Não me toque - eu disse entre dentes.

-Ah querida, você não manda em nada aqui - ele gargalhou. - Mas se acalme por enquanto, não vou fazer nada com você, agora não. - Ele olhou para meu seios novamente, e olhou para meus olhos que eu não conseguia esconder meu medo. - Você sabia que seu papai me procurou querida?

"Meu pai?" pensei

-Seu papai me procurou no dia em que eu te liguei pra confirmar onde nos encontraríamos. Ele foi até minha casa. E sabe oque ele fez amorzinho? - Ele disse com ódio.

Ele se afastou, e tirou a camisa que usava, e então eu vi, muitas cicatrizes e hematomas, que definitivamente tinham sido feitos por feitiços muito fortes, não era apenas uma cruciatus.

Eram muito feitiços das trevas usados para fazer aquelas feridas.

-Ele me torturou, disse que se chegasse perto de você me mataria da próxima vez, que você era apenas uma criança, e que eu não deveria me meter mais com você. - Ele se aproximou novamente - Mas nós sabemos a safada que você é. Não é mesmo Ella? Você não é uma criança. E definitivamente não vai ser quando eu acabar de fazer certas coisas com você.

Eu me sentia suja, violada, e ele nem mesmo havia me tocado.

-Mas como eu disse, vamos deixar o prazer pra depois, ou melhor, o meu prazer - E novamente o sorriso psicopata .- Vamos brincar um pouco antes. Sim?

E puxou a varinha e conjurou uma grande bolsa.

De lá ele tirou uma mesa de montar diminuída por feitiço. A aumentou e a montou.

E continuou a tirar coisas da bolsa.

Um alicate.

Um maçarico.

Uma tesoura.

Uma faca afiada.

Fios elétricos.

Um pequeno gerador de energia.

Álcool.

E várias outras coisas as quais eu não sabia o nome.

Ele colocou tudo em cima da mesa.

Me olhou, e viu que eu observava tudo.

-Gostou dos meus brinquedinhos querida? São todos pra você. Ou melhor, pra usar em você. - Ele me assustava cada vez mais. - Vamos começar devagar, ok?

Ele pegou a tesoura, a olhou, e chegou perto de mim.

Ele segurou uma mecha do meu cabelo, e a cortou.

Meu cabelo batia no meio das minhas costas, ele puxou todo meu cabelo para frente e começou a cortar.

E eu chorava baixinho, pedir para ele parar não adiantaria, eu sabia disso.

20 minutos depois ele terminou.

Ele pegou um espelho médio e colocou em minha frente, e eu pude me ver. Meu cabelo estava curto, acima dos ombros, e desigual, totalmente repicado, e com falhas.

-Gostou querida? - Ele perguntou.

E eu chorava silenciosa.

Ele me deu um forte tapa no rosto.

-ME RESPONDA SUA VADIA!!

Mas continuei quieta.

Ele desistiu de me fazer falar, e eu agradeci a Deus mentalmente.

-É só isso por hoje querida. Amanha eu vou voltar, e nós continuamos a brincadeira. - Ele chegou bem perto de mim, puxou meu rosto, e me deu um beijo a força, mordendo meu lábio inferior até sangrar.

Logo depois ele saiu do lugar, me deixando sozinha, me sentindo suja.

.....

Eu havia caído no sono enquanto chorava. Acordei com a boca seca, e com o rosto manchado pelas lágrimas. Eu não havia bebido água e nem comido nada a mais de 24 horas, estava me sentindo fraca.

Então ouvi um barulho, de alguém se aproximando. Era ele, com seus cabelos loiros bem arrumados, os olhos cor de mel bem claros, e com o sorriso maligno que eu não sabia que ele poderia dar. Enrico havia voltado para meu segundo dia de tormento.

-Passou bem a noite querida? - ele perguntou com deboche.

Eu não respondi. Discutir com ele apenas me cansaria mais rápido, e eu não queria isso, aguentaria. Eu era forte, ou era oque eu pensava...

