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História Uma Chance para Duas - Capítulo 28


Escrita por: xnxruth

Notas do Autor


De antemão aviso que prestem atenção para não se perderem diante de tudo que acontece nesse capítulo.
Perdoem os erros que as vezes passam despercebidos.
No vemos nas notas finais.

Capítulo 28 - Capítulo 28


Regina

Aproveitamos e naquele mesmo dia fizemos as minhas malas, peguei o que mais me seria necessário, tanto relacionado a roupa como os meus aparatos para o trabalho, eu não iria apinhar o apartamento de Emma com os meus pertences, e então fui morar com ela.

Para pessoa com vidas e cônjuges normais, essa talvez fosse uma ação precipitada, mas eu não via assim, para mim aquilo era mais um socorro, pois não conseguiria viver ali enquanto me lembrasse ela, estar ali dentro me angustiava, me oprimia. Mais tarde pensei em vender a casa e comprar um apartamento menor ou até mesmo outra casa, mas como Emma bem me lembrou, era um presente do meu pai, então decidi reformá-la, e durante as obras fiquei com Henry e Emma.

Por ainda estar assustado e não querer ficar longe de nós, colocamos o berço do Henry no quarto da Emma. Inicialmente me senti uma intrusa na vida deles, desde a gravidez dela sempre foram eles dois, mas essa sensação passou assim que criamos a nossa própria rotina.

Devido aos pesadelos, o meu sono se tornou muito leve, poucas eram as vezes em que eu acordava tão assustava ao ponto de acordar a Emma também, mas eu ainda os tinha, e eram sempre os menos, mas com algumas variações, ora ela atirava contra a Emma e o Henry e eu os via esvaírem-se em sangue, enquanto a Marcela me levava para longe, ora éramos todos atingidos, e eu os via morrer enquanto eu perdia os meus sentidos. Desde que tudo aconteceu, o Henry só conseguia dormir caso estivesse no braço de uma de nós, o menino também passou a acordar mais vezes na madrugada, e que devido ao meu sono agora mais leve, eu o ouvia antes de Emma, quando ele acordava apenas por perturbações no sono, eu o embalava e logo ele voltava a dormir, mas quando ele acordava com fome, eu também acordava a Emma para que ela pudesse amamentá-lo.

Pelas manhãs, inacreditavelmente, Emma sempre acordava antes de mim e começava a preparar o café da manhã, em seguida eu acordava com Henry, ia com ele para a cozinha, o colocava na cadeirinha de alimentação e a ajudava a terminar o café. Muitas pessoas reclamam da monotonia das rotinas, mas eu nunca tive problemas com elas, e aquela que eu estava criando com os dois muito me agradava, aquilo foi algo que durante um certo tempo eu desejei intimamente, mas que agora eu tinha.

Logo eu e Emma precisamos voltar ao trabalho, enquanto ela apenas estava estudando os casos, podia fazia isso em casa, sabíamos que logo precisaríamos de alguém para ficar com Henry. Ao contrário de Emma, o meu trabalho não me permitia realizá-lo em casa, eu precisava dar as minhas aulas e ver como andavam as bateladas de testes no laboratório, e assim o fiz. Sentia que por todo e qualquer corredor por o qual eu passava, havia alguém cochichando a respeito de mim. A morte da Marcela teve uma repercussão tamanha, eu não esperava por aquilo, mas para o meu alívio, dessa vez na história, eu não era a vilã.

Ao contrário do que me aconteceu por longos anos, dessa vez quando cheguei em casa ao final do dia, não era uma casa vazia que me esperava, eram Henry e Emma. O pequeno me recebia sempre muito eufórico à porta e com gritinhos extasiados.

—Ina, ina, ina. —Ele dizia quando eu chegava à noite.

—Boa noite, como foi hoje? —Ela sempre me recebia com um sorriso e um beijo caloroso.

Nas refeições sempre nos alternávamos em quem daria a comida do Henry, que as vezes insistia em comer sozinho e fazia maior bagunça, e tudo que fazíamos era rir   e limpar tudo depois, afinal, aquele era um comportamento compreensível para a idade. O garoto se desenvolvia de acordo com a sua idade cronológica, era inteligente e muito sapeca, lembro que eu ria quando Emma dizia isso, mas era a mais pura verdade, mas ela não me dizia a quantidade de sorrisos que isso nos arrancava.