-Oque vamos fazer hoje, em Ella? - Ele disse se aproximando da mesa com seus "Brinquedinhos" - Talvez eu deva testar meus alicates de pressão. Oque acha querida? Afinal, eu os comprei pensando em você - E novamente aquele sorriso, aquele maldito sorriso psicopata, eu odiava admitir, mas me dava medo a cada vez que o via.

Ele se aproximou de mim, e me encarou, me olhando nos olhos, e naquela momento eu tive que testar minha força, a força que eu achava que tinha.

Olhar nos olhos do homem que tanto eu amei, e que agora me torturava, testando os meus limites, não era nada fácil. Doía, destruía minha alma, machucava fundo. Mas eu o fiz... O olhei nos olhos, o encarei, provei pela primeira vez na minha vida que eu era forte, mesmo que naquele momento eu estivesse me sentindo tão fraca e inútil.

Ele olhou pra cima, onde minhas mãos estavam presas, e então eu notei que ele já estava com um de seus alicates de pressão em mãos. Ele me olhou de novo com um sorriso sádico, levou o alicate até meus dedos, e apertou, com uma força descomunal. Assim ele quebrou um de meus dedos, eu tentei não gritar, mas foi impossível, doía tanto. Um grito agudo saiu de minha garganta, e eu orava para que alguém escutasse, mas algo em dizia que estávamos muito longe de qualquer sinal de vida e ajuda, e com certeza ele deve ter colocado um feitiço pra silenciar o lugar, logo assim, ninguém me escutou, e jamais me escutaria.

Assim ele repetiu o processo com os outros nove dedos, e não, ele não fazia isso rapidamente, ele queria me ver sofrer, tudo era feito muito lentamente, para minha agonia e desespero.

Eu tentava não gritar, eu tentava me controlar, mas eu não conseguia. Eu estava a mercê dele, eu naquele momento estava sendo obrigada a ser submissa.

-Então onde está aquela força toda? Se foi não é mesmo querida?

Ele ria, e se divertia com meu sofrimento.

Eu estava sentindo tanta dor...tanta dor...

Ele me olhava divertindo-se com a cena de meu choro inconsolável, incontrolavel.

Ele saiu ainda rindo, me deixando só, mais uma vez.

A minha dor passava, a física pelo menos. Eu tentava a todo custo me aclamar, parar de chorar, mas eu não conseguia parar...

Enrico voltou, com uma sacola branca.

De lá ele tirou uma marmita.

-Você tem que comer querida. - Ele me olhou - Se ficar fraca não vai aguentar muito tempo... E eu quero testar todos os seus limites - Ele me olhou de uma forma maliciosa. Eu sabia oque ele queria fazer comigo no final de todas essas torturas, esse era o meu pior medo. Eu sempre fui uma garota muito moderna, mas a minha suposta pureza de corpo, minha virgindade, ela eu queria que fosse tirada por alguém que eu amasse, por alguém que me amasse... Mas se eu continuasse ali, se ninguém me encontrasse, bom, não seria assim que iria acontecer.

...

Duas semanas e meia haviam se passado.

E como eu estava?

Péssima.

Enrico não me deu sossego um dia sequer. Tortura todos os dias, humilhações constantes. Eu estava viva apenas por estar agarrada a alguns fios de esperança. Esperança de alguém me achar, esperança de Enrico desistir de tudo isso, esperança... Era tudo que me sobrava naquele inferno...

Eu estava horrível. Olheiras, pálida, olhos vermelhos de tanto chorar, mal alimentada, com certeza com uma desidratação, afinal eu não bebia água direito, Enrico só me dava oque ele achava que era necessário. Meu cabelo cortado, desidratado e sujo por conta da caverna. O gosto de sangue em minha boca era predominante, Enrico havia me dado tapas na cara, e socos, meu rosto estava inchado por canta disso. Em meu nariz havia sangue seco. Eu me sentia fraca, e ele não havia em nenhum momento me soltado das correntes, quase não sentia minhas mãos e meus pés. Eu me sentia morta em vida.