Depois de me estabelecer com a Emma, todos os dias eu passava nem que fosse apenas meia hora na casa da minha mãe, as vezes entre um trabalho e outro, antes de ir para casa... Casa, só agora me dei conta de que já me referia assim ao apartamento de Emma. Quando ia à casa da minha mãe, também via Zelena, ela estava no período final da gravidez e precisaria da ajuda dela.

Duas semanas depois de todos aqueles acontecimentos, a Zelena entrou em trabalho de parto, e de forma natural, deu à luz a uma garotinha tão forte quanto a própria mãe, acho que esse deveria ser um pré-requisito para entrar para a família Mills.

Eu, Emma e a minha mãe esperávamos do lado de fora do quarto para vê-las. Quando Zelena disse que gostaria que eu fosse a madrinha do seu bebê, a priori eu não achei que fosse uma boa ideia, não éramos próximas e achei que aquela fosse uma tentativa dela de fazer com que isso acontecesse, mas à medida que tudo foi se desenrolando, eu não poderia estar mais feliz em fazer parte daquele momento, não só como tia.

Quando finalmente entramos no quarto, Hades estava em pé ao lado da cama com a pequena nos braços enquanto a Zelena parecia descansar.

Emma e a minha foram logo ver a recém-nascida.

—Como você está? —Perguntei me sentando na beirada cama.

—Acho que exausta define bem. —Ela falou com um sorriso cansado nos lábios.

—Ela é linda, Zelena. — Emma falou.

—Ela é uma copiazinha sua, filha, não tem nada de você, Hades — Cora disse.

—Que bom que não tem, assim puxou toda a beleza da mãe.

—Bobo, me dá aqui ela para que a tia/madrinha que me importunou tanto para o saber o seu sexo possa vê-la. — Então ele a entregou a ela. A bebê era linda, dona de uma notável juba ruiva assim como a da sua mãe, tinha a pele clarinha, e assim como os seus cabelos, todos os seus pelinhos também eram avermelhados. —Pegue ela.

Então a peguei, a pequena se aninhou nos meus braços e bocejou, achei estivesse dormindo, mas assim como os abriu, rapidamente fechou os seus olhinhos, mas por tempo o suficiente para que eu pudesse vê-los, eram claros como os dos pais.

—Vocês já têm um nome para ela? — Perguntei.

—Ela se chama Eva.

Eva, a primeira mulher.

—Eva é um lindo nome, Zel. Parabéns por a filha de vocês, ela é linda.

Logo que a Eva nasceu, algumas semanas depois a Zelena já começou a pensar no batizado da criança, e eu como madrinha, fui obrigada a participar de tudo, não que eu quisesse me abster, longe disso, eu estava feliz por estar tão próxima de todos.

Como comumente acontecia, durante o primeiro mês de vida de Eva, a Zelena passou na casa da nossa mãe, Emma e eu sempre que podíamos dávamos uma passadinha por lá. Talvez eu estivesse me tornando uma tia/madrinha babona? Talvez!

—Titia, você por aqui! — Zelena disse imitando uma voz de criança assim que eu cheguei com Emma e Henry.

—Pois é, só passei aqui para ver se vocês estão cuidando direito da minha sobrinha.

Henry e Emma já se sentiam mais à vontade com a minha família, e enquanto eu conversava com a Zelena, a Emma conversava com a minha mãe e o Henry como toda criança curiosa, insistia em querer ver a Eva de perto, sempre que alguém estava com ela no colo, ele chegava perto e ficava puxando nossas roupas para nos abaixássemos e ele pudesse vê-la de perto.

Ele que estava brincando com um urso no chão, dessa vez me pediu colo para ficar mais perto dela.

—Você quer ver ela, Henry? —Zelena perguntou quando peguei ele no colo, e como resposta a ela, ele acenou com a cabeça.

Quando me aproximei dela com o Henry, e Eva ficou ao alcance das mãos dele, ele acariciou os seus cabelos, acredito que por ter uma cor tão intensa, chamava a atenção dele.

—Você acha ele bonita, Henry? — Perguntei e ele fez que sim com a cabeça.

—Você gosta da sua priminha? —Zelena perguntou bem na hora em que Emma entrou na sala.

—Zelena! — A repreendi.

—Por alguma acaso eu disse algo errado?

—Cala a boca, Zelena!

Na hora achei que a Emma não tivesse ouvido, porém mais tarde quando estávamos no carro indo para casa eu descobri que sim, ela ouviu.

—O que a Zelena perguntou naquela hora ao Henry, Regina?

—Não perguntou nada não, amor.

—Tem certeza, por que eu acho que ouvi algo.

—Ela não disse nada, pode perguntar ao Henry.

—Sua engraçadinha, mas eu acho que ouvi ela perguntando se o Henry gostava da priminha dele.

—Então você ouviu?

—Ouvi. — Ela disse rindo. —E achei bonitinho, o Henry gosta bastante dela.

 

No mês seguinte ocorreu o batizado da Eva, e que por decisão de Zelena aconteceu na nossa casa em Storybrooke.

Emma não via os seus pais, que também moravam na cidade, desde que tudo aconteceu, ela já havia explicado por telefone mais ou menos o que tinha acontecido, porém como o pai dela era sheriff da cidade, eles não conseguiram vir vê-la e nem ela quis pegar de imediato a estrada com Henry, então uniríamos o útil ao agradável, o batizado seria no final de semana e nós iriamos viajar dois dias antes do final de semana.

A viajem foi tranquila e sem muitas paradas, e o Henry dormiu praticamente o trajeto inteiro.

—Emma, você contou para os pais sobre nós? —Perguntei enquanto estávamos na estrada.

—Eu  contei resumidamente a história, mas contei. Mas porque a pergunta?

—É só que faz tempo que eu não sou apresentada como namorada de alguém, perdi a prática.

—Então você e os meus pais estão no mesmo barco, eu nunca apresentei ninguém como namorada aos meus pais.

—E namorados?

—Eu nunca apresentei ninguém, Regina.

—Isso é sério? Porque não parece.

—Sim, é sério. Eu nunca tive alguém que se fizesse necessário ser apresentada aos meus pais, ninguém nunca me cativou dessa forma, eu queria que tivesse acontecido, mas não aconteceu, e foi por isso que eu tive o Henry sozinha, eu queria muito ser mãe, mas eu não ia condicionar um sonho meu a segundos ou terceiros. Mas porque que não pareço?

—Ah, você com essa aparência deve ter sido um chamariz de meninos e meninas.

—Talvez eu tenha sido, mas não é para tanto. Mas já que você aplicou um a mim, deixe-me pensar no seu estereótipo, você era a garota com as melhores notas principalmente em ciências, era séria e centrada, e não dava ousadia a ninguém. Acertei?

—Acertou! —Falei mostrando a minha língua para ela. —De certa forma, a minha mãe exigia esse comportamento de nós.

Durante a viajem enquanto conversávamos sobre outras trivialidades, Emma acabou cochilando. E sozinha com os meus pensamentos, divaguei sobre os rumos que a minha vida estava tomando e sobre os meus desejos mais íntimos, enquanto dividia a minha atenção entre estrada e o retrovisor, de onde eu poderia olhar o Henry.

Quando entrei nos domínios da cidade, nos levei diretamente para a casa dos pais de Emma, como chegamos cedo, acredito que passaríamos o dia lá e a noite iríamos para a casa dos meus pais.

—Emma. — A chamei, mas ela não acordou. — Amor, nós chegamos. — Falei próxima ao seu ouvido.

—Eu dormi muito? —Ela perguntou ainda sonolenta.

—Bastante, agora eu sei de onde o Henry puxou isso.

—Regina, eu vou fingir que não ouvi isso.

Acredito que por estarem sobre aviso a respeito da nossa chegada e por ouvirem as portas do carro se fechando, os pais de Emma saíram para nos receber na entrada da casa.

—Emma! — A mãe dela disse praticamente correndo ao seu encontro e lhe envolvendo em um abraço apertado e logo em seguida o seu pai apareceu e fez o mesmo. Eu me colocava no lugar deles, há meses não viam a filha e o neto, e de repente ela liga contando que passou por horrores e eles ainda precisam esperar dias para vê-la.

—Pai e mãe, eu acredito que vocês lembram da Regina. —Ela disse depois que tirei, o Henry que ainda dormia, da cadeirinha e o peguei nos braços.

—Oh, sim, claro que lembramos. —Branca disse me abraçando, e que por consequência abraçando o Henry também.

—Como vai, Regina? —Disse David me cumprimentando formalmente.

Quando entramos, uma criança jogava vídeo game na sala de estar, deveria irmão mais novo de Emma, que se atirou em seus braços assim que a viu.

—Você cresceu tanto. —Emma falou bagunçando os cabelos dele.