Cada dia era pior que o outro e minha esperança ia se a abandonou aos poucos, eu já estava implorando pela morte... Eu queria parar de sentir dor... Eu queira parar de olhar nos olhos dele, do homem que eu amei com todas as minhas forças, o homem ao qual eu teria dado a minha vida se ele pedisse, a quem eu entreguei toda minha alma... Eu já não suportava olhar pra ele, doía demais.

A cada vez que eu olhava pra ele, a cada maldita vez, eu morria um pouco por dentro.

...

1 mês naquele inferno.

Eu já não tinha mais esperanças. Eu apenas esperava a morte chegar. E foi nesse dia que tive a minha última tortura. E agora sim eu esperava o que eu mais temia.

Enrico chegou, me olhou com malícia.

-Sabe que dia é hoje querida? Claro que não sabe. Porque saberia não é mesmo? - Ele riu - hoje acabam suas torturas Ella, e enfim vamos começar a nos divertir, digo isso, eu vou me divertir... - Ele sorriu malicioso.

Eu já não tentava impedir nada, eu apenas esperava tudo. Não podia fazer nada... Ele me tirou das correntes, mas eu na verdade nem senti. Estava presa dentro de mim mesma, nada me importava mais. Enrico rasgou minha blusa como se fosse nada, e começou a tirar minha calça, me deixando de calcinha e sutiã. Ele colocou uma mão sobre meu seio direito por cima do sutiã, apertava com fúria e agressividade, e beijava meu pescoço mordendo deixando marcas, doía muito, mas eu não reagia, apenas lágrimas caiam de meus olhos. Então Enrico foi abaixando a mão para tirar minha calcinha... Então aconteceu...

A parede da caverna foi explodida, e havia poeira a para todos os lados.

Nada foi ouvido, até a poeira baixar. Enrico me levantou, e me segurou na cintura me deixando em pé com uma mão, já com a outra segurava uma faca que estava escondia em seu tornozelo, e a colocava em minha garganta.

A poeira se desfez e então pude ver.

Era Alvo Dumbledore, acompanhado por uns 5 ou 6 Aurores. O sol havia entrado no lugar. Eles estavam com suas varinhas levantadas em nossa direção, na verdade na direção de Enrico.

-Solte ela Enrico! - Alvo disse, ele estava furioso

-Senão oque? - Disse Enrico.

Talvez eu estivesse em estado de total loucura, mas eu ri disso. Como assim "Senão oque?" 6 Aurores e Alvo Dumbledore ali o ameaçando, oque ele esperava, uma confraternização amigável vinda deles?

-Do que está rindo sua vadia? Cale-se!  - Enrico disse com raiva.

-Enrico largue ela, ou vamos atacar.

-Não antes que eu faça isso - Enrico desceu sua mão que segurava a faca até minhas costelas, e ali ele cravou a faca. Doeu, mas eu já não conseguia ter reação a nada.

-Estupefaça! - Alvo gritou, e Enrico foi arremessado para longe me mim, e eu cai. Eu sangrava muito, e a faca ainda estava cravada em um dos vãos das minhas costelas.

Os autores foram rapidamente até Enrico e o algemaram, já Alvo veio até mim... Me olhou preocupado (Sim, nós já éramos próximos naquela época) olhou para a faca, e com cuidado a tirou.

-Ela não vai sobreviver velho! - Enrico falava divertido, mesmo estando preso - Essa faca está enfeitiçada, ele não vai resistir, está fraca. Ela vai morrer diante dos seus olhos e você não vai poder fazer nada velhote - Ele ria - Mas vá! Tente! Duvido que consiga - Ele foi levado ainda rindo

Alvo me olhou nos olhos, eu não conseguia reagir, Enrico havia me matado muito antes de ter me cravado aquela faca.

-Ella por favor, resista! Você é forte minha menina... Seja mais uma vez... Você precisa resistir, não durma, não se deixe levar. - Alvo dizia em desespero.

Então eu me senti sendo sugada pelo o umbigo, e percebi o ambiente mudar. Pessoas falando, claridade. Estávamos em um hospital. Em uma filial do St. Mungus no Brasil.

>>Flash Back off <<

Eu não consegui terminar a história.

Estava doendo muito.

Nesse momento eu olhei para Severo.

Ele estava mais branco que o normal, e seus olhos estavam arregalados.

Eu estava com pura dor, não estava aguentando.

-Então Severo, você não sabe o tanto que passei para estar aqui hoje, você não tem nem noção... Eu não posso terminar de te contar essa história, porque está doendo demais lembrar de tudo isso. Mas Severo, você não imagina tudo que eu senti, você não tem nem noção. O homem, o único homem a qual eu me dei o direito de amar, me torturou, me humilhou, tentou me estuprar, e deixou em mim muitas marcas! - Nesse momento levantei minha blusa, deixando minhas costelas a mostra. E ali se encontrava uma cicatriz, feia e grossa que havia sido feita por Enrico - Não foi apenas essa! - Eu disse gritando apontando para a cicatriz - Ele deixou uma cicatriz no meu coração, na minha alma, na minha existência! - Eu estava fora de mim, e gritava e chorava como não tinha feito a muito tempo - Você Severo Snape, amava Liliam Evans, mas ela em momento algum te enganou, te iludiu, te torturou ou te humilhou! Ela nunca disse que nunca sentiu nem mesmo afeto por você! ELA NÃO TE FEZ PASSAR UM INFERNO POR MESES A FIO TESTANDO OS SEUS MALDITOS LIMITES TODOS OS DIAS! - Eu estava fora de mim - Severo, ela sempre foi sincera com você... - Eu disse já sem forças, em sussurros - Ela gostava de você Severo, você era amigo dela... Já os marotos. Você também não foi enganado por eles Snape, você sabia que eles não gostavam de você, isso nunca foi um mistério. Eles foram transparentes o tempo todo. E eu Severo? Eu perdi toda minha pré adolescência, perdi a minha adolescência, e me fiz, eu me obriguei a ser adulta com 12 anos de idade! Eu passei meus dias desconfiando de todos, com medo! MEDO SNAPE! SABE OQUE É ISSO!? Medo de me apaixonar e ser enganada de novo, ser trancada novamente... Você sabe que é isso? - Eu olhei pra ele - Não você não sabe não é? Claro que não... A única mulher que você amou foi sua amiga, alguém que sentia carinho por você, mesmo não sendo do jeito que você esperava.

Fiz uma pausa.

-Você acha que ser apenas rejeitado por uma mulher é mesmo motivou pra tudo isso Severo, só por que ela casou com alguém que você não gostava, e teve um filho ao qual você hoje é professor? - Ele estava em choque com tudo, não conseguia me responder - Foi motivo pra isso Severo... - Me aproximei rápido dele e levantei a manga de sua blusa e de seu sobretudo do braço esquerdo, revelando a Marca Negra - Foi motivo pra se aliar a ele?

-Como você... - Ele começou perplexo

-Como eu sabia? É isso que ia perguntar Severo? Acha que eu sou idiota Severo? Eu senti uma magia diferente quando você foi correr comigo e eu encostei em você, Você estava usando Glamour pra esconder essa marca... Mas me responda Severo acha mesmo que oque passou foi motivo pra isso? Está sendo motivo também para você tratar uma criança mal por conta de um passado ao qual ele não tem culpa de ter acontecido? Eu já disse Severo não seja uma criança mimada, o passado já se foi! Cresça! Já está na hora disso! Deixe Harry em paz, ele não tem culpa dos atos dos pais, mesmo que Liliam nunca tenha feito nada de mal com você! E pare de achar que seus problemas são maiores que os dos outros, pare de achar que ninguém sofreu como você, pare de dizer que ninguém nunca entenderia! E acima de tudo, pare de achar explicações para seus erros! Você se tornou comensal porque quis, não culpe Thiago Potter e Liliam Evans por isso! E você trata Harry mal também porque quer, não coloque seu passado pra justificar isso! Ele não é Thiago, não é como ele! Harry é um bom menino! E sabe o que ele me confessou Severo? Que mesmo você sendo tão cruel ele quer, por algum motivo e sabe Deus qual é, que você sinta orgulho dele. Sabia disso? Acho que não, porque as vezes você não percebe um palmo além dos seus olhos!