—O Henry está dormindo? — Ele perguntou se aproximando de mim.

—Está, mas acho que ele acorda daqui a pouco. —Falei sorrindo para o garoto que não deveria ter mais de sete anos.

—Neal, essa é a Regina. Regina, esse é o Neal. — Ela disse nos apresentando.

—Você é a namorada da Emma? — Ele perguntou sem nenhuma cerimônia.

—Sim, eu sou. — Respondi prontamente.

—Você também vai ser a mamãe do Henry? Porque a minha mãe me falou que algumas crianças têm duas mães, o Henry também vai ter?

—Neal! —Emma o repreendeu.

—Então Neal, a sua mãe está certa, mas agora eu não tenho uma resposta para a sua pergunta. —A pergunta dele pegou de surpresa, mas fui sincera com a minha resposta.

—Desculpa a curiosidade do meu garoto. —David falou visivelmente constrangido com as perguntas do filho.

—Está tudo bem, Sr. Nolan Swan.

—Por favor, você pode me chamar de David.

Logo o Henry o acordou, e então demos alguns brinquedos a ele e o deixamos com o Neal, ficamos um pouco distantes na cozinha enquanto conversávamos sobre o que os pais dela realmente queriam saber.

E pelo o que eu esperava que fosse a última vez, contamos a eles tudo que nos aconteceu, porém para eles, tivemos que contar um pouco mais de antes, explicando que havíamos nos apaixonado durante o meu processo de divórcio. Branca e David ouviam a tudo sérios, por vezes esfregando os olhos ou passando as mãos no rosto. Quando terminamos, Branca se levantou de deu mais um longo abraço na filha.

—Emma, você deveria ter me contado, como sheriff daqui, tenho amigos policiais até mesmo na própria Boston.

—Sr. Nola... Quer dizer, David, felizmente vocês não tiveram o desprazer de cruzar com a Marcela.

— A Regina está certa, pai, você já cruzou com muitas pessoas ruins aqui, mas não com uma psicopata como a Marcela.

—Eu ainda estou tentando absorver tudo o que vocês me contaram. — Disse Branca.

Quando Emma subiu para tomar banho, eu fiquei sozinha com a Branca enquanto David brincava com os meninos.

—Eu nunca tive a chance de agradecê-los novamente por o que vocês fizeram por mim naquela noite, acredito que até subconsciente eu deva ter ficado, então, obrigado novamente, Branca.

—Na verdade eu é que devo agradecer a você Regina, você foi corajosa e arriscou a sua vida por a minha filha e o meu neto, confesso que não tinha ainda uma opinião formada sobre a sua relação com a Emma, mas agora eu sei que o que há entre vocês é genuíno.

—A Emma já tinha contado sobre nós para você?

—Ela me contou sim, mas eu já tinha percebido algo devido a forma que ela olhava para você quando ela e o David te trouxeram para cá. Ela estava muito preocupada e não quis sair do seu lado, eu sabia que você era cliente dela, mas esse não era o motivo de toda aquela aflição.

—A Emma aceitou o que existia entre nós antes de mim.

—As pessoas possuem tempos de assimilação diferentes, mas eu sei que quando algo assim acontece, demora um pouco, mas tudo começa a trabalhar a favor.

 

—A propósito. — Falei enquanto nos despedíamos de Branca e David. —Amanhã, na capela da cidade, acontecerá o batizado da minha sobrinha, a qual eu também sou madrinha, será algo íntimo e familiar, e eu gostaria da presença de vocês lá.

—Obrigado pelo convite Regina, nós iremos. —Branca respondeu.

 

Quando saímos da casa dos pais de Emma, as palavras de sua mãe ainda se faziam presentes em minha mente, eu esperava que ela estivesse certa, e que depois de tantas rasteiras as coisas começassem a trabalha realmente ao nosso favor.

Como saímos de lá antes do final da tarde e eu temia não ter tempo no final de semana, passamos no haras em que o meu cavalo Rocinante estava. Desde o dia em que ele quebrou a pata e que Emma me encontrou na estrada, que eu não o via. Devido a fratura, ele não poderia mais cavalgar como antes, então achei melhor mantê-lo no haras sob os devidos cuidados.

—Você sabe cavalgar, Emma? — Perguntei entrando na baia do Rocinante.

—Quando eu era criança o meu pai tentou cavalgar comigo algumas vezes, mas posso dizer que cavalo não é o meu meio de transporte favorito.

—Então você não gosta?

—Não muito.

Assim que percebeu que era eu que estava ali, Rocinate relinchou baixinho e esfregou o seu focinho na lateral do meu rosto.

—Senti a sua falta, amigão. — Falei dando tapinhas em seu flanco. —Tem certeza que não quer montar comigo? —Perguntei a ela quando tirei ele da baia.

—Não, eu estou bem, aqui no chão.

—Mas eu acho que tem alguém aqui que quer. —Falei me referindo ao Henry. Desde o momento em que entramos no haras, ele gritava, chamava e apontava para os animais.

—Não sei se é uma boa ideia.

—Ele está quase pulando dos teus braços e indo atrás de um pônei, eu tenho certeza que ele vai gostar.

Então montei no Rocinante e pedia Emma que me entregasse o Henry, o que ela fez um pouco relutante, então sentei ele na minha frete, com uma mão o segurei pela cintura e com a outra a rédea do cavalo. Apenas caminhávamos pelo pasto, primeiro porque eu estava com o Henry, e segundo porque o meu cavalo não podia mais correr. A cada trote do cavalo o coração de Emma parecia vir na boca, mas ao contrário dela, Henry se divertia à beça enquanto ria e dava tchau para a mãe.

Como já estava escurecendo, encerrei o meu passeio com Henry, acertei as despesas do cavalo e partimos para a casa dos meus pais, onde aconteceria o batizado de Eva. Henry gostou tanto de ver os animais, que quando saímos do haras ele ficou em prantos, prometi a mim mesma que independente do que acontecesse, quando ele estivesse mais velho eu o presentearia com um cavalo.

Quando chegamos na casa a copeira já tinha preparado tudo para nossa estádia, devido a viagem, as brincadeiras com o tio e o avô, e o passei de cavalo, após o jantar Henry apagou, e com nós duas não foi muito diferente.

Na manhã seguinte acordamos com barulhos que pareciam que a casa estava sendo derrubada, Zelena, Hades, Eva e a minha mãe tinham chegado, e com eles trouxeram a equipe que traziam todos os ornamentos de decoração para o batizado.

Mesmo sendo algo apenas para os familiares e a equipe contratada fazendo a maior parte do trabalho, foi um dia exaustivo para todos nós, ao ponto que ao final do dia estávamos sentados na varanda desejando apenas as nossas camas, e sem tardar, fizemos exatamente isso.     

Na manhã seguinte todos nós acordamos cedo, pois além da festividade do dia, estávamos em duas crianças e quatro mulheres para arrumar, e logo após, fomos todos para a capela onde aconteceria o batizado, onde encontramos Zeus, irmão de Hades que seria o padrinho da Eva, e a sua esposa, Júlia. Ali, próxima aos dois irmãos, me lembrei da vez em foi perguntado a Zelena sobre os futuros nomes para o bebê, e ela respondeu que qualquer um, desde que não fosse o nome de um deus mitológico, o que tirou um bom riso de todos na ocasião.

Na capela, Zelena com Eva, Hades, Zeus e eu, estávamos sentamos no mesmo banco, enquanto Emma e Henry, minha mãe, Júlia e Branca no seguinte, e David logo atrás com o Neal. Henry, no banco de trás, estava impaciente e cutucava a mim e a Zelena, o que só me forçava a prender o riso, já ciente do que ele queria, pedi a Emma que ela o deixasse sentar comigo, e quando ele veio para a frente e se sentou no meu colo, toda a sua atenção foi direcionada a Eva, que apesar de ainda ser pequena, dava risinhos sempre que ele pegava em sua mãozinha.

Eva se manteve tranquila enquanto brincava com o Henry, porém, no momento de ter a sua cabeça molhada na pia batismal, se irritou, não pela água, mas talvez pela presença do padre como uma pessoa diferente das que ela estava acostumada a ter no seu cotidiano.

De volta a nossa casa, o almoço já estava pronto para ser servido, o que seria feito no jardim. Naquele dia o clima estava agradável, as nuvens por vezes cobriam o sol, e quando não, as copas das árvores nos forneciam suas sombras. O almoço foi animoso, a minha mãe havia engatado uma conversa longa com Branca e David, que eu já imaginava o teor, e vez ou outra trocava um olhar cúmplice com Emma que também via o mesmo que eu, ela conversava com Hades e Zeus possivelmente sobre negócios, já que Zeus era investidor em bolsas, Zelena e Júlia conversavam, enquanto eu tinha a Eva nos braços, o Henry em pé ao meu lado brincando com ela e o Neal sentado ao meu lado me fazendo pergunta sobre os bichos, sempre que eu o via, lembrava da pergunta que ele tinha me feito e me controlava para não rir.