Eu respirei fundo, tentando controlar a dor que eu sentia no peito. Meu rosto estava banhado de lágrimas, e eu Continuava a Derrama-las.

-Essa conversa termina aqui... - Eu disse e sai daquela sala. Lembrar de tudo aquilo doía muito.

P.O.V'S Narradora

Então ela correu por aquelas masmorras, ela se sentiu sufocada. Ela corria como se sua vida, como se sua frágil vida dependesse daquilo.

Ela então atravessou toda Hogwarts, ela precisava sair daquele castelo.

Lá fora chovia muito, o céu parecia estar desabando em consolo e empatia pela mulher que se sentia tão mal, tão destruída.

Ela correu para chuva, parou apenas as margens da Floresta Proibida, caindo de joelhos na lama que havia se formado no chão.

E ali, ela desabou... Depois de anos ela ali, naquele chuva, as margens de uma floresta perigosa, e com seu coração doendo, ela se permitiu chorar por aquilo depois de anos sem o fazer.

Ali, naquela lama, com sua roupa suja e molhada pela chuva, ela se deixou lembrar das sensações de dor que sentiu, deixou as lembranças terríveis a invadirem. Ela se deixou ouvir a voz do homem que tanto amou e que a quase matou, em sua mente. Ela não queria deixar, mas tudo veio como a tempestade que acontecia agora, ela não conseguiu conter.

Ela chorava, e gritava no meio da chuva e dos relâmpagos, sem medo de um raio a atingir.

Já fazia tanto tempo que ela não havia se deixado sentir. Ela não podia, não, ela não queria admitir que doida tanto daquela forma. Ela tinha jurado ser forte, tinha jurado não chorar, tinha jurado não lembrar, não sentir, não pensar...

Mas ela não conseguia...

Minutos se passaram, talvez horas, e ela ainda estava ali, de joelhos, chorando pela a desgraça que modificou sua vida.

Ela era forte, ela sabia...

Mas ela não era de ferro...

Não havia mal não é?

Chorar?

Não havia mal não é?

Ter sentimentos?

Não, realmente não havia, mas isso não quer dizer que o coração dela não doía.

Ella se levantou, no meio daquela chuva, não ligando para seu estado físico, toda suja de lama e molhada, foi refazendo seu caminho para o castelo.

Ela parou de chorar, mas ainda doía, e continuaria assim por enquanto...

Seguiu para o salão comunal da Grifinoria.

A mulher gorda estranhou o estado dela, mas Ella apenas falou a senha e entrou, não ligando para o olhar da mulher no quadro.

Foi para o dormitório feminino, e viu as meninas dormindo. Entrou no banheiro e tomou seu banho em modo automático. Ela estava em transe. Ela sempre ficava nesse modo quando chorava muito. Colocou um short preto e uma blusa sem mangas preta e larga.

Prendeu os cabelos mesmo molhados, e foi pra frente de um grande espelho no quarto, e se olhou, se analisou, se martirizou.

E assim, levantou sua blusa, olhou para sua cicatriz nas costelas.

E disse se referindo a cicatriz...

-Quem dera você, fosse a única que eu tivesse... - Disse lembrando da cicatriz que tinha na alma...


Notas Finais


Bom querido... Foi isso.
Me perdoem se tem algum erro de português, estou escrevendo pelo celular e o corretor não tem me ajudado muito rs
Espero que tenham gostado.
Gostaria de saber a opinião de você, adoro ler os comentários.
Obrigada por ler, e até uma breve próxima.
-Nox


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