Mais tarde quando precisei entrar para ajudar a Zelena com a Eva, ouvi a vozinha infantil ficando mais próxima de mim, quando me virei, vi que o Henry vinha correndo ao meu encontro.

—Mamãe, mamãe, mamãe.

—O que foi Henry? — Emma perguntou o pegando antes de começar a subir na escadaria de frente à casa.

—Não, Gina! —Ele disse apontando para mim e se desvencilhando dela.

Sabe aqueles pouco segundos que se levam para assimilar algo, mas que para você parecem ser uma eternidade? Pois é, esse meu breve torpor só passou quando a Emma soltou o Henry e ele abraçou as minhas pernas.

Com exceção de Zelena, Emma e eu, aquele breve momento passou despercebido, talvez por não escutarem ou por apenas acharem convencional, já que eu e Emma estávamos morando juntas, mas não era.

À noite, depois do jantar e depois de todos já terem se recolhido, ficamos eu, Emma e o Henry, deitados em uma rede na varanda, cada um de um lado meu. A noite estava clara, e clima era ameno. Devido as atividades do dia, o Henry logo cedeu ao cansaço e dormiu.

—Regina? —A Emma me chamou baixinho para não acordar o Henry.

—Oi.

—Você já estava dormindo?

—Não. — Falei passando a mão em seus cabelos.

— Você lembra da vez em que eu vim te deixar aqui?

—Lembro! Você me obrigou a entrar no seu carro, caso não, eu passaria a noite numa cela de cadeia.

—Só assim para você me obedecer.

—Sabe de outra coisa que eu também lembro? —Perguntei.

—De que?

—De você me pedindo para ficar contigo, no dia em que você me encontrou naquela tempestade com o meu cavalo.

—O que? Você estava me ouvindo mesmo? Ai meu Deus!

—Emma, eu estava semiconsciente, e não morta.

—O que mais você ouviu?

—É só disso que eu consigo lembrar.

—Você não está mentindo para mim, está?

—Não, eu juro que não. — E com essa resposta ela se aninhou ainda mais nos meus braços. —Emma?

—Hum?

—Foi você que ensinou o Henry a dizer aquilo?

—A te chamar de mãe? Não, acho que ele falou por que ele mesmo está te vendo assim, afinal, você tem feito por ele tanto quanto eu faço.

Então apenas fiquei em silêncio olhando para o topo daquela cabecinha coberta por uma vasta cabeleira castanha.

—Eu estive pensando sobre o que o seu irmão me perguntou, sobre eu também ser a mãe do Henry e sobre ele ter me chamado assim hoje, e sabe, eu desenvolvi um carinho e um cuidado tão grande por ele, que a minha maior alegria tem sido chegar em casa e encontrar vocês dois, então eu fiquei pensando no quanto eu intimamente desejava tudo o que nós temos agora. Bom, agora eu não tenho aliança nem nada, mas eu gostaria de saber se você me permitiria isso, se você me aceitaria como mãe do Henry, e por consequência como a sua esposa.

—Você está...Você está me pedindo em casamento, Regina? — Ela disse levantando o rosto para me encarar.

—Isso parece muito absurdo para você?

—Não... Quer dizer, eu não esperava por algo do tipo. Você tem certeza disso?

—Emma, a certeza que eu tenho é a de que não quero passar nem mais um dia da minha vida longe de vocês. Mas você ainda não respondeu à minha pergunta, você me aceitaria como a sua esposa?

—Aceito, é claro que eu aceito, meu amor. — Ela disse tomando os meus lábios.

Naquela noite quando deitamos para dormir, o Henry não precisou estar em contato conosco para conseguir dormir e dessa vez o seu sono foi tranquilo e sem perturbações, e pela primeira vez em noites, não houveram pesadelos. 


Notas Finais


Então pessoal, eu já tinha dito que a fanfic se encaminhava para o final e eu pretendo terminar a história no capítulo 30, logo faltam apenas dois e eu já começo a ficar nostálgica, mas vamos que vamos.
Não tenho previsão de quando o próximo capítulo será postado.
Bjus e até o próximo.


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